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TV ANHANGUERA (CLIQUE NO LINK PARA CONFERIR A MATÉRIA)
Em dois dias, mais de 10 mil deixam se ser atendidos por médicos do SUS em Goiânia
http://g1.globo.com/videos/goias/jatv-2edicao/t/edicoes/v/em-dois-dias-mais-de-10-mil-deixam-se-ser-atendidos-por-medicos-do-sus-em-goiania/2727685/
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O POPULAR
Curso de medicina
Governo desiste de mudanças
Pressionado, Planalto recua de acréscimo de dois anos ao currículo e deve mudar forma de residências
Brasília – O governo recuou de um dos pontos principais da proposta original do programa Mais Médicos e passou a defender que o segundo ciclo dos cursos de medicina, como proposto pela Medida Provisória que trata do tema, seja aproveitado como residência médica. Bombardeado por críticas de diversas entidades do setor, o Executivo decidiu adotar a sugestão de uma comissão de especialistas que debate a proposta.
A mudança de tom, no entanto, não satisfez o Conselho Federal de Medicina (CFM), que acusa o governo de tratar a matéria com improvisação e promete se articular no Congresso contra a MP. “(A diretriz é que) após a formação do médico na graduação, em seis anos, a residência médica assegure essa vivência na urgência e emergência e na atenção primária”, disse ontem o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
Junto ao titular da pasta da Saúde, Alexandre Padilha, Mercadante participou de uma reunião com integrantes da comissão de especialistas e de representantes de escolas federais de medicina. Já na semana passada, os dois ministros haviam dado declarações no sentido de que aceitariam a saída trazida à mesa pela comissão de especialistas. Eles alegam que a MP já previa a possibilidade de os dois anos adicionais serem aproveitados como residência.
Outro ponto que o governo defende é que seja garantido, até 2017, o acesso de todos os estudantes de medicina à residência, tornando-a obrigatória a partir do ano seguinte. Hoje, apenas metade dos formados tem acesso à residência. “Vamos ampliar essa oferta com qualidade e com o apoio das universidades federais”, disse Mercadante.
Pela nova ideia, o primeiro ano da residência seria centrada na atenção básica e na urgência e emergência. O estudante, que já seria diplomado após o término dos seis anos de graduação, poderia escolher, uma vez graduado, por qual especialização seguir. Toda a residência aconteceria no âmbito do Sistema Único de Saúde. A decisão final sobre o assunto agora é do Congresso Nacional, onde tramita da MP dos Mais Médicos.
Em Goiás, médicos desconfiam de recuo
Pedro Palazzo
Cerca de 100 médicos e estudantes protestaram ontem, entre 15 horas e 17 horas, lado da sede da Prefeitura de Goiânia, no Parque Lozandes. O prefeito Paulo Garcia (PT) recebeu uma comissão de profissionais e acadêmicos, que entregaram lista de argumentos contrários ao programa Mais Médicos e aos vetos da Presidência ao Ato Médico. O petista tem audiência com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, agendada para a próxima quarta-feira, quando entregará o documento.
A desistência do governo federal em aumentar de seis para oito anos a graduação em Medicina – uma das principais reivindicações da categoria – é vista por representantes de entidades médicas goianas com desconfiança. “O ministro (da Educação, Aloísio Mercadante) sinalizou mas não tomou nenhuma medida específica que modificasse a medida provisória”, afirma o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Salomão Rodrigues Filho. O período adicional seria preenchido com trabalho no Sistema Único de Saúde (SUS). “A prevalecer esses dois anos, retoma-se o regime da escravatura”, afirma Salomão Filho.
A mudança prevê que os dois anos de trabalho no Sistema Único de Saúde (SUS) sejam opcionais e que contem como residência médica. O presidente do Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego), Rafael Cardoso Martinez, diz que vê o recuo “com bons olhos”, mas prefere esperar a retirada do texto da medida provisória antes de comemorar: “Tem que ver o texto, mas se já contar como residência médica, vejo com bons olhos.”
GRITOS
Sob gritos de “Ei, Dilma, vai tomá no SUS”, os cerca de 100 profissionais e estudantes permaneceram aproximadamente duas horas ao lado do Paço Municipal, protegidos pela sombra do prédio. Em um carro de som, posicionado no sol, alguns se revezavam em falas aos colegas. A maior parte fez críticas à contratação de estrangeiros sem obrigatoriedade de aprovação no exame de revalidação de diplomas, ao aumento em dois anos na formação profissional e aos vetos ao Ato Médico.
A manifestação ao lado da Prefeitura teve o objetivo de sensibilizar o prefeito, médico neurologista e ex-presidente do plano de saúde Unimed Goiânia, a levar as demandas à presidente Dilma Rousseff, também do PT.
Os médicos se reuniram na noite de ontem em assembleia, na sede do Cremego, para definir os rumos da manifestação. O presidente do Simego afirma que, até o final da tarde de ontem, não havia como prever o rumo que o encontro iria tomar. A assembleia não tinha acabado até o fechamento desta edição.
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Prefeituras
Saúde é o que mais angustia gestões nas 10 maiores cidades
Thaís Romão
COMO ESTÁ A SITUAÇÃO DOS MUNICÍPIOS GOIANOS DE MAIOR EXPRESSÃO POLÍTICA E ECONÔMICA DEPOIS DE PASSADO MAIS DA METADE DO PRIMEIRO ANO DOS PREFEITOS EMPOSSADOS EM 1º DE JANEIRO? O POPULAR OUVIU PREFEITOS E LÍDERES DA OPOSIÇÃO E CONCLUIU QUE O TEMA SAÚDE – UM DOS PRINCIPAIS TEMAS DA PAUTA NACIONAL DISCUSSÕES, EM ESPECIAL DEPOIS DAS MANIFESTAÇÕES DE JUNHO – É PREDOMINANTE. DE UM LADO, A POPULAÇÃO RECLAMA, EM TODOS OS MUNICÍPIOS CONSULTADOS, DAS DEFICIÊNCIAS NA ÁREA. DE OUTRO, GESTORES RECONHECEM OS PROBLEMAS E APONTAM A FALTA DE MÉDICOS E RECURSOS PARA RESOLVER A QUESTÃO. FALTA DE CAIXA PARA INVESTIMENTOS TAMBÉM FOI RECLAMAÇÃO UNÂNIME DOS PREFEITOS. SOMENTE EM CASOS ISOLADOS, COMO CATALÃO E JATAÍ, ELES AFIRMARAM CONSEGUIR REALIZAR OBRAS COM RECURSOS PRÓPRIOS. A GRANDE MAIORIA SE VÊ AMARRADA AO AUXÍLIO DOS GOVERNOS ESTADUAL E FEDERAL, PRINCIPALMENTE, PARA CONSEGUIR COMEÇAR A CUMPRIR AS PROMESSAS DE CAMPANHA.NOS MUNICÍPIOS ONDE HOUVE REELEIÇÃO OU O PREFEITO ELEITO REPRESENTA CONTINUIDADE DA GESTÃO ANTERIOR, É COMUM ENCONTRAR UMA OPOSIÇÃO AMENA, QUE RECONHECE AVANÇOS NA ADMINISTRAÇÃO E APONTA DEFICIÊNCIAS DE FORMA SUAVE. UMA EXCEÇÃO É RIO VERDE, CUJO PREFEITO, JURACI MARTINS (PSD), TINHA BOA AVALIAÇÃO NA GESTÃO ANTERIOR (FOI ELEITO COM MAIS DE 75% DOS VOTOS VÁLIDOS) E AGORA TEM FORTE RESISTÊNCIA DA OPOSIÇÃO, QUE O ACUSA DE “PARAR A CIDADE”. PROCURADO PELA REPORTAGEM POR DIAS, ELE DECIDIU ONTEM NÃO SE MANIFESTAR SOBRE OS PRIMEIROS MESES DA GESTÃO.NAS CIDADES EM QUE O PREFEITO ELEITO REPRESENTA OPOSIÇÃO À GESTÃO ANTERIOR, O DISCURSO DE “COLOCAR ORDEM NA CASA” É QUASE UM MANTRA PARA JUSTIFICAR DIFICULDADE DE INVESTIMENTOS OU AÇÕES POSITIVAS, COMO É COMUM TAMBÉM A REAÇÃO NEGATIVA DA OPOSIÇÃO AO DISCURSO DO ATUAL PREFEITO. MAS AQUI TAMBÉM HÁ EXCEÇÃO. EM TRINDADE, QUE ENFRENTOU GRAVES PROBLEMAS NO FINAL DA GESTÃO ANTERIOR DEPOIS QUE O ENTÃO PREFEITO PERDEU A DISPUTA, A OPOSIÇÃO AVALIA DE FORMA POSITIVA O DESEMPENHO DO SUCESSOR. A REPORTAGEM TAMBÉM RELEMBRA AS PROMESSAS DE CAMPANHA E AS CONDIÇÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS DE CADA MUNICÍPIO. CONFIRA A SEGUIR O DIAGNÓSTICO DE CADA UMA DAS PRINCIPAIS CIDADES GOIANAS.
ANÁPOLIS
Com boa avaliação até mesmo da oposição, a gestão de Antônio Gomide (PT) se destaca entre os Executivos municipais. Gomide já vinha de um primeiro governo bem avaliado e tem dado continuidade ao planejamento da gestão passada. “O segundo mandato nos traz a vantagem de já termos uma equipe afinada, podendo dar continuidade ao que já vínhamos desenvolvendo. Por outro lado, não conseguimos acompanhar, com investimentos, a dinâmica já em andamento, em função do orçamento apertado”, pondera, dizendo que o município tem sentido a redução dos repasses federais.
Pesquisa Serpes contratada pela Associação Comercial e Industrial de Anápolis (ACIA) e publicada pelo POPULAR no dia 24, mostrou que 78,6% da população aprova a administração de Antônio Gomide. Mas, apesar da boa avaliação, a cidade enfrenta problemas na área da saúde, como a maioria dos municípios.
A pasta foi apontada como a mais deficitária da gestão e a que precisa de ações mais urgentes. “Saúde ainda é um gargalo pra gente, como em todo o País. Temos alguns problemas, como o atraso na inauguração da Unidade de Pronto Atendimento (UPA)”, pontua o vereador oposicionista Fernando Cunha (PSDB), que garante que a bancada faz “oposição responsável” ao prefeito. “Cobramos do prefeito aquilo que não esteja de acordo com as necessidades da população”.
O petista considera que saúde, segurança e trânsito são os desafios desse novo mandato. “Na saúde, entregamos no próximo mês um Cais 24 horas e até outubro entregamos a UPA. Alguns equipamentos já chegaram, estamos aguardando o restante. Criamos a Assessoria Especial de Segurança, para dar apoio nessa área” diz, elencando as ações do primeiro semestre de sua segunda gestão.
Aparecida de Goiânia
Também reeleito para o seu segundo mandato, o prefeito Maguito Vilela (PMDB) considera que asfalto é seu maior desafio. Segundo ele, no primeiro semestre foram abertas 20 frentes de trabalho para pavimentação em diversos setores, mas sabe-se que ainda faltam muitos bairros. “Estamos priorizando saúde e educação”, justifica.
“Há 43 creches em construção, quatro delas serão entregues nos próximos 60 dias. Também construímos duas praças, que serão entregues em breve, com ginásios, bibliotecas, salas de cultura”, diz. Os recursos vêm do governo federal. “Maguito tem boa circulação em Brasília e tem trazido recursos para a cidade, como nunca recebemos. Mas ainda há muita coisa pra ser feita “, comenta o vereador oposicionista Manoel Nascimento (PSDB).
“É um governo de continuidade e por isso as áreas que não iam bem até o ano passado continuam não indo bem”, pondera o vereador, que diz que a saúde “continua não funcionando”. “ Sabemos que as dificuldades são realidade em todo o país, mas Aparecida tem condições de oferecer um serviço melhor”, avalia Nascimento.
Maguito diz ter conseguido liberação de grande volume de recurso para a saúde, principal gargalo da administração. “Vai nos permitir construir 10 Unidades Básicas de Saúde (UBS), todas já iniciadas; duas Unidades de Pronto-atendimento (UPAs), que estão em processo de licitação, e um hospital, que terá o dobro da capacidade de atendimento do HUAPA”, garante.
Catalão
Palco de embate histórico entre PMDB e PSDB, Catalão se divide entre simpatizantes de um e outro partido. Se, de um lado, a oposição diz que faltou ação nos seis primeiros meses, o prefeito garante que já promoveu melhorias e iniciou o cumprimento de “praticamente todos” os seus compromissos de campanha.
Na contramão da maioria dos municípios, Sebba afirma que já conseguiu realizar diversos investimentos com recursos próprios e auxílio do governo estadual. Na saúde, diz que conseguiu dobrar o número de atendimentos no pronto-socorro da Santa Casa e que os distritos receberão plantonistas. “Os problemas não estão totalmente resolvidos, mas houve uma melhora considerável”, avalia.
Vereador de oposição, o peemedebista Deusmar Barbosa diz que não viu melhorias nos primeiros meses. “Quando assumiu, o prefeito pediu um prazo para colocar as coisas em ordem. Passaram os meses e a prefeitura está parada”, pontua. “Se sair perguntando vai ver que a popularidade dele caiu. Não está bem administrativamente. Trouxe secretários de fora, que não conhecem a cidade, e aí as coisas não andam”, opina.
Das promessas de campanha, Jardel diz que já colocou as creches para funcionar nas férias e estendeu o horário de funcionamento e regularizou terreno para a construção de 1.850 casas, entre outras ações. “O transporte coletivo ainda é um desafio. Prometi resolver o problema, mas esbarramos em questões jurídicas. Existe um contrato com a empresa que explora o serviço, e este contrato não pode ser quebrado”, justifica.
Goiânia
O SEMESTRE NÃO FOI FÁCIL NA CAPITAL. PROBLEMAS NA SAÚDE, TRANSPORTE E TRÂNSITO DOMINARAM O DIA-A-DIA DOS GOIANIENSES, QUE FORAM ÀS RUAS EM MANIFESTAÇÕES QUE PRECEDERAM A ONDA DE PROTESTOS DEFLAGRADA EM TODO O PAÍS. AS DIVERSAS REPORTAGENS PUBLICADAS PELO POPULAR MOSTRARAM O CAOS DA PASTA. FALTAM MÉDICOS, ESPECIALIDADES, ATENDIMENTO, LEITOS, MEDICAMENTOS E ATÉ MATERIAL BÁSICO.
Para melhorar o setor, o prefeito Paulo Garcia diz que preparou, nos últimos meses, e vai anunciar no início da próxima semana, pacote de medidas “com vistas à humanização e melhoria do atendimento nas unidades de saúde ”. Na avaliação do semestre, o prefeito diz que não sentiu tanta dificuldade administrativa no período. “Enfrentamos dificuldades previsíveis e aguardadas para um grande conglomerado urbano como é Goiânia. Passamos o primeiro semestre dando início aos projetos de campanha. Temos dificuldades de recursos, mas mesmo assim, considero que tivemos avanços”, diz.
Paulo diz que a prefeitura focou os trabalhos em melhorias no transporte e aponta ações como a instituição do Ganha Tempo, do passe livre estudantil e a criação do Conselho Municipal de Transporte Urbano. Também cita o polêmico corredor exclusivo da T-63 como avanço na melhoria do trânsito e a construção dos viadutos da avenida Araguaia – cuja obra está em atraso – e da marginal Botafogo, que, diz, devem ser entregues em breve.
“Vamos concluir o corredor exclusivo da T-63 com recursos próprios”, comenta, ao adiantar que apresentou ao governo federal um projeto executivo que, se aprovado, trará recursos para iniciar ainda neste ano outros seis corredores. “O projeto executivo do BRT ficou pronto e já devemos dar início ao processo de licitação”, argumenta.
Na oposição, o vereador Geovani Antônio (PSDB) diz que não vê melhorias práticas nas ações do prefeito. “Ele não está dando conta nem dos serviços básicos, como coleta de lixo e entulho, operação tapa-buraco. A saúde está um caos. É uma gestão de improviso, sem planejamento. Honestamente, não consigo destacar nem um único ponto positivo que possa ser apontado nesses primeiros meses de gestão”.
ITUMBIARA
A cidade é uma das que elegeu candidato de mesmo grupo político do gestor anterior, dando continuidade à administração. Francisco Domingues (PTB) foi vice de José Gomes (PP) nos últimos oito anos e usufrui da boa avaliação de seu antecessor. Sem resistência na Câmara, Chico Balla, como é conhecido, diz que conhece bem a cidade e que isso contribui para a administração.
“Quero priorizar a saúde. Posso dizer que a população daqui não fica sem atendimento, mas não é satisfatório. Há o que melhorar ainda. Planejamento urbano, mais especificamente trânsito, também é minha preocupação. Passamos os primeiros meses promovendo adequações, reduzindo despesas, planejando. A verdade é que as cidades crescem, as demandas aumentam muito e o dinheiro só diminui. Temos perdido muito recurso do governo federal e isso é o que mais dificulta a administração”, resume.
Um dos poucos vereadores da oposição, Cristiano Rodrigues (PT) diz que o prefeito “tem ido bem”. “De modo geral tem sido uma boa administração. É continuidade do governo passado, então está conseguindo entregar muita coisa para a população”, diz. Ele faz coro com o prefeito sobre problemas na saúde. “Falta médico, estrutura e às vezes até material. Saúde aqui sempre precisa ser melhorada. Mas, fora isso, não temos grandes problemas na cidade”, avalia.
Jataí
Humberto Machado (PMDB), reeleito e com boa avaliação da população, comemora o fato de a prefeitura estar em “posição confortável” financeiramente. “As finanças estão organizadas, as contas em dia. Demos início às promessas de campanha”, garante. Como demais prefeitos, sua principal preocupação é a saúde e ele garante que tem tentado levar o curso de medicina para a cidade, além de residências médicas, para aumentar o número de profissionais no setor. “Não posso dizer que nossa saúde é excelente, mas temos o melhor desempenho da região”, defende-se. Ele conta que o município pleiteia recurso federal de R$ 10 milhões para ampliação do hospital municipal.
Aproveitando o dinheiro em caixa, Humberto diz que vai dar início às obras do aeroporto, no próximo mês, enquanto o recurso não é liberado pelo Executivo federal. “Estamos preparando a terraplanagem com recursos próprios. Faço questão de entregar esse aeroporto até o final dessa gestão”. O prefeito também cita a entrega de 20 salas de aula como realização desta gestão.
O vereador Vinícius Luz (PSDB) diz que, apesar da boa condição financeira, o ritmo de obras desacelerou em relação ao ano passado. “Havia expectativa de reabertura do hospital, mas não ocorreu e pelo jeito ainda deve se arrastar. Há uma fila grande para cirurgias eletivas e exames”, resume.
Luziânia
A cidade tem uma peculiaridade: o grupo político que está no poder é composto por prefeito aliado ao governo estadual – Cristóvão Tormin (PSD) – e vice-prefeito do partido da presidente Dilma Rousseff (PT), o que, na teoria, deve facilitar a obtenção de recursos em ambos os governos. Mas, de acordo com o prefeito, a cidade não tem certidões negativas de débitos necessárias para pleitear recursos junto aos governos. “Encontramos a cidade em estado de calamidade. As irregularidades têm dificultado as parcerias”, diz ele, que criou a Secretaria do PAC de olho nos recursos do governo federal.
De acordo com a oposição, a população tem reclamado muito da nova gestão. “Criou-se uma expectativa muito grande a respeito da nova gestão e os benefícios ainda não chegaram à porta da população. A saúde, por exemplo, está muito ruim. O prefeito prometeu colocá-la para funcionar em três meses e até hoje nada foi feito”, diz o vereador Télio Rodrigues (PSDB).
Tormin justifica a “desaprovação”. “Os primeiros meses foram de muita dificuldade, de corte de gastos e é claro que isso não agrada a população, que quer respostas imediatas. Mas não dá, precisamos planejar. Acredito que a partir desse segundo semestre, quando as obras começarão a aparecer, a avaliação deve melhorar”. Ele diz que o município já conquistou para diversas áreas, que devem ser liberados e as obras iniciadas ainda nesse semestre.
Rio Verde
Apesar de ter sido reeleito, Juraci enfrenta dificuldades dentro do próprio grupo político local, desde o início do novo mandato, quando seu candidato a presidente da Câmara foi derrotado por outro da mesma coligação. Além disso, recentemente o prefeito anunciou medidas impopulares para contenção de gastos, afirmando que o município passa por grave dificuldade financeira. Até mesmo o tradicional desfile de aniversário da cidade foi suspenso pelo prefeito, que vê sua popularidade cair.
População tem reclamado da saúde, principalmente, e de obras inacabadas – mesmo as prometidas para o primeira mandato. Nos primeiros meses houve intensa troca de secretariado, afastados para investigar denúncias feitas pela oposição. “A realidade é caótica em Rio Verde e o prefeito se mantem inerte. Ele maquiou a realidade da cidade durante a eleição e agora não consegue manter aquilo que criou”, brada a vereadora Lúcia Batista (PT). “Ele reclama que falta recursos, mas todos sabem que Rio
Verde tem uma arrecadação alta. Só agora, em junho, ele conseguiu licitar medicamentos”, reclama.
A reportagem tentou falar com o prefeito na prefeitura, em seu celular e por meio de assessores, durante vários dias, mas o prefeito não atendeu às ligações e a assessoria informou que ele não se manifestaria.
Senador Canedo
Misael Oliveira (PDT) foi eleito com o apoio do grupo do ex-prefeito Vanderlan Cardoso (PSB). Chegou a declarar, em sabatina realizada pelo POPULAR antes da campanha, que a cidade tem “a melhor saúde do Estado, mas nada que não possa ser melhorado”. Passados os primeiros meses, o discurso continua o mesmo, ainda que a população reclame de aspectos pontuais da pasta. A cidade tem um único vereador eleito por partido oposicionista, que não faz oposição administrativamente, facilitando a condução da gestão.
“Foi um semestre dentro da normalidade. Tenho dado continuidade ao bom trabalho que já vinha sendo desenvolvido. Peguei a casa em ordem, com as contas em dia, e me dediquei a preparar o terreno”, resume. “Tivemos alguns engastalhos, a burocracia amarra muito a administração. Mas com certeza teremos motivos para comemorar no final do ano”, garante ele, sem listar realizações do primeiro semestre. Segundo ele, nos próximos meses a gestão “começará muitas obras, muitas licitações estão encaminhadas”.
“Cumprimos todas as metas fiscais desse primeiro semestre. Por isso, vejo de forma positiva esses primeiros meses. Sei que há ansiedade da população para ver grandes obras, mas é precso planejamento”, diz, justificando as poucas realizações perceptíveis para a população.
Trindade
Jânio Darrot (PSDB) foi um dos prefeitos que “pegou a cidade desorganizada”. Mas, diferente de outros gestores na mesma situação, o tucano encontrou apoio na oposição, que aponta dificuldades de maneira mais sutil. “Encontramos a prefeitura em uma situação difícil. Havia dívidas com a Previdência Social, com a Celg, com fornecedores. Os serviços básicos estavam paralisados, a cidade bastante danificada na parte de infraestrutura. Conseguimos colocar ordem nessas questões e a cidade já tem uma aparência melhor”, diz.
A cidade está organizada e o prefeito tem anunciado frente de trabalho. Mas tenho medo de acontecer como na gestão passada, que não concluiu as obras prometidas”, resume o vereador Erik Cotrim (PSDC). “De modo geral o prefeito tem trabalhado bem. Muita coisa melhorou, mas ainda estamos deficientes na saúde”, completa o vereador Roni Ferreira (PDT).
Jânio diz que já conseguiu reformar e equipar o Hospital de Urgências da cidade, mas que ainda faltam médicos. “Temos corrido atrás, mas não está fácil encontrar profissionais para nossos Programas de Saúde da Família (PSFs)”, conta. Segundo ele, há três CMEIs estão em licitação e negociação com a CMTC para a escolha do novo local do terminal rodoviário.
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Imas
Instituto vai credenciar mais médicos
O Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia (Imas) realizará nos próximos meses processo seletivo para credenciamento de pessoas físicas de diversas áreas da saúde. Edital será lançado no próximo dia 14 de agosto, e visa à contratação de médicos de diversas especialidades, a partir de janeiro.
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Alerta
Novo surto de dengue em outubro
Malu Longo
Apesar da chegada da estiagem, a dengue continua preocupando as autoridades de Saúde. Em Goiânia, o número de notificações até semana 30 de 2013 chega a 56.706 casos, com uma incidência de 4.251 por 100 mil habitantes. No ano passado foram registradas 13.046 notificações de dengue no município, com incidência de 978 por 100 mil habitantes. Dos 35 óbitos notificados em 2013, dez foram confirmados até o momento. Foi este ano, no início de março, que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) registrou o maior número de casos desde 2001 e um novo pico da doença é aguardado para o início das chuvas.
“Apesar do esforço das autoridades e da própria população, estamos esperando um alto índice de notificações da doença a partir de outubro. Nesse momento, com a estiagem, a incidência é baixa, mas por causa da circulação do vírus 4, estimamos ainda em 600 mil pessoas susceptível à doença na capital”. Foi o que informou ao POPULAR o titular da SMS, Fernando Machado.
EPIDEMIAS
Nos últimos dez anos, em Goiânia, houve uma alternância de sucessivas epidemias com decréscimo do número de casos.
A partir de 2008, com a circulação viral simultânea dos tipos 1, 2 e 3 as notificações aumentaram. Com o diagnóstico do primeiro caso com isolamento viral para o tipo 4, em novembro de 2011, o cenário da doença ficou ainda pior. Em 2013, 60% dos registros de casos de dengue são do tipo 4.
Para efeito de comparação, o ponto alto da epidemia de dengue, em pleno período chuvoso, ocorreu na semana 9 deste ano, com 4.772 casos notificados. A semana 30, na temporada de estiagem, foram registrados 128 casos.
Vacina deve ficar pronta só a partir de 2015
Para Fernando Machado, a dengue só será totalmente combatida com a vacina, mas por enquanto ela continua em desenvolvimento. São vários os estudos no mundo para chegar a uma vacina capaz de impedir a doença, um dos mais avançados está a cargo do laboratório francês Sanofi Pasteur que conta com um amplo programa mundial de estudos clínicos, envolvendo 45 mil participantes em 15 países. Goiânia integra esses estudos. Depois de 20 anos de desenvolvimento, a vacina da Sanofi Pasteur, do ponto de vista clínico e industrial, é a que está mais avançada, já entrando na fase final de ajustes para chegar ao mercado. A expectativa, conforme o laboratório, é que isso ocorra até 2015.
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Violência sexual
Entrega de pílula causa polêmica
Brasília – Mesmo após manifestações contrárias de grupos religiosos, a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, negou ontem, que haja algum impasse no projeto que obriga os hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) a prestar atendimento emergencial e multidisciplinar às vítimas de violência sexual. O projeto prevê a distribuição das pílulas do dia seguinte às vítimas de estupro e vem sendo chamado de profilaxia da gravidez.
A presidente Dilma Rousseff tem até esta quinta-feira, 01, para sancionar a matéria. Ainda há dúvidas sobre vetos no trecho que regulamenta o uso da pílula do dia seguinte em mulheres que engravidaram após estupro. “Não estamos percebendo nenhum impasse que atrapalhe a discussão de direitos da população”, afirmou a ministra ao final do lançamento do Fórum Mundial de Direitos Humanos.
Maria do Rosário negou também que haja divergências entre os auxiliares da presidente Dilma sobre a proposta. “Essa diferença não foi apresentada nas reuniões de trabalho que debateram a regulamentação deste tema”, afirmou.
O ministro Gilberto Carvalho também afirmou nesta quarta-feira que não “há divergência” entre ele a ministra Gleisi Hoffmann sobre o polêmico projeto de lei que trata do atendimento a vítimas de violência sexual.
Gleisi recebeu semanas atrás, no Palácio do Planalto, lideranças religiosas que pedem vetos ao projeto de lei – o trecho que mais encontrou resistência entre religiosos trata da obrigação dos hospitais de prestarem serviço de “profilaxia da gravidez” a vítimas de estupro, o que, na visão de entidades, abriria brechas para aborto.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Medicina sem médicos
PIETRO BOTTURA
R$ 2 é quanto cada médico ganha por consulta no SUS e 30% foi a taxa de demissão de profissionais que trabalharam no sistema nos últimos 5 anos. Esses e outros dados foram citados pelo psiquiatra Marcelo Caixeta, um dos manifestantes que ocuparam, ontem, o Paço Municipal reivindicando mudanças para os médicos brasileiros. A aglomeração, que contou com cerca de 100 pessoas, serviu como forma de tornar pública a desaprovação em relação aos vetos no Ato Médico, ao programa Mais Médicos e à liminar que obriga o estudante de Medicina a cursar 2 anos a mais de faculdade realizando residência para o SUS.
Para Salomão Rodrigues, 67 anos, médico e presidente do Conselho Regional de Medicina de Goiânia (Cremego), “obrigar um profissional a estudar mais 2 anos sem poder escolher seu local de trabalho é retomar um regime abolido pela princesa Isabel, chamado escravidão. Constitucionalmente, há o direito de liberdade profissional, seguindo a lógica de mercado. O profissional tem o direito de escolher onde trabalha”, defende o médico, que durante a entrevista comemorou com um colega o fato de Mercadante ter supostamente apoiado o fim da extensão do curso há 3 dias, atendendo às manifestações.
O entrevistado ainda afirmou que “é um direito da população regulamentar a Medicina, já que o Brasil é um dos únicos lugares no mundo onde uma profissão tão antiga ainda não tem regulamentação própria e não médicos podem trabalhar como médicos”. Rodrigues também afirmou que é preciso que se aprove o Ato Médico integralmente, pois permitir que paramédicos, enfermeiros e outros “não médicos” realizem diagnósticos e cirurgias seria o mesmo que “colocar médicos para projetar e construir pontes, algo que não aprenderam em seus estudos”.
A manifestação ocorreu em apoio ao movimento nacional por mudança da saúde pública, contestando “medidas do governo federal que estão criando dois sistemas de saúde: um para os pobres, onde não é preciso nem ser médico para atender pessoas e realizar diagnósticos, e outro para pessoas com condições financeiras para terem planos ou atendimento particular, onde há medicina de ponta, mundial”, afirma Rodrigues. Para ele, “é preciso melhorar o SUS, que é perfeito no papel, mas que na prática não cumpre suas funções pela falta de investimento. É um sistema caótico e a culpa por esse caos está sendo atribuída aos médicos, que não são culpados pela falta de infraestrutura e batalham por melhorias”, justifica.
Em prol do povo?
Para Caixeta, o Brasil tem um “governo esquerdista e estadista, que tem raiva de quem estudou. O SUS não dá condição para o médico trabalhar. Eu mesmo administro um hospital que foi reconhecido como um dos melhores do Brasil, mas vou ter que fechá-lo e partir para a iniciativa pública por falta de recursos. Doentes mentais estão morrendo nas ruas e todos veem isso, viciados em crack invadem nossas casas porque não têm suporte, onde se tratar”, acredita o psiquiatra. Ainda chamou de comunista o Estado por achar que “o SUS funciona num modelo arcaico, sem hierarquia, e muitas vezes um paramédico ou enfermeira tomam o controle da situação e impossibilitam o médico de fazer o que estudou para fazer. Sou funcionário público e sou massacrado no meu emprego, estamos desmoralizados. O governo quer destruir a classe média e transformar o País na Venezuela. Caímos na armadilha de perguntar ao povão o que acham dos médicos. Querem criar um sistema onde há Medicina sem médicos”, declarou.
Para inglês ver
Também foi defendida a anulação da medida que visa trazer médicos estrangeiros ao Brasil, não pelo fato de serem estrangeiros, mas sim porque o governo não pretende utilizar, até o momento, uma prova de revalidação de diploma para esses profissionais, atestando sua aptidão para o trabalho. “O SUS não teria chegado a ser lei se há 23 anos não tivéssemos lutado por isso, mas o governo de Dilma e Lula nos ignora há 10 anos e agora surge uma medida provisória, simplista e eleitoreira, que torna o médico num vilão”, bradou um dos manifestantes.
Também serviu de argumento o fato do Brasil ter mais de 400 mil médicos (2,2 para cada habitante, de acordo com os manifestantes), o que seria “mais do que o Chile e o Canadá têm, países com uma Medicina exemplar, baseada nos moldes da Inglaterra, exemplo na área”, afirmou Caixeta. Para ele e os demais presentes, o que falta é infraestrutura e planos de carreira para empregados do Estado. Assim, para os presentes, trazer médicos estrangeiros sem fazê-los passar por uma prova seria diminuir a qualidade da área e aumentar a concorrência profissional. “Dilma acha que não é preciso de provas para garantir que o atendimento desses médicos seja bom, mas quem aqui não precisou fazer provas? Uma prova é muito? Quantas provas vocês fizeram para se tornarem médicos?”, questionou Caixeta do alto do carro de som, sendo respondido com aplausos.
O grupo, uniformizado, vestia camisas brancas com os dizeres “Médicos do Brasil, em luta por uma saúde pública de verdade”. Para um deles, o infectologista Rogério de Melo, 34 anos, “é preciso a derrubada dos vetos e revisão da regulamentação da profissão. Além disso, a obrigatoriedade da manutenção da revalidação do diploma de médicos estrangeiros, que já acontece atualmente mas não será aplicada aos médicos cubanos. Ainda buscamos a implementação de concursos públicos e planos de carreira para médicos em locais onde há carência, sejam eles distantes da capitais ou não, para que os médicos sintam estabilidade no exercício da profissão”. Sobre a pequena quantidade de manifestantes, alegou que “infelizmente alguns dos colegas não puderam participar, para poder manter o sistema de saúde funcionando”.
Após a manifestação, representantes do movimento entraram em reunião com o prefeito Paulo Garcia, no próprio Paço Municipal. O prefeito ouviu os manifestantes e prometeu tomar medidas de apoio ao movimento.
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Justiça Federal rejeita pedidos contra programa Mais Médicos
A Justiça Federal no Distrito Federal rejeitou, ontem, dois pedidos de entidades médicas para anular parte do programa Mais Médicos. Para a juíza substituta da 22ª Vara Federal, Roberta do Nascimento, a medida provisória editada pelo Executivo não afronta as leis do País. Ela também pontuou que supostas inconstitucionalidades só podem ser discutidas no Supremo Tribunal Federal (STF).
As ações civis públicas foram apresentadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam). As entidades argumentaram que o Mais Médicos violou tanto a Lei de Diretrizes e Bases, ao dispensar a revalidação do diploma estrangeiro no Brasil, como a regra da resolução do CFM que exige proficiência em língua portuguesa atestada por diploma.
As entidades também entenderam que a medida provisória afrontou a Constituição ao criar uma subcategoria de médicos vinculados exclusivamente ao programa, impedindo o livre exercício da profissão. A juíza não descartou possibilidade de afronta à Constituição, mas considerou que somente o Supremo Tribunal Federal tem competência para fazer esse juízo, por meio de ação de inconstitucionalidade.
“O conteúdo da medida provisória pode ser contrário ao das leis, mas não às regras e princípios da Constituição”, relatou a magistrada. Quanto às supostas violações à legislação comum, a juíza destacou que as medidas provisórias têm força de lei quando editadas, revogando disposições anteriores que conflitem com elas.
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Governo dá marcha à ré no programa Mais Médicos
Proposta de extensão do curso de Medicina em mais dois anos foi abortada
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou ontem que o governo decidiu alterar um dos pontos do programa Mais Médicos: o que previa a ampliação de seis para oito anos do período de graduação em Medicina – nos dois anos extras eles teriam de prestar serviços no Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com o ministro, o governo decidiu acatar a proposta de comissão de especialistas que analisa o programa. Pela proposta, os dois anos extras serão aproveitados como residência médica, que tem caráter de especialização e atualmente não é obrigatória. Com isso, os estudantes de Medicina não ficariam impedidos de se formar após os seis anos de curso.
Se prevalecesse a proposta original do programa Mais Médicos, a formação em Medicina poderia durar até dez anos: oito de graduação (obrigatórios) e dois de especialização (residência médica).
Segundo a nova proposta, os médicos recém-formados farão a especialização durante a residência médica, como atualmente, mas, no primeiro ano, a atuação será necessariamente no setor de urgência e emergência de uma unidade do SUS. No segundo ano, o recém-formado atuaria na área de especialização que escolheu.
“Isso (a proposta de que os médicos recém-formados atuem na urgência e emergência do SUS durante a especialização) dialoga com a medida provisória e criou uma unanimidade entre todos os diretores de faculdades, a Associação Brasileira de Educação Médica e a comissão de especialistas. Houve unanimidade neste entendimento, e a gente acolhe isso de forma muito positiva”, disse o ministro após reunião sobre o programa Mais Médicos com reitores de universidades federais e entidades de Medicina no Ministério da Educação.
O ministro Mercadante afirmou que o governo pretende assegurar, até 2017, acesso a bolsa de residência médica para todos os estudantes formados em Medicina. Segundo a assessoria do Ministério da Educação, quando as bolsas estiverem disponíveis, a residência médica passará a ser obrigatória.
OBRIGAÇÃO
De acordo com a assessoria, ainda não há uma definição sobre os casos de médicos recém-formados que optarem por fazer clínica geral e decidirem não se especializar. Não se sabe se, nessa hipótese, o recém-formado faria somente o primeiro de residência em um setor de urgência e emergência do SUS ou se teria de cumprir os dois anos.
A obrigatoriedade de prestação de serviços por dois anos no SUS era um motivos de crítica das entidades médicas ao programa Mais Médicos, do governo federal.
Após negociar a alteração de parte das regras do Mais Médicos com os dirigentes das universidades, Aloizio Mercadante disse que irá levar a nova proposta ao relator da medida provisória na comissão especial que está sendo criada pelo Congresso Nacional para analisar o projeto.
Segundo o ministro, a última palavra sobre a proposta de incorporação dos novos médicos ao SUS no período da residência médica será do Congresso.
“Quem vai decidir, evidentemente, ao final do processo, é o Congresso Nacional. E vamos imediatamente abrir essa discussão no âmbito do Conselho Nacional de Educação”, afirmou.
REPERCUSSÃO
A decisão do Ministério da Educação em desistir de estender o curso de graduação em Medicina para oito anos agradou a reitores e diretores de faculdades. José Otávio Costa Auler Júnior, diretor em exercício da Faculdade Medicina da Universidade de São Paulo (USP), disse que a decisão do governo de revogar o aumento de oito para seis anos do curso de Medicina foi uma “atitude sensata.”
“O que o governo tinha proposto é impraticável (ampliar o curso de graduação de seis para oito anos). A maioria das faculdades ia estender o curso, mas não teria a infraestrutura necessária.”
Segundo Auler Júnior, a USP fará uma reestruturação do curso. Nos primeiros três anos, o estudante fará o ciclo básico, e nos três restantes, o internato, com a parte prática. “Haverá uma prática mais intensa para aumentar a exposição do aluno em programas de atenção básica”, afirmou.
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JORNAL OPÇÃO
Médicos se manifestam em frente à Prefeitura de Goiânia
Profissionais paralisaram os atendimentos pelo SUS em ato nacional
Thiago Burigato
O Paço Municipal foi alvo do segundo dia de protestos contra os vetos à lei que regulamenta a Medicina no país e o programa Mais Médicos. Dezenas de profissionais da categoria estiveram reunidos em frente à sede da Prefeitura de Goiânia reivindicando melhores condições de trabalho, a exigência do Revalida para médicos do exterior que venham atuar no Brasil e a revogação da proposta de que os estudantes de Medicina sejam obrigados a trabalhar por dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS) antes de poderem obter o diploma.
A manifestação em Goiânia faz parte de um movimento nacional. A organização local esteve por conta do Comitê das Entidades Médicas de Goiás (Cemeg), formado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Associação Médica de Goiás (AMG) e Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego).
A situação dos serviços de Saúde em Goiânia vem sendo questionada há algum tempo por profissionais da área. Em janeiro deste ano, o Ministério Público Federal (MPF) instaurou inquérito civil público para investigar denúncias de falta de atendimento a pacientes, insuficiência de vagas e fraudes em folhas de ponto. No primeiro semestre deste ano, cerca de 400 médicos pediram demissão por conta de más condições de trabalho.
Nesta terça-feira (30/7), primeiro dia dos protestos, médicos de 18 Estados e do Distrito Federal paralisaram os atendimentos pelo SUS. A orientação passada é que atendam somente a casos de urgência e emergência.
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O HOJE
Novo dia de carência em postos médicos
Paralisação médica contra programa do governo federal
volta a afetar atendimento público. Pacientes seguem
na ponta frágil de embate
“Aqui a gente só é atendido se estiver morrendo.” A frase é do trabalhador rural Nilvado dos Reis Silva, 50 anos, ao se referir ao atendimento prestado pelo Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais) do Garavelo, em Aparecida de Goiânia, na tarde de ontem. Nilvado e milhares de pessoas estão sem atendimento desde terça-feira (30) devido à paralisação dos médicos que protestam contra as iniciativas do governo federal na área da saúde. A paralisação atingiria somente atendimentos eletivos e consultas marcadas, mas em muitos postos o serviço de urgência também foi afetado, levando pacientes graves a percorrerem hospitais em busca de atendimento.
A paralisação provocou o cancelamento de milhares de consultas no Estado. Por isso, a maioria dos Cais e hospitais públicos da capital permaneceu vazia na tarde de ontem, pois muitos pacientes tinham ontem conhecimento do movimento. No primeiro dia da paralisação, até mesmo os médicos que atendem pela rede privada e planos de saúde cruzaram os braços. No entanto, o atendimento particular voltou a se estabelecer ontem, quando as consultas já estavam previstas para serem realizadas.
O diretor administrativo do Cais Garavelo, Ataídes Texeira, explicou que, devido a paralisação, quatro clínicos que estavam trabalhando na tarde de ontem – nenhum deles pediatra – recebiam apenas pacientes graves com risco alto ou médio de morte. A triagem é feita quando a pessoa chega até a recepção da unidade de saúde e passa por uma análise onde os sintomas são avaliados. Caso não seja grave, mesmo com dores, o paciente é aconselhado a retornar para casa.
Nilvado, que está com um ferimento infeccionado no pé direito, reclama do atendimento no local. “Aqui é muito difícil. Estive internado por vários dias por causa desse machucado, mas se eles não constatarem que a gente corre risco de vida é impossível ser atendido”, disse. Apesar da dificuldade, ele conseguiu ser medicado e refazer o curativo.
A cabeleireira Leila Carvalho, 32 anos, lutou até conseguir atendimento médico para o filho Pedro Henrique Carvalho, 8 anos, que está com febre e manchas pelo corpo. “Primeiro fui ao posto de saúde do setor Alto Paraíso, em Aparecida de Goiânia, mas não consegui nenhum tipo de consulta.” Ela contou que os funcionários do posto de saúde encaminhou o filho para o Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa). “Como sabia que lá seria difícil conseguir alguma coisa, preferi ligar para constatar o que já sabia, não iria conseguir nenhum pediatra.”
Já cansada de percorrer em busca de socorro pelo filho, ela levou Pedro até o Cais Garavelo. “Mas lá não tinha pediatra”, reclamou. Do Cais Garavelo a mulher teve de ir até o Cais Novo Horizonte, onde enfim o filho foi avaliado por um especialista. “A suspeita é de dengue”, afirmou.
Na noite de ontem, uma assembleia era realizada pela categoria para se decidir o destino das mobilizações. Até o fechamento desta edição, o encontro ainda não havia sido concluído.
Prefeito realiza audiência com representantes
Após concentração de médicos em frente ao Paço Municipal, na tarde de ontem, representantes de entidades médicas foram recebidos pelo prefeito Paulo Garcia, que se comprometeu em manter interlocução com o governo federal para rediscutir a pauta de reivindicações da classe. Conforme a assessoria do Paço, Paulo Garcia informou aos representantes que já está marcada uma audiência com o ministro da saúde, Alexandre Padilha e que irá acompanhar a reunião agendada para o próximo dia 7 de agosto, em Brasília.
Deverão participar da audiência, o secretário de saúde de Goiânia, Fernando Machado e um representante de cada uma das três entidades médicas nacionais, Conselho Federal de Medicina (CFM), Sindicato dos Médicos (Simego) e Associação Médica Brasileira (AMB). A categoria paralisou o atendimento nos dias 30 e 31 em protesto contra o programa Mais Médicos, do Ministério da Saúde.
As entidades também entregaram ao prefeito texto com razões e contra-razões da Lei do Ato Médico. O movimento grevista também cobra mais investimentos e melhorias na infraestrutura da saúde pública pela União, Estados e municípios.
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PORTAL G1
Paralisação deixou 10 mil pacientes sem atendimento em GO, diz Simego
Segundo sindicato, 230 cirurgias foram remarcadas nos 2 dias de protesto.
Assembleia na noite desta quarta-feira vai decidir se movimento continua.
Durante dois dias de paralisação dos médicos da rede pública pelo menos 10 mil atendimentos deixaram de ser realizados e 230 cirurgias foram remarcadas em Goiânia. O cálculo é do Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego), uma das organizadoras da greve geral de dois dias que começou na terça-feira (30).
A previsão é de que a paralisação termine à meia-noite desta quarta-feira (31). No entanto, o presidente do Simego, Rafael Martinez, está marcada para esta noite uma assembleia geral para ratificar ou não a decisão. O encontro será na sede do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego). "A tendência é que a gente siga o movimento nacional, que deve encerrar a greve nesta quarta", afirma Rafael.
No segundo de interrupção do atendimento, cerca de 350 pessoas, segundo o sindicato, preotestaram na sede da Prefeitura Municipal de Goiânia . O foco principal das reclamações é o programa Mais Médicos, do governo federal, que prevê a contratação de médicos estrangeiros sem a revalidação do diploma e a extensão do curso em mais dois anos.
Eles ficaram no local por cerca de duas horas, das 15h às 17h. O presidente do Simego disse que o prefeito Paulo Garcia (PT) recebeu algumas lideranças da movimentação, inclusive ele. "Pedi para que ele entrasse na discussão com a presidenta Dilma Rousseff e ele se mostrou bastante solicito. Ele me passou que não tem uma resposta, mas que vai analisar nossas propostas", afirmou.
Paralisação
A paralisação teve início na terça-feira. Nos hospitais administrados pelo governo estadual, os profissionais que atuam no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), Hospital Materno Infantil (HMI), Hospital de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer) e Alberto Rassi (HGG) atenderam apenas os casos de urgência. Os eletivos foram remarcados. Nos demais, os atendimentos foram realizados normalmente, segundo a Secretaria de Estado da Saúde.
Somente casos de urgência e emergência foram atendidos. A medicina classifica como emergência os casos em que há ameaça iminente à vida, risco de lesão permanente e sofrimento intenso. São emergências aquelas situações em que há necessidade de tratamento médico imediato como, por exemplo, paradas cardíacas ou respiratórias. Já a urgência requer atendimento rápido, mas não necessariamente imediato. É o caso de cólicas renais e fraturas.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação