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O HOJE
SRTE-GO interdita depósito de lixo do Materno Infantil
“Havia lixo hospitalar misturado com lixo comum”. Interdição aconteceu após visita de auditores nesta manhã
terça-feira, 27 de agosto de 2013 | Por: Editoria
O depósito externo de lixo hospitalar do Hospital Materno Infantil (HMI) foi interditado após visita de auditores da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Goiás (SRTE-GO) ao local. A operação aconteceu nesta manhã de terça-feira (27).
“Havia lixo hospital misturado com lixo comum. O piso do depósito possui frestas por onde o lixo pode sair. O depósito externo, próximo da entrada do hospital, é cheio de pombos e pessoas trabalhando nas proximidades, além de outras coisas irregulares que foram encontradas pelos auditores da superintendência”, pontua Fagner Mariano Bites, do Serviço de Comunicação Social SRTE-GO.
De acordo com o órgão, a operação, que resultou na interdição da unidade de saúde, é uma parceria entre a Procuradoria do Trabalho em Goiás, Procuradoria da República e Gerência de Resíduos da Secretaria de Saúde do Governo do Estado de Goiás.
“Foram detectados riscos à saúde humana e ao meio ambiente, devido principalmente à falta de adoção de procedimentos técnicos adequados no manejo das diferentes frações sólidas e líquidas geradas, como materiais biológicos contaminados e objetos perfurocortantes, peças anatômicas, substancias tóxicas, inflamáveis e radioativas”, informa a superintendência.
Uma reunião, marcado para as 15 horas desta tarde, estava prevista na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego. O encontro entre a SRTE-GO, a diretoria do Hospital Materno Infantil e Secretaria de Saúde Estadual foi marcada para definir procedimentos a serem adotados após a interdição.
Em nota ao O HOJE, a assessoria de comunicação do Instituto de Gestão e Humanização, Organização Social responsável pela administração do hospital, relatou que “em conjunto com a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), está tomando todas as providências para atender prontamente as exigências feitas pela SRTE-GO para a desinterdição do local”.
“Medidas preventivas serão tomadas imediatamente, tais como a utilização de equipamentos de proteção adequados pelos responsáveis pelo manejo dos resíduos; e a revisão de procedimentos de rotina, como o estabelecimento de horários para transporte dos resíduos contaminantes. Também será apresentada uma proposta para a readequação da central de depósito dos resíduos, que se encontra defasada dada à estrutura física antiga do hospital”, informa a assessoria do IGH.
Fiscalizações
As fiscalizações, assim como a que aconteceu no HMI, é uma nova modalidade adotada pela superintendência regional e, segundo o órgão, essa nova metodologia permite identificar situações que possam oferecer riscos, doenças ou acidentes no local de trabalho.
De acordo com informações da SRTE-GO, apenas neste mês de agosto 112 hospitais do interior de Goiás já foram notificados. “Apesar das unidades de saúde contarem com Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA), Serviço Especializado em Engenharia e Segurança do Trabalho – SESMT e Comissão de Controle e Infecção Hospitalar CCIH, os trabalhadores da saúde não têm utilizados, na prática, procedimentos de segurança”, revela o órgão.
Conforme a superintendência, em aproximadamente 90% das unidades de saúde visitadas por auditores do SRTE-GO neste ano, foram encontradas irregularidades que afetam segurança e saúde. Do total, três unidades foram fechadas e mais de 100 autos infracionais foram emitidos.
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A REDAÇÃO
Prefeitura nomeia 127 médicos em Goiânia
Goiânia – A Prefeitura de Goiânia publicou, nesta segunda (26/8), edital de nomeação de 452 profissionais que foram convocados em junho deste ano.
Dos nomeados, 127 vão ocupar o cargo de médicos na rede pública de saúde, sendo 121 clínicos gerais e seis patologistas. A maioria deve ser lotada no plantão de urgências, onde há maior deficit de profissionais.
Os médicos nomeados têm 30 dias para serem empossados e começarem a trabalhar. O prazo é prorrogável por mais um mês.
Além do concurso público, outros 30 médicos, que aderiram ao Programa Mais Médicos, do governo federal, vão assumir suas lotações no dia 2 de setembro.
De janeiro até agora, a Prefeitura já abriu 860 vagas para médicos por meio de credenciamento e concurso público. Uma nova convocação está prevista e mais 188 médicos devem ser chamados.
O secretário municipal de saúde de Goiânia, Fernando Machado, informa que a Lei de Incentivo Especial ao desempenho de médicos, cirurgiões-dentistas e enfermeiros também começa a valer no dia 2 de setembro.
A Lei de Incentivo faz parte do programa Mais Trabalho, Mais Saúde lançado pelo prefeito Paulo Garcia no dia 10 de agosto, tem como principal objetivo aumentar o número de atendimentos do teleconsulta dos atuais 50 mil para 90 mil.
Outros profissionais
Dos 452 convocados no último concurso, 370 aprovados apresentaram a documentação exigida. Os demais não conseguiram cumprir o art. 20-A da Lei Orgânica do Município de Goiânia, que exige oito certidões negativas e outros comprovantes em cumprimento à Lei da Ficha Limpa.
Além dos médicos, outros profissionais de nível superior nas diversas categorias e profissionais de nível médio também foram nomeados. São 173 técnicos em saúde na área de enfermagem, 22 enfermeiros gerais, quatro assistentes sociais, 10 técnicos em autópsia e necrópsia, 11 técnicos em imobilização ortopédica e oito auxiliares de farmácia.
O POPULAR
Artigo – Para onde vão os crescentes tributos?
Insatisfação. No dicionário, significa falta de contentamento. Mas levada à realidade, a palavra traduz o que nós, médicos e toda a população brasileira, sentimentos perante a saúde pública no Brasil. Segundo o levantamento do Sistema de Indicadores de Percepção Social (Sips), divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mais de 70% dos brasileiros consideram o Sistema Único de Saúde (SUS) regular, ruim ou muito ruim. Apenas 28,9% dos entrevistados consideram os serviços prestados bons ou muito bons.
Longas filas, dificuldade em marcar consulta com especialistas e casos de atendimento ruim no SUS são os principais motivos que levam os brasileiros a buscar a rede privada. Segundo o Ipea, 40% dos que usam ou já usaram planos de saúde acham que o principal motivo para contratar o serviço é ter mais rapidez para fazer uma consulta ou exame.
De acordo com relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), o índice de insatisfação com a qualidade e o atendimento à saúde é maior no Brasil (46%) do que na América Latina, que em média gira em torno de 43%. O Brasil ficou na 108ª posição em satisfação com seu sistema de saúde, em comparação com 126 países de todo o mundo, analisados pelo Relatório de Desenvolvimento Humano 2013. O índice de aprovação brasileiro também é menor do que a média mundial, de 61%.
Países como Uruguai (77% de aprovação), Venezuela (75%), México (69%) e Bolívia (59%) consideraram os próprios serviços de saúde melhores do que a população brasileira. O Brasil perde em satisfação com a saúde também para países como Afeganistão (46% de aprovação), Serra Leoa (46%), Camarões (54%) e Senegal (57%). O líder do ranking é Luxemburgo, pequeno país europeu em que 90% da população disse aprovar os próprios serviços de saúde.
Uma pesquisa realizada pelo Ibope constatou que 61% dos brasileiros consideram a saúde como a área mais problemática do País, à frente da segurança e da educação. Além disso, segundo a pesquisa, o Brasil gasta cerca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) na saúde, o que representa um gasto per capita de 909 dólares. Esse valor é menor que os 3 mil dólares que as nações listadas como as melhores do mundo na área gastam.
O Canadá, um dos países da lista, gasta cerca de 8% do PIB em saúde e a despesa per capita é de 4,3 mil dólares. Embora pagos pelo governo, os médicos não são funcionários públicos. A maioria dos atendimentos financiados pelo sistema é oferecida na iniciativa privada, o que gera a não competição entre o sistema público e privado.
Nosso País está ficando para trás e estamos longe de conquistar o mínimo da qualidade exigida para um bom atendimento e melhoria de vida de toda a população. Mas, por quê?
Dados da Receita Federal afirmam que a carga tributária bruta do Brasil subiu para 35,31% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011, atingindo R$ 1,463 trilhão. É o maior patamar da série histórica desde 2002 e, em 2010, a carga tributária bruta havia ficado em 33,53%. No começo dos anos 1990, a carga tributária era de 24% do PIB. Para onde vão os altíssimos impostos pagos pelos brasileiros aos cofres públicos? São tributos e mais tributos que assustadoramente resultam em uma saúde degradante, educação e segurança fragilizadas e poucos incentivos aos campos culturais e esportivos. Algumas hipóteses nos passam pela cabeça.
Segundo estudo feito pelo coordenador da Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcos Fernandes, a perda de produtividade provocada por fraudes públicas no Brasil atinge a casa de 3,5 bilhões de dólares por ano. O prejuízo foi calculado com base em dados do Banco Mundial (Bird) sobre educação e investimentos de 109 países, além de índices de percepção de corrupção da organização não-governamental Transparência Internacional. São praticamente R$ 7 bilhões que poderiam ser investidos na saúde pública brasileira, em equipamentos, tecnologias, profissionalização e qualidade dos profissionais. Enquanto vivermos esta realidade, estaremos atrasados perante o mundo, e infiltrados em um buraco profundo que só nos levará ao subdesenvolvimento precário.
Prioridade significa investir. Gestor que não investe, não prioriza. O governo brasileiro seguramente não prioriza a saúde.
Rui Gilberto Ferreira é presidente da Associação Médica de Goiás
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Cartas dos Leitores – Médicos
Li com indignação, neste jornal, a carta de quem se espera bom senso e caridade. E, ao contrário, li uma mensagem do padre Francisco Soares, um sacerdote a vilipendiar uma classe que só procura defender a saúde de seu povo. Como se o padre Francisco jamais precisou ou vai precisar de um profissional que ele considera apoiado num pedestal.
O que é que tu fazes, Francisco, em Goianápolis, enquanto há tantos lugares sem padres e/ou que não os vêm há muitos anos? Por que desfrutas do conforto da cidade razoável e não pedes ao teu superior para estar entre os silvícolas ou vilas que ainda não possuem nem uma capela? Talvez possas ver por lá uma simples igreja de Assembleia de Deus.
Achas que a vinda de estrangeiros vem atender a uma urgência? Amigo, esta urgência existe antes de tu nasceres, e só agora, quando a juventude foi à rua, é que o governo apressou-se a remendar um problema que já deveria ter enxergado. Nada como uma eleição à vista! Os médicos não estão num pedestal, pelo contrário, apoiam seus pés sobre a areia movediça da irresponsabilidade de um governo déspota.
Muitos julgam entender os médicos ou a prática médica, sem que para isso tenham um mínimo de vivência ou conhecimento. Como exemplos temos um ministro da Educação, economista, que julga entender de ensino médico; um ministro da Saúde que possivelmente nunca viu um consultório ou atendeu em periferias; ambos abandonam o bom senso e as ponderações dos Conselhos de Medicina, para acompanhar uma autoritária presidente que de medicina só conhece o Hospital Sírio-Libanês. E agora um padre nos julga e nos aconselha descer do pedestal…
Dizes que com a vinda dos estrangeiros talvez os médicos brasileiros passem a trabalhar como profissionais que amam o Brasil. Como tu és injusto! Por acaso conheces o Crer ou o Hospital das Clínicas, para citar dois exemplos? Olhe, sou católico declarado, mas lamento que tu te cales diante de tanta corrupção, da pedofilia, da impunidade e dê lições sobre coisas que não entendes, como por exemplo casamento ou medicina. Se tu adoeceres, seja humilde e dê o exemplo: vá consultar com um dos médicos estrangeiros que tanto te sensibilizam ou então procure um Cais bem equipado. Tenha fé. Tua fé te salvará.
Heitor Rosa – Goiânia – GO
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação