Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 12/11/13

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

O POPULAR
Mais Médicos
Cuba: médicos incorporam 'internacionalismo proletário'
Angela Lacerda
O ministro da Saúde de Cuba, Roberto Ojeda, afirmou nesta segunda-feira (11), que os médicos cubanos contratados pelo Programa Mais Médicos não recebem o salário integral e nem podem trazer as famílias para acompanhá-los – como ocorre com os outros profissionais estrangeiros – com base numa formação que incorpora o "princípio do internacionalismo proletário" cultivado no país, que visa à colaboração.
"A saúde pública em Cuba tem um princípio incorporado que nós, em nossa formação, vamos acumulando em nosso sentimento e pensamento, que é o princípio do internacionalismo proletário", afirmou, em visita a um posto de saúde da família em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, ao lado do ministro da Saúde do Brasil, Alexandre Padilha, e da diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne.
"No caso particular de Cuba, não há contratação individual de médicos, há um convênio com a Opas e da Opas com o governo brasileiro, e no próximo dia 2 cumprimos a primeira etapa do programa, com 5,4 mil médicos cubanos", complementou. Ojeda destacou que cada médico cubano tem um emprego, um local de trabalho, salário e seguro social garantido, assim como saúde e educação gratuitos. "Enquanto eles trabalham em missões internacionais, o Ministério da Saúde de Cuba e o governo cubano se ocupam da sua família e de cada problema que possa surgir no período."
"Por isso, não falamos de exportação de serviços, falamos de colaboração, de integração", afirmou, ao lembrar o ex-presidente Fidel Castro: "Como já disse o líder histórico da nossa revolução, só se pode salvar a humanidade da morte com paz e colaboração e o que estamos fazendo é colaboração".
De acordo com o ministro da Saúde de Cuba, o país tem hoje convênios com 60 nações e três com a Opas, o que soma 45 mil profissionais colaboradores. O país tem a proporção de um médico para 137 habitantes. "Nos organizamos para que o profissional também tenha a oportunidade de cumprir missões internacionais."
Etienne não comentou as condições de trabalho dos médicos cubanos, diferente dos outros profissionais estrangeiros. "Não podemos abordar questões relativas ao quanto os médicos vão receber", disse. "É um assunto entre os médicos e o governo cubano." Ela disse que o protesto dos médicos nativos em relação a estrangeiros acontece em muitos países, mas "não no nível que ocorre no Brasil". Segundo Etienne, o Brasil é um exemplo de luta pelo melhor acesso universal à saúde. "Não é fácil, mas pode ser feito com vontade política e se a população fizer parte desse processo de decisão." A diretora da Opas e Ojeda participam do I Fórum Global de Recursos Humanos, promovido pela organização e o governo brasileiro em Olinda (PE).
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Câmara
Base apresenta proposta de piso de agentes de saúde
Deputados estão sendo pressionados a não apresentar projetos com impacto nos cofres da União
(FP)
Pressionados a evitar a aprovação de projetos com impactos financeiros, os líderes governistas da Câmara apresentaram ontem ao governo uma proposta alternativa para a fixação de um piso nacional dos agentes comunitários de saúde.
A ideia é que o piso seria aplicado apenas a partir de 2014, teria um valor de R$903 e não seria estabelecida uma política de reajuste anual na proposta.
A saída costurada pelos líderes foi debatida com os ministros Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Miriam Belchior (Planejamento) e deve ser levada hoje à presidente Dilma Rousseff.
A proposta cria o piso nacional para os agentes comunitários em saúde, profissionais que trabalham com a prevenção de doenças, sob supervisão do SUS. A proposta original estabelece um piso salarial de R$950 e uma política de reajuste. Atualmente, esse valor é repassado pela União, mas segue uma portaria do Ministério da Saúde, e muitos municípios não repassam o valor integral para os agentes.
O governo resiste ao projeto porque determina reajustes anuais de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e aumento real durante três anos com base na variação do Produto Interno Bruto (PIB).
A proposta dos líderes é que o governo repasse para os municípios R$1.012 – sendo obrigatório o piso de R$903 e o resto seria para cobrir encargos sociais. Uma política de reajuste seria discutida de 2015.
ALIANÇA
Um dos participantes da reunião, o líder do PROS, Givaldo Carimbão (AL), afirmou, ao final do encontro, que a cúpula do partido deve desembarcar nos próximos dias em Fortaleza para convencer o ex-deputado Ciro Gomes ser a indicação da legenda para a reforma ministerial esperada para dezembro.
Ciro e seu irmão, o governador Cid Gomes (Ceará), deixaram o PSB depois que a legenda decidiu pela pré-candidatura do governador Eduardo Campos (Pernambuco) ao Palácio do Planalto. Ainda não há definição de qual cargo o Pros pode ocupar no governo Dilma.
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DIÁRIO DA MANHÃ

Especialista diz que Brasil está atrasado em implantes cardíacos
Rio de Janeiro – Levantamento feito entre 2000 e 2010 pelo Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial (Deca), da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV) mostra que o Brasil está atrasado nos procedimentos de implantes de marcapassos, de ressincronizadores cardíacos e no uso de desfibriladores em comparação aos países da América Latina e do Caribe. Para a diretora do Deca, Stela Sampaio, o resultado “não é muito animador”.
O Registro Brasileiro de Marcapassos, Ressincronizadores Cardíacos e Desfibriladores (RBM) está completando 20 anos. Esta base de dados nacional disponibiliza informações sobre os procedimentos de estimulação cardíaca efetuados em todo o país.
A doutora Stela Sampaio disse que no Nordeste houve redução do número de implantes de marcapassos, sem que houvesse diminuição da população. “O Brasil é um país que coloca menos marcapassos que o Uruguai, a Argentina e vários países menores. Comparando com Europa e Estados Unidos, aí é que os números ficam mais significativos”, ressaltou.
De acordo com o Censo Mundial de Marcapassos e Desfibriladores, o Brasil implanta 190 marcapassos por 1 milhão de habitantes, enquanto, no Chile, esse número sobe para 216; na Argentina para 382; no Uruguai para 578; e em Porto Rico, para 606 marcapassos por 1 milhão de pessoas.
Nos Estados Unidos, o censo revela que o total de marcapassos implantados supera 765 por 1 milhão de habitantes. Já na França, na Itália e na Alemanha, o total de implantes de marcapassos alcança, respectivamente, 1.019, 1.048 e 1.267 por 1 milhão de cidadãos.
“A gente tem batalhado para que isso [a diferença] seja amenizado, mas os governos, os gestores de cada região, não são sensíveis à resolutividade de um problema que não é difícil [de resolver]”, ponderou Stela. Ela disse que existem médicos suficientes no país, bem como especialistas, inclusive em cidades do interior, mas não é liberada verba para que o problema dos pacientes possa ser resolvido. Isso faz com que muitos cardiopatas morram enquanto aguardam a liberação de nova verba para o implante.
A médica destacou a importância da implantação de marcapassos. Segundo ela, trata-se de um procedimento que “salva vidas e previne”. Ela esclareceu que além dos marcapassos convencionais, há outros tipos que melhoram a insuficiência cardíaca e evitam a morte súbita. “São tratamentos resolutivos. Não é um tratamento paliativo. A gente realmente consegue resolver o problema do paciente, melhorar a qualidade de vida, diminuir a mortalidade”. Stela Sampaio lamentou, entretanto, que muitos hospitais não apresentam capacidade de fazer procedimentos de alta complexidade, o que aumenta a fila de espera. “É um sofrimento para nós e para a população”.
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Morte de criança ainda é mistério
Médico que atendeu bebê diz que agiu de acordo com a necessidade. Mãe do garoto espera resultados de exames para saber causa do óbito
RAFAELA TOLEDO
“Eu só quero uma resposta. Meu filho morreu de quê?”, questiona Mara Lúcia. “Eu não quero prejudicar ninguém. Eu quero tentar entender. Porque eu não entendo. Meu filho não tinha nada. Eu não sei o que aconteceu. Quero que eles me expliquem. Porque eu só sei o que eu vi”, apela a mãe de Mateus Silva Araújo, de 1 ano e 6 meses, apontando para o momento em que a enfermeira injetou a droga, possível catalisadora da crise convulsiva do bebê.
O garoto morreu após uma série de atendimentos médicos na rede pública de Caldas Novas, município localizado a 160 Km de Goiânia. Os pais do menino suspeitam que houve erro médico.
O inquérito foi instaurado pela delegada adjunta de Caldas Novas responsável pelas delegacias da Mulher, da Infância e da Juventude, Tereza Daniela Nunes Ferreira Magri, e até hoje está paralisado devido à greve da Polícia Civil. “Eu mesma registrei o boletim de ocorrência (B.O.) e levei o ofício no hospital, solicitando a documentação relativa ao caso”, conta a delegada.
Ela explica que, após oficiar o hospital, aguarda a resposta para, a partir de então, começar a ouvir os envolvidos. “O exame cadavérico foi feito e deve ser enviado à delegacia no prazo de 10 dias. Entretanto em casos de laudo inconclusivo, o material é enviado para análise no IML de Goiânia. Pelo que eu saiba, não foi possível identificar a causa da morte no exame cadavérico, então o procedimento é este. Aguardar os exames que serão realizados em Goiânia. O que pode demorar porque a Capital atende todo o Estado”, avalia, lembrando que a demora deve ser agravada pela atual greve também aderida pelo IML no Estado de Goiás.
A delegada informa que em ofício ao PAI solicitou vistas ao prontuário de atendimento médico do menor, identificação da equipe de profissionais que acompanhou o caso e cópia de todos os exames que foram feitos por Mateus na ocasião.
A Secretaria Municipal de Saúde de Caldas Novas divulgou nota oficial no site da prefeitura na última sexta-feira (8), no dia seguinte ao óbito, informando abertura de processo administrativo para apuração da causa da morte de Mateus. Na nota, os eventos anteriores ao dia 6 são ignorados, bem como em nota de esclarecimento publicada pelo hospital e anexada no link da prefeitura. Entre os documentos relacionados no site e colocados à disposição do público consta a prescrição do médico Daniel, cópia dos exames de sangue e urina de Mateus, do prontuário médico e do boletim de enfermagem.
Para agravar a situação do hospital, no boletim da enfermagem consta data equivocada da internação do paciente. O fato não passou despercebido pelo G1, que publicou em matéria no site da organização no mesmo dia (8), chamando atenção para a falha técnica.
EXPLICAÇÕES
O médico que atendeu a criança, Daniel, receitou dipirona, ele explica que esta prescrição foi redigida por ele mesmo para conter a febre e a possível alergia apresentada na pele, respectivamente, e o último medicamento, só deveria ser ministrado no caso de a criança apresentar náuseas ou vômitos. “Não sei por que a enfermeira fez a bromoprida, se mais tarde a mãe me informou que não houve náuseas”, questiona.
Quanto ao fato de não estar diluída a dipirona, Daniel explica que para efeitos anafiláticos, tanto faz diluída ou não. Ele esclarece que a droga é dissolvida porque do contrário pode causar ardor e desconforto no paciente. Mas no caso de Mateus, esta alternativa é bastante improvável, já que a criança estava sob efeito deste medicamento desde o início do quadro febril, no final de semana.
Apesar desta possibilidade existir, o fato de a crise ter ocorrido exatamente em sequência da aplicação do medicamento gera muita dúvida e angústia. O próprio pediatra Daniel, conforme informou à equipe de reportagem do Diário da Manhã, orientou a família a solicitar exames no Instituto Médico Legal (IML). “Toda a minha conduta é preconizada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Eu sei o que eu fiz. Eu mesmo orientei a mãe a procurar um laudo pericial e acho que ao longo da investigação devem surgir novos fatos. Porque não tem justificativa médica para choque anafilático. Ele já tomava dipirona há 3 dias, de 6 em 6 horas, conforme o recomendado em literatura médica. A hidrocortizona – chamada pela enfermeira de vitamina – é um antialérgico, então não provoca alergia. A bromoprida estava numa dosagem muito baixa. Na minha experiência, acredito que houve algum problema na administração do medicamento. No momento da aplicação”, pondera o médico e acrescenta: “Ou erro na dosagem ou troca de medicamento”, sugere.
Bastidores
Entre o final do turno de Daniel, às 19h do dia 6, e sua volta pela manhã do dia 7, às 7h, outros profissionais ficaram responsáveis pelo caso. É o caso da plantonista  Nancy Maria Motore, que avaliou os exames de raio X e urina de Mateus, e resolveu manter a internação pela permanência da febre. Segundo relato do boletim de enfermagem daquela noite, duas enfermeiras também foram envolvidas no processo. A chefe de enfermagem Doraney dos S. Oliveira e outra profissional identificada como Daniela, apenas. Esta última seria a enfermeira responsável pela aplicação do medicamento que deflagrou a crise em Mateus às 6h, segundo boletim de enfermagem.
Tanto a plantonista quanto as enfermeiras e os médicos, anestesista e cardiologista, que foram envolvidos no processo clínico de Mateus,  foram procurados pela equipe de reportagem do Diário da Manhã no PAI, mas até o momento desta publicação, apenas o pediatra responsável pelo caso, Daniel Caldas, quis se manifestar. “Estou muito triste com esta fatalidade. Acho que depois dos pais, sou o mais interessado em saber o que aconteceu com o Mateus e quem é o culpado”, comenta.
Quando questionado sobre a ida de Mateus ao posto de saúde do domingo (3), o médico alega não se lembrar de ter atendido a criança na data, mas confirma a conduta de não ter pedido exames, apenas em função da febre que o menor apresentava. “Não me lembro, mas minha conduta seria esta mesma: medicar a febre e manter a criança em observação até  o surgimento de novos sintomas. A orientação da SBP para solicitação de exames apenas pelo quadro de febre é quando são pelos menos 3 dias de febre. Do contrário, só é pedido exame quando há outro tipo de alteração no exame físico”, explica. Conduta rechaçada também pela outra profissional da área consultada pela equipe do Diário da Manhã, segundo parâmetros da SBP.
O dia 3 é um ponto que merece observação nas investigações porque nem o médico se lembra de ter atendido Mateus na data, nem este evento aparece nas publicações da Secretaria de Saúde. Apenas Mara Lúcia, a mãe de Mateus, relata a visita ao pronto-socorro nesta data. A delegada Tereza afirma estar atenta a este fato. “Pedi a documentação no PAI do dia 3 ao dia 7 exatamente para contemplar os eventos anteriores ao dia 6, data da internação”, esclarece.
De acordo com o advogado criminalista Gutemberg Lucena, especialista em Direito Penal, todos os envolvidos podem responder pelo caso. “Os médicos, enfermeiros e até mesmo o hospital respondem legalmente pelo ocorrido. No caso do hospital ser público, como é o caso, quem responde é o município de Caldas Novas. Cabe indenização calculada com a média da expectativa de vida da criança e do valor geral aplicado para danos morais, na esfera da responsabilidade civil. Administrativamente, os profissionais podem ser responsabilizados chegando até à penalidade de suspensão de registro em ambos os casos, tanto para o médico quanto para a enfermeira, se houver condenação. Criminalmente, ambos também podem ser julgados por homicídio culposo – quando não há intenção de matar – na modalidade imperícia, se os laudos não excluírem esta possibilidade”, esclarece.
ENTENDA O CASO
Mateus Silva Araújo, 1 ano e 6 meses, começou a ter febre no final de semana. A mãe, Mara Lúcia da Silva Araújo, procurou o posto de saúde da cidade de Caldas Novas, o Pronto Atendimento Infantil (PAI), onde atendia o médico que já acompanhava seu filho, o pediatra Daniel Marcos R. C. Caldas (CRM-GO 12.195). Segundo a mãe, ele medicou a criança e orientou a mãe a observar a evolução do quadro. A suspeita era catapora e o prazo de retorno, terça-feira (5). A mãe só achou necessário voltar na quarta-feira (6), isso porquê Mateus desenvolveu uma irritação na pele que lembrava alergia, segundo relata. Entre a ida para o hospital e a morte de Mateus foram cerca de 16h. Neste período, apesar da internação e das febres reincidentes, a criança brincava, se alimentava e apresentava sinais físicos de normalidade, de acordo com depoimento da mãe. Por volta das 6h da manhã de quinta-feira (7), uma enfermeira entrou com três seringas. “Ela disse que precisava fazer mais uma dipirona. Eu vi que não estava diluída. Na hora ele estava no meu colo”, conta a mãe completamente desolada, informando que a criança ainda mamava no peito.
Ela explica que após a aplicação do primeiro conteúdo, Mateus já começou a se debater, mas a enfermeira, apesar de assustada, não deixou de aplicar as outras duas seringas. Mateus evoluiu para três crises convulsivas que culminaram no seu óbito. Mara Lúcia conta que quando questionou a enfermeira sobre o conteúdo das seringas, porque ela só reconhecia a prescrição da dipirona, medicamento adotado pelo pediatra Daniel desde o início do tratamento no domingo (3), ela respondeu que seriam “vitaminas”.
Greve empata investigações
Apesar de Goiás concentrar várias cidades do Entorno de Brasília entre as 90 cidades mais violentas do Brasil, de acordo com o Mapa da Violência de 2013 – Homicídios e Juventude no Brasil, divulgado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, há 8 anos a Polícia Civil não experimenta reajuste salarial no Estado, segundo a escrivã lotada em Caldas Novas, Vanilda Alves de Souza. Em face desta realidade, a corporação está numa greve que já dura 55 dias. Por conta desta paralisação, 67 mil ocorrências deixaram de ser registradas e o caso do menino Mateus permanece sem solução.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás, Silveira Alves, diariamente, pelo menos 1,2 mil casos deixam de ser registrados nas delegacias. Parados, cerca de 40 mil mandados de busca, apreensão e prisão sem cumprimento e 70 mil inquéritos. “Se não obtiver resposta, a paralisação vai continuar e a tendência é que haja uma radicalização maior do movimento”, informa o presidente.
Silveira conta que, na segunda-feira (11), era para chegar resposta para a classe já que um suposto almoço na Secretaria da Fazenda (Sefaz) seria decisivo para a causa da corporação. “Era para ter uma posição até o horário de almoço, mas até agora não tivemos resposta e teremos uma assembleia geral amanhã (hoje) às 14h”, comenta.
A escrivã Vanilda comenta que as investigações do caso do bebê Mateus estão paradas em função da greve. “Quem registrou o B.O. foi a delegada Tereza Magri”, comenta a oficial, contando que, além de registrar o boletim, a delegada redigiu e levou o ofício solicitando a documentação do caso ao Pronto Socorro Infantil (PAI) pessoalmente.
A entrevistada espera que a paralisação ainda fique mais grave após o dia 14, quando está marcada uma intervenção no Caldas Country. “Eu não sei o que vai acontecer, mas com a quantidade de pessoas que este evento movimenta, deve ter desdobramentos muito sérios a paralisação”, conjectura.
De acordo com Silveira, a intenção da polícia nesta intervenção não é apenas paralisar as atividades, mas impedir a realização da festa. “Pretendemos levar de 500 a 1.000 policiais para um movimento no sentido de impedir a realização do Caldas Country”, informa. De acordo com a escrivã, o bloqueio de rodovias também será praticado pela polícia em greve.
Enquanto isso, “o IML em todo o Estado já aderiu à greve”, segundo informa o presidente do sindicato, e o material referente ao caso de Mateus deve aguardar por período indeterminado para os exames periciais devidos.
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Hora do toque
Décimo primeiro mês do ano é marcado por campanha de conscientização masculina sobre câncer de próstata
NAYARA REIS
A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) atualizou as recomendações para diagnóstico do câncer e estipula mínimo de 45 anos para homens com histórico familiar e negros; e 50 anos para os demais. O Novembro Azul é uma campanha da SBU em parceria com o Instituto Lado a Lado pela Vida que pretende incentivar o exame da próstata e deixar as pessoas mais informadas sobre o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens do Brasil, que é o câncer de próstata, perdendo apenas para o câncer de pele não melanoma.
A SBU agora indica o aumento da idade para diagnóstico precoce do câncer de próstata: 45 anos para homens com casos da doença na família ou negros e 50 anos para os demais. Antes a recomendação era de, respectivamente, 40 e 45 anos.
Segundo o portal de notícias da SBU, 25 especialistas das especialidades de urologia, oncologia e radioterapia, se uniram durante dois anos para analisar os últimos estudos sobre a doença e então definirem novas diretrizes a serem seguidas pelos médicos brasileiros. Há cerca de cinco anos, as recomendações não eram revisadas.
Entre as principais mudanças feitas pela SBU destacam-se também: princípios básicos da prevenção deste tumor, identificação de casos de câncer de próstata que têm baixa agressividade e que não necessitam de tratamento imediato, seleção individual da terapêutica, ou seja, não existe tratamento padrão para todos os casos e a atualização dos novos métodos terapêuticos que permitiram aumentar a sobrevida dos pacientes com melhor qualidade de vida.
Assim como no Outubro Rosa, campanha de prevenção de câncer de mama e de colo do útero, acontece neste mês o Novembro Azul, que surge com o intuito de alertar a sociedade brasileira sobre a importância da detecção precoce do câncer de próstata. O câncer de próstata representa, hoje, cerca de 10% do total de cânceres no mundo, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Segundo o presidente da SBU GO e urologista Marcos Adriano Gomes, a campanha Novembro Azul existe desde o ano passado, mas neste ano ganhou força, pelo auxílio e parcerias feitas, e uma maior divulgação pela imprensa. “Nós já estamos em Goiás há 45 anos, realizando ações voltadas para a saúde do homem, não só em relação ao câncer de próstata. Agora com a ajuda do governo poderemos criar centros de referência e com isso atender melhor e mais pessoas”, ressalta.
O que é a próstata? A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza logo abaixo da bexiga e à frente do reto. É um órgão muito pequeno, tem a forma de maçã e envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. A próstata produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante o ato sexual.
Esse tipo de câncer ocorre em homens, normalmente com mais de 50 anos. Segundo o urologista, Theobaldo Silva Costa, antes dessa faixa etária a incidência é pequena e tem fatores hereditários. “Ocorre basicamente nos casos familiares, são pessoas que herdam alguma característica, admite-se que cerca de 20% dos pacientes com a doença tenha esse fator familiar”, explica.
O médico afirma que o câncer de próstata é o mais frequente nos homens nessa faixa de idade, e que a taxa de mortalidade só não é mais alta porque a maioria dos pacientes consegue diagnosticar e tratar já no início da doença. Mas segundo uma pesquisa realizada recentemente pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), com cinco mil homens de cinco capitais brasileiras, 47% dos entrevistados nunca realizaram exames para detectar o câncer de próstata e 44% nunca foram a uma consulta com um urologista.
A pesquisa da doença deve ser feita entre 50 e 75 anos, a partir dos 75 quem não teve a doença detectada, não é um indivíduo com chance de vir a morrer se caso ele aparecer, segundo Theobaldo. O grande risco de morte está nos casos detectados entre os 50 e 75 anos, que se não forem tratados podem levar a óbito.
Sintomas
Nem sempre há sintomas, os tumores de próstata no início são bastante silenciosos. Segundo o urologista Theobaldo, quando o homem começa a ter sintomas, geralmente ele já tem a doença em fase mais avançada. Por isso os homens são orientados a fazer exames de prevenção, para tentar detectar precocemente. O médico explica também que ainda não há nenhum método comprovado de se prevenir o câncer de próstata. “Não existe ainda nada que esteja provado que pode evitar o câncer na próstata, existem indícios que a alimentação pode ser um fator, não só desse câncer, mas em todos”, diz o médico.
Nas famílias onde já foram detectados casos do câncer, há chances maiores de outras pessoas desenvolverem a doença. “Parentes mais próximos, principalmente filhos e irmãos, têm de 4 a 5 vezes mais chance de desenvolver a doença do que pessoas de uma família onde nunca se detectou esse câncer”, afirma Theobaldo. O urologista explica ainda que existe uma ligação direta entre câncer de próstata e de mama. “Nas famílias onde existe câncer de mama nas mulheres, há câncer de próstata nos homens e o contrário também”, completa o médico.
Diagnóstico
O câncer na próstata pode ser diagnosticado pelo exame do PSA, que é encontrado no sangue. A taxa do PSA é alterada em pelo menos 80% dos pacientes na fase inicial da doença, mas ainda segundo Theobaldo, existe um número de pacientes que possuem alterações na próstata, e que não é detectável no exame de sangue, por isso o médico afirma que para se examinar a próstata é preciso incluir o exame de toque. O urologista explica que quando existem casos familiares, o exame de toque é feito a partir dos 40 anos, e quando não existe, ele é feito a partir dos 50, que é quando a doença começa a aparecer com mais frequência.
O câncer de próstata na fase precoce pode ser curado. Para Theobaldo existem dois tratamentos que comprovadamente são capazes de curar a enfermidade, que são: cirurgia e a radioterapia. “A cirurgia cura o câncer de imediato, já a radioterapia é um tratamento mais demorado e talvez não cure tanto quanto a cirurgia”, explica o especialista. Ele ressalta que a cirurgia ainda é o método mais utilizado no mundo inteiro e é  também o mais eficaz.
Existem também alguns tratamentos paliativos, segundo o médico, há ainda as injeções, remédios, bloqueio hormonal, quimioterápicos e terapias. “Eles não curam o câncer, só conseguem controlar a doença por um período variável, dependendo da agressividade da doença, já que há cânceres mais agressivos e outros menos perigosos”, diz Theobaldo. Pacientes com a doença já em estágio avançado não podem ser curados, esses pacientes normalmente são tratados com remédios e bloqueadores hormonais, que equivalem à castração. “É um tratamento usado para evitar a castração cirúrgica, evitar a retirada dos testículos”, completa o médico.
Segundo as pesquisas, os homens negros são mais propensos a desenvolver câncer de próstata do que os homens brancos, mas ninguém sabe o porquê, afirma o médico. “Ainda não se sabe qual a diferença genética que leva o negro a ter mais propensão à doença que o branco”, finaliza o urologista.
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AGÊNCIA BRASIL
OMS revela que Brasil convive com desigualdade na assistência à saúde
Recife – O Brasil tem 81,4 profissionais de saúde por 10 mil habitantes, muito acima das metas da Organização Mundial da Saúde (OMS), mas há uma grande desigualdade entre regiões, revela um relatório da entidade divulgado hoje (11).
A conclusão está no estudo Uma Verdade Universal: Não Há Saúde sem Profissionais, divulgado pela OMS durante o terceiro Fórum Global sobre os Recursos Humanos da Saúde, que reúne mais de 1.300 participantes de 85 países, incluindo 40 ministros da Saúde.
O estudo alerta que faltam, atualmente, 7,2 milhões de profissionais de saúde em todo o mundo e que o déficit subirá para 12,9 milhões até 2035, com graves implicações para milhões de pessoas.
No documento, a OMS apresenta os perfis de 36 países, incluindo o Brasil. Segundo os dados, o país tem 2.523 parteiras, 1.243.804 enfermeiros e 341.849 médicos, o que resulta em 1.588.176 profissionais de saúde qualificados, ou seja, 81,4 por 10 mil habitantes.
Entre os 186 países com informações disponíveis, apenas 68 (36,6%), incluindo o Brasil, atingem ou ultrapassam todas as metas definidas, revela a agência das Nações Unidas para a saúde.
O estudo indica que 83 países, ou seja 44,6%, ainda não atingiram sequer o patamar mínimo definido peloRelatório Mundial de Saúde de 2006, que prevê 22,8 profissionais de saúde qualificados por cada 10.000 habitantes.
Outros 17 países (9,1%) ultrapassam o patamar mínimo, mas não atingem essa meta da Organização Internacional de Trabalho, que aponta para 34,5 profissionais de saúde qualificados por 10 mil habitantes. Há, ainda, 18 países (9,7%) que atingem esta meta, mas não o patamar dos 59,4 profissionais para 10 mil cidadãos.
No perfil relativo ao Brasil, a OMS ressalta que há grandes disparidades geográficas no acesso a profissionais de saúde, e exemplifica que embora a média nacional seja 17,6 médicos por 10 mil habitantes, a densidade varia entre 40,9 por 10 mil no Rio de Janeiro e 7,1 no Maranhão.
A organização destaca que o país tem investimentos e estratégias em curso para abordar a questão das disparidades e lembra que o Ministério da Saúde lançou, em junho, o Programa Mais Médicos, para recrutar clínicos dentro e fora do país e preencher vagas nas regiões mais carentes em atenção básica de saúde.
Pelo programa, já foram contratados 6,6 mil médicos que fizeram a sua formação em universidades estrangeiras, número que o governo estima aumentar para 12.996 até março de 2014. Um total de 50 médicos formados em universidades portuguesas – 18 dos quais de nacionalidade portuguesa – foram recrutados pelo Mais Médicos.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação