Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 17/07/14

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES DE HOJE
• Ato da Anvisa questionado
• Aids – Brasil segue na contramão
• Eleições – Aécio quer rever Mais Médicos
• Hugo, o hospital que sarou

O POPULAR
 

Ato da Anvisa questionado
A Comissão de Diversidade Sexual da OAB-SP solicitou ao Conselho Federal da Ordem ajuizamento de ação para declarar a inconstitucionalidade e a ilegalidade da resolução da Anvisa que normatiza os procedimentos de doação de sangue no país e considera inaptos temporariamente homens que tiveram relações sexuais com outros homens nos últimos 12 meses antes da doação. A vice-presidente da Comissão Especial da Diversidade Sexual do Conselho Federal da OAB, Chyntia Barcellos, apoia a iniciativa e também questiona a proibição de doação de sangue por homens gays e bissexuais. Para ela, a norma tem caráter discriminatório e contraria princípios constitucionais da igualdade e isonomia.
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Aids
Brasil segue na contramão
Enquanto cai número de casos no mundo, País apresenta alta de 11%. Em Goiás, aumento é menor
Maria José Silva

A epidemia da aids desafia as autoridades sanitárias, três décadas após a constatação do primeiro caso da doença no País. Relatório divulgado ontem pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids (Unaids) revela que houve um avanço de 11% no número de casos novos da enfermidade no Brasil. Tal crescimento está na contramão do panorama mundial. O mesmo estudo mostra que em todo o mundo a quantidade de novos casos teve queda de 27,5%, passando de 2,9 milhões, em 2005, para 2,1 milhões, em 2013.
Só no ano passado, conforme a pesquisa da Unaids, cerca de 44 mil pessoas contraíram o vírus HIV no Brasil, quantitativo que representa cerca de 2% do total de infectados em todo o país. As novas vítimas da doença têm perfil semelhante àquelas que a contraíram em meados da década de 1980. São, em sua maioria, jovens transsexuais, homens que fazem sexo com outros homens, profissionais do sexo e seus clientes, além de usuários de drogas.
Em Goiás a doença também avança, porém a passos menos largos. O Boletim Epidemiológico da aids, feito pela Coordenação Estadual de DST/aids, mostra um leve crescimento na incidência da doença. Em 2005, por exemplo, foram notificados 12,5 casos novos por cada grupo de 100 mil habitantes. Em 2010 o número de infectados por 100 mil habitantes chegou a 15,1 e em 2011, a 16,5. “Na primeira década de 2000, a quantidade de novas notificações oscilava em 600. A partir de 2010, passaram a ser registrados a cada ano mais de 700 casos”, pontua o coordenador estadual de DST/aids, Edvan Miranda dos Santos.
O avanço da aids na população em geral e nos jovens, em particular, está associado a uma série de fatores, a começar pela banalização da doença. “Os adolescentes e jovens têm informação sobre a importância do uso do preservativo, mas não têm consciência e não o usa em suas relações”, enfatiza Edvan Santos. A médica infectologista Heloína Claret, que trabalha no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), também observa que hoje, devido aos medicamentos anti-retorvirais, os jovens não percebem a aids como uma doença grave. Em função disso, não se protegem durante o ato sexual.
Devan Santos acrescenta que hoje o jovem tem vida sexual precoce e mais ativa e, não raro, tem mais de um parceiro. Ele também destaca que o uso da camisinha é uma espécie de tabu entre as pessoas casadas. Este fato, segundo diz, assume contornos graves devido à frequência das relações extraconjugais. “Muitas vezes a pessoa contrai a aids em relacionamentos com outros parceiros e leva a doença para casa ao não usar o preservativo”, sublinha.
BUSCA ATIVA
Além do comportamento dos jovens, a ação desenvolvida por profissionais da área de saúde tem contribuído para ampliar a quantidade de notificações, aproximando-a do número real de casos. O coordenador estadual de DST/aids relata que foram desenvolvidos vários cursos de atualização no interior do Estado com objetivo de capacitar técnicos para o registro dos casos da doença em praticamente todos os municípios. “O sistema de notificação dos casos de aids no Brasil é referência mundial.”
Edvan Santos acentua que a Secretaria de Estado da Saúde, por meio do Ministério da Saúde, tem possibilitado a ampliação da testagem rápida do HIV. A nova metodologia permite que o resultado do exame seja divulgado em apenas 30 segundos. Se o resultado for positivo, o novo caso é acrescido às estatísticas. Por determinação do Ministério da Saúde, a notificação dos casos de vírus HIV passou a ser compulsórias.

Queda no número de mortes
Nos últimos 10 anos, o número de mortes por aids em todo o mundo teve uma queda de aproximadamente 35%. De acordo com os dados da pesquisa feita pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids (Unaids), entre os anos de 2004 e 2005 cerca de 2,4 milhões de pessoas morreram vítimas das doenças oportunistas relacionadas à aids. No ano passado foram notificados 1,5 milhão de mortes pela enfermidade.
A médica infectologista Heloína Claret afirma que o uso contínuo dos medicamentos anti-retrovirais tem possibilitado uma sobrevida maior das pessoas com aids. Em Goiás, o tratamento da doença é feito principalmente no Hospital de Doenças Tropicais (HDT). Heloína Claret assinala que apesar de a mortalidade pela doença ter diminuído, muitas pessoas ainda morrem em função da doença em função do diagnóstico tardio e da não adesão ao tratamento.
“As pessoas, de maneira geral, não fazem o exame anti-HIV de forma rotineira. Quando descobrem que tem a doença, a infecção já está em estado grave”, enfatiza. Muitos homens e mulheres, conforme a médica, têm resistência em iniciar o tratamento contra a aids com receio de se exporem; por não entenderem que o vírus da doença é extremamente agressivo e por achar que podem curar a enfermidade por meio de outras alternativas, como a religião.
Heloína Claret também assinala que muitos usuários de droga e de bebida alcoólica não conseguem abandonar o vício para usar o medicamento. Os anti-retrovirais também têm efeitos colaterais difíceis de serem assimilados, entre os quais náuseas, diarreia, dor gástrica, anemia, complicações renal e hepática.
A incidência da aids na população jovem levou o Ministério da Saúde a ampliar a determinar o início do tratamento da doença antes do surgimento dos primeiros sintomas da infecção, como ocorria anteriormente. Heloína Claret destaca que a iniciativa tem o mérito de diminuir a carga viral nos pacientes e, com isso, aumentar as chances de sobrevivência e atenuar a possibilidade de transmissão da doença. Ela observa que hoje os medicamentos são mais eficazes, mas a adesão ao sexo seguro ainda não é realidade.

Casos entre jovens gays eleva número, diz governo
O secretário de Vigilância do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, avalia que os números apresentados nesta quarta-feira, 16, no relatório da Unaids retratam um problema enfrentado não apenas pelo Brasil, mas por países que convivem com um padrão de epidemia de aids concentrada.
Estimativas publicadas no trabalho indicam que o Brasil registrou entre 2005 e 2013 um aumento de 11% nos casos de aids, enquanto no mundo todo caíram 27,6%. “Não estamos isolados. Estados Unidos e alguns países da Europa tiveram aumento de 8% no mesmo período – o que comprova a dificuldade, em locais onde a epidemia está concentrada, em reduzir esse patamar”, disse.
O secretário argumentou que a queda mais significativa nos números de casos de aids ocorreu em países da África e da Ásia, locais onde até pouco tempo grande número de pessoas morria em decorrência da doença e que registravam altíssimas taxas de infecção. “Em países com essas características, a introdução de tratamento, por si só, já se encarrega de puxar para baixo.”
No caso do Brasil e dos Estados Unidos, afirma Barbosa, a resistência dos indicadores está associada ao aumento de casos entre jovens de homens que fazem sexo com homens. A prevalência de pessoas com HIV entre esse grupo está entre 10%, enquanto na população em geral está em 0,4%. “A epidemia no Brasil tem várias faces. Em algumas regiões, como Sudeste, os números caem, algo que não ocorre no Norte e Sul.”
Barbosa afirma que os números apresentados pela Unaids são condizentes com as estatísticas do Ministério da Saúde. “O organismo fez uma projeção, nós trabalhamos com casos novos diagnosticados. São dados que se complementam”, disse. Para o secretário, os resultados, embora esperados, estão longe de deixar o País numa situação confortável. “Mas não temos dúvida em dizer que todos os mecanismos existentes para prevenir novas transmissões estão sendo colocados.”
Ele cita como trunfo o início precoce do tratamento de pessoas com HIV e a ampliação no diagnóstico. As estimativas são de 400 mil pessoas no Brasil são portadoras do vírus e não saibam. “Nesse semestre, identificamos 35 mil casos novos”, contou. Se o ritmo for mantido, calcula, até dezembro o número de diagnósticos novos pode chegar a 100 mil.
“Em quatro anos, em tese, podemos chegar aos 400 mil, ofertar tratamento, o que reduz de forma significativa as transmissões”, diz. Estudos mostram que o início precoce no tratamento reduz os índices de HIV circulantes no organismo do portador, algo que pode ajudar a diminuir a possibilidade de contaminação do parceiro em casos de relações sexuais desprotegidas.
Grupos ligados à prevenção de aids defendem ações inovadoras para atingir a população de maior risco para doença – homens jovens que fazem sexo com homens, prostitutas e usuários de drogas. “Todas as inovações foram e vão continuar sendo adotadas”, afirma Barbosa.
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Eleições
Aécio quer rever Mais Médicos
Tucano diz que vai manter programa se eleito, mas questiona acordo com governo cubano

O senador Aécio Neves (MG), candidato à Presidência pelo PSDB, disse ontem que um eventual governo tucano não submeterá o programa Mais Médicos do governo federal às regras impostas por Cuba, país que mais “exporta” profissionais para a iniciativa.
“Temos de rever esse acordo. Por que nós é que temos de concordar com o governo cubano?”, questionou o tucano durante sabatina organizada pela Folha de S.Paulo, pelo portal UOL, pelo SBT e pela rádio Jovem Pan.
“Nós vamos manter o Mais Médicos, vamos fazer com que eles se qualifiquem e estabelecer novas regras para os médicos. Mas não vamos aceitar as regras do governo cubano”, disse o senador.
O candidato não explicou, porém, como manteria o programa no caso de rompimento da parceria com Cuba. São do país socialista 11 mil dos 14 mil profissionais que atuam no Brasil. O contrato deles é diferenciado em relação aos profissionais de outras nacionalidades.
Para os médicos cubanos são repassados apenas US$ 1,2 mil (cerca de R$ 3 mil) do salário de R$ 10 mil pago pelo programa federal. O restante do vencimento fica com o governo cubano.
Em outras ocasiões, Aécio já havia feito críticas ao formato do Mais Médicos – que é considerado pelo PT uma das vitrines da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) – e sinalizado que promoveria mudanças. As declarações de ontem, contudo, foram as mais enfáticas até agora.
Aliados do tucano argumentam que o modelo atual tem um forte viés ideológico e existem no mercado internacional e nacional oferta suficiente para suprir os médicos cubanos, caso o governo do presidente Raúl Castro decida romper o acordo e convocar seus profissionais de volta.
A avaliação do estafe aecista com base em pesquisas internas é que o Mais Médicos é uma “ferramenta de marketing” que foi bem utilizada pelo PT. Como o programa federal é bem avaliado, a decisão foi defender a sua manutenção, com ressalvas.
“SOLUÇÃO TESTADA”
A avaliação entre os petistas é que Aécio está blefando ao dizer que manteria o programa, mas revisaria os contratos. “Na prática, mais uma vez, o candidato do PSDB não conseguiu esconder que quer acabar com o atendimento a 50 milhões de brasileiros, incluindo 7 milhões de paulistas, que antes não tinham médicos e que, graças ao programa Mais Médicos, passaram a ter atendimento básico perto de casa”, disse o ex-ministro da Saúde e candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha.
O programa foi lançado durante a gestão do petista no ministério “Agora que temos uma solução testada e aprovada por milhões de brasileiros, eles querem mudar a proposta para inviabilizar o programa. Além disso, o Mais Médicos é lei. Ele nasceu de uma demanda de prefeitos de todos os partidos, inclusive do PSDB.”
O deputado federal e médico de formação, Cândido Vaccarezza (PT), reforçou a crítica do partido à declaração de Aécio. “Se ele romper o contrato que existe hoje (com o governo cubano), o programa acabaria”, afirmou o parlamentar.
As declarações de Aécio também foram respondidas pelo PT, que publicou uma nota ontem.
De acordo com o artigo publicado pela legenda e compartilhado em sua página oficial do Facebook, Aécio deu respostas “incompletas” e “evasivas”. Além disso, segundo o PT, Aécio confirmou ter “pouca criatividade” ao assumir a promessa de manter programas criados pelos governos do PT, como o Bolsa Família e o Mais Médicos.
“Na entrevista, o único ponto que ficou totalmente esclarecido sobre a proposta de governo do tucano é a manutenção ou a clonagem de programas criados pelos governos do PT, como o Bolsa Família e o Mais Médicos. Segundo ele, na política é comum se copiar iniciativas que têm êxito”, destaca o artigo.
Segundo o PT, a “surpresa” por conta das afirmações do tucano se deve porque em outras ocasiões os tucanos já criticaram os dois programas do governo. “O programa Bolsa Família, por exemplo, foi rebaixado por eles para ‘bolsa miséria’. Já o Mais Médicos, para o presidenciável, foi classificado como ‘80% propaganda’”, diz o texto.
“Agora que ele sabe que as iniciativas do PT ‘dão certo’, Aécio não se acanha em utilizá-las como mote de campanha. Assim é fácil prometer governo melhor, né?!”, questiona o post.
No Facebook, o texto petista foi intitulado de “cópia de acertos”. No post, há uma foto do senador tucano com uma mensagem escrita “sem constrangimento”. Já no site do partido, a nota é intitulada “’Sem constrangimento’, Aécio promete manter programas sociais do PT”.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Hugo, o hospital que sarou
Maior hospital de urgências da Região Centro-Oeste passa por melhorias para se adequar à demanda
DEIVID SOUZA
“Há muitos anos eu moro aqui, antigamente o Hugo estava ruim, mas hoje está ótimo, maravilhoso, melhorou cem por cento”. A frase é da camareira Maria Bernadete Rodrigues da Silva, de 51 anos, e reflete o resultado das melhorias promovidas no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).

A constatação foi feita após o filho, Felipe Rodrigues, 24 anos, sofrer um acidente de moto no dia 9 de julho e ser encaminhado ao Hugo. O rapaz teve uma fratura na mão direita e queimaduras no corpo. A opinião da mãe é ratificada pelo rapaz, prestes a receber alta seis dias depois do ocorrido. “O Hugo está de parabéns pelo atendimento, fui muito bem atendido”, avalia.
A alta do jovem coincidiu com o dia em que a reportagem do Diário da Manhã percorreu, ao lado diretor-geral do Hugo, Cyro Ricardo de Castro, todos os corredores da unidade. O médico lembra que dois anos atrás a situação era muito diferente. “O hospital corria sério risco de interdição. Não tinha condições de infraestrutura, não tinha remédios”, enumera parte dos problemas vividos à época.
As fotos das deficiências ainda estão nos corredores para que não sejam esquecidas, mas nem é preciso. Para muitos goianos, as cenas de corredores lotados com macas de pacientes por falta de leitos de internação ainda estão na memória.
Muitas áreas foram reformadas e outras estão em processo de melhoria.
transformações
Uma delas é a lavanderia, agora chamada de Central de Hotelaria, por onde passam milhares de peças, que saem já embaladas a vácuo, dentro de um kit organizado conforme a necessidade, seja para um procedimento cirúrgico ou para um leito de enfermaria.
Uma das últimas áreas a passar por reforma foi o terceiro andar, onde funcionava a área administrativa da unidade, que foi transferida para um prédio anexo. O espaço se transformou em enfermaria. São quartos bem iluminados, com TV, climatizados e dotados de equipamentos novos.
A melhoria contribuiu para o aumento de 67% no número de leitos de internação, passando de 191 para 319. De maio de 2012 até o presente momento, quando a gestão do hospital foi entregue à organização social Gerir, as Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s) aumentaram de 44 para 58 unidades. A previsão é que ao final do ano sejam 100 UTI’s.
Esses são só alguns números que expressam o gigantismo do Hugo. O maior hospital de urgências da Região Centro-Oeste tem 1.500 colaboradores. Todos os dias são feitas de 35 a 40 cirurgias. Este ano, a média de internações é de 5,7 mil por mês. (Veja mais informações no quadro nesta página)

ESPECIALIDADE
A especialidade do Hugo são os politraumatismos, ou seja, pessoas que tiveram mais de uma fratura. As cirurgias motivadas por fraturas responderam por 64,5% de todos os procedimentos, com 3.896 registros. O número total de todos os tipos de cirurgias no período foi de 6.040.
Os pacientes são, em sua grande maioria, vítimas de trânsito, a maior parte deles é motociclista, caso do Felipe Rodrigues, relatado no início da reportagem. Esse grande fluxo contribuiu para que, ao longo do tempo, o corpo clínico tivesse especialistas em casos muito específicos, ou seja, dentro de uma especialidade médica como a ortopedia existem as subespecialidades. “Nós temos especialistas divididos em áreas, porque o trauma, hoje, a gente não tem como lidar, não tem como um ortopedista lidar com todo tipo de trauma. Você tem fraturas de coluna, fraturas do ombro, fraturas da pélvis e que são especialistas diferentes que tratam disso. E hoje, depois de dez anos, a gente conseguiu montar uma equipe aqui que resolve esses traumas graves”, explica o chefe de Ortopedia do Hugo, médico José Gomide.
Um dos problemas que o Hugo ainda tem que administrar é a chegada de  casos de urgência de baixa complexidade ao hospital. Para tanto, ao chegar ao hospital, o paciente é avaliado por uma enfermeira especialista em classificação de risco. Caso o problema não seja do perfil de atendimento do Hugo, a própria unidade encaminha a pessoa para outro local em que o atendimento possa ser dado.
A gravidade dos casos expõe a fragilidade do ser humano, que muitas vezes precisa ser amparado. Os departamentos de Serviço Social e Psicologia cumprem esse papel. Na psicologia, que funciona 24 horas, há sempre alguém para dar apoio especializado profissional a cada paciente ou mesmo a um familiar, até nos momentos mais duros como nos inevitáveis óbitos. Os profissionais da psicologia visitam todas áreas da unidade. “Nós fazemos o acolhimento desde o início até praticamente a saída do paciente daqui. A atuação do psicólogo hoje, nós vamos percebendo que é de fundamental importância dentro do hospital. De toda forma que o paciente entra ele tem que ser acolhido, ele muitas vezes precisa desse apoio do psicólogo e a família também”.
COMANDANTE
Um grande navio precisa de um comandante à altura, e o médico ortopedista Cyro Ricardo de Castro está para o Hugo assim como um bom comandante está para um grande navio.
Com mais de 20 anos de atuação na unidade, o médico, cuja experiência é denunciada pelos cabelos brancos, coloca sua vivência a favor da saúde dos milhares que passam por seu navio todos os meses.
Paciente e muito atencioso, não descuida dos detalhes e ainda consegue tempo para acompanhar os casos mais complexos e demorados. Salvar vidas é o estímulo ao trabalho do diretor-geral da unidade, Cyro Ricardo de Castro. “Eu acho que a motivação é a perspectiva que você tem de salvar vidas. Quem trabalha na urgência, emergência, principalmente no trauma, tem que, em primeiro lugar, gostar de gente. Se você gosta de gente, aí você nem precisa trabalhar, porque você faz o que gosta e vê o que você faz como uma missão. A razão de ser da nossa existência profissional é o paciente”, ensina o diretor.
Condições de trabalho animadoras
Ao passar por uma das alas de UTI, instalada no segundo andar, pudemos notar o quanto os equipamentos modernos são importantes para auxiliar os profissionais. Em um dos monitores é possível que o médico plantonista acompanhe os sinais vitais dos pacientes internados. Qualquer alteração pode ser verificada rapidamente para que a ação médica seja feita em questão de segundos.
Para o médico Nicola Bertolini Paolo, que trabalhava na entrada de pacientes no dia da visita, o cansaço é superado pela possibilidade de fazer um trabalho de qualidade. “É cansativo, mas por outro lado também bastante gratificante. Aqui no Hugo você tem a oportunidade de receber pacientes de Goiânia, do Estado como um todo, e a possibilidade também de dar um bom atendimento: a capacidade de resolução do Hugo é muito grande”, considera o médico. A atuação de vários profissionais no atendimento aos pacientes, chamada tecnicamente de multidisciplinaridade, faz parte da rotina do hospital. Muitos casos têm a participação de médicos de diversas especialidades, nutricionistas, nutrólogos, psicólogos, enfermeiros, fonoaudiólogos, entre várias outras áreas da saúde.
A humanização da saúde é uma busca na unidade. Um dos exemplos é o caso de uma paciente internada no isolamento da UTI 2 do Hugo. Há mais de dois meses no local, ela pediu que fosse trazido um prato de sua casa para tornar o local mais familiar. Desde então, os procedimentos de segurança foram cumpridos e ela come a comida do hospital no prato de sua casa. "O paciente está em primeiro lugar, o atendimento humanizado é visto com bons olhos na UTI 2 e a gente tenta tornar o ambiente familiar, trazer isso para um ambiente familiar também", ressalta a chefe da UTI 2, Tatiane Pereira Dionísio.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação