Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 09 A 11/08/14

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES DE HOJE

• Hospitais poderão ser obrigados a ter gerador com acionamento automático
• Anvisa suspende lotes de antiviral da Eurofarma
• CNS entrega proposta de mudanças na Saúde ao Senado
• UFG – Ministro defende cursos de Medicina no interior
• “O Brasil tem menos médicos do que precisa”
• Governo e Estados têm plano para conter vírus do Ebola
• Ebola – Surto levanta discussões éticas
• Artigo – Fiscalização das OSs
• As doenças mais comuns no mundo corporativo
• Ronaldo Caiado: “Não adianta maquiagem na Saúde. Cadê os hospitais regionais?”

 

SAÚDE BUSINESS 365
Hospitais poderão ser obrigados a ter gerador com acionamento automático

Se aprovado, texto tornaria equipamento obrigatório em instituições com centro cirúrgico, centro obstetrício, unidade de tratamento intensivo, unidade coronária ou instalações que exijam a não interrupção de procedimentos

Um projeto em tramitação na Câmara dos Deputados (PL 7231/14) torna obrigatória a existência de gerador de energia elétrica, dotado de sistema de acionamento automático, em todos os estabelecimentos hospitalares das redes pública e privada que possuírem centro cirúrgico, centro obstetrício, unidade de tratamento intensivo, unidade coronária ou qualquer outra instalação que requeira a não interrupção de procedimentos de saúde.

O hospital que descumprir esta determinação ficará sujeito a multa diária que será definida em portaria do Ministério da Saúde, diz o texto. No caso de hospital privado, a não instalação do gerador impedirá a manutenção de credenciamento junto ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Os estabelecimentos hospitalares deverão cumprir a determinação em até 180 dias, após a publicação da lei que advier do projeto.

O autor da proposta, deputado Luiz de Deus (DEM-BA), afirma que a falta de investimento do governo federal na melhoria do sistema elétrico brasileiro tem colaborado, nos últimos anos, para uma série de falhas no fornecimento de energia. “Tal situação tem tornado fundamental e inadiável a instalação de sistemas alternativos para suprimento de energia elétrica nas unidades hospitalares públicas e privadas de saúde”.

Ele argumenta que o oferecimento de um sistema de saúde de qualidade é obrigação do governo, por meio do SUS, e, “sem suprimento alternativo de energia, esse objetivo claramente não é atingido”.

O projeto será analisado em caráter conclusivo pelas comissões de Seguridade Social e Família; Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. A íntegra da proposta pode ser lido no site da Câmara. (09/08/14)
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Anvisa suspende lotes de antiviral da Eurofarma

Ganciclovir Sódico foi suspenso após fabricante suspeitar de cristalização do produto, que é injetável

Foi suspenso na quarta-feira (6) o comércio e uso de lotes do antiviral Ganciclovir Sódico 500mg, produzido pela Eurofarma Laboratórios. A medida, publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Diário Oficial da União, foi adotada após ter sido constatada dificuldade de solubilização e suspeita de cristalização do produto.

Segundo a Anvisa, foi a própria Eurofarma que identificou os problemas na medicação, que é injetável. A empresa então enviou comunicado à Anvisa, no qual explicou a necessidade de fazer o recolhimento. Caberá então à empresa recolher os lotes nº 322549A, 322549B e 322549C do remédio. (09/08/14)

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CNS entrega proposta de mudanças na Saúde ao Senado

Agenda inclui sugestões para o fortalecimento e financiamento do SUS, e aproveita eleições para fomentar discussão sobre o setor

O presidente do Senado, Renan Calheiros, recebeu na quarta-feira (6) propostas para o debate sobre a reforma sanitária e o financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS). O documento foi apresentado por representantes do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

A Agenda Propositiva do Conselho Nacional de Saúdedefende o fortalecimento do SUS e apresenta sugestões para a discussão, durante a campanha eleitoral de 2014, de formas de melhorar a qualidade da saúde no país.

Uma das principais propostas é que 10% da receita bruta da União seja destinada ao setor. Os conselheiros propõem também o fim da Desvinculação das Receitas da União (DRU) para o orçamento da seguridade social, mecanismo que permite cortes de despesas no setor, e mudanças na formação de profissionais de saúde. Além disso, preconizam a implantação de orçamentos participativos em todas as esferas do sistema.

Constam do documento 25 propostas, divididas em “Garantia do direito à saúde”, “Valorização do trabalho e educação na saúde” e "Fortalecimento da participação social”.

O presidente do Senado disse que a participação da sociedade no debate sobre a legislação da saúde é essencial para melhoria dos serviços do setor e o fortalecimento da própria democracia.

Participaram do encontro o presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, Luis Eugenio Portela Fernandes; os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM); e o deputado Darcisio Perondi (PMDB-RS). 09/08/14
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O POPULAR
UFG
Ministro defende cursos de Medicina no interior
Primeira turma de estudantes no curso do campus de Jataí da universidade começam a ter aula hoje
Patrícia Drummond

Os 30 estudantes que integram a primeira turma do curso de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG) em Jataí, na Região Sudoeste do Estado, distante cerca de 320 quilômetros de Goiânia, terão hoje a sua aula inaugural, com a presença do ministro da Saúde, Arthur Chioro. Na avaliação dele – que concedeu entrevista exclusiva ao POPULAR, por e-mail –, com a instalação do curso, no interior, o atual contexto – de migração dos profissionais formados para capitais ou regiões mais populosas do Brasil –, deve apresentar mudanças significativas, e em vários aspectos.
“As medidas estruturantes previstas no Programa Mais Médicos ajudarão a mudar esta realidade”, considera o ministro. “Ao fazermos o ensino chegar às localidades onde faltam profissionais, estamos tendo o cuidado de que esses locais tenham hospitais, unidades de saúde e ambulatórios estruturados para recebê-los. Para isso, estamos investindo na melhoria de toda a rede de saúde, disponibilizando recursos para que os municípios construam, qualifiquem e equipem Unidades Básicas de Saúde, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) 24 horas e hospitais”, argumenta.
Além disso, destaca Chioro, a interiorização das vagas nos cursos de graduação será também acompanhada pela interiorização de vagas em residência médica – algo que, segundo ele, conforme demonstram estudos na área, contribui bastante para a fixação dos especialistas formados nas localidades onde cursaram o programa de especialização. “Com isso, ajudaremos a criar condições para que esses médicos permaneçam nos locais em que estão se formando, a exemplo de diversos países do mundo onde políticas desta natureza já são implementadas há décadas”, acrescenta o ministro da Saúde.
A mesma tese é defendida pelo reitor da UFG, professor Orlando Afonso Valle do Amaral, que, com base nos princípios apresentados pelo ministro Arthur Chioro, também acredita na permanência, na região, dos futuros médicos formados pela UFG de Jataí. “Estrutura para isso irá existir, já que todos os requisitos estabelecidos para a abertura do curso estão sendo integralmente atendidos”, pondera Amaral, lembrando que a regional da instituição, no sudoeste goiano, “já tem a base estruturada para receber a graduação em Medicina há muito tempo”.
CONDIÇÕES PLENAS
“Temos todas as plenas condições para funcionar, e muito bem”, assegura o reitor da UFG. “Nossa expectativa, embora isso não seja uma garantia, é que, com a formação desses profissionais na graduação e na residência, estejamos contribuindo para a presença de mais médicos no interior do Estado, hoje concentrada nas metrópoles e capitais, suprindo uma carência que é percebida não penas em Goiás, mas em todo o País”, completa Orlando Amaral.
Com relação à posição anunciada publicamente pelo Conselho Regional de Medicina (Cremego), contra a abertura de novas faculdades na área, o reitor da Federal é sucinto: “Acreditamos que as críticas do Cremego digam respeito mais a outros cursos, não a esse curso específico, da UFG”. De acordo com Amaral, de um total de 60 professores, 23 já estão devidamente contratados pela instituição, para a nova graduação, oriundos tanto de Jataí quanto de Goiânia, como também de São Paulo; “tudo, dentro de critérios rígidos de seleção”.
A estrutura física necessária para as aulas, conforme o reitor, também já está pronta. Inicialmente, as aulas teóricas do curso serão ministradas no Câmpus Riachuelo, onde foram realizadas, com o apoio da Prefeitura de Jataí, obras de ampliação e reforma para melhor adequação dos espaços. Algumas aulas práticas serão ministradas no Câmpus Cidade Universitária, onde se concentram os laboratórios da Regional Jataí da UFG, onde estudam alunos de outros cursos da área de Saúde, como Ciências Biológicas e Enfermagem, entre outros. A construção do bloco definitivo para as turmas de Medicina deverá ter início “em breve”, segundo Orlando Amaral, já que a obra está devidamente licitada e contratada.

“O Brasil tem menos médicos do que precisa”
Em entrevista por e-mail ao POPULAR, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, falou sobre suas expectativas quanto aos cursos de Medicina autorizados em Goiás bem como as mudanças esperadas na saúde pública. Confira:

O senhor espera alguma mudança no quadro da saúde pública a partir do momento em que começarem a se formar as turmas dos novos cursos de Medicina que estão começando em Goiás?
Estamos falando de formar mais e melhores médicos no Brasil, com uma formação adequada à nossa realidade de saúde e às necessidades da população. O resgate de um caráter mais humanizado, o caráter integral e o compromisso social da Medicina em tempos em que interesses mercadológicos se colocam, em diversos momentos, acima das pessoas, influenciando a prática médica, precisa ser trabalhado junto aos futuros médicos desde o primeiro momento que entram nos cursos. Esperamos contribuir com médicos que conheçam a realidade de vida das pessoas por eles cuidadas, com uma formação comprometida com os problemas da população brasileira.

Com os novos cursos de Medicina autorizados pelo MEC, inclusive os 4 em Goiás, o programa Mais Médicos pode ser encerrado?
É importante ressaltar que todas essas medidas voltadas para a formação fazem parte do Programa Mais Médicos. O provimento de médicos com a chamada de profissionais brasileiros e estrangeiros é uma medida emergencial dentro do Programa e provisória. Portanto, eles serão substituídos por médicos brasileiros ao longo da implementação do Programa.

No final de julho, o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) condenou o que eles chamam de abertura indiscriminada de escolas médicas no Estado. O que o senhor tem a dizer?
Hoje todos admitem que faltam médicos para garantir o cuidado em saúde a toda a população brasileira. O Brasil tem menos médicos generalistas e especialistas do que precisa e por isso é necessário formar mais, e com qualidade. Considerando a quantidade de vagas para cursos de Medicina em relação ao tamanho de nossa população, há ainda um déficit importante. Apesar da existência de pouco mais de 200 cursos no país, nossa proporção é de somente 0,8 vagas de graduação para cada 10.000 habitantes. A Argentina possui 3,2 vagas por 10.000 habitantes. (11/08/14)
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Saúde
Governo e Estados têm plano para conter vírus do Ebola
Edison Veiga – Estadão Conteúdo

Autoridades sanitárias são unânimes em afirmar que, se existe risco da chegada do Ebola ao País, as chances de um surto são muito pequenas – principalmente em virtude de a contaminação pressupor contato com fluidos corporais do doente.
Mas cuidados já vêm sendo tomados. Na quarta-feira, via teleconferência, o médico epidemiologista Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, conversou com representantes das secretarias estaduais e diretores de hospitais de referência.
"Nós, do ministério, participamos de um grupo da Organização Mundial de Saúde e recebemos, diariamente, relatórios com casos no mundo. São alertas, de fontes oficiais, que nos ajudam a compreender o problema", explica Barbosa. Semanalmente, um comitê formado por 15 pessoas se reúne em uma sala do bloco G da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para discutir o conteúdo desses alertas e avaliar riscos no País.
Em outra sala do ministério, um centro de informações funciona sete dias por semana, consolidando dados relevantes de saúde pública de todo o País. Ali chegam, por exemplo, todos os casos de doenças de notificação compulsória – como dengue, hanseníase, tétano e outras, que constam de uma lista elaborada pelo próprio ministério.

Portas
Há duas possibilidades de chegada do Ebola. A primeira seria um viajante internacional portador do vírus que adoeça no percurso – a doença costuma se manifestar de 2 a 21 dias após a contaminação. "Em caso de paciente com febre, vômitos ou quaisquer problemas do tipo no trajeto, a companhia aérea comunica as autoridades", lembra Barbosa. "O doente é removido para um hospital de referência – no caso de São Paulo, o Emílio Ribas -, e um grupo da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) entrevista os passageiros. Como o Ebola não é transmitido pelo ar, neste caso não é necessário deixar todos em quarentena."
Uma segunda possibilidade é de a pessoa viajar durante o período de incubação e só adoecer no Brasil. "Como o Ebola sempre produz casos graves, o doente inevitavelmente vai chegar a um médico", acredita Barbosa. Em ambas as situações, o Ministério da Saúde deverá ser comunicado imediatamente.
O transporte do paciente para o hospital também foi normatizado. Deve ser feito por meio das equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Para tanto, além dos equipamentos que já têm, os serviços começaram a receber, na última semana, kits com macacões especiais, impermeáveis, para serem usados como segunda proteção, além de aventais.

Emílio Ribas
Esses macacões já estão disponíveis no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo. Mas não é a única precaução tomada pelos diretores do hospital. "Obviamente, os treinamentos são constantes", afirma o médico infectologista Luiz Carlos Pereira Júnior, diretor da instituição.
No surto da gripe A H1N1, em 2009, o Emílio Ribas dividiu o acesso ao pronto-socorro em duas partes: as pessoas com suspeita da gripe não tinham como contaminar outros pacientes. Uma estratégia semelhante pode ser adotada agora.
O corpo clínico do hospital tem 120 médicos infectologistas – 50 no pronto-socorro. "Temos uma área isolada para já fazer uma primeira avaliação de qualquer paciente que chegar com suspeita de contaminação", conta o médico. Se os sintomas se manifestarem de modo agudo, o doente poderá ser removido para uma das 34 salas do hospital com pressão negativa. "Nelas, o ar que sai da sala passa por filtros, antes de ser devolvido ao meio ambiente."
Sem nenhum caso registrado, por enquanto a preocupação maior é com o controle da informação – seja para organizar as equipes ou para evitar a propagação de outra epidemia: os boatos. Para tanto, o supervisor do pronto-socorro do Emílio Ribas criou, dias atrás, um grupo no serviço de mensagens no WhatsApp. Batizado de "GP vírus hemorrágico", dele participam 15 pessoas, entre diretores do hospital, chefes do pronto-socorro e responsáveis pelo Departamento de Comunicação. (11/08/14)
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Ebola
Surto levanta discussões éticas
Enquanto o mundo teme o alastramento do vírus, outro debate vem à tona: por que não usar drogas experimentais?
Gilberto G. Pereira

Entre o primeiro surto do vírus ebola em 1976, matando 280 pessoas no então Zaire (atual República do Congo), e o que ocorreu em 2012 no mesmo país, com 29 mortes, vários outros surgiram no Oeste da África, ceifando cerca de 1.640 vidas, no total. A grande diferença entre todos esses casos para o que vem ocorrendo atualmente é a violência com a qual o ebola voltou.
Desde março, 961 pessoas já morreram infectadas, o que causou uma corrida para evitar a proliferação da doença no mundo todo. Mas alguns especialistas acham pouco provável que isso aconteça.
A grande discussão que se eleva em torno do medo do vírus é ética. Ele não tem cura comprovada nem vacina preventiva. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tratamento se concentra no alívio dos sintomas, como febre, vômitos e diarreia. Mas há drogas experimentais sendo testadas em macacos em laboratórios nos EUA. Uma dessas drogas, de um pequeno laboratório de biotecnologia do Estado da Califórnia, foi usada com sucesso em dois médicos que faziam trabalho humanitário na África, Kent Brantly e Nancy Writebol.
A partir daí, vem o questionamento em torno das implicações éticas. Por que só os americanos? Por que essa mesma droga não pode ser usada nas centenas de casos na África? De acordo com o o escritor e jornalista científico americano, David Quammen, autor do livro Spillover: Animal Infections and the Next Human Pandemic (Ameaça: Infecções Animais e a Próxima Pandemia Humana, em tradução livre), a causa é nobre, mas não só a ética impede que isso aconteça. “Fabricar drogas em escala industrial leva tempo e dinheiro”, diz Quammen, que gentilmente falou por e-mail com O POPULAR.
Segundo ele, nenhum empreendedor, principalmente da área de saúde, se atreve a produzir remédios em larga escala sem ter a certeza de que vai dar certo. “No caso dessas drogas novas, em cima de pesquisas sobre o ebola, elas ainda são imprevisíveis. E aí entra a questão ética, porque o uso dessas drogas traz preocupações humanitárias, além de questões do avanço da ciência sobre o caso. Não dá para arriscar.” A OMS também exige cautela nesse processo.
RESISTÊNCIA
Na avaliação de Quammen, o ebola, que já matou o equivalente a mais da metade das vítimas que sucumbiram ao longo das quase quatro décadas de sua primeira infecção humana, não é diferente do que causou o grande surto de 1976. “O problema é que hoje as circunstâncias são tremendamente adversas. A população local aumentou, e aliam-se a isso mais gente cruzando as fronteiras, uma forte resistência cultural à medicina moderna e a dificuldade de acesso de equipes médicas.”
Para ele, a preocupação sobre um possível surto mundial é exagerada. “Definitivamente, o ebola não é mais transmissível do que tantos outros vírus existentes.” A reação internacional, diz Quammen, é exagerada. “Enquanto ele se restringe à África, nos rincões mais pobres do continente, pouco se faz. Como dessa vez o alastramento local foi rápido e muito mais mortal, todos abriram os olhos como medo de que o ebola ganhe o mundo.” (10/08/14)
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Artigo – Fiscalização das OSs
Na gestão dos hospitais estaduais por organizações sociais (OSs), o serviço público de saúde nunca foi tão fiscalizado. Os olhos da imprensa e consequentemente da população voltaram-se para a necessidade de acompanhar de perto como estão sendo realizados os procedimentos de compras de insumos e medicamentos, quais as condutas na área de recursos humanos, quais os investimentos estruturais, entre outros pontos da administração hospitalar.
A preocupação com o patrimônio público gerido por uma organização privada sem fins lucrativos é indiscutivelmente maior do que quando está sendo administrado por um titular nomeado pelo governo. Essa preocupação é de direito e a fiscalização tanto por parte da população, por meio do controle social ou por parte do próprio governo, pelas instituições internas de fiscalização como Secretaria de Saúde, Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização dos Serviços Públicos (AGR), Procuradoria Geral do Estado, Controladoria Geral do Estado e mesmo por organismos externos, como o Tribunal de Contas e o Ministério Público, favorecem a efetividade da administração por OSs, bem como o rigoroso cumprimento do interesse público na gestão de recursos públicos a elas repassados.
O fato é que, sem cobrança e fiscalização, a administração corre frouxa. No setor público, os contribuintes (a população) precisam estar atentos para que os serviços sejam prestados devidamente e de maneira adequada. E atualmente a fiscalização dos gastos é acompanhada de verificação da qualidade do serviço prestado aos usuários do SUS, o que nunca existiu antes.
As organizações sociais são extremamente cobradas. E este é um dos motivos pelos quais os hospitais passam por uma transformação jamais vista, contando altos níveis de satisfação.
Todos os órgãos de fiscalização e controle estiveram no Hospital Alberto Rassi – HGG assim que uma OS assumiu a gestão da unidade e todos recebem relatórios periodicamente sobre o trabalho e os recursos investidos. Há ainda os Conselhos de Saúde, representados por uma instância local, e o Conselho de Excelência, que também nasceu recentemente, a partir de um decreto governamental.
Ao visitar o Hospital Alberto Rassi é possível ver os efeitos desta fiscalização, que culminou ainda no recebimento de certificação de qualidade, inédita no serviço público. Se hoje o HGG conseguiu reduzir as demandas oriundas em Ministério Público e os índices de reclamações nas ouvidorias, é resultado de uma administração eficiente e acompanhada de perto pelos órgãos da Administração Pública e por toda a população, assim como deve ser em todas outras esferas públicas.
Juscimar Ribeiro é assessor jurídico do Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (Idetech); diretor do Instituto de Direito Administrativo de Goiás (Idag) 09/08/14
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O HOJE
As doenças mais comuns no mundo corporativo
Rinite, alergia, dores nos ombros e pescoço e excesso de peso lideram a lista de enfermidades no trabalho
Doenças respiratórias, musculares e gripes estão entre os principais causadores de afastamentos do trabalho. As constatações foram confirmadas em pesquisa realizada pela operadora de saúde Omint com o objetivo de avaliar as condições de saúde dos executivos brasileiros.
Com uma amostra formada por 15 mil profissionais entre média gerência e o alto escalão de grandes companhias atuantes no País, a operadora mapeou as principais enfermidades que afetam os profissionais brasileiros e os principais hábitos de vidas não saudáveis, que são os maiores responsáveis pelo aumento do risco cardíaco e desenvolvimento de doenças graves.
Os números mostram que 95,5%dos executivos brasileiros não mantêm uma alimentação equilibrada no dia a dia, 44% são sedentários e 31,7% têm índice elevado de estresse. “Esses indicadores tem permanecido estáticos nos últimos três anos, embora boa parte dos executivos revele intenção de mudança de hábitos alimentares e inclusão de atividades físicas na rotina”, diz Caio Soares, diretor médico da Omint e coordenador do estudo.
Ansiosos e acima do peso
Entre as patologias mapeadas, a ansiedade é a que apresentou maior crescimento entre os executivos. Se, em 2010, 14% apresentavam sintomas da doença, em 2011 esse percentual chega a 18,20% – crescimento de 24%.
“A ansiedade está associada ao estresse, que é um dos grandes vilões da saúde. Além de, por si só, agravar ou acelerar o desenvolvimento de doenças também afasta da serenidade necessária para iniciar o processo de mudanças de hábitos. Não é fácil!”, explica Soares.
Também de acordo com o levantamento, o excesso de peso, reflexo direto da má alimentação e do sedentarismo, também é considerado um grave problema no mundo corporativo. Porém, os indicadores vêm se mantendo estáveis nos últimos três anos.
De acordo com a pesquisa, 38,6% dos executivos estão com Índice de Massa Corpórea (IMC) acima de 25. Dentro desse universo, 18,99% são homens e 11,53% mulheres. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), pode ser considerada obesa uma pessoa que tem IMC acima de 30.
Doenças mais comuns
A pesquisa relevou também quais são as doenças mais frequentes entre os executivos. A poluição e a manutenção inadequada do ar condicionado no ambiente corporativo colocaram a rinite alérgica no topo do ranking. A doença atinge 29% dos executivos analisados.
O segundo lugar é ocupado pela alergia de pele, atingindo 22,4% do total.
Entre os fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, também avaliados na pesquisa, uma boa notícia. Vem caindo progressivamente o percentual de executivos hipertensos. Em 2010 eram 10%. Passaram para 9,07% em 2011 e agora somam 8,15% do total. Já os indicadores de diabetes e colesterol alto seguem estáveis: 2,3% e 2,04%, respectivamente.
Motivação para mudar
O desejo de mudança de hábitos também é avaliado pela pesquisa que concluiu que a inclusão de pelo menos uma atividade física na rotina é objetivo de 37,7% dos executivos e 44%, ainda que não tenham tomado nenhuma iniciativa, tem “pensado muito” no assunto.
Quando o assunto é alimentação saudável a pesquisa detectou que 26,1% dos executivos avaliados já estão tomando providências e adotando um cardápio mais saudável no dia a dia, enquanto que 39% pensam constantemente sobre o assunto.
Já no caso do tabagismo, os dados são animadores. Realizado há sete anos, a pesquisa apontava em 2004 cerca de 18% de fumantes entre os executivos. Em queda gradual a partir de então, hoje os fumantes não passam de 12%. E a tendência é de queda ainda mais acentuada.
Soares ressalta que a adoção de hábitos de vida saudáveis deveria ser uma preocupação de primeira ordem para empresas e seus colaboradores. “As pessoas hoje têm consciência do risco que correm com os hábitos de vidas não saudáveis, mas conforme nosso estudo comprova, isso não é suficiente para a mudança de comportamento. Elas precisam de estímulos contínuos para mudança de estilo de vida.” (11/08/14)
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Ronaldo Caiado: “Não adianta maquiagem na Saúde. Cadê os hospitais regionais?”
Para Ronaldo Caiado a discussão sobre as OSs é muito pequena diante dos problemas complexos na Saúde, como a falta de atendimento à população do interior. Ele cobra do governador os hospitais regionais.

Ele quer fazer a diferença no Senado. Ronaldo Caiado (DEM) revela ao jornalista Murilo Santos que já acertou com Agripino Maia, presidente do partido, para ser líder da bancada na Casa. E responde se caso eleito ficará 8 anos no Senado. Depois de cinco mandatos de deputado federal e duas disputas majoritárias (presidente da República/1989 e governador/ 1994) Caiado fala ao Hoje de Frente com o Poder sobre Saúde “maquiada”, violência, crise da Celg, venda de Cachoeira Dourada e o embate com Vilmar Rocha (PSD). Sobrou até para ‘caciques’ do PMDB em Brasília. E tem muito mais na entrevista completa, que você assiste de graça no Hoje TV

O senhor teme algum adversário na corrida pelo Senado?
Não. É uma disputa extremamente positiva, no campo das ideias, um grande debate. Mais do que nunca é necessário que tenhamos naquela Casa pessoas que tenham conhecimento da matéria e ao mesmo tempo independência. Isso é o mais importante na vida política, independência para o bom debate e o enfrentamento no plenário.
O senhor e o deputado federal Vilmar Rocha (PSD) já travaram vários embates, seja nopróprio Democratas ou em partidos diferentes. É um tira-teima entre os dois?
Não sei se é uma questão de tira-teima. Respeito às pessoas. Divirjo com ele. Ele defende as teses dele e eu as minhas. Agora é o eleitor quem decide. Não é nada pessoal. É questão de posicionamento político. Política não é ‘paz de cemitério’. Política é um sistema extremamente efervescente. Cidadão calado não resolve na política. Tem de ter pessoacom autonomia, autêntico, que tenha conteúdo, coragem para assumir a opinião em que acredita. O político encabrestado, que recebe ordens, a sociedade maior desencanta dele.
Há 20 anos, em 1994, o senhor liderava todas as pesquisas para governador. Mas o senhor acabou em terceiro e nem foi ao segundo turno. O que fazer agora quando o senhor lidera ao Senado?
Devo dizer que é um momento que aprendemos muito.
Um aprendizado?
Muito grande. Sabe por quê? Porque às vezes naquela euforia toda você não tem um momento, na vitória, de refletir sobre os erros, as falhas que você cometeu e acho que foram nestes momentos que aprendi muito. Em primeiro lugar a pisar todos os dias na vaidade.
E o senhor consegue?
Todos os dias pela manhã. Em segundo lugar, pedir a Deus que Ele possa guiar nossos passos. E terceiro lugar estar bem com a minha consciência. E dizer que cometi falhas sim. Por exemplo, naquela época tínhamos campanha pela televisão e muitas vezes eu priorizava um comício distante, a 400 km de Goiânia. Depois que você chega cansado, estafado, você perdia a oportunidade de falar com milhões de pessoas. Aquela expectativa de que você é diferente falando, você acha que poderia produzir mais resultados do que estar em um momento como este daqui.
E era o contrário…
Era o contrário. Naquela época o ponto de maior fragilidade da minha campanha foi a região do Entorno. Não consegui chegar e alavancar minha campanha naquela região. Mas como senador, vou assumir não só a defesa de Goiás, mas também do Entorno de Brasília, que precisa ser tratado com mais seriedade e coragem. As pessoas estão lavando as mãos. Estão se omitindo de um processo que cada vez vai se agravando mais.
O que um senador pode fazer na questão da violência?
É um campo maior, podemos ser mais amplos. Não é possível que se tente repassar para Goiás apenas a responsabilidade de toda uma situação caótica que vive aquela região. É o menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do país, tem baixa renda per capita e tem a capital que é a maior renda per capita e o maior índice de IDH do país. Não é possível dizer: “os problemas todos são de Goiás”. Aí a importância de um senador.
Na prática…
Ao chegar lá já tenho entendimento com José Agripino (DEM-RN), presidente do partido e líder da bancada, quero chegar liderando a minha bancada. E como líder de bancada você chega com um poder e uma autonomia muito grande. E é nessa hora que você tem de ter peso para dizer: quais são as prioridades? É prioridade para o governo federal continuar com quase 70% da arrecadação do país? Municípios e estados de “pires na mão” mendigando aqui todos os dias? Qual é a coragem deste enfrentamento?
E no caso de Goiânia?
Também. Porque essa é a hora. O Senado Federal é a Casa que hoje está convalidando as truculências do executivo.
Só isso?
Só. Não é mais fiscalizadora. Não é propositiva. Não é mais uma Casa dos grandes debates. Às vezes temos vitórias na Câmara dos Deputados e no Senado Federal nossa matéria é toda arquivada, negocia-se o atendimento. “Para o filho do Renan Calheiros(PMDB) ser governador de Alagoas acerta-se isso. Já está certo a situação do Sarney em outro lugar”. E o Senado se cala diante de tantos problemas. Quando discutimos incentivos fiscais para Goiás o Senado se ajoelhou.Onde nós derrubamos? Na Medida Provisória na Câmara dos Deputados. No Senado você pode dar a dimensão em uma Casa de 81 pessoas. Na Câmara você é 1/513. No Senado Federal você pode colocar sua voz e sua independência para defender aquilo que hoje contestamos duramente.
O senhor é a favor das Organizações Sociais na gestão da Saúde no Estado?
Sou a favor da meritocracia. Cada pessoa tem de mostrar qual seu resultado junto ao paciente e estatisticamente como aquele hospital atendeu. Qual sua performance final. Isso é fundamental. Hoje o que acontece é um hospital sob gestão de uma Organização Social. É uma gestão competente? Não sei, não estou lá. E também não estou aqui para criticar a todos. Mas você tem um paciente acidentado em São Miguel do Araguaia, com traumatismo crânio-encefálico grave. Tem que ligar para Goiânia para ver se tem uma ambulância autorizada a sair.O paciente vai a óbito, como já aconteceu. Essa é a queixa maior. Não tem hospitais regionais. O quadro é complexo. Não vamos confundir os sinais.
E a gestão?
Não é que esteja sendo mal administrado. Vamos fazer uma análise profunda se realmente está sendo 100% corretamente aplicado. Ah, está melhor do que antigamente. Mas qual o volume de pessoas chegando lá? E quantos não estão sendo atendidos? Que estão retidos nas cidades em que foram vitimados? É uma estatística que precisa ser feita. Qual a função do governador? Por os hospitais regionais funcionando para que as populações dessas regiões tenham médicos especialistas.
O senador pode colaborar?
Qual a função nossa no Congresso Nacional e dos senadores. É aumentar os financiamentos da Saúde. Temos mais de 2 milhões de assinaturas em prol de aumentar o financiamento para 10% da receita corrente bruta da União, o que passaria de R$ 92 bilhões, hoje, de ações em Saúde para R$ 145 bilhões. Teríamos um aumento de mais de 50% no financiamento da Saúde. É fazer uma Proposta de Emenda à Constituição para levar o especialista ao interior.Especificamente no contexto da Saúde não podemos levar discussão única e exclusivamente para essa modalidade de gestão.
É um tema pequeno no debate sobre o setor?
Sim, pela complexidade toda. Em todas as pesquisas, apesar do pânico que todos têm em Goiás, e verdadeiro na área da Segurança, com denúncias que já tomaram o cenário nacional, para 72% a queixa é sobre a Saúde. Então não adianta querer fazer uma maquiagem, enquanto o cidadão que está fora de Goiânia não está tendo atendimento, está vindo a óbito e não está tendo condições de ser tratado no local. Ou pessoas que têm doenças crônicas, estão na fila diagnosticados, e não têm como ser submetidas ao atendimento.
A crise na Celg. O senhor fez pronunciamento na Câmara eartigo para a Folha. Alguns críticos afirmaram que o senhor não teria atuado antes a favor da companhia…
Em que momento me omiti? Em todos me posicionei. Disse que a situação da Celg era inaceitável e que era o maior patrimônio do Centro-Oeste brasileiro, não só de Goiás.
E aquele acordo de 2010?
Contra. Tanto contra que aquela época divergi com quem assumiu a presidência da Celg. Não aceitei, fui contra.
A venda de Cachoeira Dourada foi um erro estratégico?
A venda de Cachoeira Dourada indiscutivelmente foi uma falha que existiu naquele momento, época em que se deveriam privatizar toda área de energia no país. Como abrir mão de uma empresa sinalizadora, orientadora do Estado como a Celg? A Celg é algo que não poderíamos de modo nenhum abrir mão. Porque se a empresa tem a concessão autorizada, renovada, a partir de 2015, o preço de mercado em alguns dias vai para R$ 15 bilhões. Bastou uma canetada do ministro. Agora se não tiver a concessão vale R$ 400 milhões.
Uma diferença enorme…
A preço de banana. Onde está nossa bancada? Que poder é esse deste ministro querer impor à Goiás um prejuízo desta proporção? É a discussão a ser feita. Sempre avalizei a tese de mantermos a Celg e termos uma boa gestão. Quebrar a Celg, como quebrar a Petrobrás, é algo inimaginável. Para quebrar a Celg e a Petrobrás tem de ser muita incompetência e malversação do dinheiro.
Uma reportagem do jornal O Hoje mostra que a declaração de bens dos candidatos à Justiça Eleitoral é uma pechincha. Alguns bens com valores irrisórios. O senhor concorda?
Cada um tem de dar satisfação da sua vida. Não vamos ser genéricos. Apopulação tem de analisar se aquilo é verdadeiro, se existem sinais externos de riqueza, porque não é apenas aquela apresentação que vai dizer se o patrimônio aumentou ou deixou de aumentar. Hoje se tem tantos artifícios que você pode facilmente detectar. O povo já percebeu isso. O povo sabe o salário de um deputado, senador, governador, presidente da república, prefeito e vereador. De repente parece que ele tem o dom da multiplicação dos pães?
Quanto custa uma eleição para senador em Goiás?
Tem ficado caro.
Por quê?
Principalmente porque essa área específica de comunicaçãoestá ficando pesada. E em uma eleição majoritária são outras características. Tem que atingir de forma mais exuberante todos os 246 municípios.
Se eleito o senhor fica os 8 anos no Senado ou pode disputar as eleições de 2018?
Não vou fazer previsão de 8 anos. Vou simplesmente dizer que serei um senador atuante. O momento político de 2018 é uma eternidade.
Mas qual a tendência?
A tendência é que eu continue no Senado Federal.
Pelos 8 anos?
Exatamente. Essa é a tendência.
O senhor tem medo de alguma coisa?
Se tem uma coisa que Deus me poupou foi isso.
Recado aos jovens…
Tenha orgulho de ser goiano. Tenha competência. Estude. Firme posições, conceitos. Goiás tem de ser ouvido. Não tenho que comer prato feito de São Paulo, nem de paulista, carioca, nem de ninguém. Goiás tem de mostrar que tem qualificação de pessoas nas decisões nacionais.(apoio: Felipe Coz) 10/08/14
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação