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DESTAQUES DE HOJE
• Hidrogel – Vítimas apontam possível médica
• Delegada identifica 14 clientes que fizeram aplicações com falsa biomédica
• Após morte de goiana, médicos alertam sobre preenchimento estético
• Goiás longe de atingir meta de vacinação
O POPULAR
Hidrogel
Vítimas apontam possível médica
Polícia vai investigar participação de mulher que dizia oriunda do Rio de Janeiro em aplicação de hidrogel
Gabriela Lima
A polícia investiga a participação de uma mulher, supostamente do Rio de Janeiro, que teria apresentado o procedimento de bioplastia para a falsa biomédica Raquel Policena Rosa, de 27 anos. A mulher, de acordo com as vítimas, se apresentava como médica e cobrava até R$ 5 mil pelo procedimento.
Pacientes da suposta médica procuraram ontem o 17º Distrito Policial (DP). Uma delas, uma comerciante de 36 anos, disse que fez a bioplastia no dia 18 de agosto, em um quarto de hotel no Centro de Goiânia. Na ocasião, Raquel teria se apresentado como auxiliar da profissional do Rio, que viajava para a capital goiana mensalmente para realizar o preenchimento com hidrogel.
“Ela disse que no Rio cobrava R$ 9 mil e aqui estava fazendo por R$ 5 mil, que foi o preço que eu paguei”, afirmou. A vítima diz que pagou R$ 3 mil em dinheiro e R$ 2 mil em débito bancário.
Até a morte da auxiliar de leilões Maria José Medrado, de 35, paciente de Raquel que perdeu a vida após se submeter ao procedimento para aumentar os glúteos, a comerciante não havia desconfiado que se tratava de um esquema ilegal. “Na hora eu fiquei satisfeita, mas depois começou a doer e não ficou tão legal. Aí eu falei com ela e ela disse que eu precisava fazer o retoque”, relatou. A vítima conta que só não fez o retoque porque o caso veio à tona na imprensa.
Ela conta que também não estranhou o fato de as injeções com o produto serem aplicadas em um hotel. “Ela falou que seria em uma clínica e, quando estava no caminho, ela me ligou e disse que o procedimento havia passado para o hotel porque o horário na clínica havia expirado”, relata. De acordo com a vítima, mais de 20 mulheres fizeram o procedimento no mesmo dia.
PRODUTO
Agora, duvida até do produto que a dupla diz ter utilizado. “Na hora eu olhei e vi um vidro marrom com um líquido lá dentro. Depois que surgiu essa história (a morte de Maria José), eu fui ver que o hidrogel é uma coisa pequenininha e bem diferente”, pontua. A polícia aguarda o laudo do Instituto de Criminalística para saber o que era realmente o produto aplicado por Raquel, mas suspeita que se trate de silicone industrial, líquido proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas que é comercializado no mercado ilegal no Brasil.
Segundo a comerciante, no dia, o professor de língua estrangeira Fábio Ribeiro não participou das aplicações. Ele se apresentou como marido de Raquel e cuidou do recebimento dos valores. “Ele ficava lá embaixo. Conversava com a gente, passando tranquilidade. Inclusive, é ele quem recebe”, relatou.
A comerciante diz que teme pela vida e sente desconfortos que atribui ao procedimento. O principal deles seria uma dor de cabeça diária. “Me prejudicou porque eu faço artes marciais. Antes eu tinha muita força nas pernas e eu senti que diminuiu”, relata.
A comerciante e uma amiga, que também fez o procedimento estético nos glúteos com Raquel e a suposta médica, estiveram no 17º Distrito Policial (DP), na tarde de ontem, mas não chegaram a prestar depoimento. Surpreendidas com o assédio da imprensa, elas foram embora antes da chegada da titular da delegacia, Myriam Vidal, responsável pelo caso.
Na conversa com a imprensa, a comerciante citou o nome de outra suposta comparsa de Raquel, que segundo ela, era responsável por fazer propaganda do procedimento estético nas redes sociais. A delegada, no entanto, esclareceu que a jovem citada é, na verdade, outra vítima do esquema.
Myriam explica que muitas mulheres faziam propaganda para conseguir indicar novas pacientes para o tratamento e ganhar um retoque de bioplastia. “Raquel cobrava R$ 1,5 mil pelo retoque. Mas quem indicasse cinco pessoas conseguia nova aplicação de graça.”
Até o momento, a polícia identificou 14 vítimas do esquema de bioplastia ilegal, a partir do caso de Maria José. Além da família da vítima, morta no dia 25 de outubro, a delegada ouviu pelo menos sete mulheres que passaram pelo procedimento. O POPULAR apurou que, para evitar exposição, uma foi ouvida no 8º Distrito Policial, no Setor Pedro Ludovico, na tarde de ontem.
Também na tarde de ontem, Myriam Vidal colheu as declarações de uma mulher de 49 anos, que não quer ser identificada. A vítima teria passado por três sessões de preenchimento, uma com a suposta médica do Rio de Janeiro e duas com Raquel. Ela chegou ao local acompanhada da estudante de biomedicina de 35 anos que fotografou a sessão de bioplastia realizada pela falsa biomédica, no dia 11 de outubro, em um quarto de hotel no Setor Oeste.
RIXA
A estudante de biomedicina falou com a imprensa e reforçou a existência da suposta comparsa de Raquel. Ela reafirmou que, durante o atendimento no hotel, disse que estava no local porque havia brigado com a sócia e estava sem clínica. Segundo a estudante, a falsa biomédica afirmou ainda que estava sendo ameaçada pela ex-sócia e que as duas estariam “tendo uma rixa”.
No dia 24 de outubro, a estudante fez um retoque do produto no centro de estética no Parque das Laranjeiras. Na ocasião, afirmou que foi a única paciente em que Fábio não ajudou a aplicar o produto. Ela contou ter visto o rapaz ajudar a falsa biomédica em quatro procedimentos, entre eles o de Maria José.
“Meu horário era o primeiro, às 9 horas. Mas eu cheguei atrasada e quando abri a porta para falar com a Raquel, vi Maria José. Ele (Fábio) também estava lá. Acho que não aplicou em mim porque sou da área da saúde, ou porque fiquei por último”, relatou.
Em depoimento à polícia na segunda-feira, Fábio negou ter aplicado o produto nas vítimas. “Ele disse que jamais poderia fazer isso porque não gosta de agulha”, disse a delegada. Confrontado sobre as mensagens de celular em que Raquel diz que ele “tem a mão mais pesada”, Fábio alegou que fez massagem no bumbum de Maria José após a aplicação do produto.
Funcionários de clínica devem depor
A Polícia Civil deve ouvir hoje funcionários de um centro terapêutico no Setor Marista, onde Raquel Policena Rosa e a comparsa teriam alugado o consultório de uma fisioterapeuta para realizar o preenchimento no bumbum. Até a tarde de ontem, a delegada do 17º Distrito Policial, Myriam Vidal, responsável pelo caso, não sabia informar se a fisioterapeuta havia sido intimada para prestar depoimento.
“Não há suspeita de participação desses funcionários. Eles devem relatar apenas a movimentação na clínica”, disse a delegada. Quanto à fisioterapeuta responsável pelo consultório, Myriam afirma que ela precisa prestar esclarecimento, pois sabia que Raquel iria realizar procedimentos de bioplastia em mulheres.
A advogada do espaço terapêutico, Chayenne Valle, explicou ao POPULAR que local funciona como um condomínio que aluga consultórios para profissionais de saúde. A sala usada por Raquel Policena era o consultório da fisioterapeuta, que sublocou o espaço de forma irregular. Esse teria sido um dos motivos que fizeram os donos da clínica pedirem para ela deixar o local. “Ela estava frequentando a clínica em horários inapropriados e sem autorização”, explica. O espaço terapêutico funciona de segunda-feira a sábado, ao meio-dia, e os donos a encontraram no local no sábado à tarde e no domingo.
Procurada pela reportagem, a fisioterapeuta, que pediu para não ter o nome divulgado, confirmou ter sublocado a sala porque estava precisando de dinheiro. Também afirmou a existência de uma parceira de Raquel, apontada como esteticista, e diz ter sido vítima da dupla. “Tem uma outra pessoa nessa história. Eu mesma fiz preenchimento com ela e não tive problema nenhum”, relatou.
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TV ANHANGUERA (CLIQUE NO LINK PARA ACESSAR A MATÉRIA)
Delegada identifica 14 clientes que fizeram aplicações com falsa biomédica
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AGÊNCIA BRASIL
Após morte de goiana, médicos alertam sobre preenchimento estético
Mulher aplicou tipo de hidrogel nas nádegas
Goiânia – O Conselho Federal de Medicina (CFM) alertou hoje (10/11) que procedimentos invasivos devem ser feitos apenas por médicos. O alerta vale para casos de preenchimento de partes do corpo com finalidade estética. No final de outubro, Maria José Medrado de Souza Brandão, de 39 anos, morreu em Goiânia, depois de ter sido submetida à aplicação de um tipo de hidrogel nas nádegas. O conselho lembrou que, conforme a legislação brasileira, a execução de procedimentos invasivos, sejam eles diagnósticos, terapêuticos ou estéticos, é uma atividade privativa do médico, que tem competência para enfrentar possíveis complicações. Para o CFM, “métodos feitos por indivíduos não médicos, e à revelia da lei, podem interromper vidas e deixar sequelas em homens e mulheres com promessas de resultados mirabolantes”. Em nota, o órgão chamou a atenção também para os locais dos procedimentos que, obrigatoriamente, precisam ser feitos em instalações com infraestrutura adequada e compatível com requisitos mínimos estabelecidos pela Resolução 2.073/2014. O documento, que redefine as regras para fiscalização do exercício da medicina diferencia consultórios e ambulatórios em quatro grupos, que vão desde os que oferecem serviços mais simples até os mais complexos, com riscos de anafilaxias (reações alérgicas sistêmicas) ou paradas cardiorrespiratórias.
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Goiás longe de atingir meta de vacinação
Até o momento, 48,5 mil meninas, com idade entre 11 e 13 anos, tomaram segunda dose contra o vírus HPV
Para garantir 100% de proteção contra o HPV (Papiloma Vírus Humano), que provoca o câncer do colo do útero, as meninas na faixa etária de 11 a 13 anos precisam tomar todas as doses previstas na vacinação: a segunda, seis meses depois da primeira, e a terceira, de reforço, cinco anos depois. Mais de 2,2 milhões de meninas já tomaram a segunda dose da vacina contra o HPV desde o início da nova fase da campanha, em 1º de setembro. A informação foi divulgada ontem pelo Ministério da Saúde. Esse número representa 45% do público alvo, formado por 4,9 milhões de meninas de 11 a 13 anos. Em Goiás, já foram imunizadas 48,4 mil adolescentes, o que representa 31,5% do público total. A meta é vacinar ao menos 80% do público alvo.
Embora a vacina faça parte do Calendário Nacional de Imunização do Sistema Único de Saúde (SUS) e esteja disponível durante todo o ano nos postos de vacinação, as adolescentes devem seguir o cronograma de intervalo entre uma dose e outra. O Ministério da Saúde alerta que a primeira dose sozinha não protege contra o vírus. A vacina garante proteção contra o câncer do colo do útero, terceiro tumor mais frequente na população feminina e terceira causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.
O ministro da Saúde, Ar¬thur Chioro, reforçou a importância de convocar os responsáveis pelas adolescentes para que levem as meninas até os postos de saúde para tomarem a segunda dose. “Eu peço para que as mães, avós, responsáveis por meninas de 11 a 13 anos não deixem de levá-las para vacinar. A primeira dose sozinha não protege contra o vírus. Por isso, é fundamental tomar a segunda dose. O Ministério da Saúde garante a segurança da vacina. Atualmente, ela é utilizada em mais de 50 países, com cerca de 175 milhões de doses aplicadas. Vacinar contra o HPV é um gesto de amor e proteção pelas meninas do nosso país”, enfatiza.
A segurança da vacina é reforçada pelo Conselho Consultivo Global sobre Segurança de Vacinas da Organização Mundial de Saúde (OMS). De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, a conclusão dos casos de efeitos adversos registrados no Brasil só reforça a segurança. “O desfecho desses casos, sem qualquer lesão ou sequela, é uma comprovação que a vacina é segura”, salienta, lembrando que muitas reações são psicológicas, comuns em vacinação em ambientes fechados como escolas, quarteis e trabalhos.
Meta
Para o secretário, a meta de vacinar 80% das meninas será alcançada. “Eu não creio que as famílias vão perder esta oportunidade. É sempre bom lembrar que, apesar dos avanços na redução das mortes por câncer do colo do útero no Brasil, 14 mulheres morrem todos os dias com esse tipo de câncer no país”, enfatiza. Desde 10 de março, quando a imunização passou a ser ofertada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), 4,7 milhões de meninas receberam a primeira dose, o que representa 96% do público alvo.
A rede pública de saúde oferece a vacina quadrivalente, que confere proteção contra quatro subtipos do vírus (6, 11, 16 e 18), com 98% de eficácia. Os subtipos 16 e 18 são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero em todo mundo e os subtipos 6 e 11 por 90% das verrugas anogenitais.
A vacina contra HPV está disponível nas mais de 36 mil salas de vacinação espalhadas pelo país. Neste ano, são vacinadas as adolescentes do primeiro grupo, de 11 a 13 anos. Em 2015, a vacina passa a ser oferecida para as adolescentes de 9 a 11 anos e, em 2016, as meninas de 9 anos.
Apesar de prevenção, exame é necessário
Tomar a vacina na adolescência é o primeiro de uma série de cuidados que a mulher deve adotar para a prevenção do HPV e do câncer do colo do útero. No entanto, a imunização não substitui a realização do exame preventivo e nem o uso do preservativo nas relações sexuais. O Ministério da Saúde orienta que mulheres na faixa etária dos 25 aos 64 anos façam o exame preventivo, o Papanicolau, a cada três anos, após dois exames anuais consecutivos negativos.
“A combinação da vacina com o Papanicolau é perfeita porque protege as meninas para o futuro. As meninas que tomam a vacina hoje, se ao chegarem aos vinte e cinco anos, começarem também a fazer o Papanicolau, praticamente será uma geração livre de câncer de colo de útero. Isso era algo impensável há 10 anos”, destaca o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
O HPV é um vírus transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto. Estimativas da Organização Mundial da Saúde indicam que 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras da doença, sendo 32% infectadas pelos tipos 16 e 18. Em relação ao câncer do colo do útero, estudos apontam que 270 mil mulheres, no mundo, morrem devido à doença. Neste ano, o Instituto Nacional do Câncer estima o surgimento de 15 mil novos casos.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação