ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
• Plano de saúde deve ter reajuste de 18%
• Após repasse, Santa Casa volta a atender SUS
• Investidores já começam a prospectar oportunidades no Brasil
• 5 anos da agência e suas principais medidas
• Paciente está com Doença de Creutzfeldt-Jacob
VALOR ECONÔMICO
Plano de saúde deve ter reajuste de 18%
As operadoras e seguradoras de saúde vão propor neste ano um reajuste médio de 18% para os convênios médicos corporativos – modalidade de benefício concedida pelas empresas aos funcionários. Trata-se de um aumento de quase dois pontos percentuais em relação ao registrado em 2014 e uma das taxas mais elevadas no mundo. A estimativa é que o reajuste médio mundial seja de 10,15% neste ano, de acordo com pesquisa realizada pela Aon. No Brasil, há quase 34 milhões de usuários de planos de saúde corporativos, o equivalente a 66% do total do mercado.
"O aumento expressivo nos custos da saúde no Brasil são decorrentes da variação do dólar, pois muitos equipamentos e medicamentos são importados, da falta de leitos hospitalares e porque o plano de saúde é usado sem controle", explica Humberto Torloni, vice-presidente de benefícios globais para a América Latina da Aon, uma das maiores corretoras e consultorias de seguros do mundo. O levantamento da Aon englobou dados dos 83 países em que atua.
No Brasil, a Aon administra uma carteira com 1,3 milhão de usuários de planos de saúde.
A curva ascendente nos custos de saúde no Brasil vai na contramão que vem ocorrendo nos Estados Unidos, país em que o setor de saúde tem semelhanças com o mercado brasileiro e têm custos elevados devido à incorporação de tecnologias caras. No mercado americano, o reajuste médio previsto queda de dois pontos percentuais em relação a 2014.
Segundo Torloni, nos Estados Unidos, há em curso uma mudança no modelo do benefício saúde aos funcionários. As companhias americanas concedem uma quantia em dinheiro para o empregado adquirir um seguro saúde, mas ele também arca com uma parcela do custo da apólice e dos procedimentos médicos.
"Nos EUA, o funcionário escolhe, uma vez por ano, o seguro saúde de sua preferência. O reajuste é baseado no seu histórico de uso, o que faz ele usar o plano com mais cautela", diz Torloni.
Diante do custo elevado do convênio médico no Brasil, as empresas buscam cada vez mais alternativas para reduzir a despesa desse benefício que, muitas vezes, é fruto de acordo sindical e não é possível cancelar. Segundo o executivo da Aon, aumentou o número de empresas com planos de saúde com co-participação (em que o funcionário desembolsa uma parcela do custo de consultas ou procedimentos que utiliza) e programas de prevenção à saúde. Além disso as empresas estão optando por um modelo em que o pagamento é feito à operadora após o sinistro, com uma contratação do "stop loss", instrumento financeiro que garante despesas extras. Hoje, o sistema mais comum no Brasil prevê a remuneração antecipada com base na expectativa dos gastos futuros e posterior reajuste. (18/02/15)
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O HOJE
Após repasse, Santa Casa volta a atender SUS
Parcela de dezembro do ano passado foi paga ontem à tarde pela Secretaria Municipal de Saúde
Após cinco dias de suspensão do atendimento a usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), devido a falta de repasse de verbas por parte da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a Santa Casa de Misericórdia de Goiânia voltou ontem a receber pacientes da rede pública. A normalização ocorreu após pagamento da parcela referente ao mês de dezembro. Segundo a unidade, dos 2 mil pacientes atendidos diariamente, cerca de 90% são pelo SUS, e deixaram de ser atendidos. A verba quitada só ontem pela SMS foi de cerca de 2 milhões e 600 mil reais.
Na tarde de ontem o administrador, Silvio Teixeira Lima, de 44 anos, contou à reportagem de OHOJE sobre a frustração de chegar ao hospital e não fazer os exames que precisa. Após atendimento no Cais Novo Mundo, Sílvio foi encaminhado para a Santa Casa de Misericórdia, mas chegando ao local teve de voltar para casa. “Essa paralisação prejudicou muita gente, é ruim não só para mim, mas para todos que vieram de longe e tiveram que voltar para suas casas, só espero que não tenham fechamentos futuros por ai”, reclama.
De acordo com o Superintendente administrativo da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, Aderrone Vieira Mendes, a Instituição irá reagendar todos aqueles pacientes que procuraram atendimento no hospital na semana passada. “Fizemos uma força tarefa para haver o mínimo necessário para que cirurgias marcadas para amanhã sejam realizadas normalmente, além disso, entre uma semana e dez dias esperamos regularizar todo o atendimento”, afrimou.
Para evitar possíveis atrasos futuros, visto que há meses estão sendo efetivadas verbas fora dos prazos, Aderrone acrescentou que será realizada uma reunião integrada, entre a Santa Casa, a Secretária Municipal de Saúde de Goiânia, a Secretária de Finanças, envolvendo também o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, para tratar desta questão da saúde na capital.
Atraso com justificativas
A Secretaria Municipal de Saúde, responsável pelo repasse de dinheiro do SUS aos hospitais conveniados, informou ontem à tarde que o repasse de verbas para a Santa Casa havia acabado de ser efetuado, logo após o feriado bancário. Em nota, a SMS afirmou que o motivo do não pagamento em dia da parcela de dezembro foi o atraso por parte do Ministério da Saúde e devido a problemas administrativos internos da Santa Casa.
A nota informou ainda que a Prefeitura de Goiânia está se adequando ao novo formato de repasse aprovado na Câmara Municipal, em que a Secretaria Municipal de Finanças passou a ser responsável final pelos pagamentos aos prestadores do SUS. A Prefeitura declarou ainda, que vem se esforçando para não prejudicar as unidades conveniadas.
Ministério diz que repasse está regular
Em nota, o Ministério da Saúde assegura que o investimento está estável e contínuo para a saúde pública em todo o país, e que nos últimos três anos, repassou quase R$ 1,9 bilhão para Goiânia. Só no ano passado, alegam que foram transferidos R$ 682,4 milhões para o custeio e investimento dos serviços de saúde próprios e contratados pela prefeitura de Goiânia, sendo estes recursos transferidos diretamente para o Fundo Municipal de Saúde. Em 2015, o Ministério da Saúde afirma ter repassado quase R$ 120,5 milhões. Destes, R$ 72,9 milhões enviados para o custeio dos serviços de média e alta complexidade.
O Ministério da Saúde ainda explica que as transferências são efetuadas em seis blocos: Atenção Básica, Média e Alta Complexidade, Vigilância em Saúde, Assistência Farmacêutica, Gestão do SUS e Investimento. Como determina a Constituição, a gestão do SUS é compartilhada entre a União, que estabelece as diretrizes das políticas de saúde, e os estados e municípios, responsáveis pela execução dos serviços, bem como de toda a organização da rede de assistência à saúde da população, custeados com repasses federais, estaduais e municipais.
Para aqueles que necessitam de atendimento na Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, e não foram até o hospital por saber que estavam com as portas fechadas durante o feriado, o agendamento pode ser feito pelo telefone: 3250-4200.
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SAÚDE BUSINESS 365
Investidores já começam a prospectar oportunidades no Brasil
Apesar do frisson, segundo consultores de mercado, ainda vai levar um tempo para o estabelecimento efetivo do capital estrangeiro em clínicas e hospitais do Brasil
Mesmo ainda em meio a divergências e tentativas de reverter a decisão da presidente Dilma Rousseff, que permitiu o capital estrangeiro em hospitais e clínicas de saúde (artigo 143 da MP 656/2014),investidores estrangeiros já começam a procurar consultorias e instituições financeiras a fim de estudar as oportunidades no mercado brasileiro. A medida parece estar gerando um boom de especulação tanto diretamente com instituições de saúde quanto com empresas intermediadoras dessa relação.
“Estamos sendo procurados por fundos nacionais e internacionais prospectando o mercado de saúde”, contou André Staffa, fundador da consultoria Logika, especializada em organizações de saúde. Para Staffa, a mudança favorece o sistema de saúde como um todo, tanto a esfera pública quanto a privada. “São como vasos comunicantes, onde o público será impulsionando a prestar um serviço melhor”, diz.
Associações ligadas à saúde coletiva e sanitaristas são explicitamente contra a decisão por acreditarem no risco de formação de oligopólios e enfraquecimento do SUS, e prometem ingressar com ação no STF em prol da inconstitucionalidade do artigo.
Na visão do consultor, “o SUS não tem condições estruturais para atender os mais de 200 milhões de brasileiros”, haja vista a saúde suplementar que, há tempos, deixou de ser suplementar para ter uma grande representatividade no mercado, hoje com mais de 50 milhões de pessoas contratantes de planos de saúde. “O próprio governo transfere paciente para o setor privado. Não tem lógica os planos e laboratórios poderem ter investimento de capital estrangeiro, e os hospitais não”, avalia.
A brecha para a entrada de capital estrangeiro em hospitais e clínicas, na verdade, já existe desde 1998, quando o setor de planos foi regulamentado com essa permissão, gerando uma distorção, uma vez que operadoras de planos são donas de redes hospitalares – modelo denominado como “verticalizado”. Um exemplo disso foi a compra da Amil, detentora de 27 hospitais, pela UnitedHealth em 2012; e a venda da Intermédica para o grupo de investimentos americanos Bain Capital, no início de 2014.
O analista de Saúde da Bradesco Corretora, Rafael Frade, considera a notícia muito oportuna para um cenário de envelhecimento da população, com consequente aumento da demanda, necessidade de mais leitos hospitalares, assim como de uma maior integração de redes assistenciais. Enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) aconselha a oferta de três a cinco leitos por cada mil habitantes, no Brasil, a média cai para 2,4.
Apesar do frisson, segundo os consultores, ainda vai levar um tempo para o estabelecimento efetivo do capital estrangeiro no País. “Tanto os fundos de investimentos quanto os players de mercado de fora do País não conseguem viver sem alguém para comandar a operação no local. Vão precisar encontrar um”, ressalta Staffa. Além disso, Frade, da Bradesco Corretora, lembra que os investidores são cautelosos e costumam prospectar instituições com estrutura de governança consolidada e, em geral, sem pendências fiscais e tributárias.
Mesmo com uma corrupção “endêmica” presente no Brasil, como caracterizou Staffa, ele considera que a ANS tem feito um bom trabalho regulatório no setor e enxerga importantes avanços na gestão hospitalar do País, cenário a contribuir com os novos entrantes no setor.
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5 anos da agência e suas principais medidas
Confira os números e implementações ao longo dos anos
Com 15 anos de existência, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) acompanhou o crescimento do setor de saúde e desempenhou papel importante na regulação, normatização e fiscalização dos planos. Dessa forma, o Saúde Business resumiu a história do órgão!
Origem
O setor de saúde suplementar teve origem na década de 1930, com o início da cobrança pela prestação de serviços em saúde. Na década de 50, com o processo de industrialização no país, as instituições hospitalares privadas consolidaram-se como as principais prestadoras de serviço à classe média emergente. As primeiras empresas de medicina de grupo surgiram na década de 60.
Já na década de 90, dois fatos relevantes trouxeram mudanças para o setor de planos de saúde: a publicação do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90) e a lei que regulamenta a Saúde Suplementar (Lei nº 9.656/98). Em janeiro de 2000 foi publicada a Lei nº 9.961, que criou a ANS com o objetivo de regular o setor de planos privados de assistência à saúde. Em 2004, com a entrada em vigor do Estatuto do Idoso, ficou proibida a cobrança de valores diferenciados aos beneficiários de planos de saúde em razão da idade.
Confira os números e as principais medidas implementadas ao longo da história:
Saúde Suplementar
• 1.433 operadoras de planos de saúde
• 50,5 milhões de consumidores em planos de assistência médica
• 21,3 milhões em planos exclusivamente odontológicos
Em 2013
• 51,8 milhões de terapias realizadas
• 262,2 milhões de consultas médicas
• 8 milhões de internações
• 565,7 milhões de exames complementares
• R$ 108,2 bilhões em receitas de mensalidades
1° semestre de 2014
• 26,8 milhões de terapias no primeiro semestre
• 133,6 milhões de consultas médicas
• 3,8 milhões de internações
• 565,7 milhões de exames complementares
15 anos de medidas
• Definição de regras de entrada e saída do mercado de planos de saúde;
• Monitoramento sistemático econômico e assistencial das operadoras;
• Introdução de mecanismos de proteção ao consumidor;
• Criação do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde;
• Instituição da portabilidade de carências;
• Determinação de prazos máximos de atendimento;
• Criação da Notificação de Investigação Preliminar (NIP).
Mais recentes
• Inclusão no Rol de Procedimentos de 37 medicamentos orais para 54 indicações médicas;
• Regulamentação da Lei nº 13.003, com novas regras para os contratos entre operadoras e planos de saúde;
• Consolidação do monitoramento e da suspensão da comercialização de planos por descumprimento de prazos e negativas de cobertura;
• Aumento do valor ressarcido ao Sistema Único de Saúde (SUS) nos últimos anos, que atingiu R$ 315,18 milhões em 2014 (até outubro).
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O POPULAR
Paciente está com Doença de Creutzfeldt-Jacob
Eduardo Pinheiro
Um paciente internado no Hospital de Doenças Tropicais (HDT) foi diagnosticado essa semana com a Doença de Creutzfeldt-Jacob (DCJ). Ele está no hospital desde a última sexta-feira com quadro demencial grave e recebe tratamento paliativo para diminuir os sintomas da enfermidade. A direção da instituição descarta que o paciente esteja com a variante da doença conhecida como Mal ou Doença da Vaca Louca.
Morador de Canápolis, na Bahia, próximo à divisa com Goiás, José Moreira de Ataíde, de 61 anos, começou a apresentar os sintomas ainda em julho do ano passado. No começo, apresentou irritabilidade e mudança comportamental, depois perdeu o controle sobre o movimento das pernas e apresentou dificuldade de alimentação. Com o agravamento, Ataíde foi encaminhado para Brasília e posteriormente para o Instituto Neurológico de Goiânia, onde realizou exames.
A irmã do paciente, Maria Luzia de Ataíde, relata que o caso foi se tornando cada vez grave. Ela o acolheu em casa, em Teresópolis de Goiás, a cerca de 30 quilômetros de Goiânia, desde janeiro e viu o irmão piorar rapidamente. “Quando começou, ainda dava para ajudar, levando ao banheiro, por exemplo. Depois começou a levantar sozinho e a cair, não conseguia comer mais”, afirma.
A doença ataca os príons, proteínas presentes no cérebro, o que provoca degeneração neurológica. O paciente tem o sistema nervoso alterado, causando espasmos e demência. Uma das variantes da doença é contraída através de carne ou produtos bovinos contaminados. “A família está assustada, a maioria em tratamento psicológico. Não temos certeza do que é. Mais pessoas podem contrair. Se for da carne, mais gente pode ser contaminada”, diz Maria Luiza.
No entanto, a infectologista e gerente médica do HDT, Analvira Nobre, afirma que o risco é insignificante de que Ataíde tenha contraído a doença através de carne contaminada. Segundo ela, não há indícios de animais contaminados com a doença e o País possui status de risco insignificante para a doença, de acordo com a Organização Mundial de Saúde Animal.
Assim, a infectologista afirma que a doença possivelmente foi transmitida de forma esporádica ou genética ao paciente. A forma esporádica acontece de 0,5 a 1,5 casos por milhão a cada ano no mundo e responsável por 80% a 85% dos registros em humanos. Já a forma genética representa de 10 a 15% dos casos. “Devido a falta de registros de animais doentes e a forma de manejo de gado no Brasil, a probabilidade é maior é que seja do tipo esporádica”, avalia.
O paciente foi internado com espasmos e com quadro demencial grave, mas, até a tarde de ontem, estava clinicamente estável e sedado.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação