Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 15 A 17/03/14


ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.


SAÚDE BUSINESS WEB
Anvisa fixa requisitos para boas práticas de diálise
Serviços terão prazos distintos, de 180 dias a quatro anos, para se adequarem aos requisitos estabelecidos pela Anvisa

Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicada na sexta (14) no Diário Oficial da União fixa requisitos para boas práticas de funcionamento dos serviços de diálise.
As definições se aplicam a todos os serviços de diálise públicos, privados, filantrópicos, civis ou militares, incluindo os que exercem ações de ensino e pesquisa.
Os serviços terão prazos distintos, de 180 dias a quatro anos, para se adequarem aos requisitos estabelecidos pela Anvisa e o descumprimento, de acordo com o texto, constitui infração sanitária. (15/03/14)
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O POPULAR

Perícia médica é ordenada
Um dependente químico de Acreúna deverá ser submetido a avaliação médica por perito judicial, mediante condução coercitiva, se for necessário, para definir seu grau de dependência e o alcance da enfermidade. A decisão é da 4ª Câmara Cível do TJ-GO em apelação proposta pelo Ministério Público contra sentença de primeiro grau, que determinou o arquivamento do pedido sem julgamento porque ele não estava acompanhado de relatório médico pormenorizado. Os julgadores seguiram o voto do desembargador Kisleu Dias Maciel Filho, que prevaleceu, no sentido de realização do exame para definir acerca da indispensabilidade da internação compulsória do jovem, objeto da ação inicial. Ele entendeu que a perícia pode ser realizada para posterior decisão sobre a interdição solicitada pela mãe do rapaz. (17/03/14)
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Partos
Mudança no meio do caminho
Entre o início do pré-natal e o fim da gravidez muitas mulheres mudam os planos e optam pela cesariana
Janda Nayara

Apesar do Brasil ser o segundo País em cesarianas, de acordo com o ranking da Organização Mundial de Saúde (OMS), pesquisas já demonstraram que 70% das mulheres têm o desejo inicial de terem seus filhos por parto normal, número que destoa do porcentual desse tipo de parto no País. Em algum momento, entre o início do pré-natal e o parto, as mulheres acabam na cesárea, na maioria das vezes não precisando e até mesmo não desejando o procedimento.
Na rede particular de saúde, onde o índice de cesarianas ultrapassa os 80%, as mulheres precisam passar por uma verdadeira maratona para encontrar um profissional que respeite a vontade de esperar pelo processo natural. Encontrar um médico disponível para realizar um parto normal, disposto a ser tirado de casa a qualquer hora para acompanhar o procedimento, vem se tornando algo mais difícil a cada ano. De acordo com as mães ouvidas pelo POPULAR, é comum falsas indicações de cesarianas por conveniência do profissional. “Muitos não são sinceros. Quando você expõe o desejo pelo parto normal, afirmam que fazem, mas que isso é algo para ser discutido no fim da gravidez. Geralmente, neste período, apontam um falso indicativo como, seu filho está sentado, tem circulares de cordão. Se aproveitam da fragilidade da mãe”, afirma Kelly Santos, de 30 anos.
Cada vez mais informadas, muitas delas não aceitam as desculpas e mudam de obstetra já no final do pré-natal, em cima da hora, na esperança de ao menos tentarem o parto normal. “Não tinha informações de como funcionava o sistema, achava que as mulheres só faziam cesariana porque queriam. Tem de ter muita coragem para chegar lá na frente e abandonar o médico que você acreditava que faria seu parto”, diz a advogada Patrícia Linhares, de 30.
Sobre o baixo número de médicos que se dispõem a realizar o procedimento natural pela rede suplementar, a presidente da Sociedade Goiana de Ginecologia e Obstetrícia, Zelma Bernardes Costa, afirma que este é um problema antigo e diz que o procedimento se tornou inviável para o profissional. “O parto normal exige um acompanhamento integral para que tudo ocorra bem, em média 12 horas. Muitos médicos têm vários empregos. Se ele deixar tudo de lado para atender uma paciente em trabalho de parto, não compensa financeiramente”. De acordo com Zelma, a maioria dos obstetras adota a cesariana como técnica principal por questão de “responsabilidade”.

Médico diz que bebê nasce antes do prazo
O ginecologista e obstetra Júlio da Fonseca Pôrto, de 44 anos, é um dos poucos médicos de Goiânia que estimulam o parto natural fora da rede pública, mas diz que 50% das pacientes ainda realizam a cesárea. Um índice relativamente pequeno, pois em algumas maternidades da capital o porcentual chega a 98%. “Um é parto e o outro, cirurgia. Como toda intervenção, oferece riscos para a mãe e o bebê, que nasce muitas vezes antes do que deveria. A maioria das pessoas, não somente os médicos, ainda acredita que a cesariana é a opção mais segura. Muitas grávidas desistem do procedimento natural na reta final da gravidez”, afirma.
Para Pôrto, os números só vão mudar após o apoio dos planos de saúde. “Não digo apenas no ponto financeiro, já que algumas operadoras já aumentaram este repasse. Nem assim o médico acha que compensa deixar evoluir para um normal.”
Ele acredita que as operadoras de planos de saúde deveriam ter as próprias maternidades com equipes plantonistas prontas para atender a mulher em trabalho de parto, o que já acontece em outros Estados como São Paulo e Rio de Janeiro. “As grávidas querem a atenção do médico que as atendeu no pré-natal e não do plantonista. Onde o índice de cesarianas é baixo, quem faz o parto é o plantonista, que não tem motivos para pressa.”
Pôrto atende muitas pacientes vindas de outros médicos em suas últimas consultas do pré-natal. “Acho que o profissional tem de ser ético, claro. Alguns gostam mesmo da cesárea, fizeram em suas mulheres e parentes, e deveriam expor isso para a paciente”, afirma.
O ginecologista e obstetra Aldair Novato Silva, de 61 anos, vice-presidente do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), também defende que a grávida não deve fixar-se a um profissional mas a uma instituição. “A cultura de assistência médica é diferente nos países da Europa, não é como aqui, personalístico.”
Silva afirma que as instituições de assistência ao parto em Goiás são carentes de estrutura e corpo médico, o que deixa o profissional inseguro. “Com a judicialização da medicina, o profissional prefere não se arriscar em situações mais delicadas e a cesariana acaba sendo a opção mais previsível.”

Campanhas funcionam só no SUS
Nas unidades públicas, como na Maternidade Nascer Cidadão, índice de cesarianas é menor que o de nascimentos naturais, mas ainda atinge 39,9%
Janda Nayara
As campanhas do Ministério da Saúde (MS) parecem ter funcionado apenas no Sistema Único de Saúde (SUS), onde a maioria das mulheres realiza o parto normal. Na Maternidade Nascer Cidadão, referência no parto humanizado em Goiás, o índice de cesarianas é de 39,92%, bem acima dos 15% preconizados pela OMS. Lá, as mulheres só têm a opção de escolher entre o tipo de parto normal – natural, na água, de cócoras. A indicação de cesariana, fica a cargo do médico.
Obstetra na instituição, Jony Rodrigues Barbosa, de 42 anos, reforça que a cultura cesarista não é comum apenas entre os médicos, mas entre as mulheres, principalmente nas grandes cidades. “Muitas mulheres e familiares chegam a ameaçar os profissionais, falando que não querem o parto normal de jeito algum, que vão processar etc. Em muitos casos, os profissionais acabam cedendo.”
Entre as indicações absolutas de cesariana na Nascer Cidadão, Barbosa aponta a desproporção céfalo-pélvica, que só pode ser avaliada no momento do trabalho de parto; placenta prévia, que fecha a entrada do útero impedindo a passagem do bebê; descolamento prematuro de placenta e sofrimento fetal agudo. Entre as indicações relativas estão a pressão alta, diabetes gestacional e cesarianas prévias.
Na opinião de Barbosa, a sociedade foi induzida a pensar que a cesariana é a opção mais segura. “Foram os próprios médicos que tiveram a habilidade de adestrar a mulher a acreditar nisso, induzindo ou escolhendo para conforto deles. Mas o que sempre digo é que isso não é verdade, a cesariana oferece mais riscos, seja de bebê prematuro, como de morte materna”, afirma.
No atendimento em seu consultório particular, o médico diz que consegue uma taxa de aproximadamente 50% de partos normais. “Se a mulher quer marcar a cesariana no início da gravidez, digo que, infelizmente, está com o profissional errado. Tive uma formação humanizada, mas sei que dificilmente um médico cesarista levantará a bandeira do parto normal.”
A ginecologista e obstetra Ana Flávia Ribeiro dos Santos Cavalcante, de 31, trabalha na Maternidade Dona Íris e defende o parto normal dentro e fora da instituição. “Tentamos mostrar que tem menos riscos de infecção, que ela pode ter quantos partos quiser, que é mais fisiológico, que é melhor para a adaptação do bebê, não tem os desconfortos do pré-operatório etc”, explica.
Assim como em outras maternidade públicas, lá a mulher também não pode optar pela cesariana. “Se ela tem condições de parto normal, será encaminhada para normal”, afirma o diretor-técnico da instituição, José Renato Aires Rezende.
Desde o seu lançamento, em junho de 2012, até o dia 7 de março, a maternidade já tinha realizado 3.776 partos, sendo 1.925 cesarianas. Segundo o diretor, o número de cirurgias ainda é grande pela demanda de partos de riscos.

Kelly Adriana Borges

Mãe de Benjamin, de 1 ano e 6 meses, Kelly Adriana Borges de Sousa Santos, de 30, quebrou paradigmas em uma família onde todas as mulheres haviam passado por cesariana. Ela passou por dois obstetras até encontrar um que defendia abertamente o parto normal, mas só conseguiu atendimento particular. Com o caminho de incertezas, Kelly encontrou nos estudos sobre o parto natural um apoio para não “ser passada para trás” por nenhum profissional cesarista. Hoje, ela trabalha como doula (assistente de parto sem titulação profissional) particular e voluntária e auxilia outras mulheres na mesma situação.

“Sempre falei para o meu médico que queria parto normal e ele falou que fazia, desde que a mulher tivesse menos de 30 anos. Engravidei com 29 e o procurei. Na segunda consulta, quando eu estava apenas com oito semanas ele já queria marcar a cesariana. Meu marido me deu um cutucão e já sabíamos que para continuar com o nosso desejo, precisávamos mudar de médico.”

O segundo médico foi claro c om Kelly e assumiu que não realizava parto normal. Após indicação de uma amiga que tinha feito normal, ela encontrou uma doula e então o médico. “Fiquei muito preocupada com os custos. Estávamos desempregados e eu tinha apenas o Ipasgo, onde muitos profissionais tinham se descredenciado. O médico indicado foi muito compreensivo com a nossa condição e fez um desconto. Saímos de lá aliviados.”
Benjamin nasceu com 41 semanas e 4 dias de gestação. O primeiro médico queria marcar a cesariana para a 37ª semana. “Com 39 semanas de gravidez, o coração do meu bebê também não estava ritmado. O que seria uma indicação de cesariana de urgência para muitos médicos, normalizou na próxima ultrassonografia. Ele nasceu com duas lindas circulares de cordão.”

Kelly diz que se assusta com o número de cesarianas e diz que os médicos que realizam o parto normal, principalmente o natural, estão sobrecarregados. “Tem lista de espera e não basta ele querer o parto humanizado, ele está cansado e é aí que começa a enxurrada de intervenções, para acelerar o parto. Mesmo em hospital público, ainda depende da equipe médica, no que ela acredita. Já vi trabalho de parto ser encaminhado para cesariana apenas porque chegou a hora do almoço.”

Kellen Rodrigues
Achar um médico disposto e enfrentar os olhares reprovadores ou assustados por ter como primeira opção o parto normal foram apenas algumas das dificuldades encontradas por Kellen Rodrigues, de 28 anos, na gravidez de Calebe, de 2 meses.

“Desde que soube que estava grávida, comecei a pesquisar, a ler sobre o assunto na internet e sabia que como usuária de plano de saúde, a chance de cair em uma cesariana desnecessária era grande, já que a maioria dos médicos não quer realizar o parto normal”.

Kellen passou por 3 médicos e ligou para uma lista de 25 que atendiam pelo seu plano, tudo para se sentir segura de que ao menos tentariam parto natural. O primeiro já afirmou logo na primeira consulta que só fazia cesariana. “Veio com aquele discurso de que mulher não precisa de sofrer”.
Ela conta que o segundo profissional que a atendeu falou que realizava parto normal, mas que a partir da terceira consulta começou a apontar empecilhos. “Disse que estava acima do peso, que era perigoso, que corria risco de diabetes gestacional e que eu tinha todas as características para não ter um parto normal. Sabia que se continuasse com ele, acabaria numa cesariana sem ao menos saber se o motivo era real.”

Ela não titubeou em procurar outro profissional, mas a cada exame, tinha um novo discurso. “Este outro falou que meu bebê tava sentado e com várias circulares de cordão e que seria arriscado tentar normal. Estava com 23 semanas e sabia que as duas condições não eram indicativo para cesariana, e ainda tinha muito tempo pela frente para o meu bebê rodopiar na minha barriga e mudar todas aquelas posições. Não questionei, pois não adianta discutir com médico que quer cesariana.”
Kellen continuou com o profissional e precisou ouvir questionamentos do tipo: “Você quer mesmo que eu acredite que você quer sofrer em um parto normal?”
Orientada por um doula, Kellen resolveu largar o plano e tentar as últimas consultas do pré-natal pelo SUS, isso na 37ª semana. Na semana seguinte, quando entrou em trabalho de parto, procurou uma maternidade pública. “Se eu tivesse dinheiro, pagaria um parto domiciliar. ”

Mesmo no serviço público, Kellen não conseguiu um parto normal e acredita que foi por falta de interesse da médica plantonista do feriado, 1º de janeiro. “Sofri violência obstétrica. Já em trabalho de parto, eu ficava chamando pelo meu filho e ela falou que não adiantava, que era para eu parar de falar. Falava que estava demorando demais, queria me dar analgesia ou induzir as contrações para apressar o parto. Minha bolsa rompeu às 17 horas e às 19 horas ela falou que eu tinha apenas 1 hora para expulsar a criança.”

Entre os relatos de violência, Kellen destaca que também não lhe deixaram escolher a posição. A médica acabou convencendo a moça pelo cansaço e realizando a cesárea.
Polyanna Fernanda Silva
Aos 31 anos, a professora de arte Polyanna Fernanda Silva passou por um parto que muitos médicos apontariam como de risco, e motivo que ainda leva muitas mulheres por mais de uma vez para a mesa de cirurgia. Mariana, de 14 dias, nasceu de parto natural após Polyanna ter passado por duas cesarianas. É o chamado VBAC (Vaginal Birth After Cesarean,  na sigla em inglês , ou parto vaginal após cesariana). “Sei que tive duas cesarianas desnecessárias, mas não precisava passar por isso de novo.”

Ela só encontrou um médico disposto a fazer o parto na 36ª semana de gestação. Mariana nasceu com 39 semanas e 2 dias. “Procurei no meu plano, mesmo sabendo que não encontraria. Os médicos que são referência estavam com a agenda lotada, e ainda foi preciso tentar em dois destes, pois um deles desistiu.”
Polyanna se internou pelo plano de saúde, mas precisou pagar o médico particular, já que ele não era credenciado no plano. O médico a atendeu no feriado de carnaval. Como não tinha dinheiro, estava desempregada e recém separada do marido, resolveu pedir ajuda para realizar o seu sonho. Durante a gravidez realizou uma vaquinha na internet e para sua surpresa, mais que os R$ 4.625  do parto.

Rúbia Gomide
A arquiteta Lara Rúbia Gomide, de 27 anos, mãe de Luiz Eduardo, de 8 meses, teve de sair de sua cidade, Caldas Novas, na Região Sudeste, para ter o desejo de ter parto normal resguardado. Durante os oito primeiros meses de gravidez, colocou o barrigão na estrada para ser atendida por um médico indicado em Goiânia, que tinha o índice de parto normais elevado. Gastou mais de R$ 4 mil para ter um parto na água.

Em Caldas Novas, ela chegou a se consultar com alguns médicos. “Um deles falou que faria, mas que corria o risco da maternidade não aceitar. Uma amiga minha, que trabalha no hospital, disse que para fazer parto normal aqui na minha cidade, é preciso chegar na maternidade com o bebê praticamente para fora, caso contrário é cesariana.”

A corrida também se deu atrás de maternidade que aceitasse fazer um parto na água. O último mês de espera, Lara ficou em Goiânia. “Tinha feito ioga, hidroginástica, balanceado a alimentação, tudo para que não viessem me dar alguma desculpa descabida.”

Mesmo entrando em trabalho de parto, ela não conseguiu ter o parto humanizado que sempre sonhou. “Minha bolsa estourou às 21 horas e meu filho nasceu às 23 horas. O que percebi foi que o médico não queria ficar lá por muito tempo. Foi uma violência comigo, rompeu minha bolsa para acelerar o processo e não me deixou mudar de posição.”
Mesmo com os traumas, ela não cogita fazer cesariana na próxima gravidez. “Vou fazer outro parto normal, pois acho que é o melhor para o bebê e para mim.”
Patrícia Aparecida Alves Teixeira
A funcionária pública Patrícia Aparecida Alves Teixeira, de 32 anos, não conseguiu ter o parto normal, mas diz orgulhosa “pelo menos eu tentei”.
Passou por três médicos. Abandonou seu ginecologista antigo na 31ª semana de gestação diante do olhar reprovador de amigos, familiares e de outras grávidas. “Sempre falei para ele que queria tentar o normal, mas ele se negou a fazer na reta final. Falou que o bebê era grande.”
Ela procurou outro médico que também listou inúmeros empecilhos para a realização do processo natural – bebê grande, idade, bacia curta.
Patrícia conseguiu agendar uma consulta com um médico referência no parto humanizado, mas só deu tempo de um único encontro antes que ela entrasse no trabalho de parto. Ana Luíza, hoje com 1 ano e 4 meses, nasceu na 35ª semana de gravidez, por cesariana após 12 horas de trabalho de parto. “Já estava exausta de tanto cansaço e desisti”. Hoje, ela defende o parto normal.

Patrícia Linhares
Em sua primeira gravidez, a advogada Patrícia Linhares, de 30 anos, achou que sua escolha de ter o parto normal seria respeitada pelo médico que do pré-natal. Quando a bolsa rompeu, na 36ª semana de gravidez, ela ouviu desculpas. Já estava com 3 centímetros de dilatação e 3 horas de bolsa rota quando o médico afirmou que já tinha muito tempo e que poderia colocar em risco a vida do bebê. “Conseguiu me convencer.” Grávida novamente de 30 semanas, já decidiu que pagará o procedimento particular com outro médico mas terá parto normal. . (16/03/14)
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Aids
Casos triplicam entre mais jovens
Em 6 anos, notificações de adolescentes infectados saltam de 10 para 27 a cada grupo de 100 mil habitantes
Cleomar Almeida

O número de casos de aids notificados entre indivíduos jovens do sexo masculino aumentou quase três vezes, em seis anos, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES). Entre 2006 e 2012, saltou de 10 para 27 a quantidade de adolescentes masculinos que contraíram o vírus HIV e desenvolveram a doença, a cada grupo de 100 mil habitantes, no Estado. O levantamento também aponta o avanço da aids entre os homossexuais, o que seria explicado pelo crescimento quatro vezes maior da quantidade de indivíduos que se autodeclaram nesta condição.
Entre as adolescentes, por exemplo, o número de diagnósticos de aids caiu de 17,7 casos para 11,3 casos, para cada 100 mil habitantes, de 2003 a 2012, de acordo com o Boletim Epidemiológico da SES. Já em relação aos indivíduos do sexo masculino maiores de 13 anos, os diagnósticos revelam que, de 2000 a 2013, houve um aumento da doença entre os que se autodeclararam homossexuais e uma diminuição entre os heterossexuais (veja quadro nesta página). No mesmo período, considerando as mulheres, a maior quantidade de casos se estabilizou entre as heterossexuais.
A pesquisa mostra que, do total de 8.522 pessoas contaminadas entre 2000 e 2013, no Estado, 54,9% são heterossexuais; 22,3%, homossexuais; e 5,3%, bissexuais. Os 17,5% restantes incluem transmissão vertical (de mãe para filho) e os que não informaram sua condição. O levantamento também constata que, até 2008, havia predominância da doença entre os heterossexuais, o que mudou ao longo da última década. A proporção de jovens que se autodeclararam homossexuais saltou de 10,3%, em 2000, para 39%, em 2011.
SEM MEDO
O avanço da aids entre os jovens está relacionado ao destemor deles sobre os efeitos da doença, que matou milhares de pessoas entre os anos de 1980 e 1990, conforme ressalta o médico infectologista João Alves Araújo Filho, que trabalha no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), em Goiânia. Ele destaca que Goiás registra cerca de 700 novos casos de aids por ano e acentua que a incidência da doença se estabilizou entre a população adulta, principalmente na faixa etária dos 25 aos 40 anos. O médico entende, contudo, que a contaminação pelo vírus tem crescido entre os mais novos e os mais velhos. “A contaminação por aids está num processo de juvenilização e de envelhecimento”, pontua o especialista, explicando que os casos têm aumentado, ainda, entre muitos idosos que reativam sua vida sexual.
A médica infectologista Christiane Kobal diz que atende, em média, 130 pacientes por semana no HDT e, deste total, 70 são portadores do vírus. “Toda semana atendo, aproximadamente, 4 novos pacientes com HIV”, afirma ela, para acrescentar: “É real o aumento da incidência de novos casos de infecção pelo vírus entre jovens menores de 23 anos, no grupo de homens que fazem sexo com homens e que se infectaram num período de 6 a 12 anos atrás.”
SEM MEDO
Além de os jovens não terem mais tanto medo dos efeitos da doença, eles acreditam no avanço da ciência para realizar tratamentos, de acordo com Christiane. “O medo de morrer já não existe mais como antes”, assevera ela. A infectologista destaca que esta parcela da população não quer usar preservativo. “Apesar de terem nascido na geração da camisinha, os jovens não querem usá-la”, emenda.
VARIAÇÕES
A doença não se manifesta da mesma forma e no mesmo período nas pessoas que contraíram o HIV, observa João Alves. “O intervalo entre pegar o vírus e ficar doente com aids leva, em média, dez anos”, explica o infectologista, ponderando que, neste período, não há manifestações clínicas. Ele observa, no entanto, que algumas pessoas podem manifestar a doença precocemente, enquanto outros podem levar mais que o prazo estimado.
O infectologista que diz que serve como alerta toda febre e diarreia que não cessam e duram várias semanas, além disso, ele aponta a perda de peso, sem regime ou dieta, repetição de infecções, como pneumonia, e suor noturno intenso como outros sinais de alerta da doença. “O ideal não é nem descobrir o vírus nesta situação. A regra é fazer o teste do HIV, sempre que houver relação sexual desprotegida”, sugere João Alves. (15/03/14)
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Drama
Bebê com doença rara volta a hospital para tratamento
Maria José Silva

Um mês depois de ter recebido alta do Hospital da Criança, o bebê Victor Eduardo Quintino da Silva, portador de osteogenese imperfeita, enfermidade rara conhecida como doença dos ossos de vidro, retornou à unidade hospitalar. Ele foi internado ontem para receber mais um ciclo de pamidronato dissódico, medicamento de alto custo capaz de melhorar a qualidade do tecido ósseo.
A médica pediatra Paula Pires de Souza, que acompanha o bebê desde os primeiros dias de vida, informou que a internação foi programada. Victor Eduardo, conforme diz, deve permanecer internado por três dias, tempo suficiente para a infusão endovenosa do medicamento. Posteriormente, retornará para a casa da avó, a dona de casa Juraci Pereira Dourada Quintino, de 41 anos, que se prontificou a cuidar do neto, apesar dos riscos relacionados à fragilidade óssea do menino.
O drama vivido por Victor Eduardo veio à tona há pouco mais de um mês, quando se aproximava o dia de ele receber alta da unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal do Hospital da Criança. Na ocasião, a mãe dele, que pediu para não ter o nome divulgado, admitiu a possibilidade de entregar o menino para a adoção, alegando que não teria condições de garantir-lhe o cuidado especial que necessita.
Dias depois, a avó materna da criança anunciou que faria o possível para criá-la. Ontem, enquanto acompanhava Victor Eduardo em um quarto do Hospital da Criança, ela afirmou ao POPULAR que para ela o bebê representa “o amor, a vida.” Juraci Quintino diz que tem contado com a ajuda imprescindível da nora, do genro, do pessoal do Conselho Tutelar e de um taxista identificado apenas como Claudionor, que se dispôs a, eventualmente, levar a criança no próprio carro ao médico.
Juraci Quintino alegou que está passando por dificuldades para criar o neto, mas acentuou que Deus está lhe dando forças para suportar as adversidades. A médica Paula Pires de Souza informou que o menino engordou cerca de 200 gramas no período em que permaneceu sob os cuidados da avó. Ela disse que o garoto deve continuar o tratamento no Centro de Referência em Osteogenese Imperfeita (Croi), vinculado á Universidade de Brasília (UnB), na capital federal.
O suporte ao tratamento será feito em Goiânia, no Centro de Readaptação e Reabilitação Dr. Henrique Santillo (Crer). Nesta unidade, conforme a pediatra, Victor Eduardo fará sessões de fisioterapia e fonoaudiologia, entre outras. . (15/03/14)
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Saúde
Novas regras para renais crônicos

O Ministério da Saúde publicou ontem novas orientações para o atendimento a pacientes renais crônicos no sistema público de saúde. Com a portaria, o governo pretende criar uma rede de atendimento aos pacientes que ainda não necessitam de diálises e ampliar o diagnóstico precoce. Estima-se que 70% dos que começam a diálise não tinham conhecimento prévio de que eram doentes renais.
Daniel Rinaldi dos Santos, presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia, explica que a política torna clara a classificação dos doentes crônicos em cinco estágios (sendo o quinto o pior) e organiza as responsabilidades da atenção básica onde se pretende realizar o diagnóstico precoce, com foco nos hipertensos e diabéticos (a maior parte dos potenciais doentes renais). “A portaria define que esse cuidado inicial aos pacientes deve ser feito pelas unidades básicas de saúde, institui a rotina de como devem ser acompanhados e exames que devem fazer”, diz. . (15/03/14)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação