ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES DE HOJE
• Crise – Postos de saúde sem raios X
• Penitenciárias – Lei das OS vai para 2ª votação
• Polêmica – Exame não aponta reação à vacina de HPV
• Meninas internadas em São Paulo após vacinação contra HPV passam bem
• Barriga de Aluguel
• Hospitais do Entorno reforçam Rede Hugo
• Esquizofrenia pode ser simulada
O POPULAR
Crise
Postos de saúde sem raios X
Demanda por exames fez com que pacientes fossem todos encaminhados para Crof, em Campinas
Gabriela Lima
Um dia de confusão na rede municipal de saúde, em Goiânia. Por conta da falta de equipamentos de raios X, pacientes que procuraram vários Centros de Atenção Integral à Saúde (Cais) com suspeita de fraturas foram obrigados a peregrinar pela cidade em busca de atendimento. A informação de uma suposta paralisação de técnicos radiologistas, por falta de pagamento, fez com que a demanda se concentrasse no Centro de Referência em Ortopedia e Fisioterapia (Crof), causando superlotação. O POPULAR apurou que em 6 de 16 postos de saúde o aparelho não funciona e em dois funcionou por um período do dia apenas.
Na porta do Crof, a toda hora chegavam veículos do Corpo de Bombeiros. “Quando é trauma, fratura simples, a gente está trazendo direto para cá, pois sempre que procuramos os Cais, recebemos a informação que os aparelhos estão quebrados”, disse o sargento Marco Aurélio Rodrigues de Miranda. O bombeiro afirma que a falta de raios X é um problema recorrente e às vezes é preciso atravessar a cidade em busca de um lugar onde o equipamento funcione.
Entre as pessoas que cruzaram a capital para tentar atendimento estava a assistente financeira Jéssica Lima, de 22 anos. Com uma torção no tornozelo, ela aguardava no corredor lotado do Crof, na tarde de ontem. “Procurei o Cais Vila Nova, que é perto da minha casa, mas eles me disseram que lá não tinha raios X. Então eu vim para cá. Estou esperando há três horas, sentindo muita dor, e não tenho ideia de quando vou ser atendida”, relatou.
O diretor geral do Crof, Eduardo Abrão, explica que o atendimento no centro de referência se dá por ordem de gravidade, e não por ordem de chegada. Por esse motivo, as pessoas com traumas menos complexos precisam esperar mais. Apesar do movimento intenso, o diretor afirmou que não havia nenhuma anormalidade na rede. “Às vezes, chegam três ambulâncias ao mesmo tempo trazendo gente até do interior. Estamos operando no limite da nossa capacidade, com dois aparelhos de raios X e quatro médicos ortopedistas.”
SEM TÉCNICOS
No Cais de Campinas, a segunda-feira foi um dia sem atendimento de raios X. Segundo o diretor geral da unidade, André Luiz Alves Fonseca, os técnicos da empresa terceirizada que cuida do serviço, a TechCapital, não compareceram. “Não recebemos nenhum comunicado oficial, mas ficamos sabendo que a empresa está fazendo uma paralisação, revezando os funcionários, por falta de pagamento”, disse o diretor.
Sem saber do problema, uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que socorreu o motociclista Bruno Henrique Mendonça Viana, de 19, após um atropelamento, levou o rapaz para o Cais de Campinas. Mas, sem raios X, o rapaz teve de aguardar horas, em cima de uma maca, por outra ambulância que pudesse levá-lo para o Crof. “Sofri um acidente no Parque Ateneu, por volta do meio-dia. O Samu me trouxe para cá. Atravessamos a cidade achando que aqui teria raios X. Mas o serviço não está funcionado e estou até agora (16h30) esperando para ser removido.”
Pacientes também enfrentaram desencontro de informações na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Itaipu. No Crof, O POPULAR encontrou pessoas que disseram ter procurado a UPA no período da manhã. Sem encontrar o serviço de raios X, foram parar na unidade pré-hospitalar.
O diretor-técnico da UPA Itaipu, Devalmir Oliveira Santos, afirmou que o serviço de raios X estava normal no período da tarde. “Mais cedo, paramos por cerca de uma hora apenas para fazer a manutenção do revelador.” Mas Maria Valdenice Silva de Araújo, de 32 anos, contradiz a versão de Santos. “Ontem (domingo) não tinha raios X.”
Santa Casa passa a gerir o serviço
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em nota enviada à imprensa, disse que assinou convênio com a Santa Casa da Misericórdia ontem para gerir a radiologia nos Cais Campinas, Curitiba, Goiá e Chácara do Governador, no Centro de Referência em Ortopedia e Fisioterapia (Crof) e na UPA Itaipu. No pregão presencial, o montante de R$ 6,3 milhões foi dividido em R$ 790 mil para cada um dos Cais Campinas, Goiá e Curitiba e UPA Itaipu; R$ 1,58 milhão para o Crof e o mesmo valor para o Cais Chácara do Governador. Oficialmente, ninguém no Paço Municipal trata do assunto.
Empresa alega que dívida é de R$ 2,1 mi
Vandré Abreu
A empresa responsável pelos aparelhos e exames de raios X em seis unidades de saúde municipais alega que o serviço continuou durante todo o dia de ontem, mesmo estando quatro meses sem receber. A TechCapital Diagnóstico e Equipamentos Médicos-Hospitalares, segundo sua administradora, Andrea do Carmo Sousa, notificou extrajudicialmente a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) sobre a falta do pagamento de R$ 2,1 milhões e uma possível paralisação no serviço nos próximos dias.
O documento também foi encaminhado ao Ministério Público do Estado de Goiás. Até o ano passado, todas as unidades municipais eram abastecidas pela TechCapital, mas o contrato foi encerrado em maio. Em março, a Prefeitura iniciou pregão pelo menor preço global para que seis unidades continuassem com o serviço, enquanto nas demais a própria SMS assumiria o raios X. O contrato da TechCapital é de R$ 6,3 milhões, por 12 meses. A justificativa da dívida seria a falta do parecer da Controladoria Geral do Município (CGM) sobre o contrato.
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Penitenciárias
Lei das OS vai para 2ª votação
Vandré Abreu
O projeto que altera dispositivos da lei nº 15.503 para permitir que organizações sociais (OSs)atuem na gestão de serviços sociais e auxiliares em unidades prisionais e na integração social do menor infrator deve ser aprovada nesta semana na Assembleia Legislativa. A matéria passou em primeira votação na última semana e deve entrar em pauta hoje. Na discussão, deputados não arguiram sobre os limites da atuação das organizações nos presídios e a dúvida ainda prevalece.
A intenção do governo é que os presídios possam ter a mesma atenção recebida pelos hospitais estaduais via organizações privadas. A dúvida é se a responsabilidade será por todos os aspectos de uma penitenciária ou se haverá limites. A Constituição garante que o Estado é quem deve guardar o detento, por exemplo.
O titular da Secretaria da Administração Penitenciária e Justiça (Sapejus), Joaquim Mesquita, que também é secretário de Segurança Pública, é o único que fala sobre o assunto, mas está em viagem nesta semana. As definições sobre os limites das organizações devem ser publicadas apenas nos editais de chamamentos. O primeiro deles deve ocorrer em outubro, para o presídio de Anápolis, que está em fase final de construção. Novas unidades no Entorno do Distrito Federal devem ser as próximas a receber no novo modelo de gestão.
Após passar em primeira votação, o projeto foi encaminhado para a Comissão Mista e recebeu o relatório do deputado Marcos Martins (PSDB). O governista se declarou favorável à aprovação da lei. Em suas palavras, o governo goiano age de maneira inovadora com a aplicação do contrato de gestão das unidades prisionais. O deputado afirma ainda que a mudança será boa para toda a sociedade goiana.
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Polêmica
Exame não aponta reação à vacina de HPV
Brasília – O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, afirmou que nenhuma das adolescentes que relataram ter dificuldades de locomoção depois de receber a segunda dose da vacina contra HPV tem problemas neurológicos. No fim de semana, onze meninas se queixaram de mal-estar depois de serem vacinadas na cidade de Bertioga, na Baixada Santista. Depois de examinadas, foram liberadas, mas três delas retornaram, relatando não sentir as pernas. “Exames foram realizados hoje. Não há base física para os sintomas”, afirmou o secretário. A hipótese mais provável, completou, é que as adolescentes tenham apresentado Síndrome Estresse Pós-Vacinal. “Tal estresse pode ocorrer, sobretudo na adolescência, quando há maior instabilidade emocional”, disse. Diante dos resultados, Barbosa afirmou não haver razão para suspender a campanha imunização contra HPV.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Meninas internadas em São Paulo após vacinação contra HPV passam bem
MARLI MOREIRA AGÊNCIA BRASIL
Três das 11 meninas que passaram mal após tomar vacina contra o HPV, na semana passada, em Bertioga, litoral norte de São Paulo, estão internadas, mas passam bem, informou a diretora do Departamento de Imunização da Secretaria Estadual da Saúde, Helena Sato. Ela disse que o caso está sob investigação e que foi descartada a possibilidade de ocorrência de problema com o lote do medicamento usado.
“Trata-se, muito provavelmente, de uma reação de ansiedade após a vacinação”, explicou a médica, com base nos sintomas apresentados pelas meninas. Conforme Helena, tal reação já ocorreu com vacinas injetáveis usadas em outros países. Quando a adolescente sabe que vai se submeter à aplicação da vacina, o organismo acaba tendo uma reação.
As 11 meninas apresentaram dor de cabeça, tontura e fraqueza duas horas após a vacinação, na Escola Estadual Willian Aureli. Levadas para um pronto-socorro municipal, oito delas foram liberadas logo em seguida. A evolução do quadro das que tiveram alta continua sendo monitorada pela equipe de vigilância em saúde do local.
Com sintomas um pouco mais acentuados, três das garotas foram transferidas para o Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, e estão passado bem, disse Helena Sato. “Elas estão bem e não há risco algum de paraplegia, como chegou a ser veiculado”, afirmou a médica, lembrando que que a segunda etapa da campanha nacional de vacinação, iniciada no último dia 1º, imunizou em cinco dias 20 mil meninas no Estado de São Paulo.
“É muito importante a vacinação porque é um meio eficaz de proteção contra o câncer do colo do útero”, alertou Helena. De acordo com a médica, o problema em avaliação é bem pontual, só ocorreu nessa escola.
Para o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, o que aconteceu, muito provavelmente, foi de fato uma síndrome de estresse pós-vacinação. “O medo da injeção pode ser a causa dos sintomas relatados, de formigamento e redução da força, mas, do ponto de vista neurológico, não há nenhuma lesão.”
Jarbas Barbosa informou que vacinas do mesmo lote das aplicadas na escola de Bertioga foram distribuídas em vários outros lugares e em nenhum deles houve relato semelhante ou que indicasse a necessidade de suspensão das aplicações. Desde a primeira etapa da campanha, de março até agora, foram vacinadas no País 4,5 milhões de adolescentes. No mundo, esse número ultrapassa a 50 milhões.
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Barriga de Aluguel
APARECIDA ANDRADE
Embora o termo “Barriga de Aluguel” nos remeta a um acordo financeiro, por lei, o procedimento não pode envolver qualquer transação comercial. De acordo com o ginecologista e obstetra Waldemar Naves do Amaral, especialista em Fertilização Assistida, os termos útero de substituição ou cessão temporária são os mais corretos para serem pronunciados.
Ele, que também é professor adjunto e chefe do departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Federal de Goiás (UFG) realiza, por ano, aproximadamente, 220 procedimentos de fertilização in vitro na sua clínica em Goiânia. Waldemar explica à reportagem do Diário da Manhã que dos 220 processos de fertilização, 20 são de fertilização assistida com útero de substituição, popularmente chamada de “Barriga de Aluguel”.
Para o médico, enquanto o índice de gravidez através do método natural é de cerca de 20%, o de fertilização in vitro convencional é de 40%, o dobro das chances do natural. Melhores ainda são as possibilidades de gravidez na fertilização assistida com útero de substituição que chegam a estar entre 40% e 60%. “É muito alto é tem três vezes mais de chance que o natural, então esse é um resultado de excelência”, constata.
A barriga de aluguel, esclarece o especialista, implica na cessão temporária do útero para que o óvulo da mãe biológica, já fecundado com o esperma do pai possa se desenvolver nos meses seguintes, até o nascimento da criança. Ou seja, o material genético é exclusivamente do casal, o útero é terceirizado e apenas carrega o bebê não tendo qualquer relação genética com a terceira pessoa envolvida.
Impossibilidade
Entre as condições que normalmente levam uma mulher a recorrer à barriga de aluguel, estão um histórico de doenças graves relacionadas ao útero, bem como quem já tenha passado por uma histerectomia – remoção do aparelho reprodutor –, ou, ainda, condições de saúde que comprovadamente colocariam a vida da paciente em risco se ela engravidasse. “Essa mulher preparada para engravidar, mas que não tem seu útero em condições de gestar, ou não tem o útero ou ainda a cavidade do mesmo não funciona, ela só poderá ter filho se alguém carregar o filho para ela”, diz Waldemar.
De acordo com ele esse é um procedimento autorizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e para isso, a doadora do útero tem de ter algum parentesco consanguíneo até o quarto grau com um dos parceiros. Sendo assim, pode ser a mãe, sogra, irmã, tia ou prima. Até mesmo uma amiga muito próxima ao casal, desde que se obtenha a aprovação do CFM.
Em busca de um sonho
Atualmente o ginecologista, especialista em Fertilização Assistida Waldemar do Amaral tem feito o acompanhamento do caso das irmãs Ana Patrícia Neirão do Amaral Morais, 35 anos – que vem tentando engravidar, há cinco anos, mas devido problemas de saúde não consegue –, e Andrea Neyrão do Amaral, 40 anos, que se prontificou a ser a doadora do útero para que a primeira realize, por meio dela, o desejo de ser mãe. Elas que vieram de Belém, capital do Estado do Pará, encontraram no avanço da Medicina a chance de realizar um sonho.
A fonoaudióloga Ana Patrícia, desde que se casou, tenta ter filhos, mas por ter mioma uterino, mesmo depois de incessantes tratamentos, não conseguiu a desejada fecundação. “O meu problema para engravidar foi a questão dos miomas, fiz cinco cirurgias para retirá-los, mas não deu certo porque existem muitos na minha cavidade uterina”, lamenta.
Após algumas tentativas e muita relutância à proposta feita pela irmã, muito emocionada conta a difícil decisão que teve que tomar, depois de ouvir o diagnóstico médico de que ela não poderia gerar um bebê. “Cheguei em Belém e falei para minha irmã: ‘Andrea não tem como… tem condições de você fazer por mim?”, lembra Ana, visivelmente emocionada.
Andrea recorda que nesse momento se prontificou lembrando à irmã que havia decido bem antes e caso ela tivesse aceitado, à época, sua proposta, hoje, ela já teria um bebê com três anos. “Quase que a vi morrer, há três anos, na minha frente, aquilo me despertou a atenção, quando disse para mim mesma, não, se ela precisar um dia de mim, estarei pronta para ajudá-la”, afirma.
Ela ainda define o sentimento de poder ajudar a irmã. “Tenho uma palavra curta e bonita, “amor”, decidi realizar o sonho dela através da palavra amor”, descreve. Andrea e Ana Patrícia sempre se deram muito bem e se vêem como amigas parceiras e confidentes. Andrea é mãe de uma menina de cinco anos e sabe o significado que tem o ato de ser mãe. É visível a felicidade que as duas deixam transparecer em cada gesto.
O procedimento
A decisão de ser a doadora foi e está sendo muito bem planejado, conforme Andrea. Os exames médicos mostram que ambas se encontram em perfeita saúde, aptas a passarem pelo processo de coleta do material genético e fertilização. Ambas asseguram que os procedimentos realizados até agora tem ocorrido com sucesso. “O doutor Waldemar disse que poderia nos dar nota 20, mas como a nota não existe ele deu nota dez para nós”, conta Ana com brilho no olhar.
Todos os procedimentos, que ainda não haviam sido realizados até o momento da entrevista estavam programados para os próximos dias. Na segunda-feira, 1º, Patrícia passou pelo processo de coleta do óvulo e do sémen do marido, para posteriormente passar pelo processo de fecundação, feito pelo especialista em fertilização assistida. Na quinta-feira estava previsto o processo de fertilização assistida, no útero da irmã.
Se tudo corresse bem a família retornaria a Belém, ainda no sábado, 6. “O meu médico, em Belém, já está a par de toda a situação, mas sempre que for preciso entrarei em contato com o doutor Waldemar, para tirar dúvidas”, declara Ana Patrícia, cheia de expectativas.
A chegada do bebê
Patrícia e Andrea moram próximas, em Belém, o que, de acordo com elas, facilitará o convívio durante a gestação e acompanhamento da gravidez. Mas Patrícia, mãe biológica, ressalva que antes do bebê nascer, Andrea, doadora temporária do útero, irá para a casa dela. No local existe um quarto todo especial e confortável para a irmã passar os últimos dias que antecederão o parto. “Já temos um quarto para ela e a filhinha dela. Após o neném nascer ela ainda irá ficar um período com a gente”, conta a irmã mais nova.
Ela ainda acredita que a irmã ficará um período, entre seis e sete meses, morando na casa dela devido o tempo de amamentação essencial para o bom desenvolvimento da criança. Patrícia ainda pontua que tudo, desde os pormenores, já foi conversando com Andrea, até mesmo o tipo de parto que deverá ser cesárea. Ambas não têm preferência pelo sexo do bebê. “O que vier será um presente de Deus, torcemos muito para que venha com muita saúde”, informam quando questionadas.
Procedimentos legais
De acordo com o ginecologista e obstetra, Waldemar Naves do Amaral o poder normativo do Conselho Federal de Medicina (CFM) estabelece que para não haver problemas, a pessoa que vai emprestar a barriga deve ser parente da mãe ou pai biológicos, entre segundo e quarto graus.
A medida tem por fim facilitar a situação e evitar um possível desentendimento entre doador e pais biológicos. Isso porque nem sempre essa mulher tem a mãe ou a irmã, aptas a serem doadoras. Então a normativa estabelece que até o quarto grau seja automático o procedimento. “A clínica que vai efetivar o processo tem a liberdade de trabalhar com autorização já prévia para esse fim”, descreve Waldemar.
Ainda assim o especialista em fertilização esclarece que todo procedimento de fertilização assistida é documentado, com o consentimento dos envolvidos, que têm conhecimento dos procedimentos e autorizam a sua realização. “Os três tem que assinar um documento reconhecendo que entenderam todo o processo e que, portanto permitem sua efetivação. Quem é o guardião desses dados é a clínica que o realiza, de acordo com o preceito da normativa do Conselho de Medicina”, pontua.
O obstetra destaca que depois de grávida a mulher doadora do útero é uma gravida convencional. Como qualquer outra gestante, segue o pré-natal normalmente onde ela achar melhor. “De maneira geral a mãe biológica acompanha tudo isso muito de perto. Por isso que a normativa determina que tenha que ser entre parentes, possibilitando o envolvimento sanguíneo e descartando as possibilidades de envolvimento financeiro. A parceria faz com que as duas se tornem muito amigas tornando-se duas mães do mesmo bebê, essa é a finalidade do projeto”, considera.
Waldemar afirma que se por ventura essa mulher não tiver nem mãe, irmã ou sobrinha em perfeitas condições de fazer esse processo ela poderá solicitar junto ao CFM para que uma amiga seja a doadora temporária do útero. Neste caso o Conselho vai julgar se o pedido tem, realmente, uma parceria, ou implicação financeira. “Se houver envolvimento financeiro não será permitido e, portanto, haverá uma negação desse procedimento. Se não houver o Conselho tem a deliberação de permitir o cumprimento”, informa.
“Dessa maneira é possível fazer toda essa correção, em todos os aspectos, para que não haja dificuldades e que esse processo possa trazer felicidade para esse casal realizando o sonho destes de ser pai e de ser mãe”, conclui.
Lei
A barriga emprestada que deverá gerar um bebê para outro alguém, é um assunto bastante polêmico por ser uma atitude que envolve tanto aspectos positivos como aspectos negativos, assim como, legais ou ilegais. Os casos devem ser estudados judicialmente, dentro dos padrões da legislação brasileira, com autorização expressa do Conselho de Medicina. “O Conselho Federal de Medicina, sabiamente, regulamenta, na ausência do legislador, ele dita regras para os médicos se submeterem e fazerem esses procedimentos dessa natureza” declara a presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM-GO, juíza de Direito aposentada e advogada atuante, Maria Luíza Póvoa Cruz. A magistrada hoje aposentada foi à primeira juíza, no Estado de Goiás a autorizar, em 2002, um procedimento de reprodução assistida de “barriga de aluguel” para um casal que não encontrou parente consanguíneo apto a serem doadores do útero de substituição. A autorização veio para que uma amiga próxima ao casal realizasse o processo. “A reprodução assistida é muito importante porque ela vem ampliando sobremaneira os limites da fecundidade masculina e feminina. O estabelecimento dessas técnicas veio responder um desejo de reprodução de homens e mulheres”, cita.
O casal, que ajuizou a ação, na 2ª Vara de Família, a qual a juíza era titular, na época, tinha o material genético que estava em um laboratório, mas eles não tinham parentes que pudessem fazer o uso desse material genético. Póvoa lembra que no caso deste casal a mãe biológica, que desejava ter o filho, já havia se submetido a vários procedimentos para se tornar fértil. Em decorrência disso ela teve embolia e não tinha como engravidar. Para agravar ainda mais a situação ela não tinha irmã que se submetesse ao procedimento e a mãe já era idosa. No entanto, uma amiga havia se disponibilizado a doar a barriga, obviamente, o útero para abrigar aquele material genético.
Diante das circunstâncias o casal entrou na Justiça pedindo a implantação no útero da amiga. “A par dessa situação autorizei o procedimento e na época houve um recurso, por parte do Ministério Público, e o Tribunal de Justiça entendeu que mãe é quem quer o filho, mãe e pai são os donos do material genético e não quem está gestando. Daí surgiu essa decisão”, esclarece.
Para a magistrada essa decisão foi muito significativa, apesar de existir o princípio que mãe é quem gesta, em decorrência do avanço da Bioética da Genética, a reprodução assistida possibilita a questão de que mãe nem sempre é quem está gestando, podendo esta apenas encontrar-se gerando um material genético que não é o dela.
“Com o avanço da Medicina nós podemos dizer que a reprodução humana, que antes só ocorria quando havia uma relação sexual é, hoje, intervenção do homem no processo de procriação natural.” Ela acrescenta que esse processo tem por objetivo possibilitar às pessoas com problemas de infertilidade e esterilidade, a chance de realização de sonhos, através do alcance da maternidade ou paternidade.
Entraves
O Conselho Federal de Medicina autoriza até o quarto grau de parentesco à barriga de aluguel, não sendo necessária a autorização judicial. Esta é necessária somente em casos em que não há vínculo sanguíneo. Por outro lado, existe o perigo de esse ato torna-se comercialização, como está acontecendo com frequência na Índia, país onde a miséria é tanta que o útero é utilizado como uma matriz, fonte geradora de recursos financeiros. “Nós temos que ter um controle, a partir de um ponto de vista moral, de um ponto de vista cultural e de um ponto de vista ético”, ressalta Póvoa.
No Brasil, de forma ilícita, chega-se a cobrar entre R$ 40 e R$ 60 mil. Visto sobre esse prisma, o assunto toma outra dimensão, pois se assemelha mais a uma transação de compra e venda de mercadoria. “Aqui no Brasil a Constituição Federal proíbe vender parte do corpo humano. Seja para transplante, seja para conduzir um material genético de terceiro, por isso até hoje não se avança nesse sentido”, constata Maria Luiza.
A advogada acrescenta que tais incongruências incorrem inclusive em prisões e, administrativamente, sanções pelo Conselho Federal de Medicina. “As penalidade estão inseridas no Código Penal, são condutas criminosas, não só às pessoas que se submetem ao procedimento, como também os profissionais. E estes estarão sujeitos não só as penalidades do Código Penal mais também ao Conselho Federal de Medicina”, esclarece.
Devido à possibilidade de procedimentos contrários aos princípios éticos e morais da reprodução assistida, pessoas que não têm parentes para serem doadoras do útero não precisam perder as esperanças. De acordo com a advogada Maria Luiza Póvoa, existem, hoje, várias decisões judiciais nesse sentido no País inteiro tendo como parâmetro a Constituição Federal e o Conselho Federal de Medicina. Porém, “isso deve ser feito de forma gratuita, igual transplante de órgãos. Você não pode vender parte do seu corpo”, adverte.
Envolvimento emocional na doação de útero
Por se tratar de um procedimento tão delicado a reprodução assistida precisa ser tratada com muita cautela mesmo que a doadora seja da família, ponderam especialistas. Além de ser submetida a uma avaliação psicológica e uma série de exames preventivos, a doadora do útero deve ser maior de idade, ter dado à luz pelo menos um filho e demonstrar estar em condições emocionais para passar pelos nove meses de gestação ciente de que assim que o bebê nascer será entregue para o casal criar.
Para psicóloga, psicoterapeuta e professora do Ipog, Purificación M. A. Miceli, ao se fazer uma análise psicológica sobre o assunto, é possível encontrar alguns dos efeitos causados em ambas as partes envolvidas nesse ato. Para o acompanhamento profissional e psicológico torna-se importante para diminuir o estresse emocional e a ansiedade gerada, pela expectativa do que pode vir a acontecer após o nascimento do bebê.
Ela alerta para o fato de que podem ocorrer anomalias como com qualquer gestação normal. “Temos o exemplo de um caso recente de barriga de aluguel de gêmeos, onde um deles nasceu com Síndrome de Down e foi rejeitado pelos pais biológicos”, pontua. Também acrescenta que “a doadora do útero necessita de apoio para preparar a quebra de vínculo criado durante a gestação e para o momento de passagem do bebê para seus verdadeiros pais. Se houver algum grau de parentesco, por vezes se torna mais complicado devido à convivência familiar”, avalia a psicóloga.
Purificación observa que do outro lado se apresenta o casal, que provavelmente, tenha tentado vários recursos para alcançar o seu sonho de gerar um filho. “Tudo indica que esse sonho seja uma enorme conquista para completar a relação marital e, ao mesmo tempo, realizar o grande desejo maternal de embalar um filho no colo. Contudo, por não tê-lo gerado, a mãe biológica pode sentir que não foi completo seu ciclo enquanto mãe, fator este pelo qual precisa de ajuda psicoterapêutica”, constata.
Por vezes, analisa a especialista, a doadora do útero fica com sentimento de vazio existencial, gerado por uma sensação de ter sido “mãe sem filho”. Isso pode ser consequência do vínculo criado durante a gestação, mesmo sabendo que apenas se tornou um suporte para o processo, porém este fator, de acordo com ela, pode variar de pessoa para pessoa.
“Algumas mulheres têm o instinto materno muito aguçado e torna-se difícil para elas a separação do bebê. Às vezes até ocorre negação da entrega. Em alguns casos é possível gerar culpa e remorso por ter se prestado ao papel, mormente se tiver filhos próprios. Isto não implica em trauma e sim em sofrimento. Nesta situação, torna-se importantíssimo passar por psicoterapia de conscientização com a proposta de rompimento de vínculos”, descreve.
Para Purificación a ciência voltada para a Medicina está sempre disposta a melhorar a condição de vida do ser humano, melhorando não só sua saúde, mas propiciando possibilidades de uma sobrevivência mais completa e feliz. “Cabe ao indivíduo conhecer as regras exigidas para qualquer realização, dentro dos seus conformes e não ferir os princípios morais da sociedade” declara.
Ela acrescenta que “de toda forma, a barriga de aluguel pode tornar-se um ato de nobreza dessa pessoa que se presta nesta ajuda, que se dispõe a utilizar o espaço de seu próprio corpo e o tempo de sua vida (nove meses) para realizar tal incumbência. O prognóstico dessa atitude dependerá do contrato feito de ambas as partes”.
Ajuda
Com as irmãs que a reportagem do DM acompanhou não foi diferente. Ana Patrícia revela que teve que começar a fazer psicoterapia por conta de todas as mudanças dessa nova realidade, principalmente, por conta de uma ansiedade grande que sentia por não poder engravidar. “Fiz por que tinha muita ansiedade em querer engravidar, mais também porque ficava pensando como ficaria meu casamento, sendo que meu marido sempre quis ter um filho. Cheguei até pensar em separação, coisa que não vai acontecer, mas permeavam meus pensamentos”, descreve.
Já a irmã Andrea, acredita que está no controle da situação e se diz tranquila. “Na verdade estou mais calma, que vou ficar os nove meses gerando, do que minha irmã que está muito ansiosa. Mas, sempre procuro transmitir calma para ela”. Para ela “tem uma única coisa que pode definir tudo isso, que é nossa história de vida, somos muito unidas, a palavra irmão pelo menos na minha experiência é alguém por quem você tem muito amor, que você compartilha tudo, a sua felicidade, a tua alegria, a tristeza do outro, esse momento é um momento realmente de laço de amor”. (09/09/14)
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Hospitais do Entorno reforçam Rede Hugo
As unidades terão perfil de urgência e emergência e atenderão população estimada em mais de 250 mil pessoas residentes na região
HELTON LENINE
Entre as ações para ampliar a rede de hospitais regionais, o governo de Goiás assumiu a conclusão e a gestão de duas unidades de saúde da região do Entorno de Brasília. Os hospitais de Santo Antônio do Descoberto e de Águas Lindas vão reforçar a Rede Hugo de Hospitais, formada por 10 unidades de saúde. Até então, os dois hospitais do Entorno estavam sob o comando das prefeituras, que não dispõem dos recursos necessários para concluir e, principalmente, manter os hospitais em funcionamento.
O governador Marconi Perillo assumiu a construção dos dois hospitais que em 2013. O esforço do governo faz parte de ação da Saúde para regionalizar e ampliar a oferta de serviços de alta e média complexidade em Goiás.
"A Secretaria de Estado da Saúde tomou para si a responsabilidade de concluir as obras, que há anos estavam paralisadas quando eram das prefeituras, com o objetivo de levar melhorias para os moradores do Entorno do Distrito Federal, uma das regiões mais populosas do Estado, com 450 mil habitantes", explica o secretário de Estado da Saúde, Halim Antonio Girade.
Obras retomadas
As obras foram iniciadas pelas prefeituras, mas tiveram que ser paralisadas por problemas jurídicos e técnicos. A SES assumiu o término das duas construções no fim de 2013. Em Santo Antônio do Descoberto, a obra já foi reiniciada e a previsão é que seja concluída em dezembro deste ano (2014). Já em Águas Lindas, o processo de licitação para a escolha da empresa que retomará a construção está em fase adiantada, e será aberto no dia 25 de setembro.
"Essas obras fazem parte da rede de Urgência e Emergência que o governo de Estado está implantando em território goiano. Elas serão fundamentais para qualificar a saúde pública do Entorno, aumentando o número e UTIs, de exames de alta complexidade, e a ofertas de atendimento de média e alta complexidade", ressalta o secretário de Estado da Saúde.
Em Santo Antônio do Descoberto, o hospital inicialmente pertencia ao município. Começou a ser construído em 2001 e foi paralisado em 2004. Em 2006, a construção foi reiniciada e, em 2008, novamente interrompida. A SES assumiu a obra em dezembro de 2013, e a reiniciou em abril de 2014.
Serão investidos R$ 10,9 milhões para a conclusão da obra (recursos federais e estaduais) e R$ 15 milhões para equipar o hospital (recursos estaduais). A unidade será um hospital geral, com atendimento de urgência e emergência. O projeto contempla 127 leitos, sendo 35 de UTI (10 adulto, 9 pediátrica, 10 neonatal e 6 UCINs). O Hospital de Santo Antônio do Descoberto fará parte da Rede Hugo (será o Hugo 8).
Em Águas Lindas, a obra o do hospital foi iniciada pela prefeitura daquele município em 2000, porém há cerca de 10 anos está paralisada. Com investimentos federais e estaduais, da ordem de 15 milhões de reais, o Estado de Goiás recebeu no fim de 2013 a autorização do Ministério da Saúde para assumir a conclusão do hospital. Após a escolha da empresa que concluirá a obra, a previsão é que a unidade seja inaugurada em 2015.
A unidade terá pronto-socorro e área construída de 11.405,62m² (um pouco menor que o Hospital de Urgências de Goiânia – Hugo, que é de cerca de 13 mil m²). A unidade contará com 30 leitos de UTI (10 adulto, 10 pediátrico e 10 neonatal), oito salas no centro cirúrgico, incluindo atendimento de obstetrícia, num total de 137 leitos.
Saiba Mais
Os hospitais da Rede Hugo
Hugo 1 – Hospital de Urgências de Goiânia Dr. Valdomiro Cruz
Hugo 2 – Hospital de Urgências Otávio Lage de Siqueira (obras em andamento);
Hugo 3 – Hospital de Urgências Henrique Santillo de Anápolis;
Hugo 4 – Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia;
Hugo 5 – Hospital de Urgências de Trindade Walda Ferreira dos Santos;
Hugo 6 – Hospital de Urgências da Região Sudoeste Dr. Albanir Faleiros Machado
Hugo 7 – Hospital de Urgências de Uruaçu (obras em andamento)
Hugo 8 – Hospital de Urgências de Santo Antônio do Descoberto (obras em andamento)
Hugo 9 – Hospital de Urgências de Águas Lindas de Goiás (obras em andamento)
Hugo 10 – Hospital Materno Infantil
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O HOJE
Esquizofrenia pode ser simulada
Psiquiatra ouvido pelo O HOJE afirma que muitas pessoas tentam simular que têm o transtorno para ganhar algum benefício ou abono de alguma pena
A esquizofrenia, doença mental diagnosticada em Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, de 29 anos, o Cadu, assassino confesso do cartunista Glauco e do filho dele e que na semana passada foi preso por outros dois crimes em Goiânia, pode ser simulada.
A afirmação é do presidente da Associação Psiquiátrica de Goiás, Mateus Diniz, com quem a reportagem de O HOJE conversou sobre a doença. “Muitas pessoas alegam que são doentes mentais para ganhar algum tipo de benefício, seja no INSS ou o abono de alguma pena, por exemplo”, diz o médico.
Questionado a que ponto pode chegar o grau de comprometimento da sanidade de uma pessoa por causa da esquizofrenia, o psiquiatra relata que depende muito da doença. “Em alguns casos, a pessoa trabalha normalmente e, em outros, ela não tem condições de fazer nada”.
Conforme Mateus Dinis, a esquizofrenia é uma doença que se inicia por volta dos 18 anos e tem entre suas principais características, delírios e alucinações. “Apesar de ela atingir cerca de 1% da população mundial, os especialistas em saúde mental ainda não conseguiram definir o que causa o surgimento dessa doença”, afirma o psiquiatra. Segundo Mateus Diniz, delírio é a impressão que a pessoa tem de que está acontecendo algo. “O mais comum é o delírio persecutório, que é quando a pessoa acredita que está sendo vítima de perseguição”. Nesse caso, segundo o especialista, a pessoa se torna agressora contra seus prováveis perseguidores.
Já as alucinações, de acordo com o psiquiatra, envolvem os cinco sentidos e o tipo mais comum é o auditivo. Ele explicou que nas alucinações auditivas, o paciente escuta vozes que comentam o que ele faz e dão ordens para ele. “Na verdade, essas vozes não existem, mas o cidadão ‘escuta’ alguém conversar com ele. Muitas vezes, acha que é algum vizinho xingando ou, até, que haja um chip implantado em sua cabeça”.
Causas possíveis
Sobre as possíveis causas da esquizofrenia, Mateus explica que podem ser de cunho genético ou ambiental. “No primeiro caso, se em uma família, alguém apresenta a doença, outras pessoas também podem desenvolver. Não é que, obrigatoriamente, vão demonstrar os sinais dela, mas podem ser vítimas sim”. Ele informa que, se um parente de primeiro grau for portador da doença, a chance do surgimento da esquizofrenia chega a 10%. “Quanto mais próximo o grau de parentesco, maior o risco”.
O psiquiatra esclarece que a doença também pode ser consequência de vários fatores ambientais. “Quanto mais urbana a cidade, maior a probabilidade de a esquizofrenia aparecer”. Ele cita também o nível econômico mais baixo, problemas no parto, doenças neurológicas precoces e ambientes mais estressantes. O médico explica ainda que não existem exames que detectem a doença, o diagnóstico é clínico. “Ele é definido por meio dos sintomas ao longo do tempo”. Por esse motivo, o psiquiatra orienta que o paciente tenha um acompanhamento médico ao se constatar mudanças no comportamento. “Pensamentos desordenados, delírios e alucinações são os primeiros sinais de que alguma coisa não vai bem”, relata o médico.
PC conclui inquérito amanhã
O inquérito que investiga a participação de Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, em um latrocínio que matou o estudante Mateus Morais Pinheiro, de 21 anos, no último dia 31; e na tentativa de latrocínio contra o agente prisional Marcos Vinícius Lemes da Abadia, na semana retrasada, deve ser concluso amanhã. A previsão é do chefe da Divisão de Latrocínio da Delegacia de Homicídios de Goiânia e responsável pelo caso, delegado Thiago Damasceno Ribeiro.
Segundo ele, a polícia vai remeter ao Judiciário a conclusão do inquérito com indiciamento do suspeito Cadu. “Ele será indiciado pelos crimes de latrocínio, porte ilegal de arma de fogo com numeração raspada e receptação de veículo”.
O estado de saúde do agente prisional Marcos Vinícius continua grave, segundo informações da assessoria de imprensa do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), onde a vítima está internada desde o último dia 28.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação