ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES DE HOJE
• UFG – Reunião extra para discutir hospital
• Saúde – Cais Novo Mundo é reaberto
• Saúde – Prefeitura fecha terceiro Cais por falta de médico
• Morte no Cais – Cremego vai apurar se houve falha de médica
• Cartas dos Leitores – Falta de médicos
• Saúde – Sem médicos, Cais são fechados
• Hospital das Clínicas – Transferência de gestão é incerta
• Sem médicos, unidades de saúde fecham portas
• Você já ouviu falar em governança integrativa?
O POPULAR
UFG
Reunião extra para discutir hospital
A Universidade Federal de Goiás (UFG) negou ontem que o reitor Orlando Amaral tenha revisto decisão do Conselho Universitário (Consuni), que aprovou na última sexta-feira a transferência do Hospital das Clínicas para a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), empresa pública vinculada ao Ministério da Educação (MEC) que aos poucos, desde 2011, vem assumindo o controle de hospitais universitários de todo o País.
O anúncio de que Amaral teria voltado atrás na decisão foi feita pela Associação dos Docentes da UFG (ADUFG) em seu site. Em nota divulgada ontem a ADUFG comemora o que chama de “vitória do diálogo”.
Na prática, entretanto, a reunião extraordinária marcada para a próxima quarta-feira após protesto dos que foram contra a transferência, logo após a votação de sexta-feira, abre brecha para que a decisão seja revista. Qualquer conselheiro poderá questionar a votação e levantar a questão novamente no encontro. O conselho é formado por 50 a 60 membros, dos quais cerca de 40 participaram da última reunião.
A votação foi por maioria visível e não houve contagem dos votos, o que causou protesto de alguns participantes. A manifestação foi até a reitoria, onde o grupo impediu a entrada de Amaral no prédio. A dispersão só ocorreu quando o reitor convocou uma reunião extraordinária para o próximo dia 10.
Uma parte dos funcionários e docentes da UFG reclamam que a transferência possa representar desvantagens administrativas e trabalhistas. “Não discutimos isso a fundo. Até agora entendemos que trará prejuízos aos trabalhadores, estudantes e usuários”, disse a coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos das Instituições Federais de Ensino Superior do Estado de Goiás (SINT-IFESgo), Fátima dos Reis, ao POPULAR na sexta-feira. (08/12/14)
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Saúde
Cais Novo Mundo é reaberto
Após posto ficar fechado no sábado, médicos escalados para plantão ontem cumpriram a escala de ontem
Vandré Abreu
Após passar o sábado fechado por falta de médicos, o Centro de Atendimento Integrado à Saúde (Cais) do Jardim Novo Mundo foi reaberto na manhã de ontem e desafogou o movimento nos Cais Vila Nova e Campinas. O movimento nas unidades de saúde municipais no domingo, mesmo com o Cais Amendoeiras e Centro Integrados de Assistência Médico Sanitária (Ciams) do Jardim América fechados desde a noite de sexta-feira, foi considerado tranquilo. Este último foi reaberto na noite de ontem.
O Cais Novo Mundo tinha ontem três cirurgiões gerais e um especialista atendendo desde o início da manhã até às 19 horas de ontem, quando o plantão teria de ser assumido por um pediatra. No sábado, ele teve de ser fechado depois que os médicos escalados para trabalhar não compareceram ao local. A vendedora Lorrayne Camilo, de 21 anos, levou a mãe com crise avançada de bronquite de carona até o Cais Novo Mundo. Moradora do Setor Dom Fernando, normalmente ela frequenta o Cais Amendoeiras.
“Estava prepara para ir até o Cais Vila Nova”, diz Lorrayne, sobre a possibilidade de encontrar o Cais Novo Mundo ainda fechado. Ela e a mãe chegaram à unidade de saúde por volta das 12 horas de ontem, quando foi constatada a crise de bronquite que fez a senhora se submeter a um tratamento no próprio Cais. Às 17 horas, ela aguardava a médica finalizar um atendimento de urgência junto ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para avaliar a mãe e verificar se ela poderia voltar para casa.
Coordenadora de Urgências da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Patrícia Antunes, afirma que os médicos escalados para o plantão de sábado no Cais Novo Mundo para a manhã e a tarde faltaram, o que culminou no fechamento, mas que foi reaberta a unidade no período noturno. “São outros médicos, escalados para o dia, mas domingo é mais tranquilo mesmo. Todo final de ano temos este problema, muito em razão das provas de residência médica, em que os profissionais viajam para fazê-las ou estudam para elas.”
A solução para evitar o fechamento continua sendo a contratação de profissionais temporários para atuar especificamente nos finais de semana. O fim de ano, apesar das provas de residência, culmina em novas formaturas e, por isso, Patrícia espera que até o final do mês toda a escala esteja fechada. Durante a semana, o problema ocorre, em proporções menores, para as quintas-feiras, especialmente no Cais Chácara Governador, mas a coordenadora diz que já para esta semana tudo deve correr bem.
Presidente do Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego), Rafael Cardoso Martinez explica que um somatório de coisas faz com que os médicos não queiram trabalhar para a SMS. “O médico quer trabalhar, mas chega um momento em que fica ruim demais, porque a estrutura é ruim, não temos segurança e agora nos tiram os direitos e nos jogam contra a população. Não é que está ruim porque não tem médico, não tem médico porque está ruim.”
Martinez se refere ao decreto do prefeito Paulo Garcia (PT) que impediu a atualização salarial pela data-base. Em assembleia do Simego os médicos mostraram interesse em pedir exoneração da SMS e o sindicato recebe e-mails com os interessados. A categoria pleiteia uma audiência com o prefeito nesta semana.(08/12/14)
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Saúde
Prefeitura fecha terceiro Cais por falta de médico
Cais do Jardim Novo Mundo, que deveria absorver demanda de outras unidades, também fechou as portas ontem, sobrecarregando outras unidades
Cristiane Lima
Ontem não foi um bom dia para procurar atendimento na rede municipal de saúde. Além dos dois Centros de Atenção Integrada à Saúde (Cais) que estão fechados por falta de profissionais – Jardim América e Amendoeiras – a unidade do Jardim Novo Mundo também fechou as portas na tarde de ontem. A justificativa foi a falta de três médicos que estavam escalados para o plantão no fim de semana.
O Jardim Novo Mundo recebeu pacientes durante a manhã, mas precisou recusar atendimentos pela falta de profissionais a partir do início da tarde. Por volta das 16 horas, o local estava vazio e um funcionário orientava as pessoas a procurarem as unidades da Vila Nova, Campinas ou Jardim Guanabara.
Diretora de Urgências da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Patrícia Antunes informou que a escala para a unidade do Jardim Novo Mundo contava com quadro de quatro clínicos, mas apenas um compareceu. Com isso, apenas casos graves estavam sendo atendidos.
Nas unidades do Jardim América e Amendoeiras, que estarão fechadas aos fins de semana até que a SMS consiga contratar novos médicos para compor o quadro de atendentes nos fins de semana, não haviam informações sobre a interrupção do atendimento aos sábados e domingos. A dona de casa Aparecida Lacerda de Medeiros, de 77 anos, foi à unidade Amendoeiras por conta de fortes dores nas pernas e braços. Ao chegar ao local, disse ter sido surpreendida. “Falta informação. Eles deveriam deixar pelo menos um papel para orientar o paciente que vem aqui.”
A assessoria de imprensa da SMS informou que hoje os diretores das duas unidades fechadas estarão nos locais para orientar quem buscar atendimento. Informou inda que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) montou bases nos locais para encaminhar pacientes.
19 médicos de plantão em 8 Cais
A planilha de atendimento em oito Centros de Atendimento Integral à Saúde (Cais) de Goiânia contará hoje com 19 médicos, caso todos compareçam. Diretora de urgências da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Patrícia Antunes ressalta o déficit de 149 médicos e afirma que a maioria dos interessados que buscam a pasta não quer atuar nos fins de semana. “Nossa prioridade é contratar para trabalhar sábado e domingo.” Os interessados podem procurar a secretaria durante a semana. De seis unidades visitadas pela reportagem na tarde de ontem, três estavam fechadas. (07/12/14)
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Morte no Cais
Cremego vai apurar se houve falha de médica
Entidade quer saber como foi o atendimento à criança que morreu por sufocamento e que inicialmente acreditava-se ser vítima de estupro
Cristiane Lima
O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) vai apurar a conduta da médica Juliana Lopes Dona durante o atendimento a Stefane Fracine da Silva de Oliveira. A criança de 1 ano morreu no fim da tarde de quarta-feira, no Centro de Atendimento Integral à Saúde (Cais) do Jardim Curitiba, na Região Noroeste de Goiânia. A suspeita inicial era de que a menina tivesse morrido por consequências de abuso sexual. Laudo preliminar divulgado na quinta-feira, no entanto, descartou essa possibilidade e apontou engasgamento como causa da morte.
Apesar de não ter chegado nenhuma denúncia ao Cremego, a assessoria de imprensa da entidade confirmou que investigação será aberta para apurar se houve falha da profissional. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que só se pronunciará sobre o caso após os laudos solicitados pela Polícia Civil serem divulgados. A médica foi procurada pela reportagem mas, segundo a direção do Cais, ela não estava no plantão de ontem e os servidores disseram que não poderiam passar o contato telefônico da médica.
A delegada Renata Vieira, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), assumiu o caso, registrado inicialmente no 22º Distrito Policial da capital. Até o fim da tarde de ontem ela ainda aguardava o laudo conclusivo, que só deve ser encaminhado na segunda-feira. “O que temos até agora é o laudo preliminar, mas nada está concluído. Vamos chamar todos os envolvidos para prestarem depoimentos para esclarecermos essa história.” A médica também deverá ser chamada a depor.
Renata Vieira afirma que a conduta da médica, ao denunciar um possível estupro, não é crime. “Mas certamente vamos investigar para saber o estado de saúde da criança ao chegar à unidade, quais os procedimentos adotados e como ocorreu a morte.” Segundo a delegada, os pais da criança foram juntos à unidade de saúde depois de perceberem que a criança apresentava dificuldade para respirar. Enfermeiros e outro médico da unidade foram ouvidos e também afirmaram que a menina tinha lesões no ânus e na vagina. Esses profissionais também devem ser chamados para serem ouvidos pela delegada.
No endereço da família, na Vila Mutirão, a casa onde moram de aluguel está vazia desde quarta-feira. Um vizinho, que preferiu não falar o nome, disse que tanto os pais quanto o tio, que moravam juntos em um barracão nos fundos de um quintal com duas residências, não apareceram no local. “Não sei se eles estão com medo, mas não vieram aqui. Mas não acredito que nenhum deles possa ter feito alguma maldade com a criança. São bons vizinhos. Bem humildes e tranquilos”, disse.
LAUDO
Laudo preliminar apontou que a causa da morte da criança foi asfixia provocada por grãos de feijão. Em exame cadavérico, o médico do Instituto Médico-Legal (IML) constatou também que, inicialmente, não existem vestígios de estupro no corpo da criança, como afirmado no prontuário, segundo a polícia, pela médica que atendeu a menina no Cais. O delegado do 22º DP, Dakir Specht informou que as prisões dos pais e do tio foram baseadas no prontuário e nas declarações da mãe, que confirmou a suspeita de estupro.
O delegado informou ontem que não falaria mais sobre o caso porque ele foi repassado para a especializada em proteção à criança e ao adolescente. Até receber os exames conclusivos, a delegada Renata Vieira prefere não adiantar sobre possíveis indiciamentos. Caso seja constatado que a criança não recebeu o tratamento adequado, a médica que realizou o atendimento também poderá ser responsabilizada.
Renata Vieira disse que deverá confirmar as informações repassadas pela mãe da criança dadas à Polícia Militar, de que o tio da criança já havia abusado da criança e a ameaçava. À PM, o tio negou qualquer abuso contra a criança. Todos foram presos, mas liberados na quinta-feira para participarem do velório e sepultamento da criança. A família, que é do Estado do Tocantins, chegou à Goiânia há pouco tempo, cerca de quatro meses. (06/12/14)
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Cartas dos Leitores – Falta de médicos
A notícia de falta de médicos nos serviços públicos já não causa tanto espanto mais. O que causa espanto é a reação apática da população que tem seus direitos garantidos na Constituição Federal, contudo sem uma resposta à altura desse fato.
É comum escutar que os médicos não querem ir para a rede pública; fazem corpo mole e são elitistas. Essas críticas não se sustentam, pois a grande maioria dos médicos exerce sua atividade de forma simples e recebendo valores de consultas e honorários muito abaixo do que é o preconizado pelos estudiosos da área médica no Brasil. É claro que há médicos que conseguem uma estabilidade financeira invejável, e tornam-se para muitas pessoas a referência de todos os médicos.
Não é justo que por falta de investimentos públicos, por falta de gestão adequada nos ambulatórios públicos e hospitais públicos, enfatizem tanto o médico. Outros profissionais que trabalham na área da saúde também são tratados de forma desleal pelo poder público. Enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, técnicos em radiologia, técnicos em enfermagem, vigilantes e todos que ali prestam seus serviços de forma honesta para a sociedade são excluídos dessa notícia citada acima; é sem dúvida muito humilhante.
Mas como tudo tem um final, os médicos desistiram do serviço público. Os poucos que ficaram tendem a se aposentar ou também desistir. É uma tragédia que foi anunciada há décadas. A pergunta que nossos políticos não querem fazer é: será que os demais profissionais também vão seguir o mesmo caminho que os médicos? A resposta é muito simples.
Quem bate esquece, mas quem apanha guarda profundas lembranças. Os enfermeiros já começaram a desistir.
Gustavo Safatle Barros
Setor Bueno – Goiânia (06/12/14)
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Saúde
Sem médicos, Cais são fechados
SMS alega falta de profissionais e suspensão de atendimento em 2 unidades vai durar todo o fim de semana
Vandré Abreu
A falta de médicos plantonistas é a justificativa da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para o fechamento, durante todo o fim de semana, do Centro de Atendimento Integrado à Saúde (Cais) Amendoeiras e do Centro Integrado de Assistência Médico Sanitária (Ciams) do Jardim América. Este é o segundo fim de semana seguido que as unidades ficam fechadas para o atendimento ao público. Da última vez a divulgação ficou restrita a cartazes afixados na porta dos prédios.
A SMS se baseia em uma determinação do Ministério da Saúde (MS) para o fechamento das unidades, já que um local de atendimento de urgência e emergência não pode funcionar sem a presença de médico. Há duas semanas a secretaria tem registrado um período de pelo menos 60 horas sem nenhum profissional médico nestas duas unidades, embora a falta de plantonista não fique restrita aos referidos locais. O déficit de médicos no município gira em torno de 150 profissionais. Ontem, o déficit era de 149.
Segundo a coordenadora das urgências da SMS, Patrícia Antunes, os problemas se agravam aos fins de semana, especialmente no sábado à noite. No Ciams Jardim América, ontem, os pacientes começaram a ser avisados do fechamento por volta das 16 horas, quando novas pessoas que chegavam ao local já não eram mais registradas e acabam sendo orientadas a procurar outras unidades de saúde. O POPULAR apurou que médicos da unidade fizeram um discurso aos pacientes dizendo que queriam trabalhar e atendê-los, mas não podiam fazê-lo.
O ato causou tumulto no local e uma equipe da Guarda Municipal foi chamada para apaziguar os ânimos. No discurso, os médicos refutaram a justificativa da SMS para o fechamento das unidades de saúde e diziam que havia profissionais para trabalhar no fim de semana. Eles prometeram ir ao Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) protocolar uma denúncia em desfavor da secretaria. Presidente do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), Erso Guimarães revela que se reuniu com o secretário de Saúde, Fernando Machado, para tratar do assunto.
Guimarães afirma que a recomendação do Cremego foi também pelo fechamento das unidades de saúde pela falta de médicos. “A enfermagem não está apta a fazer todos os procedimentos e precisa de um médico para atender urgência e emergência. A recomendação é a de transferir os pacientes para outras unidades.” O presidente do Cremego confirma que essa situação causa sobrecarga no sistema e, especialmente, no trabalho do médico, o que seria mais um motivo para os profissionais deixarem de trabalhar para o município.
FECHAMENTO
Às 18h40, emergencistas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) retiraram um paciente do Ciams Jardim América em estado grave. Ele seria levado para o Cais Campinas onde continuaria o atendimento, já que não haveria mais quem cuidasse dele no local. Neste mesmo horário e até depois das 19 horas, pelo menos cinco pacientes chegaram ao Ciams. A primeira foi uma mulher com suspeita de fratura no pé após uma queda de moto. Sem que ela conseguisse andar direito, seu companheiro a levaria ao Cais do Bairro Goiá.
O paciente em situação que pareceu mais grave foi um trabalhador da construção civil, que tinha um corte profundo no olho direito. Às 19 horas, uma funcionária do Ciams fechou a porta principal do atendimento de urgência e emergência, mas os computadores e as luzes do local continuaram ligadas pelo menos até as 19h30 e algumas funcionárias conversavam amenidades no local. Segundo os funcionários, que preferiram não se identificar, o ambulatório estava previsto para ficar aberto até as 23 horas de ontem, embora sem prestar qualquer tipo de atendimento.
SMS promete lotar primeiros nomeados nas duas unidades
A coordenadora de Urgências da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Patrícia Antunes, garante que a proposta da secretaria para solucionar a questão do fechamento das unidades de saúde é nomear os primeiros médicos contratados a partir da semana que vem para as duas unidades. Todos os aprovados no último concurso já foram chamados, até os que foram aprovados no cadastro de reserva, mas apenas 47% dos profissionais aceitaram o chamamento. O cadastro para profissionais temporários continua aberto.
O presidente do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), Erso Guimarães, considera que as péssimas condições de trabalho nas unidades municipais afastam os médicos deste tipo de trabalho. “Não tem condições de fazer um exame básico, como uma radiografia, falta uma estrutura básica para trabalhar e o salário ainda é muito baixo. Juntando tudo isso, as pessoas não querem ir para o município e isso provoca sobrecarga para os que estão lá, que procuram outros empregos”, afirma.
Nestas condições, diz Erso Guimarães, os médicos correm risco de serem processados administrativamente e até mesmo na justiça comum em caso de algum problema no atendimento. Patrícia revela que o déficit de profissionais ocorre há pelo menos cinco meses. Em relação as duas unidades fechadas, a coordenadora diz que uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ficará na porta das unidades para levar os casos mais graves para outras unidades de saúde. Ela lembra ainda que outras dez unidades da Prefeitura vão continuar atendendo 24 horas neste fim de semana. (06/12/14)
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Hospital das Clínicas
Transferência de gestão é incerta
Cristiane Lima
A votação que decidiria sobre a transferência da gestão do Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Goiás (UFG) para uma empresa especializada foi bastante tumultuada. Marcada para a tarde de ontem no Auditório da Biblioteca Central da UFG, no Campus II, a reunião contou com manifestação de servidores e alunos. Apesar do resultado da votação ter sido favorável à mudança, um novo encontro foi marcado para a próxima quarta-feira, dia 10.
Coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos das Instituições Federais de Ensino Superior do Estado de Goiás (SINT-IFESgo), Fátima dos Reis diz que o novo encontro servirá para que o Conselho Universitário da UFG analise o processo de votação que, segundo ela, transcorreu de maneira tumultuada e sem critérios.
Fátima afirma que o reitor da UFG, Orlando Amaral conduziu a votação de maneira rápida, não fez contagem de quem se manifestou contra a transferência nem abriu espaço para o debate.
A assessoria de imprensa da UFG confirma o novo encontro marcado para a próxima semana e garante que a decisão do conselho será soberano nesse assunto. Caso seja mantida a aprovação, a gestão do HC passa a ser realizado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Segundo Fátima dos Reis, os servidores foram convocados a participar da manifestação para pressionar os diretores da universidade.
Essa é a terceira reunião do conselho para tratar o tema. Nas duas primeiras, realizadas nos dias 14 e 21 de novembro, a decisão foi adiada. Para Fátima, ceder a gestão do HC a uma empresa é uma atitude desnecessária. “Não discutimos isso a fundo. Até agora entendemos que trará prejuízos aos trabalhadores, estudantes e usuários.”
Sindicato quer discutir cláusulas de contrato
Coordenadora geral do SINT-IFESgo, Fátima dos Reis destaca que vários pontos no processo de transferência de gestão da unidade são questionados. Entre eles, a falta de discussão das cláusulas do contrato. “Em outras situações, discutimos a fundo, o que não foi feito dessa vez. Precisamos saber claramente o que está previsto.”
Fátima diz, ainda, que por essa falta de debate, os servidores temem por seus contratos de trabalho. A unidade possui 1.083 profissionais que temem não terem suas experiências e desempenho profissional levado em conta sob uma nova gestão. “Vamos buscar uma negociação porque como está não é viável para nós, servidores.” (06/12/14)
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Hidrogel
Medo após situação de modelo
Internação de Andressa Urach deixa mulheres que fizeram a aplicação com medo das consequências
Galtiery Rodrigues
As consequências sofridas pela modelo Andressa Urach, de 27 anos, que foi parar numa unidade de terapia intensiva (UTI) por causa da aplicação de hidrogel nas pernas, servem de exemplo e estão deixando muitas mulheres amedrontadas. Em Goiânia, as vítimas de Raquel Policena, que foi presa no mês passado após a morte da ajudante de leilão Maria José Brandão, de 39 anos, também em decorrência do uso da substância, sentem na pele o aumento da apreensão.
A delegada do 17º Distrito Policial da capital e responsável pela investigação que desvendou o uso irregular do hidrogel, Myrian Vidal, relata que, nos últimos dias, muitas das vítimas ligaram para cobrar o resultado dos laudos e certificar se o que foi aplicado nelas é mesmo a substância. “Todas elas ficaram ainda mais apavoradas depois dessa notícia da Andressa. Elas sempre expressaram preocupação com o futuro, mas agora aumentou, porque viram que os males podem aparecer até cinco anos depois”, conta.
Myrian explica que muitas das vítimas se basearam no exemplo de Maria José, que não resistiu e faleceu menos de 24 horas após a aplicação do produto. Como isso não se repetiu com as demais, elas chegaram a pensar que estavam livres do problema, “mas agora com o caso da Andressa, viram que não é bem assim”, aponta a delegada. Inclusive, duas das 17 mulheres que foram ouvidas pela investigação procuraram auxílio médico para retirar o hidrogel do corpo, mas foram informadas de que isso não será possível, pois o produto já se espalhou.
A adolescente Nayara (nome fictício), de 17 anos, foi uma das que contratou os serviços de Raquel Policena. Ela diz que sentiu algumas dores após a aplicação do produto no bumbum, feita há menos de dois meses, e que o local das agulhadas ficou semelhante às pernas de Andressa Urach: inflamado e com manchas escuras. “Mas fui ao médico, cuidei direitinho e ficou tudo bem”, afirma. A jovem conta, ainda, que sentiu falta de ar e fadiga durante a primeira sessão, que aconteceu num quarto de hotel.
Hoje, no entanto, apesar de estar aparentemente bem, o medo e o arrependimento não diminuíram. Pelo contrário. “Claro que deu mais medo depois disso (caso Andressa). Ninguém quer morrer, ninguém deseja isso”, expõe ela, que pagou, à vista, R$ 5,7 mil por duas sessões de aplicação do famoso gel que aumentaria o seu bumbum. Ao todo, segundo Nayara, foram injetados 900 mililitros da substância, mais que o dobro do que foi aplicado nas pernas de Andressa (400 ml). “Não paro de pensar no que eu fiz. Todos que ficam sabendo, ficam horrorizados. Minha mãe brigou muito, porque eu fiz escondido dela. Foi burrada”
Vítimas enfrentam problemas emocionais
A delegada Myrian Vidal relata que a vida das mulheres que aplicaram o hidrogel com a suposta esteticista Raquel Policena mudou drasticamente. A realidade de muitas delas passou a ser preenchida por problemas emocionais, doenças como depressão e até perda dos respectivos maridos. Além disso, a maioria convive com deformidades deixadas pelo corpo, como é o caso de quem injetou a substância no bumbum e ficou com uma nádega maior que a outra.
A adolescente Nayara (nome fictício), de 17 anos, foi uma das que sentiu diferença após a primeira aplicação e percebeu que um dos lados estava maior. Para solucionar, ela voltou à suposta clínica onde Raquel Policena atuava e fez o retoque, com um novo preenchimento. O local, segundo Nayara, vivia cheio. No dia, de acordo com a jovem, havia pelo menos 10 mulheres na clínica aguardando para serem atendidas.
COMERCIALIZAÇÃO
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que o hidrogel está com o registro vencido desde 31 de março deste ano. Em comunicado oficial em sua página na internet, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) se posicionou contrária ao uso da substância para fins estéticos. Na Anvisa, no registro do produto consta que serve para eliminar alterações faciais, assimetria de tecidos moles, aumentar volumes e corrigir contornos.
1.729060
Andressa Urach segue internada há uma semana
Internada há uma semana na UTI do Hospital Conceição, em Porto Alegre, a modelo e ex-vice-miss bumbum Andressa Urach está acordada e se comunicando, mas seu quadro ainda é considerado grave pelos médicos, mesmo estando estabilizado. Não há previsão de alta. O hospital informou que não irá mais repassar novos boletins médicos sobre Andressa. “Em função da estabilização do estado de saúde da paciente, novo boletim médico será emitido somente em caso de alteração do quadro”, diz o comunicado.
Andressa aplicou hidrogel para deixar as pernas mais grossas em 2009 e em julho de 2014 o seu organismo passou a rejeitar o produto. (06/12/14)
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O HOJE
Sem médicos, unidades de saúde fecham portas
Por falta de profissionais, Cais Amendoeiras e Ciams Jardim América não atenderam neste final de semana
Kelly Lorena
Neste final de semana, o Centro Integrado de Assistência Médica Sanitária (Ciams) Jardim América e o Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais) Amendoeiras, duas importantes unidades de saúde em Goiânia, estarão fechados. O motivo é a falta de médicos.
O problema é admitido pela própria Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que, em nota à imprensa, informou que a medida foi tomada depois de inúmeras tentativas em conseguir médicos para plantões nestas unidades.
Na manhã de ontem, a coordenação de urgências da SMS se reuniu com integrantes do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde/GO), do Conselho de Saúde local da região leste de Goiânia e do Sindicato dos Técnicos de Enfermagem para concluir as últimas negociações sobre o fechamento das duas unidades de saúde neste final de semana.
De acordo com a SMS, atualmente o déficit de médicos na rede municipal de saúde é de 149 profissionais, mas a principal dificuldade é contratar médicos para trabalhar durante os finais de semana, sobretudo, aos sábados à noite.
A secretaria afirma já ter convocado todos os concursados do último certame e que não há mais cadastro de reserva de médicos. A última convocação foi de 454 profissionais e apenas 47% deles atenderam ao chamamento.
Horário de funcionamento
O Ciams Jardim América fechou as portas ontem às 19 horas e só será reaberto amanhã, também às 19 horas. Já o Cais Amendoeiras, que também está fechado desde ontem à noite, reabrirá as portas somente na segunda-feira (8), às 7 da manhã.
Segundo a SMS, uma base do Samu estará nas duas unidades para transportar pacientes em caso de emergência e os profissionais do Ciams e do Cais serão remanejados para os Cais deputado João Natal, no Setor Vila Nova, e Novo Mundo, no Setor Novo Mundo.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que o Ciams Jardim América e o Cais Amendoeiras só voltarão a funcionar nos finais de semana depois que conseguirem profissionais para trabalharem nas duas unidades aos sábados e domingos.
A SMS informa ainda que continua com contratações abertas por meio de credenciamento (contrato temporário) e que está fazendo remoções, remanejamentos e tomando outras medidas internas para cobrir os plantões dos finais de semana nas outras unidades 24 horas.
Na tarde de ontem foi divulgado, nos sites da SMS (www.saude.goiania.go.gov.br) e da Prefeitura de Goiânia (www.goiania.go.gov.br) a escala do plantão médico das demais unidades 24 horas.
Simego afirma que pode haver demissão coletiva
O presidente do Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego), Rafael Cardoso Martinez, diz que devido à depreciação da prefeitura, em relação aos médicos que atendem na rede municipal de saúde, pode haver pedidos de demissão coletiva. “Os direitos dos profissionais estão sendo cerceados”, critica.
Conforme o presidente, as condições de trabalho no município são precárias. “O mínimo que se espera é respeito e estrutura para se trabalhar. Faltam medicamentos, estrutura e segurança. Além de tudo isso, os médicos estão sendo lesados”.
Martinez esclarece que o descontentamento dos profissionais é justamente pela somatória de ações irregulares da prefeitura. “A data-base, que é anual e que deveria ter sido paga em maio, até hoje não foi concedida; diminuíram a insalubridade; congelaram o plano de carreira”, acusa ele.
Segundo o presidente da Simego, a lista de médicos que já manifestou interesse em pedir demissão é grande. Martinez, porém, não quis divulgar o número exato, alegando ser uma orientação do conselho. Uma assembleia para discutir o futuro da classe na rede municipal de saúde está prevista para acontecer, mas a data ainda não está definida. “Estamos aguardando um dia na agenda do prefeito Paulo Garcia para nos reunirmos e chegarmos a um acordo”.
O presidente diz que está tentando trabalhar na coletividade com os médicos. “Não estamos pedindo para dobrar, ou triplicar nossos salários. Estamos pedindo só ó que é de direito. Nós queremos que mais profissionais prestem concursos, que contribuam com a rede pública; mas também sabemos que o problema é geral, com outros servidores da saúde municipal”, acrescenta. (06/12/14)
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SAÚDE WEB 365
Você já ouviu falar em governança integrativa?
Executivos do setor discutem como fazer para que nenhum departamento perca o contato com o propósito de seu trabalho e importância no todo
Durante uma palestra de um cirurgião buco-maxilo-facial havia uma única pessoa na plateia que não era médica. Mas talvez justamente ela fosse a que tivesse o olhar mais abrangente sobre o processo assistencial.
Depois de assistir uma criança que nasceu com os olhos completamente assimétricos ser transformada pelas mãos de uma equipe cirúrgica, o superintendente executivo do Sistema de Saúde Mãe de Deus (RS), Alceu Alves, fez um pedido ao médico palestrante: você pode fazer essa apresentação para a administração do hospital? O pedido de Alves, que na época era gestor do Hospital e Clínicas de Porto Alegre, foi aceito com certo estranhamento. “Para a administração?”.
Os resultados da iniciativa não deixaram dúvidas. Ao término da apresentação para o time administrativo, a sensação da sala era de alegria e um dos colaboradores dirigiu-se ao cirurgião e disse: “aquela placa de titânio nunca mais vai faltar. Trabalho aqui há cinco anos comprando placas como essa e não sabia para que elas serviam”.
O exemplo ilustra um pouco do que seria a governança integrativa – quando todas as áreas – tanto as administrativas quanto assistenciais – estão integradas em função do cuidado ao paciente, que é o real propósito de qualquer instituição de saúde.
“O cuidado é como em uma banda, cada um exerce o seu papel, mas o resultado final é um só, integrativo. E a plateia participa ativamente”, diz o diretor técnico hospitalar do Hospital Nossa Senhora das Graças (PR), Luiz Sallim Emed, fazendo analogia com a necessidade do paciente também se envolver neste processo.
O princípio da integração é o paciente e, segundo Alceu, para alcançá-la dois aspectos devem estar alinhados e serem trabalhados juntos: o econômico e o assistencial. Entretanto, muitos médicos ainda dizem “eu não tenho nada a ver com a questão econômica”. “Este é um dos grandes problemas que temos. Alguém que produz serviços de saúde e se coloca de fora, e é por isso que muitas vezes não tem o recurso necessário para seu trabalho”, ilustra o Superintendente do Mãe de Deus.
Para o superintendente corporativo do Hospital Samaritano (SP), Luiz De Luca, o processo de governança deve ser desmistificado, podendo ser incorporado em qualquer instituição, independente do perfil e tamanho. No caso da saúde, “o processo da assistência tem que estar impregnado inclusive no governo. O desafio é sair do discurso para a implementação”, afirma.
Dentro da chamada governança integrativa – termo utilizado pelos debatedores para ilustrar a interdependência entre os atores envolvidos direta ou indiretamente com a assistência -, está a
governança clínica – retrato do envolvimento de todos os profissionais especializados em saúde.
“Com isso, o médico perde a soberania, não a liderança, mas a soberania”, enfatiza Alves. Com o avanço da medicina, o médico já não tem o domínio do conhecimento, mas, segundo ele, continua protagonizando as prescrições medicamentosas, nutricionais, entre muitas outras.
“Uma prescrição médica revisada por um farmacêutico agrega segurança ao paciente e para o próprio médico”, exemplifica. Na visão do superintendente, os odontólogos, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas, entre muitos outros, “não conseguem dar a contribuição ideal” neste modelo ainda vigente em que o médico centraliza o trabalho.
Quatro pontos de atenção foram descritos por Alves para o caminho da governança integrativa:
1°: Entender que existem dois modelos que vivem juntos. Quando um paciente fica mais tempo do que precisa, por exemplo, o problema é assistencial e econômico.
2°: Entender a função de cada um dentro de um processo integrativo, e o papel do líder é importante nesse contexto.
3°: É preciso romper com conceitos velhos que ainda cultivamos. Por que a prescrição da alimentação não é feita por um nutricionista clínico? Por que não existem odontólogos dentro dos CTIs?
Se tais discussões e questionamentos já estão sendo feitos, o momento atual aponta para mudanças. De acordo com De Luca, o médico está passando por um processo de entendimento de gestão e correlação de seu papel com os custos, apesar das resistências de querer fazer realmente parte disso. Para o superintendente do Samaritano, é preciso comunicar e desenvolver o tema, realizar treinamentos, avaliar o corpo clínico por desempenho e estimular suas competências. “É complexo. Não é rápido, mas tem que começar”.
*Ary Ribeiro, superintendente comercial e de serviços ambulatoriais do Hospital do Coração (HCor) (SP) foi o mediador do talk show Governança Corporativa durante Fórum Horizontes Anahp, que aconteceu entre os dias 3 e 4 de dezembro, em São Paulo (06/12/14)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação