Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 09/12/14

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.


DESTAQUES DE HOJE


• Empresas de homecare podem se afiliar à Anahp
• Artigo – OPMEs e os custos da assistência
• Abramge avalia 2014 e reforça expectativas para 2015
• Falta de médicos – 78% das vagas no município são para o fim de semana
• Cartas dos leitores – Cais fechado
• Caldas Novas – Médico é indiciado por morte
• Editorial – Ação contra a dengue
• Dengue – 70 bairros em situação crítica

SAÚDE WEB 365

Empresas de homecare podem se afiliar à Anahp

Associação Nacional dos Hospitais Privados amplia escopo de atuação e cria novas categorias

A Anahp (Associação Nacional dos Hospitais Privados) anuncia novas categorias de entidades membros para 2015. São elas: Associado Titular, Associado e Afiliado. A reforma estatutária foi aprovada no último dia 3 de dezembro durante Assembleia Geral Extraordinária.

Agora, para se associar na categoria Associado Titular, as instituições hospitalares devem possuir ao menos uma das acreditações de excelência reconhecidas, entre elas a brasileira ONA Nível 3 (Organização Nacional de Acreditação) ou as americanas JCI (Joint Commission International), ou NIAHO (National Integrated Accreditation for Healthcare Organizations), ou ainda a canadense Accreditation Canada.

A categoria Associados contempla as instituições hospitalares que ainda não possuem as condições para serem caracterizadas como Associados Titulares, mas que se comprometam a adotar as medidas necessárias para adquirir a certificação de qualidade no prazo de quatro anos.

O que muda
A novidade fica a cargo da categoria Afiliados, que passa a contemplar as empresas de atenção domiciliar. Em 2014 a Associação estabeleceu um grupo de estudos para discutir a atenção domiciliar no País a partir do envelhecimento da população, da mudança do perfil clínico e epidemiológico e do estímulo à desospitalização. Segundo comunicado da Anahp, a entidade percebeu que a melhor maneira de buscar uma alternativa viável para o setor era a aproximação com as empresas que proporcionam esse tipo de atenção.

A representatividade regional da Associação também sofreu modificações estatutárias. A partir de 2015 a região Norte, que antes possuía representação no Conselho de Administração juntamente com a região Nordeste, passará a compor o Conselho com a região Centro-Oeste e Distrito Federal.

“Em 2014, a região Nordeste aumentou significativamente a sua representativa em termos de instituições membros e, por essa razão, a participação da região Norte passará a ser contabilizada juntamente com outras regiões em que a Anahp possui menos instituições membros. Trata-se de uma alternativa para manter um Conselho democrático, com representação nacional”, afirmou em comunicado o presidente do Conselho de Administração da Anahp, Francisco Balestrin.
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Artigo – OPMEs e os custos da assistência

Em artigo, Denise Eloi, presidente da Unidas, aponta medidas urgentes para conter a escalada de custos assistenciais impulsionada pelas OPMEs

As órteses, próteses e materiais especiais, conhecidas pela sigla OPME, abrangem uma enorme gama de insumos utilizados em procedimentos médicos. São as válvulas, marcapassos, catéteres, sondas, balões, cânulas, drenos e toda sorte de fios, placas, enxertos, cimentos, produtos feitos de ligas e materiais especiais, entre outros. Populares principalmente em tratamentos cardiológicos, neurológicos, gastroenterológicos e ortopédicos, e sempre presentes nas intervenções cirúrgicas, as OPMEs estão no centro de um problema que tem assombrado o sistema de saúde suplementar no Brasil: a escalada dos custos assistenciais.
Estudo de caso feito pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) dá uma amostra da pressão que as OPMEs têm exercido sobre os gastos dos planos de saúde. Baseado em números de uma operadora de plano de autogestão com atuação no estado de São Paulo, o levantamento feito pela pesquisadora Amanda Reis Almeida Silva (série IESS 0049-2014) mostra que, no período de cinco anos entre 2007 e 2012, os gastos da empresa com OPME aumentaram 120,4% – no mesmo período a Variação de Custos Médicos Hospitalares (VCMH) foi de 88,1% e o IPCA, de 31,9%. Em razão desse aumento desproporcional, a fatia das OPMEs no custo assistencial total passou de 30% para 38,6%. Em pesquisa realizada pela União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde –UNIDAS, no ano de 2013, envolvendo 79 de suas filiadas, os custos com esses insumos representaram 54,2% dos gastos no regime hospitalar, que compreendem a 49,9% do total das despesas assistenciais.

Em princípio, o peso das OPMEs nos gastos dos planos de saúde com assistência decorre de duas realidades: dos preços elevados de produtos que envolvem tecnologia avançada e pagamentos de royalties; e da sua crescente utilização, que pode ser atribuída aos avanços da medicina nos tratamentos e também ao fato de que os planos de saúde tornaram esses tratamentos acessíveis a uma maior parcela da população. Essas duas questões, em condições normais de mercado, já seriam causa de preocupação para o financiamento da assistência, pelo impacto que têm sobre os gastos. Mas a situação se agrava – e muito – em razão de uma combinação de fatores que envolvem tanto os preços como o uso das OPMEs.

O problema aparece, numa ponta, nas grandes e dificilmente justificáveis variações entre os preços de produtos similares, e por vezes até iguais. Uma das causas dessas discrepâncias está na forma como as OPMEs são comercializadas. Nesse segmento, a produção envolve, em muitos casos, artigos protegidos por patentes exclusivas (o que gera situações de monopólio), e a comercialização dos produtos, no Brasil, é marcada pela baixa concorrência na importação e distribuição.

A questão se complica, na ponta do atendimento médico-hospitalar, pela falta de diretrizes sobre a utilização de OPMEs nos procedimentos, baseadas na melhor relação de custo e efetividade para o tratamento dos pacientes. Quando o hospital ou a clínica apresentam a conta, o plano de saúde pode questionar aqui e ali, mas não tem autoridade para julgar se o que foi feito e o material usado atendiam ao melhor critério de custo e efetividade, se era necessário usar esta ou aquela OPME, de tal ou qual marca e se não havia exagero na quantidade empregada. Resta-lhe simplesmente pagar a conta.

E, neste ponto vale a pena abrir parênteses para lembrar que engana-se o paciente se acreditar que o problema está resolvido porque “é o plano de saúde que paga”. Porque, no momento seguinte, os custos contabilizados pela operadora vão entrar no cálculo dos reajustes das mensalidades e vão ser distribuídos entre todos os beneficiários do plano. Ou seja, não há órtese nem prótese grátis. No caso das autogestões, que não aplicam as mesmas regras de mercado para o reajuste dos planos, esses valores terminam sendo incluídos no rateio realizado entre seus beneficiários, ou inseridos na sua contribuição, seja qual for o modelo de custeio da operadora.

A tempestade fica perfeita quando entra em cena outro problema, gravíssimo, que é o vício de alguns maus profissionais que se dispõem a receber pagamentos de fabricantes ou distribuidores em troca da prescrição de determinados produtos ou marcas. Esses mimos são chamados, à boca pequena, de “chocolates”. Pois bem, quando se combinam “chocolates”, preços artificiais (de um mercado em que quase não há concorrência), falta de diretrizes sobre o uso mais adequado das OPMEs e falta de informação para os clientes que pagam a conta, o resultado é a cena que temos diante de nós: custos cada vez mais altos, planos cada vez mais caros, ameaça de crise.

As OPMEs, como se vê, não são uma questão isolada, mas têm um papel destacado no complexo de problemas que provocam a escalada dos custos assistenciais. Tampouco elas são um problema que afeta apenas a saúde suplementar – ao contrário, o Sistema Único de Saúde é certamente o maior consumidor de OPME do País. Para equacionar essa questão, que afeta tanto os custos dos planos privados de assistência como o orçamento público da saúde, justifica-se, portanto, que haja uma combinação de esforços de todas as partes envolvidas – autoridades do governo, agência reguladora, operadoras, hospitais, entidades profissionais, órgãos de defesa da concorrência e do consumidor.

Uma agenda com esse propósito deveria incluir, entre outras coisas: estabelecer políticas para importação, distribuição, comercialização e uso de OPME; definir parâmetros técnicos para sua indicação clínica; elaborar e divulgar diretrizes e protocolos clínicos de utilização que tornem mais evidente a necessidade dos materiais em cada caso; adequar o quadro jurídico para coibir práticas indevidas, sem prejuízo da autonomia médica; estabelecer ações de defesa da concorrência para reduzir barreiras à competição na distribuição desses produtos.

Essas medidas são um passo necessário e urgente para conter a escalada de custos assistenciais e, ao mesmo tempo, assegurar as condições que permitam aos beneficiários da saúde suplementar e da saúde pública o acesso ao uso de OPME, tão importantes para o sucesso dos tratamentos, segundo as melhores práticas médicas e a melhor relação de custo-efetividade.

*Denise Eloi é presidente da União das Instituições de Autogestão em Saúde (UNIDAS)
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Abramge avalia 2014 e reforça expectativas para 2015

Associação Brasileira de Medicina de Grupo reivindica por mais incentivos e regulação mais clara. Setor reúne mais de mil operadoras e cerca de 70 milhões de beneficiários

Impulsionado por fatores como a expansão da classe média e a longevidade do brasileiro, o setor da saúde suplementar vem crescendo no Brasil. A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), entidade que representa os planos de saúde, avalia que o setor cresceu 4,5% em 2013 e se manteve estável em 2014, reunindo hoje mais de mil operadoras. Atualmente, há em torno de 70 milhões de beneficiários de planos de saúde e odontológicos. Considerando os gastos privados e públicos, a Saúde gera uma receita anual que chega a R$ 464 bilhões, o que equivale a 10,3% do Produto Interno Bruto (a parte privada dessa conta corresponde a cerca de 57%).

O ano eleitoral fez muitos pleitos da saúde suplementar ganharem força, e há expectativas do setor para 2015. Diretor executivo da Abramge, Antonio Carlos Abbatepaolo destaca que o segmento vem alavancando o crescimento da economia com a geração de empregos – são cerca 3,6 milhões de postos de trabalho diretos – e precisa de incentivos e de uma regulação mais clara para continuar avançando. Na avaliação da Abramge, é fundamental que a saúde suplementar receba estímulos para o livre mercado, a concorrência e a inclusão de novas tecnologias.

Um relatório elaborado recentemente pela Abramge, a partir de pesquisa encomendada ao Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), aponta que os impostos que incidem nos planos de saúde equivalem a 26,7% do faturamento das empresas do setor. De acordo com a entidade, o resultado dessa alta tributação é a redução da capacidade de investimentos e impossibilidade de preços mais acessíveis. “Por que não colocar a Saúde ao lado da construção civil, da indústria automobilística, da agricultura e de bens de consumo na hora de adotar políticas de aceleração e estímulo ao crescimento?”, indaga Abbatepaolo em comunicado ao mercado.

Outra necessidade reivindicada pela Associação é a aprovação do projeto de lei que assegura 10% da receita bruta da União para o custeio da saúde pública.

Entre os fatores preocupantes, Abbatepaolo cita os custos assistenciais em alta e a escalada da judicialização. Apesar de os planos de saúde serem regulamentados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e obedecerem a um rol de procedimentos e serviços previamente estabelecidos, as operadoras vêm sendo penalizadas com processos judiciais e decisões que “fogem ao princípio da razoabilidade”.

De acordo com Abbatepaolo é fundamental para a sustentabilidade do setor que se estabeleça um entendimento a respeito do papel e das limitações contratuais os planos de saúde. “À medida que os planos são obrigados a prestar assistência irrestrita, a coletividade tende a ser penalizada. Precisamos discutir esse tema com a sociedade”, propõe.

Perfil da Abramge
A entidade sem fins lucrativos inclui cerca de 200 operadoras de planos de saúde associadas. O principal objetivo estabelecido desde a sua fundação, em 8 de agosto de 1966, é representar institucionalmente, junto aos órgãos federais, estaduais e municipais, as empresas privadas de assistência à saúde em atuação no território nacional. O chamado Sistema Abramge engloba ainda o Sindicato das Empresas de Medicina de Grupo (Sinamge) e o Sindicato das Empresas de Odontologia de Grupo, (Sinog) e a Universidade Corporativa Abramge (UCA).
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O POPULAR

Falta de médicos
78% das vagas no município são para o fim de semana
Prefeitura diz que interesse é para o meio da semana. Sindicato reclama de más condições
Galtiery Rodrigues

Até ontem, o déficit de médicos na rede de saúde do município de Goiânia era de 146 profissionais. Destes, quase 80% (114) são para trabalhar nos fins de semana, especialmente em equipes de urgência e emergência, cuja falta inviabiliza o trabalho realizado em determinadas unidades, como foi o caso das que tiveram as portas fechadas no último fim de semana. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) chega a pagar um valor a mais pelos plantões de sábado e domingo, mas mesmo assim encontra dificuldade para contratar profissionais, que, quase sempre, segundo a diretoria de Recursos Humanos da SMS, alegam questões pessoais e falta de disponibilidade.
O Sindicato dos Médicos de Goiás (Simego) aponta outra questão. De acordo com o diretor do sindicato, o ortopedista Robson Azevedo, o modelo de contratação também não estimula o profissional a trabalhar para a Prefeitura. Hoje, a Secretaria Municipal de Saúde preenche as vagas ociosas por meio de contratos temporários, na modalidade credenciamento/ prestação de serviços. “Isso não garante direito trabalhista, além de ter de enfrentar as condições precárias das unidades. Tem de lembrar que o médico é o responsável pelo atendimento que realiza. Do jeito que está, não existe estímulo algum”, afirma.
A questão é histórica. O diretor de Regulação, Avaliação e Controle da SMS, Cláudio Tavares, aponta que não se trata de uma situação enfrentada só por Goiânia. “No Brasil todo é assim. O pessoal não quer trabalhar no fim de semana, só no meio de semana”, diz. Tanto, que das 146 vagas disponíveis para médicos na rede municipal, apenas 32 são para segunda a sexta-feira. O foco da Prefeitura hoje, conforme a diretora de Recursos Humanos da Secretaria de Saúde, Kátia Martins Soares, é preencher a urgência e emergência, atendendo unidades onde não há equipe de plantão.
Desde o início de novembro, a Prefeitura conseguiu contratar 23 médicos para pronto-socorro. O déficit, no entanto, é muito maior e, diante da dificuldade para conseguir saná-lo com novos profissionais, a SMS trabalha com a possibilidade de remoção interna ou ampliação da carga horária dos médicos que já integram a rede municipal. Neste caso, oferta-se mais plantões para aqueles interessados em ganhar um pouco mais. Um plantão de meio de semana, hoje, na Prefeitura vale entre R$ 850 e R$ 950; o de fim de semana pode chegar a até R$ 1.250.
QUEDA DE BRAÇO
Mesmo entre os médicos que já integram a rede, o desinteresse por assumir plantões de fiml de semana também é grande. Robson Azevedo expõe que nunca a relação entre profissionais e Prefeitura chegou a uma situação tão tensa, como a vivida hoje. Algumas reivindicações não atendidas, como o reajuste salarial, que deveria ter ocorrido em maio, o cumprimento do plano de carreira, que, segundo ele, está congelado e o cancelamento de gratificações de direito da classe acentuam a insatisfação. “Se a Prefeitura cumprir a pauta, vamos trabalhar nos fins de semana”, afirma.
Robson enfatiza que a luta da categoria não tem sido simplesmente o aumento do salário, mas, sobretudo, a garantia de direitos trabalhistas. Kátia Soares reconhece que a data-base, de fato, não foi concedida, mas contrapõe dizendo que não houve perda de benefícios, como a gratificação por insalubridade. “Nenhum dos profissionais que estão lotados em unidades de saúde perdeu a taxa de insalubridade” diz ela, que justifica, ainda, a falta de reajuste salarial com a necessidade da Prefeitura de conter os gastos e economizar. “Isso não foi concedido a nenhum profissional do município.”
Incerteza deve persistir
Ainda é cedo para garantir que o Centro Integrado de Assistência Médico Sanitária (Ciams) do Jardim América e o Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais) do Parque Amendoeiras não serão fechados novamente no fim de semana. De acordo com o diretor de Regulação, Avaliação e Controle da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Cláudio Tavares, a certeza será dada na quinta-feira, à medida que as contratações temporárias forem sendo feitas.
A expectativa da Prefeitura é que o problema não dure por muito tempo. Segundo Cláudio, existe uma esperança de que a procura de profissionais aumente nas próximas semanas. “Porque quando chega fim de ano e início de ano, tem um número grande de médicos recém-formados sendo cadastrados, porque é o período de conclusão de curso”, expõe. Enquanto isso não acontece, as unidades do Jardim América e do Parque Amendoeiras estão entre as 5 que somam 64 vagas para médicos de plantão nos fins de semana.
O diretor conta que o Ciams do Jardim América até tinha profissionais na escala de trabalhoo, mas a SMS optou por remanejá-los para outras unidades para garantir a continuidade do atendimento. Eles foram deslocados para o Cais do Setor Vila Nova.
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Cartas dos leitores – Cais fechado
É uma brincadeira o que a Prefeitura e a Secretaria de Saúde fazem com a população de Goiânia. Como conseguem ter tantas desculpas (esfarrapadas) para o fechamento das unidades de saúde? São médicos que não querem trabalhar nos fins de semana e médicos que foram deslocados para outras unidades por conta de maior demanda. Aí eu pergunto: como os funcionários (médicos) não querem trabalhar nos finais de semana? Quem manda são eles? Em um município onde o governante é médico, é uma vergonha tal situação, sem falar na falta de conforto e material básico de higiene e limpeza nestas unidades, onde um copo descartável é artigo de luxo. Acredito que enquanto nossos governantes estiverem pensando só neles, a situação tende a piorar. Peço ao nosso prefeito e aos seus secretários que tenham mais amor ao próximo, pois no dia que isso existir em seus corações acredito que as coisas serão diferentes. E peço mais: não percam o tempo dos senhores com publicações de desculpas esfarrapadas nesta coluna, pois já vimos nos jornais impressos, falados e na TV. Só lembrando a população que vem aí o aumento e a arrecadação do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e do Imposto Territorial Urbano (ITU), arrecadação de taxas de funcionamento, expediente e publicidades das empresas do município. Veremos pra onde vai o dinheiro.
Antônio Fábio Pereira – Jardim Novo Mundo – Goiânia
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Caldas Novas
Médico é indiciado por morte
Cristiane Lima

O ginecologista e obstetra Atenevir Teles da Silva foi indiciado pela Polícia Civil por responsabilidade na morte da paciente Ortenizia da Costa Dias, de 30 anos. Ela morreu em 10 de abril desse ano após complicações de um problema pulmonar que, no entendimento da titular da Delegacia da Mulher de Caldas Novas, Sabrina Leles de Lima Miranda, poderia ter sido evitado. Ortenízia estava com oito meses de gestação e chegou ao hospital com problemas para respirar.
O médico, conforme o inquérito, solicitou exames que confirmaram mancha no pulmão da paciente. “Mas o médico não prescreveu tratamento específico e ainda orientou que ela continuasse com os medicamentos para pressão alta e diabetes. Logo após, a paciente sofreu parada respiratória e o responsável não realizou a cirurgia de emergência para retirada do feto”. Ortenízia morreu e o foi enterrada com o feto ainda na barriga.
A delegada informa que pediu exumação do cadáver e foram confirmadas as causas das mortes. A mãe teve como causa edema pulmonar, diferente do registrado no laudo emitido pelo médico, que apontou infarto. O bebê morreu por insuficiência placentária causada pela falta de oxigenação após a morte da mãe.
Segundo a delegada, o ginecologista e obstetra está sendo indiciado pelos crimes de homicídio culposo e falsidade ideológica. “Entendemos que o médico foi negligente quanto ao atendimento da mãe desde o início”, disse.
A reportagem tentou contato com o médico no fim da tarde de ontem, mas ele não atendeu ao celular. O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) também foi acionado, mas alegou que pelo horário, após as 18 horas, não poderia repassar os procedimentos adotados nesse caso. Já a Secretaria Municipal de Saúde de Caldas Novas informou que aguardou a conclusão dos trabalhos da Polícia Civil e Atenevir Teles da Silva teve seu contrato rescindido.
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Editorial – Ação contra a dengue

Dados recentes sobre focos do mosquito transmissor da dengue e febre chikungunya em Goiânia revelam que, embora seja amplo o acesso a informações sobre os riscos e a forma de eliminar esses focos, persiste a falta de colaboração dos moradores. Com isso, mapa da vulnerabilidade da dengue mostra proliferação do mosquito Aedes aegypti em todas as regiões da capital e aponta 70 bairros críticos, por estarem mais vulneráveis.
Conforme as equipes municipais de inspeção, os criadouros do Aedes se formam em ralos, pratos de plantas, vaso sanitário, latas, baldes, bebedouros de animais e piscinas sem tratamento. Essas equipes lembram que basta uma limpeza semanal desses recipientes para evitar que o mosquito prolifere.
Para exemplificar, vistorias feitas no Setor Sul, na semana passada, detectaram 734 focos em 388 imóveis, de um total de 5.846 vistoriados, índice de 6,63%, quando o índice aceitável é de 1%, como preconiza o Ministério da Saúde.
A mudança de comportamento dos cidadãos é apontada como o maior desafio no combate à dengue, doença grave, que pode ser fatal. Já houve grande avanço quanto ao conhecimento das formas de transmissão e das medidas de prevenção. Mas apenas saber o que é a dengue, como se transmite e o que fazer para que o mosquito transmissor não se propague não basta. É preciso agir, ou seja, cada cidadão tem de fazer a sua parte, que começa na própria casa.
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Dengue
70 bairros em situação crítica
Mapa aponta áreas em que população está mais vulnerável à doença. Focos estão mais em residências
Vandré Abreu

O mapa da vulnerabilidade da dengue em Goiânia – feito pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) – aponta 70 bairros da capital como os mais vulneráveis à doença. Os setores estão em todas as regiões da cidade e trazem diferenças entre si que demonstram a complexidade no combate ao mosquito. Enquanto no Setor Bueno o maior problema é a quantidade de pessoas e o lixo produzido, no Urias Magalhães a dificuldade está em reduzir os focos do mosquito Aedes aegypti nos quintais das casas horizontais. De todo modo, os focos dos mosquitos estão, em sua maioria, dentro das residências.
Para se estabelecer o mapa, técnicos do Departamento de Controle e Vigilância de Zoonoses (DCVZ) verificam o histórico da incidência da dengue desde 2001, o histórico do Levantamento Rápido de Índice de Infestação Predial (Liraa), o Liraa atual e a densidade demográfica do bairro. A soma ponderada, em que o número de notificações tem maior peso, gera um resultado entre 0 e 4. Em Goiânia, a SMS considera como prioritários setores com vulnerabilidade acima de 2.
Diretor do DCVZ, Edison Gomes explica que Goiânia é uma cidade grande e bastante diversificada, em que cada bairro apresenta características específicas. “Na Vila Canaã, por exemplo, os focos estão os ferros velhos e as sucatas, enquanto nos condomínios fechados estão nos vasos de plantas.” Gomes afirma que, no entanto, os técnicos não possuem uma explicação sobre um bairro ser mais vulnerável que o outro à dengue. “Não tem classe social e nem localização, a gente não entende porquê as pessoas não combatem os focos.”
A diretora de Vigilância Sanitária, Flúvia Amorim, salienta que, em saúde pública, a mudança de comportamento dos cidadãos é a questão mais complicada e o desafio é fazer com que o cidadão pratique o que ele tem de informação. “Uma pesquisa que fizemos em 2001 já mostrava que 90% da população conhecia a dengue, sabia o que era e como combater a doença, mas até hoje não praticam. Tivemos, historicamente, um sistema de saúde patriarcal, em que as pessoas estão acostumadas que o Poder Público cuide de tudo, até da casa delas.”
OTIMIZAÇÃO
O mapa da vulnerabilidade é utilizado por diversas cidades brasileiras e se baseia em uma determinação do Ministério da Saúde. Professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), João Bosco Siqueira Júnior explica que o mapa deve ser usado na tentativa de entender se toda a cidade tem um determinado comportamento, identificando as áreas com mais casos notificados e maior índice de infestação. “O mapa serve para otimizar o tipo de combate que tem de ser feito em cada bairro. Ter um foco em uma caixa d´água é diferente de ter em um vaso de planta”.
Por isso, o mapa é muito dinâmico e não é modulado só pela presença do mosquito. “Com o vírus da chikungunya, todos estão suscetíveis a alguma doença”, diz o professor. Essa situação é desafiadora aos órgãos de controle de zoonoses, segundo Siqueira Júnior. Até o método de cálculo para o mapa de vulnerabilidade tem sido modificado pelo Ministério e a Organização Mundial de Saúde (OMS), em que será modificada a combinação de indicadores e inserindo outros, como a presença dos sorotipos da dengue e do vírus da chikungunya.
O novo cálculo pretende estimar como será o comportamento da doença na cidade, como quem é o grupo de risco e que regiões possuem mais riscos. “A ideia é tentar prever essa dinâmica da doença, para onde ela deve ir e como vai se comportar”. Isso ocorre porque um bairro que hoje tem alta incidência não deve ter mais no próximo levantamento se o sorotipo da dengue existente for o mesmo, embora pode manter o índice de focos do mosquito.

Pesquisa inédita em Goiânia
A cidade de Goiânia foi escolhida para participar de uma pesquisa inédita para estudar como é o comportamento da dengue em crianças entre 2 e 16 anos. O professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), João Bosco de Siqueira Júnior, vai participar em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do levantamento que deve começar ainda neste mês. A pesquisa vai observar duas mil crianças durante três anos em Goiânia, enquanto cidade com alto índice de infestação, e Araraquara (SP), como município de baixa incidência.
Siqueira Júnior explica que a intenção da pesquisa é verificar quantas crianças tiveram dengue ou terão a doença durante esses três anos. Sabe-se que muitas crianças nessa faixa etária contaminam a dengue e não possuem sintoma. O levantamento será usado para verificar qual é essa proporção para cada faixa etária e tentar entender como isso ocorre em cada uma das duas cidades. Ao final, as informações serão relevantes para o estabelecimento da vacina contra a dengue, que já está em fase avançada de estudos.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação