ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES DE HOJE
• Cartas dos Leitores – Médicos
• Idosos enfrentem dificuldades para contratar planos, diz Idec
• Lesão que cega
• A mancha contagiosa
O POPULAR
Cartas dos Leitores – Médicos
Os governos não cumprem a Constituição, em seu artigo 196: saúde, um direito de todos e dever do Estado; e não temos plano de carreira médica, seja pública ou privada, com esta propositura certa ou errada para nosso atual estágio social brasileiro. Como o Estado não cumpre o seu dever, o cidadão fica com o dever e o ônus de cuidar de si mesmo e de sua família, e o médico penalizado porque não possui no sistema público condição de trabalho necessária para o exercício adequado da profissão. Serviços de saúde são mercadorias e como tal são ofertados e demandados pelas necessidades humanas e, deste modo, inseridos nas realidades do Sistema Único de Saúde (SUS) e prestadores de serviços públicos e privados.
Confesso que nunca me deparei com um médico recém-formado que não acalentasse o sonho de se tornar um profissional respeitado. Se isso não se concretiza, quais as razões para a falência? Acredito que a mistura de uma sociedade complacente e governantes incompetentes contribuem enormemente para este desiderato. Como ignorar a influência da sociedade, cedendo a apelos e pressões variadas, que se rejubila com a abertura de novas escolas médicas, iludida pela ideia de que estão sendo criadas maiores oportunidades para seus jovens? O Brasil tem hoje 235 escolas de medicina, com 20.325 vagas. Em 2018, serão 330 escolas e 31.985 vagas.
O que fazer na Nação de dimensões continentais e insuportável desigualdade? Seria racional se as novas escolas médicas fossem acomodadas em regiões remotas do Brasil, contudo, 70% delas estão instaladas na Região Sudeste, rica e congestionada, 74% das quais de natureza privada, com taxas exorbitantes. Mais importante do que criar novas faculdades seria aumentar as vagas para residência médica. Descabido é autorizar o trabalho de médicos patrícios formados no exterior, sem exames de proficiência. Se 54,5% de médicos recém-formados e inaptos causam indignação, como reagir ao fato de que em 2011, num exame oficial de revalidação de diplomas de 677 médicos graduados no exterior, 90,5% deles foram considerados inaptos? As desventuras servem de lição ao homem.
Nelson R. Gillet
Goiânia – GO
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SAÚDE WEB 365
Idosos enfrentem dificuldades para contratar planos, diz Idec
Valor pode comprometer renda do idoso, revela estudo feito pelo instituto, que identificou ainda outras barreiras para o acesso destes consumidores
Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) com as operadoras com maior número de usuários em São Paulo concluiu que os idosos encontram muitas dificuldades para contratar planos de saúde no estado. Foi considerada a contratação de planos individuais e familiares para usuários com mais de 60 anos.
Foram avaliadas as operadoras Amil, Bradesco Saúde, SulAmérica, Unimed Paulistana, Intermédica, Dix (pertencente à Amil), Green-Line, Porto Seguro, Prevent Senior, Mediservice, Santamália, Marítima, Allianz, São Cristóvão, Notre Dame, Golden Cross, Sistemas e Planos de Saúde, Biovida, Ameplan e MediSanitas.
Segundo o estudo, a primeira barreira é baixa oferta de planos individuais: entre as 20 maiores operadoras, somente oito comercializam esse tipo de plano (Ameplan, Biovida, GreenLine, Prevent Senior, Santamália, São Cristóvão, Unimed Paulistana e MediSanitas). Ainda assim, apesar de os sites da Ameplan e da São Cristóvão informarem que elas oferecem planos individuais, não foi possível estabelecer contato telefônico efetivo com as empresas.
O segundo grande problema foi o preço: o Idec cotou o valor do plano mais barato e do plano mais caro de cada uma das seis operadoras consideradas, para um usuário com idade de 75 anos. A média de preço dos planos mais baratos é de R$ 551,04. A dos planos mais caros, R$ 1.447,36. E a média dos valores de todos os 12 planos juntos é de R$ 999,20.
Para saber se os valores cabem ou não no bolso de uma pessoa com mais de 60 anos, foi considerada a renda mensal dessa parcela da população. Segundo dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em 2011, 72,4% dos idosos possui rendimento mensal de no máximo dois salários mínimos. Em valores atuais, isso dá R$ 1.448.
Assim, a média dos preços dos planos mais baratos representa quase 40% desse montante. A de todos os planos juntos, 70%. E a dos planos mais caros abocanharia a totalidade desse rendimento.
Avaliação médica
Entre as seis operadoras avaliadas pelo Idec, cinco adotam procedimentos para verificar o “perfil” do futuro consumidor. Ou seja, o idoso interessado em adquirir um plano de saúde individual é submetido a um exame médico prévio ou ao que se chama de “entrevista qualificada”. As cinco empresas que adotaram o procedimento são: Biovida, GreenLine, Santamália, Unimed Paulistana e MediSanitas. O consultor de vendas da Prevent Senior – operadora especializada em planos para a terceira idade – foi o único que informou não haver necessidade dessa avaliação.
Para o Idec, submeter o potencial consumidor a uma avaliação médica prévia como condicionante para a contratação do serviço é ilegal. Segundo Joana Cruz, advogada do instituto, o risco ao aceitar um paciente idoso é inerente à atividade exercida pela operadora, e ao exigir uma avaliação médica prévia a operadora sai em vantagem numa relação em que, “por si só, o consumidor tem presunção de vulnerabilidade”.
A exigência de avaliação médica prévia não é regulamentada pela ANS, mas há normas jurídicas desrespeitadas ao se fazer a exigência, diz o Idec. É o caso do inciso X do artigo 5o da Constituição, segundo o qual a intimidade das pessoas é inviolável.
A entrevista qualificada é regulamentada pela ANS, que prevê ao consumidor o direito de escolher se quer ou não fazê-la. A pesquisa avaliou apenas se a entrevista qualificada é ou não exigida – e não a maneira pela qual ela é conduzida.
Outro indício de que idosos tendem a ter dificuldade em aderir planos de saúde individuais é que os corretores, no caso de algumas operadoras, sequer podem vender esse tipo de plano a pessoas com mais de 59 anos. Nelas o consumidor deve entrar em contato diretamente com a operadora, sem intermédio de corretor.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Lesão que cega
Glaucoma é uma das principais causas de cegueira no mundo, atingindo cerca de 2% da população. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Oftalmologia contabiliza 900 mil glaucomatosos
DIVANIA RODRIGUES
A percepção do mundo apreendida pela maioria é realizada através dos cinco sentidos: visão, audição, tato, paladar e olfato. Nascer sem conhecer o mundo visual, ao qual grande parte da população está acostumada, pode não ser uma vida fácil. Mas, parar de enxergar ao longo da vida e se acostumar à escuridão, também pode exigir uma adaptação brusca. Essas duas situações podem ser causadas por uma doença que afeta a pressão interna dos olhos: o glaucoma.
Em outubro do ano passado, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou que, no mundo, “285 milhões de pessoas são deficientes visuais, dos quais 39 milhões são cegas e 246 milhões têm baixa visão”. O relatório ainda apresenta que cerca de “90% da carga global de deficiência visual está concentrada nos países em desenvolvimento” e que “80% dos casos mundiais de deficiência visual podem ser evitados ou curados”.
Dessa população com problemas visuais, 2% tem como causa o glaucoma, conforme a OMS. São cerca de 65 milhões de portadores da doença, sendo que a cada ano surgem mais 2,4 milhões glaucomatosos. No Brasil, nos dados do senso 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, sendo 582 mil cegas e 6 milhões com baixa visão. A estimativa da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO) é que existam cerca 900 mil brasileiros com a doença, que acometeria 4% da população acima dos 40 anos.
Porém, de acordo com a oftalmologista Camila Ray, responsável pelo Serviço de Oftalmologia do Hospital do Coração (HCor), em material divulgado em comemoração ao Dia da Saúde Ocular, ocorrido no início do mês passado, a doença atingiria “cerca de 2% dos brasileiros acima dos 40 anos de idade e está entre as doenças oculares mais frequentes no País, com mais de 1 milhão de casos registrados”. O grande problema para ela, é que esta síndrome aparece subitamente e se desenvolve silenciosamente.
A doença
O glaucoma é a perda gradual da visão periférica, causada pela lesão do nervo óptico, devido a um aumento na pressão interna dos olhos. Os médicos alertam que essa é uma doença grave em que o paciente, pela perda da visão acontecer aos poucos, pode não se dar conta de que está ficando com problemas para enxergar e procurar ajuda tarde demais. Se não for diagnosticado e tratado a tempo, o glaucoma pode levar à cegueira irreversível pela destruição das células retinianas e do nervo óptico, conforme a SOB.
A pressão intraocular (PIO) deve, então, ser monitorada para evitar o início da doença. A PIO fica elevada quando o líquido que há dentro dos olhos, o humor aquoso que circula na porção anterior do olho, não está sendo drenado em quantidade suficiente. O exame para detectar se a pressão do olho está elevada ou normal é chamado de Tonometria.
Sintomas
Perguntado sobre quais são os sintomas da doença, o oftalmologista do Instituto dos Olhos de Goiânia João Nassaralla aponta que não há a existência destes, inicialmente. Há, porém, a perda da visão que ocorre aos poucos e quando o quadro está em um estágio avançado – visão tubular – não há reversão, por intervenção médica possível. Por isso, o especialista ressalta a importância do diagnóstico precoce que pode retardar a progressão da doença e evitar que o paciente chegue à cegueira.
Predisposição
A doença acomete qualquer pessoa, com base nos dados apresentados pelo oftalmologista. Entretanto, algumas apresentam mais riscos e devem ter mais cuidados, como presença frequente nos consultórios oftálmicos. O glaucoma acomete mais comumente pessoas dos grupos dos que têm acima dos 40 anos de idade, dos que possuem familiares glaucomatosos, dos que fazem uso crônico de corticoides ou esteroides, dos que possuem a PIO elevada, miopia de alto grau ou algum trauma ocular anterior, ou que sejam da raça negra. O oftalmologista recomenda que se a pessoa pertence a um desses grupos, o ideal é que façam exames oculares de seis em seis meses.
Tratamento
Há tratamento para a doença, e pode ser efetivo se descoberta no início, conforme João Nassaralla. Dependendo do caso, o oftalmologista irá indicar a melhor indicação para cada paciente. Há medicamentos, via oral e colírios, que reduzem a pressão interna do olho e também procedimentos cirúrgicos, onde é criada uma nova via para a drenagem do humor aquoso.
Em 2002, diante da elevada incidência de glaucoma no Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) criou o Programa de Assistência ao Portador de Glaucoma, por meio do qual os pacientes diagnosticados com a doença podem obter acompanhamento oftalmológico e medicação de forma gratuita.
Tipos da doença
O glaucoma pode ocorrer de várias formas. O crônico simples ou de ângulo aberto é o mais comum. O de ângulo fechado aumenta subitamente a pressão interna dos olhos. Há ainda o congênito que afeta os recém-nascidos e o secundário que acontece por causa de outras doenças.
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A mancha contagiosa
Também conhecida como lepra, a hanseníase exige prevenção e cuidados
SAULO HUMBERTO
Hanseníase, conforme a Biblioteca Virtual em Saúde, é definida como uma doença infecciosa e contagiosa causada por um bacilo denominado Mycobacterium leprae. Não é hereditária e sua evolução depende de características do sistema imunológico da pessoa que foi infectada.
A dermatologista Juliana Salgado Goulart Chater explica quais são as suas formas. Esta doença pode ser dividida em duas formas. “A forma paucibacilar e a forma multibacilar, sendo o primeiro o polo mais brando e responsável pela forma tuberculoide e indeterminada da doença, e o último, o polo mais grave, caracterizando a forma virchoviana”, explica a profissional.
Assim como toda doença exige atenção das pessoas quanto à prevenção e cuidado, a hanseníase não é diferente. “O contágio é feito de indivíduo para indivíduo, pelas vias aéreas superiores, por áreas erosasdas da mucosa nasal e/ou da pele”, explica a dermatologista.
Segundo Juliana, a pessoa com hanseníase apresenta alguns sintomas característicos da doença. “Placas claras, avermelhadas ou acastanhadas infiltradas, área com dormência permanente, região sem pelos, infiltração de lobo de orelha e nariz, queda de sobrancelha, mão em garra em casos mais avançados, neurites (dor no nervo) e atrofia de alguns músculos”.
A dermatologista afirma que a hanseníase possui cura independente do estágio da doença. Nenhum tratamento é fácil para os pacientes, porém Juliana explica que o tratamento da hanseníase depende da forma da doença, “Mas é feito gratuitamente pelo SUS, com comprimidos orais”, diz.
A prevenção é um dos detalhes mais importantes para que não sejam caracterizados mais casos da doença, e a médica explica como se prevenir. “Os contactantes dos pacientes já diagnosticados devem tomar reforço da vacina BCG. Na verdade, não existe uma forma segura de prevenção para o desenvolvimento da doença, a pessoa tem que ser geneticamente predisposta à doença e ter tido contato com um doente baculífero”, afirma Juliana, que concede uma recomendação aos portadores da hanseníase: “Tratar de forma correta e assídua e ter uma vida normal”, conclui.
Exemplo
A presidente do Grupo de Apoio às Mulheres atingidas pela Hanseníase (Gamah), Marly de Fátima Barbosa de Araújo, é uma pessoa que foi portadora da doença. Funcionária aposentada da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, ela contraiu a hanseníase em 1996, mas na época não conseguiam descobrir, “disseram que eu estava com LER, passei sete anos com braço na tipoia”, conta.
Marly diz que achava estranho esse diagnóstico, sendo que a dor era muito intensa. Somente em setembro de 2000, que ela descobriu que aquilo era um dos sintomas de hanseníase. “Uma médica que trabalhava comigo também teve LER, fez o exame nela e descobriu que tinha hans”, diz a funcionária aposentada, que informa ainda que essa mesma médica que atendeu sua companheira de trabalho também a examinou e comprovou a hanseníase.
Questionada sobre os sintomas que estava sentindo na época, ela cita outros além da forte dor. “Meu braço dava choque, queimava muito, isso era sinal de falta de sensibilidade”, informa.
Toda doença assusta e provoca uma procura a um especialista para tratar e curar o problema, mas, segundo Marly, faltam profissionais com conhecimento na enfermidade. “O diagnóstico da doença não é fácil. O problema do diagnóstico é a falta de profissionais. O grande problema da hanseníase é que eles não aprendem hans. A grande maioria dos médicos não sabe fazer o exame”, relata.
A presidente do Gamah afirma que a hanseníase é uma doença de transmissão crônica, que pode causar sequelas, mas atualmente, após várias cirurgias, está curada, ou seja, não transmite mais a doença. “A gente tem vida normal, e após o tratamento, melhora”, diz.
O tratamento da enfermidade é gratuito e realizado por poliquimioterapia e uso de remédios. Quando questionada sobre qual o modo de prevenção, ela é direta. “A prevenção é olhar o seu corpo. A mancha da hanseníase não coça e não dói. Se tiver qualquer mancha, dormência, procure um Centro de Saúde”, recomenda.
GAMAH
O Grupo de Apoio às Mulheres Atingidas pela Hanseníase (GAMAH) foi fundado dentro do Hospital Universitário de Brasília, local onde a presidente da instituição, Marly de Fátima Barbosa de Araújo, tratou a doença. Ela e outras pacientes se uniram a fim de formar um grupo de ajuda mútua.
A Gamah foi fundada em 8 de maio de 2003, mas registrada apenas em 2007. As integrantes do grupo começaram fazendo bico de crochê e pano de prato, mas atualmente produzem outros itens e realizam diversas atividades. “Acabou essa semana o curso de bonecas. Vai começar o curso de decoração de Natal”, informa Marly.
A presidente do grupo afirma que as atividades realizadas pelas integrantes do Gamah trazem diversos benefícios a elas. “Todo mundo que ia para o Gamah tomava antidepressivo. O ganho maior foi sair da depressão; o artesanato funciona como terapia”, informa.
O grupo realiza campanhas e atividades a fim de conscientizar e alertar a população sobre a hanseníase. A presidente do Gamah, Marly de Fátima Barbosa de Araújo, afirma que a participação da população é intensa e informa os próximos planos da instituição. “A ideia é fazer campanha em Formosa e Planaltina de Goiás”, diz.
Dados
Segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado de Goiás, o Estado registrou uma redução no número de novos casos de hanseníase. O indicador revela que em 2001 foram registrados 2.938 novos casos, e as preliminares deste ano são de 852 novos casos. Confira a tabela completa abaixo.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação