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DIÁRIO DA MANHÃ
“Mudar a saúde requer força política”
Secretário se prepara para deixar a Pasta e voltar à disputa por votos. Enumera os avanços conquistados e se diz orgulhoso de ter participado de dois governos que privilegiam a saúde: Santillo e Marconi
O secretário de Saúde de Goiás, Antônio Faleiros Filho está limpando as gavetas para deixar a Pasta depois de três anos à frente do órgão pela segunda vez. Ele faz questão de frisar que sente incontido orgulho de “ter participado de dois governos que privilegiaram a saúde: Henrique Santillo e Marconi Perillo”.
Faleiros foi secretário de Saúde pela primeira vez em 1987, quando o então governador Henrique Santillo tomou posse eleito na esteira do Plano Cruzado e com o cacife de ter sido um dos maiores tribunos do Senado. Ele se lembra de um jovem político que assumiu junto com ele a secretaria particular do governador e que era liderança do PMDB Jovem: Marconi Perillo.
Poucas pessoas se lembram disso, mas o médico Antônio Faleiros é o criador do embrião do atual SUS. “Na época planejamos e implantamos o Serviço Unificado e Descentralizado de Saúde para dar mais dinamismo e eficiência à saúde pública. Deu certo e o sistema evoluiu para o Brasil inteiro”, explica.
A saída de Faleiros agora é para que ele possa ser candidato a deputado federal nas eleições de 2014 com apoio de uma grande frente de médicos, secretários municipais de Saúde, gestores diversos e políticos integrados a um projeto de mudança qualitativa na saúde. “Para fazer qualquer mudança na saúde é preciso ter força política e a única forma de poder intervir nisso de forma efetiva é estar no exercício de um mandato.”
Sob a batuta de Antônio Faleiros a saúde em Goiás passou a ser bem avaliada nas pesquisas qualitativas que atestam os serviços públicos, reduziu o custo operacional de unidades de vulto como o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e Hospital Geral de Goiânia e aumentou o número de leitos de internação em Unidades de Terapia Intensiva. Ele lembra que quando assumiu o cargo em janeiro de 2011 havia um déficit de 180 leitos de UTI e que hoje há leitos de sobra contratados pelo Estado e pagos regularmente.
Em entrevista ao Diário da Manhã Faleiros fala de seus projetos futuros e da mudança de paradigma que pretende implantar com a criação de Ambulatórios Médicos por Especialidades em cidades-polo espalhadas pelo Estado e que irá fixar médicos de diversas especialidades nas 18 regionais de saúde. “Só assim vamos conseguir desafogar o volume de 3 milhões de pacientes que todo ano migram para Goiânia para exames e tratamentos de alta complexidade.”
Diário da Manhã – Quais foram as principais marcas dessa sua segunda passagem pela Secretaria Estadual de Saúde?
Antônio Faleiros – Primeiro eu gostaria de salientar minha satisfação por ter participado dos dois governos que mais investiram em estrutura de saúde em Goiás. Atualmente, em Goiás, grande parte da estrutura de grandes hospitais foi feita pelos governadores Santillo e Marconi Perillo. Até o final de 2014 a rede de hospitais de urgência terá o reforço de nove unidades espalhadas por todo o Estado de Goiás e vai revolucionar o atendimento. Essa Rede Hugo dará abrangência macrorregional ao atendimento de urgência e emergência, ajudando a otimizar esse fluxo de pacientes no estado, de acordo com o perfil de cada unidade e com a localidade dos municípios de origem dos pacientes. A própria Secretaria de Estado da Saúde fará a regulação dos pacientes e receberá os recursos federais de custeio e investimento destinados às unidades componentes da Rede, salvo nos municípios que estiverem com protocolo de cooperação entre entes públicos (PCEP) formalizado com a Secretaria de Saúde.
Como será essa Rede Hugo?
Antônio Faleiros – A Rede Hugo está sendo criada a partir de nove unidades de saúde integrando hospitais de urgência e emergência do Estado. É formada pelos Hugo 1 (Hospital de Urgências de Goiânia Dr. Valdomiro da Cruz), Hugo 2 (Goiânia Região Noroeste – Hospital de Urgências Otávio Lage de Siqueira), Hugo 3 (Hospital de Urgências Henrique Santillo Anápolis), Hugo 4 (Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia – Huapa), Hugo 5 (Hospital de Urgências de Trindade Walda Ferreira dos Santos – Hutrin), Hugo 6 (Hospital de Urgências da Região Sudoeste Dr. Albanir Faleiros Machado), Hugo 7 (Hospital de Urgências de Uruaçu), Hugo 8 (Hospital de Urgências de Santo Antônio do Descoberto) e Hugo 9 (Hospital de Urgências de Águas Lindas). Essas unidades integrarão a Rede e focarão no atendimento de urgências e emergências decorrentes da violência urbana e dos agravos de doenças crônicas em geral, descentralizando a assistência no Estado. O objetivo é ampliar a oferta de atendimento de alta complexidade, fortalecer o atendimento no interior do Estado, integrar a rede hospitalar de urgências e emergências e facilitar o acesso, tornando a regulação mais ágil. Com a Rede Hugo, haverá fortalecimento da porta de entrada para casos graves relacionados a agravos, tais como acidentes de trânsito, violência urbana e doenças do aparelho circulatório (Infarto, AVC), bem como oferta de retaguarda para os demais pontos de atenção nos casos de menor complexidade. As regionais de saúde também receberam atenção especial no planejamento e estamos colhendo os frutos agora.
O que foi feito para descentralizar esse atendimento à saúde para os municípios?
Antônio Faleiros – Foi feito um Plano de Fortalecimento da Atenção Hospitalar Regionalizada. Trata-se de uma ação desenvolvida pela Gerência de Auditoria da SCATS, criado em 2011 com o objetivo de cofinanciar hospitais localizados no interior do Estado que ofertassem leitos de UTI para o SUS. Atualmente, o Plano de Fortalecimento beneficia 22 unidades de saúde em 18 municípios, que ofertam serviços de média e alta complexidade em nível regional, contribuindo para a descentralização da assistência e interiorização das ações da SES/GO. O Plano ampliou a oferta de internações clínicas e cirúrgicas, fortaleceu a atenção psicossocial, as portas de entrada de urgências e a oferta de exames de alta complexidade no interior do Estado. Lançado em 2011, o Plano, em sua primeira etapa, destinou R$ 53 milhões anuais para hospitais filantrópicos e municipais, de modo a reativar leitos, especialmente de UTI e outros serviços de média complexidade no interior do Estado. Os oito hospitais que foram beneficiados com repasses são: Santa Casa de Misericórdia de Anápolis, Hospital São Marcos de Itumbiara, Hospital S. Carvalho de Jataí, Hospital Municipal de Rio Verde, Hospital São Pedro de Alcântara de Goiás, Hospital Psiquiátrico Espírita de Anápolis, Hospital Municipal de Aruanã, Hospital Municipal de Nerópolis, além de complementos de UTI em Goiânia, Anápolis e Aparecida de Goiânia. E além disso estamos fortalecendo as parcerias com a rede conveniada para ampliar a capacidade de atendimento. Com recursos destinados a essas unidades filantrópicas é possível abrir o leque de opções de atenção à saúde para a população.
Como isto está sendo feito?
Antônio Faleiros – Retomamos desde 2011, a promoção de convênios com importantes instituições filantrópicas que atuam na assistência à saúde. Somente este ano foi firmado convênio para o repasse de R$ 6,2 milhões para a compra de medicamentos quimioterápicos para o Hospital Araújo Jorge. Estão sendo repassados R$ 5,4 milhões para o Núcleo de Proteção aos Queimados para a realização de cirurgias reconstrutoras em vítimas de queimaduras. Estão sendo repassados R$ 5,5 milhões para a Vila São Cottolengo, em Trindade, para o custeio relacionado à saúde dos internos. Também foram contemplados a Fundação de Assistência Social de Anápolis (Fasa/Santa Casa de Anápolis), Instituição Espírita Lar de Jesus, Associação dos Hemofílicos de Goiás e outras. No dia 17 de outubro, o governador Marconi Perillo assinou, na Santa Casa de Misericórdia de Goiânia convênio de R$ 19, 8 milhões destinado à revitalização do Bloco 3 daquele hospital, com ampliação do banco de sangue, laboratório de patologia clínica e medicina laboratorial, hemodinâmica, implantação de mais 10 leitos de UTI adulto e implantação de ressonância magnética, construção de consultórios, além de aquisição de mobiliários novos e equipamentos modernos.
Quais são seus planos para 2014?
Antônio Faleiros – O trabalho desenvolvido à frente da Secretaria da Saúde abriu uma perspectiva com vários amigos de podermos vislumbrar a possibilidade de participarmos da campanha eleitoral mais uma vez como candidato a deputado federal. Eu resolvi encampar essa ideia justamente por causa da minha vivência na área de saúde. Eu fui secretário há 25 anos, quando criamos o SUS, e agora constatamos que é necessário força política para resolver os graves problemas da saúde. Problemas cruciais necessitam força política como, por exemplo, financiamento do setor, precisamos brigar por mais recursos para a saúde. O governo precisa aplicar pelo menos 10% de seu orçamento em saúde, os estados estão sobrecarregados com 12% e os municípios 15% e a maioria aplica até mais. Vamos novamente para uma disputa eleitoral e tentar dar nossa colaboração no Parlamento para uma saúde melhor para a população. (29/12/13)
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Nota à Imprensa
Em resposta à matéria publicada pela Editoria de Cidades, do jornal Diário da Manhã, na data de hoje, 27 (ontem) sob o título Pagamento Atrasado – Hospitais particulares paralisam atividades, assinada por Joaquim Munduruca, o Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia (IMAS) vem esclarecer o que segue:
A referida paralisação por parte da rede credenciada ao Instituto, representada pela Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (AHPACEG), foi comunicada através de mensagem, encaminhada à presidência deste órgão, na véspera do feriado de Natal. A entidade foi comunicada que o Instituto aguardava o repasse pela Secretaria Municipal de Finanças dos valores necessários para quitação das faturas apresentadas inerentes ao mês de agosto de 2013.
Mesmo tratando-se de feriado prolongado, em virtude da decretação de ponto facultativo na Administração Municipal, foi realizada gestão junto à Secretaria de Finanças para realização do repasse, o que só foi concretizado no final da manhã de quinta feira, 26. As ordens de pagamento começaram a ser encaminhadas aos bancos na tarde do mesmo dia, finalizando na sexta feira, 27, (ontem) a quitação de todas as faturas apresentadas pelos prestadores credenciados ao Instituto, referentes ao mês de agosto de 2013.
Por fim, este Instituto reafirma que todos os compromissos firmados pela atual gestão, como a informatização dos processos de trabalho para redução do tempo entre a apresentação das faturas e o pagamento das mesmas e a criação de uma nova tabela de procedimentos com valores atualizados e incorporação de novas tecnologias continuarão a ser cumpridos. Reafirma ainda a abertura ao diálogo com todos os prestadores e seus representantes, pois acredita que somente através deste diálogo será possível construir uma relação transparente entre o Instituto e seus credenciados, garantindo, assim, um atendimento de qualidade aos nossos 80 mil usuários. Assina:Dra. Cristina Laval – presidenta (28/12/13)
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O POPULAR
Cirurgias eletivas
A espera de Marinês é a de outros 11,5 mil pacientes
Número de procedimentos pelo SUS que não são de urgência cresceu em 2013, mas ainda está abaixo da demanda mensal
Janda Nayara
Há mais de 10 meses que a operária Marinês Pereira Gonçalves, de 45 anos, aguarda por uma cirurgia no ombro pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Desde que rompeu um tendão após uma queda em dezembro de 2012, ela vê sua vida limitada, sem poder fazer qualquer esforço com o braço. Na avaliação médica, a situação de Marinês não é um caso de urgência, apesar das dores que ela é obrigada a conviver no dia a dia e da incapacidade de voltar ao trabalho – ela depende da ajuda de amigos para complementar a renda que vem do benefício que recebe da previdência. Sem uma data marcada para a operação, a operária é mais uma em uma lista que atualmente está em mais de 11,5 mil nomes de pacientes que aguardam uma cirurgia eletiva.
Esse número já foi pior. Em março deste ano, conforme reportagem publicada pelo POPULAR na época, a espera atingia 16 mil pessoas, algumas há mais de 2 anos. Desde então, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) e a estadual (SES) lançaram o programa Sua Vez, que contou com um aporte de R$ 13 milhões do Ministério da Saúde para atrair mais hospitais interessados em aceitar realizar cirurgias eletivas pelo SUS. Em quatro meses, foram atendidas 11 mil pacientes que estavam na lista. Neste período, 3 mil pacientes não foram localizados, seja porque o endereço ou telefone deixados não existiam, seja por não comunicarem mudanças nos contatos ou até mesmo por óbito.
Depois a fila voltou a crescer. É que a demanda que entra mês a mês é maior que o número de cirurgias que são realizadas pelo SUS em Goiás. São em média 3,7 mil novos pacientes que surgem a cada 30 dias, contra uma média de 2,3 mil cirurgias realizadas no mesmo período. A situação seria pior sem o repasse do governo federal. Antes, de agosto de 2012 a fevereiro deste ano, a média estava em 1.670.
Apesar do tamanho da fila, o responsável pela Diretoria de Regulação, Avaliação e Controle (Drac) da SMS, Cláudio Sousa Tavares, garante que o tempo médio de espera por cirurgia eletiva em Goiás é de um a quatro meses. Há exceções que em alguns casos ultrapassam os dois anos de espera. São, principalmente, as cirurgias de alta complexidade em ortopedia. “As cirurgias de otorrinolaringologia e ortopédicas são as de maior espera, seja pela demanda ou pelo reduzido número de prestadores de serviço”, diz.
Saber que a cirurgia pela qual precisa ser submetida está entre as de maior espera causa ainda mais aflição em Marinês, que teme que a lesão se agrave ou que fique com alguma sequela. Ela não tem condições de pagar pelo procedimento, que custa até R$ 5 mil. “Tenho consultas com frequência para pegar a receita dos remédios para dor, que são caríssimos. Quando pergunto sobre a fila, me dizem para confiar em Deus.”
Tavares comenta que a fila é “impossível de zerar” por causa do pequeno número de unidades de saúde públicas ou conveniadas que realizam os procedimentos. Em Goiás, as cirurgias eletivas pelo SUS são realizadas apenas na capital. Após o lançamento do programa Sua Vez, são 30 hospitais cadastrados. Apenas o Hospital Geral de Goiânia Alberto Rassi (HGG), o Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer) e o Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Goiás (UFG) realizam cirurgias de alta complexidade em ortopedia. “É impossível zerar a fila, mas ela é administrável. Nosso sistema permite remanejar para hospitais com maior capacidade”, diz Tavares.
“Demora, mas tenho esperança”
Árbitro de futebol, Leonardo Mendes de Souza está afastado do trabalho desde junho, quando teve os ligamentos do joelho comprometidos por um tumor. Desde então, ele espera para conseguir entrar na fila da cirurgia e torce para que tenha mais sorte do que os demais pacientes com quem conversa nas dependências do Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer). “O médico já falou que no meu caso é necessário a cirurgia, mas ainda preciso passar por uma consulta em janeiro para mostrar mais exames. Só então conseguirei entrar com o pedido do procedimento. Sei que demora, mas tenho esperanças”.
Além da dor, a espera já gerou outros desconfortos, entre eles uma fratura no pé. “Quando tentava andar meu joelho falhava, provocando quedas. Em uma dessas, virei o tornozelo e quebrei o pé. Agora, estou de molho há mais de um mês.”
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Diretor reclama de tabela defasada
Para o diretor técnico do Hospital Geral de Goiânia Alberto Rassi (HGG), Rafael Nakamura, a longa fila e espera por cirurgias eletivas não é um panorama exclusivamente goiano, mas sim, um retrato do SUS em todo o país. Entre as causas, Nakamura destaca o número reduzido de prestadores de serviço e a falta de investimento em hospitais públicos que realizam procedimento de alta complexidade, o que poderia aumentar a capacidade de atendimento. “Temos hospitais em Goiás que poderiam se credenciar, mas a tabela do SUS está desatualizada há mais de 19 anos e é inviável. Não precisa ser lucrativo, basta ser factível”, pontua.
A necessidade de atualização da tabela do SUS, retratada por Nakamura, já foi centro de reivindicações dos hospitais filantrópicos, responsáveis por cerca de 50% do atendimento da rede SUS no país. No início deste ano, o presidente da Confederação Nacional das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas, José Reinaldo Nogueira Júnior, afirmou em reunião com o presidente do Senado, Renan Calheiros, que a defasagem da tabela prejudicava as instituições e contribuía para o endividamento das mesmas. Para exemplificar, ele citou que o SUS paga por cada parto R$ 600, mas que o procedimento não custa menos do que R$ 800.
Nakamura reconhece que o programa “Sua Vez” possibilitou a redução da fila de espera em diversos hospitais, mas considera que não seja a melhor opção, já que é um repasse temporário. “Esse incremento foi significativo, em alguns procedimentos houve uma melhora de até 200%, mas isso não seria necessário se a tabela do SUS fosse atraente. Precisamos resolver o problema pela raiz”.
O diretor técnico também acrescenta aos fatores que contribuem para o crescimento da demanda, o encaminhamento irregular de pacientes de outros Estados, principalmente do Norte e Nordeste. “Muitos não chegam aqui pela forma correta, pela regulação. Mentem informações sobre endereço, utilizam dados de parentes e até mesmo falsificam documentos. Assim, os moradores de Goiás pagam pelo prejuízo.”
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“Estamos criando um exército de sequelados”
Diretor do Sindicato dos Médicos do Estado de Goiás, o ortopedista Robson Azevedo alerta para as consequências da longa espera por cirurgias, mesmo que não sejam consideradas de urgência. “Estamos criando um exército de paciente sequelados. A natureza não espera a boa vontade dos gestores para gerar vagas e a demora para resolver o problema muitas vezes traz complicações definitivas”, afirma.
Azevedo acrescenta ainda que a correção de um problema ocasionado pela demora na realização de uma cirurgia no momento certo custa ainda mais caro para o governo. “A reabilitação, a correção da deficiência, a incapacidade desta pessoa para o trabalho e para a vida, custa ainda mais caro.”
Para ele, o aumento da frota de veículos e do número de acidentes de trânsito gerou um passivo muito grande de cirurgias ortopédicas. O ideal, afirma, é que pacientes com necessidade de cirurgia ortopédica pudessem ser operados num prazo máximo de três semanas, porque as fraturas se consolidam muito rapidamente. (30/12/13)
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Coluna Giro – Sem previsão
Os pedidos de exames de raio-x do Crer estão vindo com prazo de pelos menos 30 dias. É que o aparelho não está funcionando. (30/12/13)
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Saúde
Consulta relâmpago sob análise
Secretarias de Goiânia e de Aparecida vão enviar prontuários para o Cremego avaliar
Galtiery Rodrigues
As Secretarias Municipais de Saúde (SMS) de Goiânia e de Aparecida de Goiânia vão enviar os prontuários dos médicos para avaliação do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego). A decisão foi tomada após reportagem do POPULAR mostrar que consultas são feitas em tempo recorde nos Centros de Atendimento Integrado à Saúde (Cais). A intenção, com isso, é identificar se houve ou não negligência por parte dos profissionais na hora de atender os pacientes nos dias e horários citados na reportagem publicada no domingo.
Em entrevista sobre o assunto, o presidente do Cremego, Erso Guimarães, declarou que não existe normativa que estipule regras para tempo de consulta, mas enfatizou que 30 segundos não dão sequer para falar “bom-dia”. O POPULAR cronometrou consultas em oito Cais, na semana passada, e flagrou situações em que o paciente ficou 37 segundos dentro do consultório médico, como a empregada doméstica Maria de Nazaré Sousa de Oliveira, de 29 anos, atendida no Cais Nova Era, em Aparecida de Goiânia.
No dia seguinte à reportagem, o responsável pela coordenação médica de Aparecida, Francisco Porto, se reuniu com representantes da Saúde e da direção do Cais Nova Era para discutir medidas para resolver o problema. Ontem, foi a vez da Secretaria de Goiânia fazer o mesmo, mas com a direção dos Cais Finsocial e Cândida de Morais, onde a reportagem registrou os menores tempos de consulta na capital. A medida será pontual em todos os casos, com investigação restrita aos dias citados pelo POPULAR e situações enumeradas, além do tempo gasto nas consultas.
“Acreditamos que essa situação, com aquelas características inaceitáveis, de consultas de 30 segundos, só tenha ocorrido no Cais Nova Era. A Secretaria lamenta o ocorrido, não trabalha dessa maneira e o que está sendo implementado na cidade é exatamente o contrário, que é o tratamento que preza a qualidade e não, quantidade”, argumentou Francisco Porto, de Aparecida de Goiânia.
O Sindicato dos Médicos de Goiás (Simego) defende que o tempo recorde, embora inaceitável, vai além da questão pontual e é reflexo da falta de estrutura nas unidades e da pressão que isso gera sobre o profissional, afirmou o secretário de Comunicação do Sindicato, o médico Robson Azevedo.
REUNIÃO
A partir dos nomes dos pacientes publicados pelo POPULAR, a secretaria buscou os prontuários de cada um deles e identificou os médicos que os atenderam. Estes já foram convocados oficialmente para prestar esclarecimentos junto à Câmara Técnica do município e a previsão é que os documentos sejam encaminhados ao Cremego na próxima semana. No caso de Goiânia, segundo a coordenadora de Urgências da SMS, Patrícia Antunes de Moraes, os papeis já estarão em mãos na segunda-feira.
No encontro de ontem à tarde, no Paço Municipal, foram discutidos ainda o melhor acompanhamento da troca de plantão no Cais do Finsocial, sendo obrigatória a permanência do profissional na unidade até a chegada do próximo médico, e a não interrupção da confecção de fichas. Durante as visitas às unidades, O POPULAR presenciou o pronto-socorro do Finsocial sem médico de prontidão e pacientes aguardando por mais de duas horas pelo início do atendimento. E quando isso ocorreu, foi em questão de minutos, como casos de consultas feitas em 1 minuto e 20 segundos, o recorde entre as unidades de Goiânia.
Patrícia Antunes declarou que contra fatos não há argumentos e que, por isso, a SMS optou por remeter os documentos para a análise do Cremego. No dia e horário em que a reportagem visitou o Cais do Finsocial, estavam escalados três médicos para o plantão. No acompanhamento da SMS, a unidade era considerada sem problemas e com profissionais suficientes. Na unidade Cândida de Morais, a reportagem cronometrou quatro consultas e todas ficaram abaixo dos dois minutos, atingindo o máximo de um minuto e 53 segundos. (28/12/13)
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AGÊNCIA ESTADO
Mais Médicos fecha ano com metade da meta de adesão
Brasília – O Programa Mais Médicos termina o ano com 6.658 profissionais trabalhando em 2.177 municípios e 28 distritos indígenas. A meta é, até março de 2014, ter 13 mil profissionais trabalhando nos municípios que aderiram ao programa, conforme informações da Agência Brasil.
O Ministério da Saúde calcula que cada médico, acompanhado pela Equipe de Saúde na Família, atende cerca de 3.500 pessoas. O programa foi alvo de críticas das principais entidades médicas, como o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Nacional dos Médicos. Uma delas é que o contrato de trabalho era ilegal, já que os profissionais recebem uma bolsa de ensino para trabalhar, e a vinda de médicos estrangeiros sem precisarem passar pelo Exame Nacional de Revalidação de Diplomas (Revalida).
As entidades recorreram à Justiça, promoveram protestos e postergaram a emissão do registro provisório. Em julho, o presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, confirmou a validade da medida provisória que instituiu o Mais Médicos. O Ministério Público do Trabalho abriu investigação sobre o contrato de trabalho, e em janeiro, deve começar a visitar locais de atendimento para avaliar se há vínculo inadequado. Para o Ministério da Saúde, os médicos estão passando por uma formação.
Cada um recebe bolsa no valor de R$ 10 mil. Entre os médicos estrangeiros do programa, a maioria veio de Cuba, e chegou ao país por meio de um acordo do governo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O programa prevê curso de especialização com duração de um ano. O Estado que recebeu o maior número de médicos do programa é a Bahia, com 787 profissionais. Em segundo lugar, vem São Paulo, com 588 médicos; seguido pelo Ceará, com 572, e pelo Maranhão, com 445. (Agência Estado) 30/12/13
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação