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DESTAQUES DE HOJE
· Clínica é interditada após mulher morrer ao tentar aumentar o bumbum
· Mulher morre após fazer aplicação de hidrogel para aumentar o bumbum, em Goiânia
· Estética – Procedimento pode ser feito apenas por médicos
· Malária – Aparecida registra 1º caso autóctone
· Mulher morre após fazer aplicação de hidrogel para aumentar o bumbum
· Mulher morre depois de fazer aplicação para aumentar o bumbum
· Malária traz Ministério da Saúde a Goiânia
· Desafio de Dilma é estabilizar saúde financeira do SUS
TV ANHANGUERA (para acessar a matéria, clique no link)
Clínica é interditada após mulher morrer ao tentar aumentar o bumbum
http://g1.globo.com/videos/goias/jatv-2edicao/t/edicoes/v/clinica-e-interditada-apos-mulher-morrer-ao-tentar-aumentar-o-bumbum/3727283/
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Mulher morre após fazer aplicação de hidrogel para aumentar o bumbum, em Goiânia
http://g1.globo.com/videos/goias/jatv-1edicao/t/edicoes/v/mulher-morre-apos-fazer-aplicacao-de-hidrogel-para-aumentar-o-bumbum-em-goiania/3726120/
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O POPULAR
Estética
Procedimento pode ser feito apenas por médicos
Esteticista deve ser indiciada por homicídio culposo. Ela ainda não foi localizada pela Polícia Civil
Rosana Melo
O procedimento de aplicação de hidrogel para o aumento do volume das nádegas, por ser considerado invasivo, só pode ser realizado por médicos. A informação é do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), a partir da informação de que Maria José Medrado de Souza Brandão, de 39 anos, havia morrido na sexta-feira após o procedimento ser realizado por uma esteticista que veio de Catalão, em uma clínica de estética na Avenida Flamboyant, no Parque das Laranjeiras, em Goiânia.
O conselheiro do Cremego e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Luiz Humberto Garcia de Souza disse que o procedimento deve ser feito apenas por médicos devidamente qualificados. “Essa esteticista, ao fazer isso, exerceu um ato médico sem estar habilitada para tal. Portanto, é um caso de charlatanismo, de exercício ilegal de medicina”, disse.
Hoje entra em vigor resolução do Cremego que proíbe o exercício da medicina em estabelecimentos de estética, salões, institutos de beleza e similares. A decisão foi votada e aprovada em 4 de setembro deste ano e publicada hoje.
A clínica em que Maria José foi atendida com amigas na sexta-feira pela esteticista foi interditada ontem à tarde pela Vigilância Sanitária por não possuir alvará sanitário.
De acordo com Dagoberto Costa, chefe da Divisão de Fiscalização em Saúde da Vigilância Sanitária, a clínica é de uma enfermeira, que foi multada em R$ 2 mil. Ela contou a Costa que alugou quatro salas para a esteticista por 250 reais.
INQUÉRITO
A família de Maria José esteve ontem na Delegacia de Investigações de Homicídios (DIH) e falou com o delegado Thiago Torres. Ele informou que o caso foi transferido para o 17º Distrito Policial (DP), no Parque das Laranjeiras, uma vez que trata-se de homicídio culposo. A delegada Myriam Vidal, titular do 17º DP, deve ouvir a esteticista nos próximos dias.
Maria José tinha sido submetida a uma sessão para aplicação do Aqualifth nos glúteos há 15 dias, mas como não gostou da simetria, fez nova aplicação na sexta-feira, para corrigir imperfeições. Ela era muito vaidosa, fazia exercícios físicos regularmente e tinha medo de cirurgia plástica. Ela passou mal logo após a aplicação, e foi levada pelo filho ao Centro de Atendimento Integrado à Saúde (Cais) Vila Nova, de onde foi transferida para o Hospital Jardim América, onde morreu.
A esteticista, que seria biomédica, não foi localizada para falar sobre o caso. A empresa Rejuvene Medical, responsável pelo Aqualifth no Brasil disse que vai se manifestar após laudo do Instituto Médico-Legal sobre a causa da morte da mulher. Maria José, segundo os familiares relataram, era hipertensa e pode ter sofrido embolia pulmonar.
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Malária
Aparecida registra 1º caso autóctone
Bebê de 8 meses seria o primeiro caso autóctone da doença sem relação com o Parque Flamboyant
Janda Nayara e Malu Longo
Um bebê de oito meses de idade está internado na enfermaria do Hospital de Doenças Tropicais (HDT) com malária. O menino é morador do Setor Araguaia, em Aparecida de Goiânia, e pode ser o primeiro caso da doença autóctone (contraído na própria cidade) em goianos que não moram ou frequentam a região do Parque Flamboyant, no Jardim Goiás, em Goiânia. Até então, os outros casos autóctones são da capital.
A diretora de Vigilância em Saúde de Aparecida, Vânia Cristina Rodrigues, diz que a pasta já iniciou as investigações sobre o caso. O menino teria apresentado alguns sintomas há duas semanas, mas a família só buscou atendimento médico, no Cais Chácara do Governador, na segunda-feira, quando ele teve febre. “Os médicos solicitaram o exame e com a confirmação da doença, ele foi encaminhado para o HDT, onde está internado em enfermaria, mas não em estado grave.”
Na investigação, exames do pai e do irmão do garoto também foram realizados. De acordo com a diretora, a família diz que o menino nunca viajou para áreas endêmicas. “Parece que o único da família que viajou recentemente foi o avô, para pescar, mas ainda não sabemos onde. Vamos apurar.”
O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) da Secretaria de Estado da Saúde (SES) deve, segundo a diretora, instalar redes para captura de mosquitos na mata localizada no setor de residência da avó do menino, onde ele ficava por pelo menos quatro dias durante a semana. Coincidentemente, o nome do setor é Parque Flamboyant, mas fica na divisa de Aparecida com Goiânia. “Lá é o único local próximo de onde o menino ficava que apresenta mata e água, características de ambientes buscadas pelo vetor.”
Vânia Cristina ressalta que as medidas de combate ao vetor só serão tomadas se as armadilhas constatarem a presença do Anopheles na região. “Não podemos fazer o uso indiscriminado dos pesticidas, principalmente neste tempo seco, mas se houverem mosquitos, mesmo que não contaminados, iniciaremos as ações”, comentou.
Região metropolitana já registra 7 pacientes
A capital goiana já contabiliza seis casos notificados da doença com transmissão no próprio município, fato que não ocorria há mais de duas décadas. Todos os registros de malária em Goiânia nos últimos 26 anos foram em pessoas que havia viajado para áreas de risco, como a região amazônica.
Diretora de Vigilância à Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, Flúvia Amorim explicou que apesar das lâminas de todas as sete pessoas (incluído o bebê de Aparecida) terem apontado para ocorrência de malária, a pasta não afirma se tratar de casos autóctones enquanto a investigação de cada paciente não estiver completa.
“Precisamos saber onde essas pessoas vivem, se viajaram ou não. Só o resultado do laboratório não é suficiente”, explica Flúvia Amorim.
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PORTAL G1/GOIÁS
Mulher morre após fazer aplicação de hidrogel para aumentar o bumbum
Família diz que suposta biomédica fez o procedimento em clínica de Goiânia.
Sociedade de Cirurgia Plástica explica que só médico pode fazer tratamento.
Paula Resende
A paciente Maria José Medrado de Souza Brandão, 39 anos, morreu após fazer uma aplicação do hidrogel Aqualift, em uma clínica estética de Goiânia, para aumentar o tamanho do bumbum. A família informou que o procedimento foi realizado por uma mulher que se apresentou como biomédica. A vítima passou pelo procedimento na sexta-feira e faleceu no Hospital Jardim América, na madrugada de sábado (25), com suspeita de embolia pulmonar. A Polícia Civil investiga o caso.
A gerente da empresa Rejuvene Medical, responsável pelo Aqualift no Brasil, disse ao G1 que vai aguardar o laudo do Instituto Médico Legal (IML) para se pronunciar. No site do produto, há informação de que o hidrogel possui o “devido registro” na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa da Anvisa informou que não tinha como confirmar a autorização para a comercialização do gel, pois o órgão não está funcionando nesta terça-feira (24) devido ao feriado dos servidores públicos.
Amiga da vítima, Aracyelly Santos explicou que Maria conheceu a biomédica, que mora em Catalão, no sudoeste goiano, pela internet, onde ela faz anúncios do trabalho dela. “É uma pessoa muito persuasiva, convence do trabalho dela”, disse.
Conforme a família, a biomédica sempre vem à capital para fazer aplicações do Aqualift. Para isso, de acordo com parentes da vítima, ela aluga salas em hotéis e clínicas de beleza.
A amiga disse que Maria não gostou do resultado da primeira sessão, feita em um hotel da capital, pois o bumbum ficou inchado. Por isso, 15 dias depois, ela resolveu fazer uma nova aplicação do produto para correção. Logo após passar pelo procedimento, na manhã do dia 24, Maria começou a passar mal quando já estava em casa. Segundo a família, ela estava com falta de ar e dor de cabeça.
Maria foi encaminhada ao Centro de Assistência Integral à Saúde (Cais) do Setor Vila Nova. Em seguida, a levaram para o Hospital Jardim América, onde foi internada, na sexta-feira, na Unidade de Terapia Intensiva. Segundo a família, Maria morreu por volta das 5h de sábado com quadro suspeito de embolia pulmonar, mas a causa da morte só será confirmada pelo laudo do IML, que deve ser concluído na próxima sexta-feira (31).
Aracyelly relatou que Maria era uma pessoa que frequentava academia e gostava de se cuidar. A amiga conta que a família está muito abalada. “Ninguém esperava que isso pudesse acontecer. Vamos tomar todas as providências cabíveis”.
Investigação
O boletim de ocorrência foi registrado por familiares da vítima ainda no sábado, no 8º Distrito Policial de Goiânia. Na segunda-feira (27), o caso foi transferido à Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH).
Segundo a delegada responsável por apurar a causa da morte, Tatiana Barbosa, ela deve ouvir familiares da vítima nesta semana e, posteriomente, a suposta biomédica. A polícia também aguarda o resultado de laudo do IML.
Tatiana explicou que vai investigar se a suspeita tinha autorização para fazer o procedimento. “Temos que averiguar se ela tem qualificação para realizar o ato, o que ocorreu durante o procedimento. Confirmando o erro, ela vai ser indiciada por homicídio culposo”, disse.
Ato exclusivo de médicos
Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Luiz Humberto Garcia de Souza explicou ao G1 que o procedimento invasivo no glúteo é delicado e só pode ser realizado por médicos devidamente qualificados.
“Independente de qualquer coisa, é certo que o Ato Médico veta este tipo de procedimento feito por profissional não médico. Esse procedimento de natureza invasiva deve ser indicado e realizado apenas por médico. Essa senhora, ao fazer isso, exerceu um ato médico sem estar habilitada para tal. Portanto, é um caso de charlatanismo, de exercício ilegal de medicina”, informou.
Luiz Humberto disse ainda que não tinha conhecimento sobre o produto utilizado pela biomédica até o último domingo (26), quando soube da morte de Maria, por isso não sabe se o Aqualift já havia sido devidamente testado. “Toda vez que surge um produto novo, tem que ser submetido a um estudo científico, tem que ser verificada a biocompatibilidade, se não causa alergia, se não é oncogênico, ou seja, se não pode gerar câncer, se não migra para outros locais do corpo e reações de toda a natureza. Não é que não deva ser aplicado, mas desconheço esse produto”, afirma.
De acordo com o especialista em cirurgia plástica, há uma grande possibilidade de a paciente ter tido embolia pulmonar em virtude da aplicação no glúteo. “Esse produto é um gel muito articulado, são partículas muito pequenas que têm facilidade de penetração vascular e que podem ser levadas em um volume massivo para a árvore venosa do pulmão, gerando um caso gravíssimo de embolia pulmonar”, conclui.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Mulher morre depois de fazer aplicação para aumentar o bumbum
Família registrou boletim de ocorrência e autoridades esperam laudo para tomar as devidas medidas
TALITHA NERY
Uma mulher faleceu na madrugada do último sábado (25), em Goiânia, após fazer uma aplicação de hidrogel Aqualift para aumentar o bumbum. O procedimento foi realizado por pessoa que se apresentou como biomédica. Um boletim de ocorrência sobre o caso foi registrado pela família de Maria José Medrado de Souza Brandão, 39 anos, e a Polícia Civil está investigando o caso.
Uma amiga da vítima afirmou que Maria José conheceu a biomédica por meio de anúncios na internet. A família ainda informou que a profissional, que é de Catalão, vinha sempre a capital fazer as aplicações e costumava alugar salas em hotéis e clínicas de estética para realizar o procedimento. Esta não era a primeira vez que a vítima havia feito a aplicação de Aqualift.
Segundo informações, Maria José já havia feito uma sessão 15 dias antes da última, porém não ficou satisfeita com o resultado. A mulher resolveu passar por outra aplicação para corrigir o primeiro procedimento. A sessão foi realizada na manhã de sexta-feira (24) e logo depois ela começou a passar mal e precisou ser encaminhada para o Cais do Setor Vila Nova. Depois a levaram para o Hospital Jardim América, onde precisou se encaminhada para a UTI.
A família afirmou que Maria José faleceu por volta das 5h da manhã do sábado e a causa foi embolia pulmonar. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) informando o real motivo da morte de Maria José deve sair na próxima sexta-feira (31).
A empresa responsável pela fabricação do produto disse que só vai se pronunciar sobre a morte de Maria José após receberem o laudo do IML. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi procurada pelo G1 para informar sobre o registro do produto, mas eles não passaram informações por conta do feriado dos servidores públicos nesta terça-feira (28).
O caso havia sido registrado no 8º Distrito Policial de Goiânia e foi transferido para a Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH) na última segunda-feira (28). A delegada responsável pelo caso, Tatiana Barbosa, afirmou que também está aguardando o resultado do laudo para tomar as medidas cabíveis. Caso seja confirmado um erro, a biomédica poderá responder por homicídio culposo.
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O HOJE
Malária traz Ministério da Saúde a Goiânia
Um novo caso foi confirmado ontem, em um bebê de 7 meses que está internado no HDT. Secretaria admite existência de surto da doença
Marcelo Tavares e Fúlvio Costa
O surto de malária em Goiânia traz hoje à capital uma equipe do Ministério da Saúde. A informação foi confirmada na tarde de ontem em coletiva de imprensa dada pela diretora em vigilância em saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Flúvia Amorim, que atualizou o número de casos autóctones (aqueles cuja transmissão dá dentro da cidade). Agora são seis pessoas que se infectaram nas proximidades do Parque Flamboyant, no setor Jardim Goiás.
A solicitação da vinda do Ministério da Saúde a Goiânia partiu da própria Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que, vendo o número de infectados subir, sentiu a necessidade da presença técnica do órgão federal para acompanhar o trabalho que vem sendo desenvolvido. “Eles têm um grupo de pessoas com grande experiência em locais com transmissão de malária tanto na parte de controle quanto na parte de vigilância, e nós queremos que eles nos repassem essas experiências e nos ajudem a melhorar o nosso serviço”, disse Flúvia. Por nota, o Ministério da Saúde informou que está acompanhando os casos notificados de malária em Goiânia e que vigilância epidemiológica está em curso e todas as medidas de prevenção e controle da doença foram adotadas.
Desde o início do ano, a SMS recebeu 12 notificações sobre malária, sendo nove desde último dia 20, quando começou o surto na capital, desses, seis são autóctones, ou seja, as pessoas contraíram a doença dentro da cidade. Ontem, um novo caso da doença foi confirmado. É um bebê de sete meses que está internado no Hospital de Doenças Tropicais (HDT) e mora em Aparecida de Goiânia. A criança está internada no HDT desde segunda-feira (27) e, segundo a assessoria do hospital, seu estado de saúde é considerado estável. “Como se trata de um caso em que a família mora em outra cidade, ainda está sob investigação e a Secretaria de Saúde daquele município já está desenvolvendo uma ação para verificar onde provavelmente aconteceu a infecção”, explicou Flúvia. Segundo ela, um sétimo caso ainda está sob investigação. Até o momento, nenhum óbito por causa da doença foi registado.
De acordo com a diretora em vigilância em saúde, uma equipe em vigilância epidemiológica está fazendo o monitoramento constante de todos os casos, inclusive dos pacientes que estão internados em hospitais privados. “Até agora, na maioria dos casos a evolução dos pacientes é boa e evolui para a cura”, destaca. O caso mais grave foi de um rapaz de 36 anos, o primeiro registrado, em que o diagnóstico foi tardio.
Epidemia
Flúvia diz que a SMS descarta uma epidemia de malária, já que Goiânia não é uma região endêmica da doença, como é o caso da região amazônica, mas assume um surto localizado, especificamente na região do Parque Flamboyant, já que todos os casos notificados até agora são de pessoas que vivem ou frequentam aquela região. Na segunda-feira, 27, foi finalizado também o levantamento em quase três mil residências nas proximidades do parque e quatro quadras da vizinhança totalizando um raio de dois quilômetros. “A partir do momento que ficamos sabendo dos primeiros casos, começamos o trabalho de controle. Mas podem existir pessoas infectadas que ainda não manifestaram a doença. Ainda podem surgir novos casos”, ressalta a diretora.
O trabalho na área é feito em ciclos de pulverização de inseticida durante três dias com um intervalo de cinco dias até o próximo ciclo. Segundo Flúvia, na semana passada foram encontrados diversos mosquitos nas armadilhas montadas no parque, o que não ocorreu após a finalização do primeiro ciclo de aplicação do veneno, o que, segundo ela, significa que o trabalho está surtindo efeito. Ainda haverá mais duas etapas e a próxima começou ontem e termina no dia 31.
Amorim explica também que, com a diminuição da infestação de mosquito, não há mais necessidade de orientar a população que não frequente o Parque Flamboyant. “Após a borrifação, como já verificamos a diminuição da infestação do mosquito, as pessoas podem voltar a frequentar o parque sem problema. O que orientamos é que não frequentem quando estivermos executando o trabalho. Isso é feito das 18 às 21 horas, que o horário que o mosquito começa a voar”, sublinha a diretora da SMS.
Infectologista diz que situação é controlável
O médico infectologista Boaventura Braz de Queiroz diz que o surgimento da malária por contaminação na própria capital gera preocupação no sentido de que a doença, que é um surto localizado, se torne endêmica. No entanto, ele considera que a resposta da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tem sido ágil e espera que continue sendo efetiva para se ter o melhor resultado. “Temos nesse momento todas as ferramentas de controlar a doença, como vem sendo feito”, pontua.
Segundo o especialista, o trabalho agora é de rastrear as regiões onde houve o surgimento da doença e bloquear a possibilidade de novos casos. “Isso é urgente e tem de se feito de forma intensificada. E o trabalho não pode ficar restrito somente ao Parque Flamboyant”, ressalta Boaventura. “Novos casos podem surgir, inclusive em outras partes. Nada impede que outras regiões estejam com mosquito infectado”, alerta.
Tipos
Conforme o infectologista, existem dois tipos de malária e eles têm modos de evolução diferentes. A doença causada pelo parasita plasmodium falciparum é potencialmente grave, já o mal causado pelo plasmodium vivax, características dos casos em Goiânia, é menos grave e tem boa evolução e boa resposta no tratamento desde que o diagnóstico seja feito de forma precoce, entre o terceiro ou quarto dia de evolução da doença.
Boaventura explica que o paciente precisa ficar atento, já que o sintoma da malária é semelhante ao de outras doenças que podem provocar febre e dor no corpo. Um dos diferenciais é que na malária é muito comum o paciente sentir calafrios.
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SAÚDE WEB 365
Desafio de Dilma é estabilizar saúde financeira do SUS
Para especialistas, cumprimento de promessas de campanha passa por aprovação de lei que fortaleça fontes de recursos do Sistema Único de Saúde
Com a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, especialistas defendem que para o cumprimento das promessas de campanha é necessário assegurar a estabilidade financeira do Sistema Único de Saúde (SUS). A presidenta reeleita prometeu, durante a campanha eleitoral, mudar o patamar de qualidade e ampliar o atendimento dos serviços de saúde com a expansão do Programa Mais Médicos. Disse que também vai aumentar a rede de unidades de Pronto-Atendimento, estender as redes de atendimento especializado e qualificar os serviços hospitalares.
A diretora da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília, Maria Fátima de Sousa, defende que o governo aproveite o apoio que tem no Congresso para aprovar o projeto de lei que destina 10% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) às ações de saúde. “A presidenta tem apoio, ela pode criar ainda outros meios de arrecadar fundos para a saúde, como, por exemplo, aumentar as taxas de produtos que sobrecarregam a saúde pública, como álcool e cigarros, e destinar claramente esse dinheiro para o financiamento da saúde”, defende.
Outro passo que a especialista considera importante para fortalecimento do SUS – outras das promessas – é priorizar o sistema. Segundo Maria Fátima, com o modelo de atendimento da atenção primária, por meio do Programa Saúde na Família, apenas cerca de 15% a 20% das demandas de saúde iriam para unidades mais complexas, de tratamento intensivo e especializado. “Precisamos ter clareza do modelo que iremos seguir para priorizar investimentos, e não fazer investimentos desordenados”, destacou.
Para que o modelo seja seguido, Maria Fátima defende a priorização de cursos voltadas para a saúde básica, tanto para médicos quanto enfermeiros, dentistas e outros profissionais de saúde, além da ampliação de vagas para estes profissionais nas faculdades. “A formação dos profissionais no Brasil não está voltada para o que o Brasil precisa, que é a atenção básica. Está voltada para o mercado. Precisamos mudar esse quadro”, diz ela.
Para a pesquisadora do Instituto de Estudos de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro e conselheira da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, Lígia Bahia, o governo deve fortalecer a rede de formação de recursos humanos na área de saúde, principalmente com investimento nos hospitais universitários das instituições federais de ensino. “Também é interessante aumentar os cursos privados, mas é nas universidades federais que há incentivo à pesquisa, e isso é que fortalece o setor”, sentenciou.
Lígia concorda que seria muito importante destinar 10% do PIB para a saúde pública, mas como a presidenta Dilma já sinalizou que isso é inviável, a pesquisadora considera que o governo deveria recorrer ao dinheiro aplicado nos planos de saúde, como subsídios e isenção de impostos, que somam R$ 20 bilhões, segundo ela. “Precisamos que o SUS seja prioridade, e que ele funcione para ricos e para pobres. Investir no sistema privado é reconhecer que o [sistema] público não funciona”, ressaltou.
Com esse dinheiro, segundo a pesquisadora, o governo poderia estruturar a atenção primária, que consiste no atendimento em postos de saúde, com médicos generalistas, e assim tornar esse tipo de formação atraente, em detrimento de outras especialidades. “Um sistema assim poderia evitar internações por complicações de problemas como diabetes, hipertensão. Mas, para essa atenção primária ser forte, ela precisa de locais decentes, limpos, com bons profissionais de saúde, e não instalações precárias como as que temos.”
A especialista reforça que o Brasil precisa também de mudança de cultura para que as pessoas tenham uma relação de confiança com seu médico generalista, para que ele encaminhe o paciente para especialistas apenas se necessário. Dessa forma, o atendimento de média e alta complexidade seria desafogado, e quem realmente precisa dele teria mais acesso.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação – Sindhoesg