Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 21 a 23/02/15

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.


DESTAQUES

• Inflação médica vai chegar a 18% em 2015, prevê estudo
• Gestantes têm dúvidas sobre novas regras para cesáreas
• Ficou mais difícil achar obstetra
• IRG Hospital vai inaugurar nova unidade em Goiânia
• Italianos querem investir no setor hospitalar
• Exame para detectar tuberculose torna diagnóstico 100% mais rápido
• Capital estrangeiro na saúde


SAÚDE BUSINESS 365

Inflação médica vai chegar a 18% em 2015, prevê estudo
Pesquisa da Aon projeta crescimento acima da média mundial, que será de 10,15%

As tendências do mercado de saúde apontam para uma maior variação do Custo Médico e Hospitalar (VCMH), conhecida como inflação médica, segundo estudo global da consultoria Aon. A pesquisa aponta que o índice vai alcançar 18,09% em 2015, acima dos 16,12% registrados no ano passado. O resultado é três vezes maior do que a inflação geral do País, projetada em 7,01% pelo último Boletim Focus, e ganha também da média mundial, estimada em 10,15%.

Dentre os motivos para o aumento do custo estão a valorização do dólar frente ao real, uma vez que equipamentos e medicamentos em sua maioria são importados; o déficit de leitos hospitalares privados nos grandes centros urbanos; além da pressão da classe médica por melhorias no valor dos honorários. O vice-presidente de benefícios globais e contas estratégicas para a América Latina da Aon, Humberto Torloni Filho, chama a atenção para a demanda desordenada.

“Existem muitas pessoas que ainda tem como costume procurar prontos socorros para solucionar problemas de saúde específicos, que na realidade devem ser atendidos em consultórios, clínicas, ou hospitais de referência. Agindo dessa maneira inadequada, o paciente perde tempo realizando exames e tratamentos desnecessários, sem que o problema seja de fato resolvido”, exemplificou em comunicado ao mercado.

Acompanhando o setor de saúde, eu diria que não são muitas, mas a maioria das pessoas tem esse costume. Nosso modelo ainda é hospitalocêntrico, o que acarreta grande desperdício para o sistema.

Torloni Filho acrescenta que, atualmente, as internações representam aproximadamente 50% dos custos da assistência médica privada no Brasil. Em seguida, aparecem as consultas (25%) e exames (20%). Os outros casos são responsáveis por 5% da demanda.

Panorama global
Realizado em 84 países de todos os continentes, o levantamento da Aon mostrou que a média mundial da inflação médica deve registrar índice de 10,15% em 2015, queda de quase 1% em relação ao ano passado – quando foi de 10,34%. Embora haja uma diminuição do crescimento dos custos médicos, continentes como Ásia, Europa e América Latina deverão elevar suas taxas.

Para Torloni Filho, os motivos que levam o avanço da inflação médica na América Latina e Ásia é a retração da participação do poder público nos custos de saúde, obrigando o setor privado a absorver cada vez mais responsabilidades. O motivo fica ainda mais justificado depois da PEC 358, que propõe alteração do financiamento público da saúde, reduzindo ainda mais a verba destinada ao SUS. (20/02/15)
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TV ANHANGUERA

Gestantes têm dúvidas sobre novas regras para cesáreas

http://g1.globo.com/goias/jatv-1edicao/videos/t/interior-de-goias/v/gestantes-tem-duvidas-sobre-novas-regras-para-cesareas/3981150/

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O POPULAR
Ficou mais difícil achar obstetra
Janda Nayara

Anunciado pelo Ministério da Saúde (MS) como uma das medidas de estímulo ao parto normal e redução do número de cesáreas eletivas, o uso do partograma passará a ser obrigatório na saúde suplementar a partir do dia 5 de julho deste ano. O documento, que é a representação gráfica das etapas do trabalho de parto, é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 1994, e pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) desde 1998, mas até hoje é pouco utilizado nas maternidades brasileiras. A dificuldade de encontrar um médico disponível e que faça o parto pelo plano de saúde, que antes era vivida apenas por aquelas mulheres que desejavam o parto normal, agora também é compartilhada por quem prefere a cirurgia.
É que quando começar a ser utilizado pela rede referenciada de saúde, o partograma será considerado, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), parte integrante do processo para pagamento do parto. Desta forma, as cesáreas marcadas com antecedência, sem indicação médica, serão coibidas. Apenas as cesarianas recomendadas ou necessárias durante um trabalho de parto difícil serão reembolsadas pelo plano.
A incerteza de que o plano irá cobrir uma cesárea eletiva tem angustiado a vendedora Dhieniffer Ariany, de 23 anos, que está grávida de 16 semanas. “Ao mesmo tempo que eu quero normal, também queria ter a opção de escolha, se caso eu não aguentar a dor e pedir uma cesárea, ela será feita, sem ter de esperar uma complicação que justifique a mesma e que possa colocar eu ou o meu bebê em risco”, conta.
Pelo plano, o médico de Dhieniffer já avisou que não fará a cirurgia. “Ele já me aconselhou a arrumar aproximadamente R$ 4 mil para caso mude de ideia e queira fazer a cesárea particular.”
Grávida de 13 semanas, a assessora de comunicação Catherine Moraes, de 24 anos, quer parto normal. A sua dificuldade foi encontrar um obstetra disposto a fazê-lo, mesmo diante da resolução. “Estava fazendo o acompanhamento com uma médica que na consulta seguinte afirmou que deixaria de atender grávidas. Alguns profissionais até fazem o acompanhamento, mas não garantem a disponibilidade para o trabalho de parto, ou seja, quando entrar em trabalho de parto, eu tenho de ir para a maternidade e serei atendida por um plantonista. Não queria isso, é um momento tão sensível, queria estar com alguém que me acompanhou desde o início, com quem eu tivesse afinidade”, conta.
Catherine relata que algumas amigas resolveram pagar pelo parto, ou por desejarem cesárea ou por quererem a disponibilidade do médico. “Se for preciso, eu também pagarei, mas não acho justo. A gente já paga caro pelo plano de saúde, pensando nessa cobertura e quando chega a hora, não temos garantias”, acrescenta.
Objetivo
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, defendeu que a redução de cesáreas não é uma responsabilidade exclusiva do poder público, mas de toda a sociedade brasileira. “É inaceitável a epidemia de cesáreas que há hoje no país e não há outra forma de tratá-la senão como um problema de saúde pública. Não há justificativa de nenhuma ordem, financeira, técnica, científica, que possa continuar dando validade a essa taxa alta de cesáreas na saúde suplementar”, enfatizou.
De acordo com o MS, atualmente, no Brasil, o percentual de partos cesáreos chega a 84% na saúde suplementar. Na rede pública este número é menor, de cerca de 40% dos partos. A cesariana, quando não tem indicação médica, ocasiona riscos desnecessários à saúde da mulher e do bebê: aumenta em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe. Cerca de 25% dos óbitos neonatais e 16% dos óbitos infantis no Brasil estão relacionados a prematuridade.
MPF
A procuradora da república Mariane Guimarães de Mello já se reuniu com representantes da Sociedade Goiana de Ginecologia e Obstetrícia (SGGO) para discutir os impactos da resolução. “Sabemos que o parto normal é a melhor opção para mãe, mas a medida parece que não será boa para o serviço, que não tem condições adequadas para a demanda que irá surgir.”
Mariane conta que uma nova reunião deve ocorrer com os representantes de hospitais, planos e também do Conselho Regional de Medicina (Cremego). “Dependendo das limitações, da realidade do nosso Estado, vamos levar para ANS e buscar uma prorrogação do prazo”.

Estrutura pode trazer problemas para implantação de nova norma
Para o vice-presidente do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), o ginecologista e obstetra Aldair Novato Silva, a resolução veio na contramão da realidade brasileira. “A primeira atitude deveria ter sido se reunir com os representantes dos planos, médicos e hospitais para saber o porquê destas taxas elevadas e só depois planejar uma estratégia. Hoje, a cesariana é uma opção por questão cultural, tanto do médico quanto da paciente, que desconhece os benefícios do parto normal, e que só pensa nele como doloroso.”
Para Silva, a resolução não reduzirá significativamente o número de cesáreas. “Ainda há dúvidas sobre como funcionará o repasse para as cesáreas feitas a pedido da paciente. Mas quem tiver condições financeiras vai continuar optando pelo procedimento, mas no particular.”
O também obstetra Belchor Rosa Calaça Júnior, diretor de defesa profissional da Sociedade Goiana de Ginecologia e Obstetrícia (SGGO), defende que a melhor iniciativa para reduzir os índices de cesáreas seria por meio de campanhas de conscientização e incentivo ao parto normal. “Esse seria um primeiro passo, por que essa cultura não será mudada em seis meses”, afirma.
Outra cultura que inviabiliza a redução, segundo o médico, é a exigência da paciente que o parto seja feito pelo mesmo médico que a acompanhou no pré-natal. “Muitos profissionais se recusam a atender neste modelo. É inviável. O paciente é do plano e quando entra em trabalho de parto deveria ser atendido pelo plantonista”.
Outro entrave seria a estrutura para implementar a nova norma. “Não somos contra o parto normal, mas a nossa realidade não favorece. Além do obstetra, é preciso pediatras e anestesistas também, além da garantia de um centro cirúrgico para eventual necessidade”, acrescenta Calaça Júnior.
O presidente da Associação dos Hospitais do Estado de Goiás (Aheg), Adelvânio Francisco Morato, confirma. “Hoje, temos apenas quatro maternidades em Goiânia e apenas duas delas tem plantão 24 horas.” (22/02/15)
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Italianos querem investir no setor hospitalar
Empresários e representantes do governo da Região da Lombardia, na Itália, manifestaram interesse em investir em Goiás com expectativa de negócios no valor de 2 bilhões de euros no setor hospitalar. Após visita do grupo ao Estado, há 11 dias o governador Marconi Perillo deve se encontrar com Roberto Maroni, governador da região italiana, para assinar um protocolo de intenções, que já está pronto, mas sem data definida para a assinatura.
O governador goiano foi convidado para um encontro que deve ocorrer na primeira semana de outubro, na Itália, quando então devem ser formalizadas as intenções de investimento, conforme informou o superintendente executivo de Comércio Exterior da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, William O’Dwyer. Entre os planos está construção de um hospital pediátrico em Goiânia no mesmo modelo de uma unidade do norte da Itália, que é referência na Europa, o Hospital Infantil Vittore Buzzi.
A aproximação, por enquanto, é somente um projeto, que pode ser ampliado em próximo encontro, que será uma apresentação formal com envolvimento de câmaras de comércio e outras entidades, como informou o superintendente. “Ofereceram também lavanderia, aluguel de roupas e equipamentos cirúrgicos para atender a demanda de Goiânia”, explica. E as parcerias seriam com Estado e iniciativa privada para a construção do “hospital com tecnologia avança”, detalhou.
Aproximação
O grupo de empresários e um representante do governo italiano foram recebidos no dia 11 de fevereiro pelo vice-governador José Eliton de Figuerêdo Júnior, no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, em Goiânia. A delegação visitou o Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER), além de outros hospitais na capital goiana, como o Hospital Materno Infantil.
“A Lombardia tem a oferecer a técnica mais avançada do mundo, engenharia biomédia e gerenciamento de hospitais”, pontua William O’Dwyer sobre o que foi discutido na última visita de prospecção. O que se sabe, até agora, é que os dois lados estudam como, quando e se vão aprofundar essa aproximação com conhecimento sobre o que os envolvidos têm a oferecer.
“Vamos trabalhar nos próximos meses sobre isso e já há uma esperança de trazer parcerias e sermos parceiros atuantes nesse comércio exterior, que também pode resultar na venda e importação de equipamentos e tecnologia.”
Os contatos com os empresários começaram em 2013, entre o presidente da Comissão de Saúde da Lombardia, Fabio Rizzi, e o deputado federal Alexandre Baldy (PSDB), na época secretário de Estado de Indústria e Comércio. Depois, as negociações seguiram com o governador Marconi Perillo, em Paris, e duas viagens do grupo a Goiás. “Rizzi e Baldy também se reuniram para definir detalhes no outono de 2014, em Milão, quando Baldy fez um passeio no hospital pediátrico Buzzi”, afirmou o representante institucional do governo da Lombardia, Mario V. Longo
Em visita ao POPULAR, no dia 12 de fevereiro, Longo disse que o protoloco de intenções que os governos pretendem assinar será para a troca de tecnologia em diversas áreas além da saúde – a primeira que seria contemplada com investimentos -, como infraestrutura, construção civil, educação, agronegócio e energia. Ele veio a Goiânia em nome da Comissão de Saúde da Região.
Investimentos
Longo informou ainda que a aproximação entre Goiás e Lombardia tem potencial para gerar investimentos de empresas italianas que podem somar 60 bilhões de euros. Porém, ele não definiu em quanto tempo se chegaria a esse valor. Também sem definir prazo, diz que os negócios podem ser de 2 bilhões de euros, o que seria equivalente a R$ 6,4 bilhões. Isso citando somente uma empresa, a Techint, que já tem negócios no Brasil com a Usiminas e com o Hospital Sírio Libanês.
Parcerias semelhantes, conforme explicou Longo, já foram feitas com governos da Ìndia, Romênia e Kuwait. Além da Techint, representante da L+M também esteve presente na última visita dos italianos a Goiás. Um dos motivos de buscar o Estado como parceiro comercial, segundo ele, é o fato de ser a segunda unidade da Federação que mais cresce economicamente. Já a Lombardia seria interessante por ser a região mais rica da Itália e referência em saúde pública no país europeu.
Além disso, o modelo de investimento e gestão na Lombardia é semelhante às parcerias público-privadas implementadas pelo governo de Goiás com as Organizações Sociais (OSs). O representante italiano diz que a experiência pode ser uma grande contribuição de sua região ao Estado. A Lombardia investe todo ano 18 bilhões de euros em saúde nesse modelo de gestão. (22/02/15)
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IRG Hospital vai inaugurar nova unidade em Goiânia

Com investimentos de R$ 77 milhões, o IRG Hospital, nova denominação do Instituto do Rim de Goiânia, vai inaugurar nova unidade na capital. Segundo sua direção, o novo hospital, que será apresentado amanhã, conta com 90 leitos, UTI de última geração, centros cirúrgicos e uma das mais modernas centrais de esterilização do Brasil. Possui também oito salas de cirurgia, sendo quatro equipadas com torres de laser e equipamento de videocirurgia, e salas que estarão preparadas para receber futuramente equipamentos para cirurgias robóticas, uma realidade na medicina avançada.
Com sua combinação de recursos, a robótica confere ao cirurgião maior destreza e controle durante os procedimentos em áreas delicadas.
conforto
Para os pacientes ajuda na diminuição da dor e do desconforto no pós-operatório, no menor tempo de permanência no hospital e ainda oferece a oportunidade de retorno mais rápido às suas atividades diárias.
A nova unidade conta com vários recursos de exames diagnósticos, tanto clínicos como de imagem. Além de laboratório de análises clínicas próprio, há aparelhos de ultrassonografia com doppler colorido, instalações para biópsias e endoscopias.
Também foi adquirido um aparelho de tomografia computadorizada de 128 canais (único em Goiânia), com capacidade para realização de exames na área vascular (cardiológicos e neurológicos).
O IRG Hospital funcionará com as duas unidades, a nova, no Setor Bueno, e a atual, no Setor Marista, que passará por reforma e modernização, seguindo padrões da nova unidade. (23/02/15)
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DIÁRIO DA MANHÃ
Exame para detectar tuberculose torna diagnóstico 100% mais rápido

O exame para diagnosticar a tuberculose ficou 240 vezes mais rápido, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, graças a uma técnica que permite a identificação, quase que imediata, da micobactéria causadora da doença. O tempo de análise passou de oito horas para apenas dois minutos por meio da tecnologia Point of Care Test (Poct).
O método tem a mesma lógica dos testes feitos para verificação do vírus HIV, com o uso da saliva. No caso da tuberculose, no entanto, a amostra usada na testagem rápida é colhida de uma cultura bacteriológica, por isso ainda há a necessidade de ser feito em laboratório.
De acordo com Valdes Bollela, professor da Divisão de Moléstias Infecciosas e Tropicais do Departamento de Clínica Médica, pesquisadores asiáticos e brasileiros estudam meios para que o exame seja feito diretamente com os fluidos do paciente. “É a ideia de ter um teste que seja feito com o menor recurso tecnológico e o mais rápido possível. O exemplo clássico disso são exames de malária e HVI, que podem ser feitos fora até do próprio hospital. O da tuberculose ainda não está assim”, explicou. Ele destaca que, por ser uma doença infecciosa, o diagnóstico torna-se ainda mais importante. “É a chave de interromper a cadeia de transmissão da tuberculose”, declarou.
O teste rápido está sendo usado no hospital de Ribeirão Preto há um ano e meio. “Queríamos avaliar o quanto ele agregaria do ponto de vista do custo, da efetividade e na rotina do diagnóstico”, explicou Bollela. Na avaliação dele, o teste mostrou-se eficaz em todos os aspectos. “Consigo fazer com tempo muito menor. O custo dele por teste é mais ou menos R$ 10″, apontou. Além disso, ele destaca que o teste molecular, que era feito antes, trazia maior risco de contaminação. “Ele requer uma série de cuidados, então não se conseguia fazer esse exame todos os dias. Conseguíamos fazer duas vezes por semana”.
A cultura, que é feita na maioria dos casos com amostra de escarro, demora entre 10 e 14 dias para indicar se estão crescendo micobactérias. O problema é que, além disso, era preciso aguardar mais dois ou três dias para atestar a tuberculose por meio do teste molecular. “Na dúvida, o médico, sabendo que cresceu uma micobactéria, tratava para tuberculose, mas às vezes não era. Agora, eu consigo saber com um grau de certeza bem grande se aquilo que está no crescimento da cultura é tuberculose”, explicou. O Poct permite que, após o período da cultura, já se defina o diagnóstico em minutos. “Agora, a gente consegue fazer praticamente de imediato”, disse o pesquisador.
De acordo com Bollela, a incidência da tuberculose no Brasil é 90 mil casos por ano. “Desses, entre 85% e 90% são do tipo pulmonar”. Além disso, cerca de 4,5 mil pessoas morrem anualmente por causa da doença. “Se você pensar que tem tratamento e que, se tratar direito na primeira vez, tem chance de cura de 100%, ainda há muita gente morrendo de uma doença que tem cura”, avaliou o professor. Ele destacou que entre 10% e 20% dos casos estão associados a pacientes soropositivos. “Isso piora o prognóstico do HIV e aumenta o risco de ter complicações com a tuberculose”, alertou. (23/02/15)
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Capital estrangeiro na saúde

Nova lei autoriza participação direta e indireta de capital estrangeiro na oferta de serviços à saúde

Os players globais e os operadores de serviços de saúde no Brasil comemoram as alterações na lei brasileira que abriram o mercado para o investimento estrangeiro. A Lei nº 13.097/2015 autorizou a participação direta e indireta de capital estrangeiro nesse segmento, vedado desde a promulgação da Constituição de 1988. Segundo a nova norma, investidores estrangeiros estão autorizados a investir em empresas que prestam assistência à saúde, como hospitais gerais ou especializados, clínica geral e especializada, serviços de atendimento de empresas, laboratórios de diagnóstico e atendimento filantrópico.
A mudança também traz aspectos positivos para o serviço público de saúde. Em virtude da barreira ao capital estrangeiro, as Parcerias Público-Privadas (PPPs da saúde) eram estruturadas de maneira que a atenção direta à saúde e a gestão do corpo clínico permaneciam com a instituição pública, enquanto o parceiro privado ficava somente com a gestão dos serviços auxiliares e de suporte. Com a alteração, será possível idealizar uma parceria em que o ente privado será responsável pela gestão integral do hospital.
Antes os investidores estrangeiros eram limitados a investimentos no setor farmacêutico e no setor de produtos para saúde, e eram proibidos de envolverem-se nos serviços de saúde e de cuidados de saúde, com base em uma postura antiga de que os estrangeiros não podiam controlar um setor tão estratégico para o País. “Dessa forma, será possível que os atuais hospitais e clínicas privados sejam adquiridos, capitalizem-se ou reestruturem-se financeiramente com capital estrangeiro, atendendo a uma demanda do setor para resolver os gargalos na infraestrutura atual”, afirma o advogado Henrique Kruger Frizzo, sócio do escritório Trench, Rossi e Watanabe.

Prós e contras
Para o presidente da Associação dos Hospitais do Estado de Goiás (Aheg) e vice-presidente da Federação Brasileira de Hospitais (FBH), Aldevânio Francisco Morato, a abertura do mercado para o capital estrangeiro tem o lado positivo e o negativo. De acordo com Morato, uma melhoria na estrutura dos hospitais deve ser a principal contribuição do capital externo. Segundo o presidente da Aheg, a falta de investimento nacional dificulta que os hospitais mantenham alta qualidade. “O investimento estrangeiro vai melhorar as condições dos hospitais; a qualidade; a tecnologia. Tenho certeza de que vai melhorar”, completa.
Morato, porém, destaca suas preocupações com a decisão. “O lado que me preocupa é que a lei dá poderes para o investidor assumir o comando do hospital”, frisa. Para o presidente, esse ponto pode acarretar no “domínio do mercado” que, por sua vez, pode prejudicar a população, “porque ele bota o preço que quiser”, explica. “O que a gente está enxergando no mercado? Que os grandes estão engolindo os pequenos, ou seja, que o poder aquisitivo está falando mais alto, e isso nos preocupa quando vem capital externo. A rede de atendimento ao usuário pode acabar sendo penalizada, mais adiante.” Morato reforça que a sua maior preocupação é específica sobre o domínio do mercado. “Em termos de investimento de capital, não tenho restrições. Na minha concepção, isso é positivo.”
Melhoria estrutural
“Tudo relacionado à saúde é interessante; tudo dá dinheiro”, resume o economista, coordenador do Instituto Mauro Borges de Pesquisa da Secretaria de Planejamento do Estado de Goiás (Segplan) e coordenador do Instituto de Pesquisa das Faculdades Alfa, Aurélio Troncoso. De acordo com ele, o mercado de prestadoras de serviços à saúde é bastante atrativo para os investidores estrangeiros, uma vez que é um serviço sempre demandado pela população, ao lado de alimentos. Para Troncoso, a abertura para o investimento de capital estrangeiro na saúde é bastante positivo para o povo brasileiro, destacando que a abertura “deveria ter acontecido há muito tempo”.
Aurélio destaca que a estrutura física deve melhorar, e muito, com a participação de capital estrangeiro nas empresas. “Com o investimento, você começa a ter mais inovações tecnológicas.” Para o economista, que lembra da intrínseca relação da medicina com a tecnologia, um upgrade estrutural e tecnológico dos hospitais brasileiros deve proporcionar uma melhora geral no quadro da saúde no País. De acordo com Troncoso, com os investidores buscando por lucro, a melhoria deve ser constante. O economista destaca a evolução observada quando Organizações Sociais assumiram a administração de hospitais em Goiás, e acredita que desenvolvimento também deve acontecer com esses investidores trabalhando em seus negócios.
Troncoso não deixa de lembrar, entretanto, do lado negativo que observa com a nova lei: “o grande problema é que o dinheiro não fica aqui. Ele sai do País do mesmo jeito que entrou”. Assim, apesar dos benefícios ao quadro hospitalar no Brasil, a abertura ao investimento estrangeiro em empresas prestadoras de serviços à saúde não deve influenciar – ao menos não diretamente – a economia nacional.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação