ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
SAÚDE BUSINESS WEB
Reajustes feitos por planos são insuficientes, acusam laboratórios
Pesquisa da SBPC/ML aponta insatisfação de 85% dos respondentes. Contratos com operadoras são vistos como desiguais
Uma pesquisa em andamento feita pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial (SBPC-ML) mostra que 85% dos laboratórios acreditam que os reajustes propostos pelas operadoras de planos de saúde não serão suficientes para cobrir os custos dos serviços. Os demais 15% acreditam que o reajuste atenderá apenas parte da necessidade.
Lançada no site da SBPC/ML em janeiro, a pesquisa online e anônima busca estabelecer as propostas da entidade para a Consulta Pública nº 54 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que pretende estabelecer normas de boas práticas na relação entre operadoras e prestadores de serviço (no qual se incluem os laboratórios). O objetivo, diz a entidade, é evidenciar a situação dos contratos enviados pelas operadoras aos laboratórios clínicos.
Outro resultado parcial: 67% dos respondentes dizem que uma parte muito pequena (de 1% a 10%) dos contratos está de acordo com as normas da ANS. Cerca de 86% dizem que a agência precisa mediar e regular estes contratos, de modo a manter equilíbrio nas relações e restabelecendo o poder de negociação dos laboratórios, que hoje estariam em desvantagem.
Vitor Pariz, diretor de defesa profissional da SBPC/ML, diz que a entidade defende uma maior intervenção da ANS na criação de regras mais claras relacionadas às glosas praticadas pelas operadoras e na atualização das tabelas de valores, sem reajuste “há aproximadamente 20 anos”. (15/02/14)
………………………………………………………………………………
Maioria dos médicos que tratam HIV tem relações com indústria farmacêutica
Professor Mário Scheffer, da FMUSP, defende maior divulgação das diretrizes do Ministério da Saúde para orientar profissionais
Uma pesquisa da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) com 300 médicos de pacientes com o vírus HIV no Estado de São Paulo revela que 64% desses profissionais de saúde tiveram alguma relação com empresas farmacêuticas. O estudo do professor Mário Scheffer analisou a interação entre médicos e empresas produtoras de medicamentos antirretrovirais (ARVs) no contexto de uma política pública universal de tratamento do HIV e da aids. O pesquisador defende maior divulgação das diretrizes clínicas do Ministério da Saúde para orientar os médicos de forma mais adequada na escolha dos medicamentos.
O trabalho é descrito em artigo publicado na revista São Paulo Medical Journal, editada pela Associação Paulista de Medicina. Foram realizadas entrevistas estruturadas, por meio telefônico, em amostra probabilística de 300 médicos de uma população de 2.361 profissionais que assistem pacientes com HIV e aids no Estado de São Paulo.
“Aproximadamente 218.000 pessoas estavam em tratamento com ARVs na rede pública de saúde no Brasil no final de 2013 e, em média, são identificados 38.000 novos casos de infecção pelo HIV por ano, o que gera aumento progressivo do número de pessoas que passarão a receber ARVs”, afirma o professor do Departamento de Medicina Preventiva. “Em 2013 foi lançada nova política que prevê a antecipação do tratamento. Calcula-se que pelo menos mais 100.000 pacientes iniciem tratamento.”
De acordo com Scheffer, o programa público brasileiro de tratamento da aids deve considerar o potencial de influência das empresas farmacêuticas na prescrição dos médicos. “Isto é ainda mais necessário em um momento de ampliação do uso de antirretrovirais, com a política de antecipação do tratamento para todos as pessoas diagnosticadas HIV-positivas e diante do potencial uso dos medicamentos na prevenção (profilaxia pré e pós exposição)”, ressalta.
O grande consumo de ARVs no Brasil, inserido em uma política pública de acesso universal, faz com as empresas farmacêuticas acionem as mais variadas estratégias de promoção, atividades informativas e de persuasão com o objetivo de induzir à prescrição, dispensação, aquisição pelo poder público e utilização de seus medicamentos. “Neste sentido, o médico prescritor de ARV, que conta com o auxílio de diretrizes clínicas produzidas pelo programa governamental, mas também goza de autonomia profissional no momento da prescrição, passa a ser alvo prioritário do marketing promocional das empresas”, afirma o professor da FMUSP.
Relacionamento
Cerca de dois terços (64%) dos médicos que prescrevem ARVs declararam que tiveram alguma relação com empresas farmacêuticas, sendo mais frequentes o recebimento de publicações (54%), visita de propagandistas (51%) e de objetos de pequeno valor (47%). Com menor expressividade, declararam receber almoços ou jantares (27%), viagens para congressos nacionais (17%) e internacionais (7%), convites para participar ou conduzir pesquisa clínica (15%).
“A oferta e o recebimento de benefícios são mais expressivos conforme aumenta o tempo de experiência do médico com o tratamento de HIV e aids, o volume de pacientes e a idade”, conta o pesquisador. “Também são mais significativos entre os médicos especialistas em infectologia.”
No Brasil os medicamentos ARVs não são comercializados no mercado, integram um programa público de distribuição gratuita no SUS e estão inseridos em diretrizes clínicas atualizadas periodicamente e aceitas pela comunidade médica. “Por outro lado, os ARVs dependem de prescrição médica, vários desses medicamentos concorrem na mesma indicação terapêutica e constantemente são lançados novos produtos de marca patenteados, fazendo com que as empresas produtoras lancem mão de todos os recursos disponíveis para a conquista do mercado”, diz Scheffer.
O professor ressalta que no Brasil é incipiente o debate sobre os valores éticos que permeiam a relação entre os médicos e as empresas que fabricam e comercializam medicamentos. “Também são tímidas as iniciativas na direção do aprimoramento da regulação da interação entre prescritores e indústria farmacêutica. O Código de Ética Médica, atualizado em 2010, as resoluções do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) são insuficientes”, alerta.
“A maior divulgação e implementação das diretrizes clínicas do Ministério da Saúde para prescrição de ARVs é um dos caminhos para a garantia de que os médicos tomarão decisões exclusivamente de acordo com as credenciais científicas dos medicamentos, as recomendações padronizadas por um programa de saúde pública e as necessidades de saúde do paciente”, conclui Scheffer. O trabalho foi realizado no Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e contou com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), na modalidade Auxílio à Pesquisa. (15/02/14)
……………………………………………………
ANS decreta portabilidade extraordinária aos usuários da Fassincra
Processo afeta 8.792 beneficiários. Agência alega que operadora corre risco de suspender o atendimento
Os beneficiários da Fundação Assistencial dos Servidores do Incra (Fassincra) podem desde quinta-feira (13) escolher um novo plano de saúde sem ter que cumprir carência ou cobertura parcial temporária. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicou a portabilidade extraordinária dos 8.792 beneficiários alegando que a operadora corre grave risco de suspender o atendimento.
O prazo para a portabilidade vai até o dia 14 de abril. Caso o beneficiário tenha contratado o plano há pouco tempo e ainda esteja em período de carência, deverá cumprir a carência na nova operadora. Para o novo contrato, o beneficiário deve se dirigir à operadora escolhida com identidade, CPF, comprovante de residência e pelo menos quatro boletos pagos da Fassincra, referentes ao período dos últimos seis meses. No caso de mudança de plano coletivo, faz-se necessária a comprovação do vínculo com empresa.
De acordo com a ANS, a portabilidade não significa que o usuário irá pagar o mesmo valor da mensalidade da Fassincra no novo plano. Não há valores determinados. O consumidor deve procurar plano com mensalidade compatível com a renda.
No caso de dúvidas, o beneficiário pode entrar em contato com o Incra pelo telefone (61) 3411-7186 ou pelo Disque ANS 0800 701 96. (15/02/14)
……………………………………………………
TV ANHANGUERA
Optometristas rebatem críticas feitas pelo Conselho Regional de Medicina em Goiás
http://g1.globo.com/videos/goias/jatv-1edicao/t/edicoes/v/opmetristas-rebatem-criticas-feitas-pelo-conselho-regional-de-medicina-em-goias/3150036/ (15/02/14)
……………………………………….
AVC é a primeira causa de mortes no Brasil
http://g1.globo.com/videos/goias/jatv-1edicao/t/edicoes/v/avc-e-a-primeira-causa-de-mortes-no-brasil/3150104/ (15/02/14)
……………………………………………….
PORTAL G1
Hospital de Urgências de Goiânia faz captação de órgãos para transplante
Unidade se preparava há dois anos para realizar o primeiro procedimento.
Dois rins, um fígado e duas córneas foram doados após morte cerebral.
Fernanda BorgesDo G1 GO
O Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) realizou no sábado (15) a primeira captação de órgãos para transplante. De acordo com o diretor-geral da unidade, Ciro Ricardo Pires de Castro, foram retirados dois rins, um fígado e duas córneas de um paciente que teve morte cerebral. “Estamos muito otimistas com essa, que foi a experiência inicial, pois sabemos que muitas pessoas serão ajudadas daqui para a frente”, afirmou ao G1.
Castro explicou que a equipe médica do hospital estava sendo preparada para o procedimento há pelo menos dois anos. “A nossa dificuldade era em relação ao grande fluxo de pacientes que recebíamos. Aí, durante esse tempo, tivemos um apoio das secretarias Municipal e Estadual de Saúde, que ajudaram a organizar melhor os casos graves que seriam enviados para o hospital. Com isso, foi possível otimizar os atendimentos e possibilitar que os profissionais façam o procedimento para captação”, explicou o diretor-geral.
O procedimento para a retirada dos órgãos durou cerca de três horas. De acordo com gerente da Central de Transplantes de Goiás, Luciano Leão, um rim foi enviado para Fortaleza (CE) e o outro para Porto Alegre (RS). Já o fígado seguiu para Vitória (ES) e as duas córneas foram levadas para o Banco de Olhos de Goiás. “Isso porque os pacientes compatíveis estavam nessas localidades. Mas da mesma forma que enviamos os órgãos para essas cidades, também recebemos delas”, explicou.
De acordo com Leão, a captação de órgãos no Hugo será importante para ajudar a reduzir a fila de espera por transplantes, que só em Goiás acumula cerca de mil pacientes, sendo que 300 esperam por um rim. “O Hugo é um hospital de referência em casos graves e muitas pessoas que estão lá acabam sofrendo a morte cerebral. Só no ano passado foram 233 casos. Antes, quando a família queria doar os órgãos, precisávamos transferir o paciente para fazer a captação em outro hospital. Agora tudo ficará mais fácil”, destacou ao G1.
Para o gerente da Central de Transplantes, o papel dos médicos que atuam no hospital também fará a diferença para a captação de órgãos. “Esses profissionais receberam orientações de como os possíveis doares precisam ser mantidos e sobre como comunicar a possibilidade de doação aos familiares. Essa questão ainda é complexa e quando temos um caso de repercussão isso reflete nas decisões. É importante ressaltar que não queremos que ninguém morra, mas quando não há mais o que fazer, outras pessoas podem ser salvas”, ressaltou Leão.
O diretor-geral do Hugo diz que, agora, espera que o procedimento vire padrão. “Não podemos deixar de colaborar para ajudar a reduzir a fila de espera por transplantes. Queremos que daqui para frente a unidade faça a captação com regularidade”, concluiu Castro. (16/02/14)
…………………………………………………..
DIÁRIO DA MANHÃ
Cura da hepatite C, em 96% dos casos
Novo medicamento pode ser a cura definitiva da doença. Estudos mostram eficácia ainda no tratamento de Parkinson, câncer de mama, endometriose, lesão renal aguda entre outras
ELPIDES CARVALHO
Na última semana, a equipe de reportagem do Diário da Manhã teve acesso aos resultados de testes clínicos envolvendo uma série de novos medicamentos para tratar a hepatite C. As conclusões fazem parte da fase final de pesquisa, que tem demonstrado erradicação do vírus com possibilidade de cura em 96% dos pacientes estudados, em 12 semanas de tratamento, sem uso de interferon, que é uma proteína produzida pelas células do organismo para defendê-lo de agentes externos como vírus, bactérias e células de tumores.
Os responsáveis pelo estudo acreditam que já é viável pensar em uma possível cura para a doença. Os dados animadores foram divulgados, quinta-feira (13), em São Paulo, durante apresentação à imprensa do programa de pesquisa da empresa biofarmacêutica AbbVie.
A hepatite C é uma doença infecciosa transmitida principalmente pelo compartilhamento de seringas, mas também pode ser contraída durante ato sexual ou por transfusões de sangue, artigos de higiene pessoal, como escovas de dente e alicates de unha. Muitas vezes não apresenta sintomas, mas pode levar à fibrose do fígado e por fim ao longo dos anos à cirrose ou até mesmo ao câncer hepático.
Atualmente, pacientes com a doença costumam ser tratados com interferon, um quimioterápico que estimula o sistema imunológico, associado ao antiviral ribavirina. O tratamento, em sua grande maioria consegue curar de 40% a 45% dos doentes, mas precisa ser seguido por um período que varia de seis a doze meses de injeções. Além disso, acarretam efeitos colaterais, como: anemia, depressão e sintomas semelhantes aos da gripe, que podem ser debilitantes.
Eficácia
Segundo o presidente da corporação no Brasil, José Antonio Vieira, a nova medicação vem sendo chamada de 3D, por combinar três tipos de inibidores da hepatite C, em diferentes mecanismos de ação direta, interrompendo a replicação do vírus, que afeta mais de 160 milhões de pessoas mundialmente e 1,4% da população brasileira.
"A partir do novo tratamento via oral contra a doença, sem uso de interferon, que é o tratamento padrão. A meta da AbbVie é ser a primeira empresa a lançar, no mundo, um regime de tratamento totalmente oral", afirma Vieira. Os efeitos adversos dos resultados do estudo da multinacional, mais comumente reportados no braço ativo e placebo, conforme a gerente médica do grupo, Gabriela Muricy, foram fadiga, dor de cabeça e náusea.
"Interrupções do tratamento, motivadas por efeitos adversos foram reportadas por 0,6% dos pacientes que receberam regime 3D e 0,6% dos pacientes que receberam placebo. A taxa de recidiva ou avanço da doença foi baixa, ocorrendo em 1,7% dos pacientes recebendo o regime 3D", explica a gerente médica da AbbVie.
Inovação
O programa clínico de suporte ao regime de tratamento 3D da AbbVie inclui mais de 2,3 mil pacientes com infecção por genótipo 1 – considerada a mais difícil de tratar – em mais de 25 Países ao redor do mundo, segundo o presidente da corporação. "O programa de desenvolvimento clinico da AbbVie tem o objetivo de avançar no conhecimento científico e cuidado clinico por meio da ingestão do regime 3D, totalmente oral, sem uso de interferon, com ou sem ribavirina", afirma Vieira.
O objetivo do estudo AbbVie é produzir altas taxas de respostas virológicas, sustentadas no maior número de pacientes, incluindo aqueles que não respondem bem ao tratamento, como aqueles que não responderam aos tratamentos com interferon ou pacientes com fibrose ou cirrose hepática avançadas. José Antonio ressaltou que existem também novos compostos em fases diferentes de pesquisa e desenvolvimento, na AbbVie, que visam atender necessidades ainda não supridas de várias doenças no mundo e no Brasil. "Além da hepatite C, moléstias como uveíte, doença inflamatória, responsável por até 20% dos casos de cegueira e sem tratamento atualmente. Doença de Parkinson, câncer de mama, endometriose, lesão renal aguda entre outras", garante Vieira, que aponta que AbbVie tem como meta iniciar o processo de aprovação de tratamento mundial a partir do segundo trimestre de 2014. (17/02/14)
……………………………………………….
Caesan deve pagar implante de pênis a segurado
DEIVID SOUZA
O juiz substituto em segundo grau Wilson Safatle Faiad negou recurso contra uma decisão que mandou a Caixa de Assistência dos Empregados da Saneago (Caesan) fornecer uma prótese peniana inflável, bem como autorizar cirurgia de implante do membro para um segurado que sofre de impotência sexual.
A medida foi pleiteada em ação de obrigação de fazer que obteve tutela antecipada para que a Caesan providenciasse a prótese e a cirurgia no prazo de 24 horas, sob pena de multa diária de R$ 2 mil. No entanto, a instituição recorreu da decisão e alegou que o dispositivo solicitado pelo segurado custa R$ 39.960,00 e tem caráter comprovadamente estético e sustentou também que chegou a oferecer uma prótese semirrígida e de menor custo a ele, que recusou a oferta. O plano de saúde afirmou ainda que os valores pagos mensalmente pelo homem não lhe asseguram o direito de exigir o procedimento, que poderia afetar sensivelmente suas finanças.
À reportagem do DM, o presidente da Caesan, Antônio Rodrigues explicou que o principal motivo de não atender à solicitação do associado é o fato de o procedimento não ser autorizado pela Agência Nacional de Saúde (ANS). “Esse tipo de procedimento não é autorizado pela ANS. Nós autorizamos uma prótese mais simples e que custa em torno de R$ 1.500,00 a R$ 2.000,00, mas ele não quis”, relata. Mesmo comentando o caso, Antônio afirmou que a instituição ainda não havia sido notificada. “Eu tenho que conversar com o advogado para ver qual atitude nós vamos tomar”, disse.
O juiz entendeu que o relatório médico que atesta a impotência sexual sofrida pelo segurado indica que suas alegações procedem. O magistrado observou na sentença que o documento informa que a situação foi ocasionada por problemas de saúde, diabetes e hipertensão arterial. Faiad reforçou ainda o fato de o problema persistir, mesmo após tratamentos com medicação. “Em virtude de diabetes e hipertensão arterial, (o autor) teve seu quadro complementado por uma disfunção erétil, que agravou sua saúde, causando prejuízos à sua vida, sobretudo em seu estado emocional”, considerou Faiad.
Apesar de manter a decisão, Wilson Faiad reduziu a multa diária para R$ 500,00 e ampliou para 30 dias o prazo para que o plano de saúde cumpra as determinações.
OPÇÃO
O médico urologista Theobaldo Costa explica que a diferença entre a prótese semirrígida e a inflável é pequena. O controle sob a ereção é maior quando implantado o dispositivo inflável. “Teoricamente você faria a ereção de acordo com o seu desejo”, detalha. Os pacientes temem um desconforto com o modelo mais barato. Para o especialista, a aceitação da prótese semirrígida é muito grande, acima dos 90% por cento, principalmente por causa do preço. “Você dá opção ao paciente, quando ele vê a diferença de preço, acaba optando pela mais barata”, comenta.
Outro aspecto a respeito do modelo semirrígido é que a complexidade, por se tratar de um produto importado, em casos de mau funcionamento é necessária a retirada e o envio para o fabricante. “Existe uma dificuldade de ser removida”, complementa.
Nossa reportagem consultou a ANS sobre a obrigatoriedade do fornecimento de próteses penianas e segundo a agência, “os planos devem obedecer o que consta no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde. O Rol obriga a cobertura de próteses semirrígidas, a inflável não possui cobertura obrigatória”, orientou em nota.
O procedimento cirúrgico de implantação da prótese é obrigatório apenas para os planos hospitalares, excluídos os usuários de planos da modalidade ambulatorial. A agência esclareceu ainda que o rol de procedimentos obrigatórios é definido por meio de princípios que levam em conta a efetividade dos tratamentos, disponibilidade na rede prestadora e a relação custo x benefício. A cada dois anos há uma revisão nas coberturas exigidas pelo órgão.
Nossa reportagem tentou localizar o contato do autor do processo, mas como este corre em segredo de Justiça não foi possível encontrá-lo. (Com informações da Assessoria do TJ-GO) 15/02/14
……………………………………
JORNAL OPÇÃO
Médico cubano denuncia condições precárias de moradia em Aparecida de Goiânia
Secretaria Municipal de Saúde garante que os 11 profissionais podem, desde dezembro de 2013, procurar uma nova localidade para residência com auxílio de até R$ 2.500
Marcelo Gouveia
“Condições mínimas de moradia.” Esta é a reivindicação de um dos 11 médicos cubanos que atende em Aparecida de Goiânia pelo programa Mais Médicos. Em entrevista ao Jornal Opção Online no início da tarde desta sexta-feira (14/2), Ivan Antonio Borrell, de 40 anos, afirmou que ele e seus dez colegas de profissão cubanos estão alojados em um imóvel da Secretária Municipal de Saúde, onde nem a geladeira funciona. Os profissionais residem na cidade há três meses nessas condições.
De acordo com o coordenador estadual do Mais Médicos, Robson Parreira Braga, o programa do governo federal concede a mão de obra médica aos municípios, que, em contrapartida, têm a obrigação de manter os profissionais no que diz respeito à moradia, à alimentação e ao transporte. No entanto, Ivan Antonio sustenta que a realidade aparecidense não é bem essa. O cubano defende que em outras cidades a situação é bastante diferente. Segundo Ivan, o que foi acordado anteriormente não está sendo seguido pelo município.
“Antes, nos falaram que íamos morar em condições boas com um dinheiro para moradia e outro para alimentação. Quando chegamos em Aparecida nos ofereceram essa casa, que seria provisória, mas isso já faz três meses. Em alguns municípios, eles dão o dinheiro para os médicos, e com esse dinheiro, eles alugam sua casa, entre outras despesas, mas aqui é muito diferente”, argumenta. Segundo o médico, o município não previa a chegada de 11 cubanos pelo Mais Médicos. Ivan conta também que, ao desembarcarem na cidade, ele e seus colegas de profissão foram alocados primeiramente em outra residência onde a situação era ainda mais problemática.
Com oito quartos, o imóvel onde os profissionais estão atualmente alojados fica na região central de Aparecida, e, segundo Ivan, faltam condições mínimas de moradia. “Temos uma geladeira que não funciona há mais de um mês. Nós guardamos as carnes na casa de um amigo. A maioria dos quartos não tem guarda-roupa. Temos apenas um televisor, e parte das nossas roupas ainda estão em malas. Essas não são condições para se viver por três anos em um país.”
O coordenador estadual do programa Mais Médicos disse ao Jornal Opção Online que visitou recentemente o imóvel e avalia que “as condições não são tão precárias” como as descritas pelo médico cubano, mas reconhece que o local não é ideal para a residência de 11 indivíduos. De acordo com ele, o município de Aparecida de Goiânia aprovou recentemente uma lei que prevê ajuda financeira aos profissionais. “Vamos ver se até semana que vem a verba possa estar disponível aos médicos.”
No entanto, a coordenadora da Estratégia Saúde da Família (ESF) do município, Érika Rocha, garante que a lei em questão foi aprovada em dezembro de 2013. Segundo ela, desde esta data, os médicos podem procurar uma nova localidade para residência com um auxílio de até R$ 2.500. Érika explica também que o imóvel onde os cubanos estão alojados possui estrutura física adequada para receber os 11 médicos. “É um sobrado de dois andares e a maioria dorme sozinho”, explica.
Aparecida de Goiânia é o município do Estado que possui o maior número de médicos estrangeiros do programa do governo federal Mais Médicos. Segundo dados do Ministério da Saúde, a cidade acolheu, nos dois primeiros ciclos do programa, 38 profissionais, dos quais 14 são estrangeiros.
US$ 400
Acerca da polêmica que envolveu a médica cubana Ramona Matos Rodriguez, que abandonou o programa Mais Médicos no início deste mês, Ivan Antonio Borell afirma que nenhum profissional cubano em residência no Brasil pode alegar que foi enganado. “Eu não quero falar muito sobre isso, mas quando saímos de Cuba, nós conhecíamos o contrato. US$ 400 para nós, US$ 600 para Cuba. Nenhum cubano pode dizer que foi enganado.” A deserção de Ramona se deu após ela alegar ter descoberto que recebia US$ 400 enquanto o vencimento dos brasileiros para as mesmas funções é de R$ 10 mil por mês.
Questionado se a remuneração oferecida é suficiente para sobreviver em território brasileiro, o cubano avalia que o nível de vida no país é alto, e, por isso, existem dificuldades. No entanto, ele não condena o governo de Cuba pela divisão salarial. “É difícil entender, mas estamos formados em uma consciência de que o dinheiro que mandamos para o nosso país é para o desenvolvimento do sistema público cubano, e para melhorar o salário de todos os trabalhadores de lá.”
Ivan explica também que dos US$ 600 que são enviados ao governo cubano mensalmente, parte é destinada a sua família e, outra, é depositada em uma conta bancária. O beneficiário cubano terá acesso à verba apenas quando regressar ao país. Em Cuba, o médico deixou uma esposa e dois filhos, com quem fala via internet diariamente, e por telefone ao menos duas vezes na semana.
Recepção e convivência
Especialista em medicina comunitária, Ivan Antonio, que já trabalhou na Venezuela, na Bolívia e no Paquistão, afirma que foi muito bem recebido no Brasil, e em Aparecida de Goiânia. “Sempre foi uma preocupação como iríamos ser recebidos nas unidades básicas de saúde, mas tive sorte; sinto-me em uma família. Todas as pessoas que trabalham aqui me apoiaram desde o início”, sustenta.
Expressando-se com bastante desenvoltura, Ivan afirma que está melhorando seu português com o passar do tempo, e que a “barreira da língua” não se configura em um empecilho, pelo contrário. “O paciente me pede pra falar algo enrolado e eu falo. Nós rimos, eles riem. E isso melhora a relação entre médico e paciente”.
O médico garante que os dez cubanos que o acompanham em Aparecida também estão satisfeitos com o trabalho realizado em território brasileiro. Como ressalva Ivan reitera: “O problema mesmo são as condições precárias que estamos vivendo.” 15/02/14
…………………………………………………………….
AGÊNCIA ESTADO
Médica cubana pede indenização de R$ 149 mil do governo federal
Brasília – A médica cubana Ramona Matos Rodriguez ingressou nesta sexta-feira (14/2) com uma ação na Justiça reivindicando que o governo federal pague R$ 149 mil de indenização pelo período em que trabalhou no Mais Médicos. Ramona, que abandonou o programa na semana passada e pediu abrigo na liderança do DEM, pede que o valor seja bloqueado das contas da União liminarmente, até que o mérito da causa seja analisado.
A ação foi proposta na Justiça do Pará, Estado onde Ramona prestou serviços por quatro meses. A médica reivindica R$ 69 mil em salários e direitos trabalhistas não pagos e R$ 80 mil como indenização por danos morais. Ramona trabalhava na cidade paraense de Pacajá. Ela afirma ter deixado o Programa Mais Médicos por causa da baixa remuneração, sobretudo quando comparada ao valor que o Ministério da Saúde repassa para médicos que ingressaram no programa por meio de inscrições individuais.
O valor repassado pela pasta é R$ 10 mil. Ela, que foi recrutada por meio do acordo de cooperação com Cuba, recebe o equivalente a US$ 400. O restante dos recursos ficava com governo cubano. A médica foi a primeira cubana a abandonar o Mais Médicos que não retornou para Cuba. Depois que seu caso veio à tona, semana passada, mais quatro casos de deserção foram registrados entre profissionais recrutados em Cuba. (Agência Estado) 15/02/14
…………………………………………
Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação