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O POPULAR
Mantida punição a médica
A juíza substituta Raquel Rocha Lemos julgou improcedente ação anulatória cumulada com danos morais proposta por uma médica cooperada em desfavor da Unimed Goiânia. Ela queria a anulação do processo ético-administrativo instaurado pela Unimed em decorrência de procedimentos médicos realizados e considerados exagerados pela cooperativa, como emissão de grande número de guias de tratamento para o mesmo paciente e no uso de códigos de solicitações. Para a magistrada, a Unimed cumpriu todos os ditames legais, tanto na sindicância, como após abertura do processo administrativo, que culminou na aplicação da penalidade de suspensão de suas atividades pelo período de um ano.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Doenças na Copa
Circulação de turistas colocará brasileiros em situação de risco, por contato com vírus e bactérias
DIVANIA RODRIGUES
Trinta e duas seleções estarão disputando o título de campeã e uma taça na Copa do Mundo do Brasil. Turistas de todos os continentes virão para o País, motivados pelo evento sediado em 12 capitais brasileiras. Conforme estimativa do Ministério do Turismo, 3,7 milhões de pessoas, brasileiros e estrangeiros, estarão transitando pelo Brasil durante o mundial.
Governos de países do mundo todo distribuíram cartilhas a seus cidadãos contendo informações sobre como se proteger durante sua estadia no Brasil. Entre as recomendações, estão a vacinação e a prevenção. Como medidas profiláticas, estão enumerados cuidados para que os turistas estrangeiros não contraiam doenças comuns nas regiões visitadas, evitando multidões e pessoas que aparentem estar doentes.
Porém, especialistas também vêem a necessidade de que os brasileiros se imunizem, pois o trânsito intenso de turistas no Brasil pode afetar o índice de registro de doenças. O alerta principal é para se evitar que doenças que já tenham sido erradicadas ressurjam, ou que doenças nunca antes registradas sejam inseridas no País. “O que queremos é evitar que agentes patogênicos que não existam mais aqui, e os que nunca tenham sido registrados, possam se disseminar”, explica Flúvia Amorim, diretora de Vigilância de Saúde em Goiânia.
O problema, dizem os especialistas em enfermidades, seria o grande fluxo de turistas, tanto domésticos quanto estrangeiros, transitando pelas diversas regiões do País. “Mesmo que Goiânia não seja uma cidade sede, a população precisa se imunizar, pois muitos turistas passarão por aqui e muitos goianienses irão assistir aos jogos em outras localidades, podendo voltar doentes de lá”, esclarece Flúvia.
O que pode
acontecer
De acordo com os os especialistas, podem ocorrer quatro situações alarmantes: o aumento do número de casos de gripes e outras doenças infectocontagiosas; introdução de novos agentes infecciosos que nunca tenham sido registrados no Brasil, como a febre chikungunya; reintrodução de agentes patogênicos que já tenham sido quase erradicados no País, como a poliomielite; e a possibilidade de que surtos de febre amarela, dengue, sarampo, por exemplo, transitarem de uma região para outra do País.
Para o doutor João Paulo Campos, médico infectologista do Laboratório Padrão do Grupo Hermes Pardini, o risco da introdução e reintrodução de agentes patogênicos no Brasil existe. “É um risco pequeno, mas real”, esclarece o especialista. O médico também explica que isso pode ocorrer, pois em outros lugares do mundo, atualmente, existem surtos de doenças que no Brasil não são mais comuns.
Conforme o doutor, Somália, Afeganistão e Paquistão estariam enfrentando surtos de poliomielite, doença que não tem mais nenhum caso registrado no Brasil há alguns anos. Ainda relata ele, que haveriam casos de sarampo na Europa, América e Ásia e no Nordeste brasileiro. Também haveria casos da gripe aviária (H7N9) na região dos Emirados Árabes, Líbano e Catar.
Planejamento
Flúvia diz que o planejamento preventivo em Goiânia já acontece desde o mês de abril. A área de saúde municipal está em alerta para o possível aparecimento de turistas domésticos ou estrangeiros doentes. Também há o aviso para que casos de residentes na Capital que adoeçam, após contato com turistas doentes, sejam rapidamente registrados e reportados.
Uma campanha também foi realizada com o intuito de vacinar taxistas e trabalhadores do aeroporto e de grande parte da rede hoteleira de Goiânia. A diretora da Vigilância de Saúde também explica que uma campanha educativa foi realizada para que possíveis casos de doenças incomuns sejam notificados.
“Ainda assim reforçamos o pedido para que profissionais de saúde, ou não, notifiquem à Comissão de Controle de Infecção (CCI) casos de turistas doentes ou possível residente infectado, após contato com alguém de fora do País ou de outra região do Brasil”, solicita Flúvia. O contato com a Vigilância pode ser feito pelos telefones (62) 3524-3389 ou (62) 3524-3381.
A preocupação com a rapidez da notificação é que sendo realizada em até 24 horas após atendimento médico, a CCI consegue agilmente tomar as medidas necessárias para o controle da dispersão dessas doenças. “Também temos contatos no aeroporto e, a qualquer sinal de passageiro doente que chegue à cidade, seremos avisados e o paciente encaminhado à unidade de referência, caso não tenha plano de saúde”, informa Flúvia.
Sobre o possível aumento no número de casos de doenças mais comuns como a gripe, Flúvia explica que Goiânia vacinou, na última campanha nacional, 258 mil pessoas. Esse número representa 93% da meta de vacinação para os grupos de risco, aqueles em que a doença pode levar à complicações e ao óbito. Desse grupo, participam profissionais de saúde, gestantes, mulheres que deram a luz nos últimos 45 dias, portadores de doenças crônicas, criança com menos 5 anos e idosos com mais de 60.
A vacina oferecida pela rede pública de saúde, durante a campanha nacional, previne contra três tipos do vírus da gripe: influenza A H1N1, influenza A H3N2 e influenza B. Porém, quem não for imunizado está exposto à doença, que para o doutor João Paulo é considerada grave. Nesse ano, foram registrados 10 casos da gripe H1N1 em Goiás, com quatro óbitos confirmados pelas autoridades competentes.
Conforme o boletim da Superintendência de Vigilância em Saúde, o número dos casos da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) já aumentaram no Estado. A SRAG é caracterizada pela presença da síndrome gripal associada a sintomas como dispneia, desconforto respiratório ou aumento da frequência respiratória. Conforme os dados o aumento foi de 23,4% no número de casos da doença e de 14,3% na ocorrência de óbitos.
A tendência, de acordo com o doutor João Paulo, é que os casos de algumas doenças, principalmente de H1N1, aumentem. “Não sabemos como está a situação de vacinação dos estrangeiros que virão ao País. Muitos podem ter a infecção ou podem apenas ser portadores inativos, ou seja, carregar o vírus sem apresentar os sintomas.”
A diretora da Vigilância fala que, a rede pública não disponibiliza a vacina contra a gripe para quem está fora do grupo de risco. “Mas é importante que o restante da população procure a rede privada para se imunizar”, conclui Flúvia.
No site da Secretaria Municipal de Saúde há a indicação para que os residentes na Capital, que não sabem como está a situação do seu cartão de vacinas, se atualizado ou não, se prontifiquem à imunização contra as doenças para as quais existe a prevenção.
Sobre as vacinas
A doutora Marilene Lucinda, responsável técnica pelo serviço de vacinas do Laboratório Padrão do Grupo Hermes Pardini, é especialista quando o assunto é imunização. Ela descreve que os adultos, em sua maioria, estão totalmente desprotegidos. E esse seria o principal grupo que precisa pensar em realizar sua imunização, nessa época de Copa do Mundo. “São eles que irão aos estádios ou assistir aos jogos em barzinhos, locais propícios para a propagação de doenças. E a maioria desse grupo, de 5 a 60 anos, está desprotegido”, enfatiza a médica.
Para a especialista, a maioria das vacinas já deveriam ter sido tomadas por quem não quer ficar doente durante o evento. “A vacina demora cerca de 15 dias para começar seu efeito preventivo, sendo que atinge seu melhor nível de prevenção após 30 dias”, afirma Marilene Lucinda.
De acordo com o médico João Paulo, o ideal é que o brasileiro adulto esteja com o cartão de vacina atualizado, para evitar a contaminação e posteriores surtos de doenças no Brasil. “Mesmo que seja um turista brasileiro, ele pode estar trazendo alguma doença de sua região, que não seja comum no Estado de Goiás”, conclui o infectologista.
A doutora Marilene também lembra que o contrário pode ser evitado. “Vacinado, o turista previne a introdução de doenças já controladas nos locais de visitação e evita que, ao retornar para casa, se transforme em um ‘vetor’ de vírus e bactérias”, explica.
O infectologista João Paulo também lembra que as vacinas são seguras e eficazes e que há estudos comprovando seus benefícios. “O único problema causado pela vacina é a dor no local da injeção do líquido. Porém, é um pequeno defeito, se pensarmos que com uma única dose pode-se evitar a morte de pessoas, por causa de uma gripe”, comenta o médico lamentando já ter visto algumas pessoas morrendo por esse motivo.
Nova doença pode causar epidemia no Brasil, conforme estudo da Fiocruz
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em parceria com o Instituto Pasteur, alerta para a disseminação de um novo vírus no Brasil que causou epidemia em outros continentes. A doença seria semelhante à dengue, e um dos transmissores do vírus chikungunya é também o do mosquito Aedes aegypti. O estudo foi divulgado no dia 10 de maio, no site oficial da Fiocruz.
A doença causada pelo vírus já teria provocado epidemias na Ásia, África, Europa e Caribe. De acordo com os coordenadores do estudo, o alerta dos países da América começou quando casos suspeitos da febre chikungunya apareceram no Caribe, no final do ano passado. No Brasil, ainda não houve casos, porém os estudos são pessimistas.
Conforme os pesquisadores, os mosquitos Aedes aegypit e Aedes albopictus, de dez países americanos, são capazes de transmitir o vírus chikungunya. Os insetos mais potenciais para transmitir a doença foram encontrados no Rio de Janeiro. Nesse caso, os mosquitos foram capazes de transmitir o vírus uma semana depois de terem ingerido sangue contaminado.
Para a Fiocruz, não existe vacina para a doença, e para os sintomas o tratamento é parecido com o da dengue. Para se curar da febre chikungunya é preciso hidratação e uso de remédios que aliviam os sintomas. Também nessa nova doença, os pacientes relatam dores nas juntas que duram vários dias. Risco de morte já teria sido observado em complicações de pacientes idosos.
Saiba mais
Vacinas recomendadas
• Sarampo, Caxumba e Rubéola (Triviral);
• Difteria, Tétano e Coqueluche (Tríplice bacteriana);
• Meningite C;
• Hepatite A e B;
• Febre Amarela;
• Febre Tifoide;
• Influenza.
*Apenas algumas dessas vacinas estão disponíveis na rede pública de saúde.
###Saiba mais
Que outras medidas os turistas e residentes devem tomar
Os especialistas ainda dão dicas sobre o que evitar para não ficar doente durante o Mundial, além de atualizar o cartão de vacinas. "São medidas simples, mas que podem trazer como efeito não te deixar doente", comenta o infectologista João Paulo.
1 – Ter sempre álcool em gel ao alcance, pois um corrimão de aeroporto pode estar infectado com vírus ou bactérias de alguém doente que tossiu ou espirrou e passou a mão por ele.
2 – Evitar comprar água ou comida em lugares que não demonstrem ter requisitos básicos de higiene. Isso pode evitar doenças como a cólera, hepatite ou diarreias.
3 – Ter repelente contra mosquitos na bagagem. Algumas doenças, para as quais não há vacinas, são transmitidas por mosquitos, como a dengue e a malária.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação