Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 07 A 09/03/15 (Parte 1)

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.


DESTAQUES
• Exame sobre morte de DJ terá resultado em 6 meses
• Editorial – A fila da dor
• Caminho até o leito de UTI pode ter escalas fatais
• Cartas dos Leitores – Ipasgo
• Hospital Psiquiátrico volta atender
• Transplantes sob rigorosa lei
• Estado registra casos de febre de Mayaro
• “Nosso foco é sempre priorizar o interesse dos usuários do Ipasgo”
• Aparelho desenvolvido no Brasil alivia dores da osteoartrose

 

O POPULAR
Exame sobre morte de DJ terá resultado em 6 meses

Andréia Bahia
A causa da morte do DJ Carlos Albas só vai ser esclarecida daqui a seis meses, com o resultado da necropsia que será realizada em São Paulo. A informação é da mulher dele, Gislaine Santos Gomes. Carlos Albas morreu na noite de sábado, no Hospital São Lucas com quadro de infecção urinária altíssima e alteração grave no fígado, sentindo um intenso calor interno que os médicos não sabiam explicar a causa, relatou Gislaine. O DJ começou a se sentir mal na quarta-feira, quando a mulher o levou ao Hospital Samaritano. Ele foi diagnosticado com dengue e infecção urinária. Foi medicado com antibiótico. No dia seguinte, com febre alta e vômito, retornou ao mesmo hospital, onde foi medicado e voltou para casa. Na sexta-feira, seu quadro piorou e ele foi internado no São Lucas.

Internação na noite de sexta-feira
O DJ Carlos Albas morreu na noite de sábado, por volta das 21 horas. Ele havia sido internado no Hospital São Lucas na sexta-feira, às 23 horas sentindo fraqueza e muito calor. “A gente tinha de ficar jogando água fria nele”, conta a mulher, Gislaine Gomes.
Segundo ela, Carlos foi submetido a um exame de ressonância e passou a noite no quarto. Pela manhã, foi transferido para a unidade de terapia intensiva (UTI). “Foi quando o médico percebeu que o estado dele era gravíssimo”, relata Gislaine. Por volta das 14 horas ela foi comunicada pelo médico da UTI que o DJ tinha apenas 20% de chances de sobreviver.
A causa da morte foi falência multipla de órgãos, mas o que deu origem a esse quadro os médicos não souberam informar à família. “Os exames deram de tudo, até leptospirose”, conta Gislaine. O diretor técnico do Hospital São Lucas, Vagner Ruiz, não estava no hospital para esclarecer o motivo da morte.
Além de DJ, Carlos Albas era sócio da empresa Show Bar Eventos. Ele nasceu em São Paulo e tinha 34 anos. (09/03/15)
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Editorial – A fila da dor
Cerca de 34 pacientes entram, todos os dias, na fila de espera por uma vaga em Unidade de Terapia Intensiva em Goiânia. São doentes em situação grave, que necessitam de tratamento intensivo, e que além de sofrerem com as dores de suas doenças ainda são obrigados a enfrentar uma espera que pode resultar em morte ou sérias sequelas.
A saúde é direito inalienável do cidadão e nada pode justificar as falhas nesse setor. O POPULAR acompanhou o drama de sete pacientes que, nos últimos 10 dias, peregrinaram em busca de UTI, dois dos quais morreram antes de conseguir as vagas. Entre eles, havia também um casal que percorreu 1,2 mil quilômetros com metade do corpo queimado e teve de esperar 49 horas até ser atendido.
São situações inadmissíveis, que exigem urgentes providências para identificação das causas e solução dos gargalos, com base em planejamento e ampliação da estrutura de vagas, caso necessário. Alguns dos motivos alegados para o problema, que já se tornou crônico, é a insistência de municípios em encaminhar pacientes para a capital e o grande número de acidentados e vítimas de violência que ocupam os leitos do Hospital de Urgências de Goiânia.
A realidade dos fatos mostra que, além de investir na estrutura de saúde, é fundamental também uma ação mais ampliada do poder público, com medidas para reduzir a violência. (08/03/15)

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Cartas dos Leitores – Ipasgo
A resposta do presidente do Ipasgo – Ipasgo esclarece (05/03) – para mim, deixa claro que a instituição lavou as mãos. Já foram feitas reclamações na ouvidoria, no representante local do Ipasgo e, por último, via esta seção de cartas. Sendo assim, permanece a preocupação, pois episódios como o que passei ocorrem com todos os dependentes do Ipasgo na cidade de Morrinhos.
Faço um convite para que a direção do Ipasgo venha acompanhar de perto como são as consultas pelo plano nos feriados, plantões e fins de semana. Nesses períodos, nossas opções têm sido: aguardar até o próximo dia útil para ser atendido; pagar pela consulta particular; ou enfrentar o caótico SUS. Ora, isso é inconcebível, quando se paga um plano para usufruir integralmente pelo serviço!
Pedro Henrique Freitas
Morrinho – Goiás

■ Chama a atenção na resposta do presidente do Ipasgo sr. Francisco Taveira Neto o conselho que ele dá ao leitor Pedro Henrique Freitas: “…no caso de negativa de atendimento, deve ser comunicado à nossa Ouvidoria”.  Tenho aqui comigo quatro números protocolos que fiz no ano passado e nunca recebi nenhum retorno. Necessitei de atendimento de urgência devido a uma alergia, que começou em fevereiro de 2014. Foram 30 dias de espera para ter uma consulta com um especialista.
Imagina você que, depois de tomar os medicamentos – inclusive uma vacina pela qual tive de desembolsar R$ 300, pois o plano não cobria -, ao tentar o retorno no médico, fui informada que só conseguiria o atendimento se pagasse a consulta particular, pois tinha acabado a cota do doutor para atendimento pelo Ipasgo no ano de 2014.
Diante disso, fui pessoalmente à Ouvidoria do Ipasgo, onde abri novo protocolo – pensei que estando presente seria ouvida, mas nunca recebi nenhuma resposta. Resumo: perdi a consulta e sigo com a mesma alergia. Nova tentativa de agendar meu retorno, pelo Ipasgo, e a secretária diz que só há vaga para o mês de agosto.
Onilda Fernandes Pereira
Cidade Jardim – Goiânia

Hospital Espírita
A Secretaria de Saúde do Governo de Goiás informa que não existe “dívida” do Estado com o Hospital Espírita Psiquiátrico (HEP), conforme notícia – Hospital psiquiátrico volta atender (07/03) – divulgada por este jornal.
O Estado não tem compromisso legal de custear a manutenção da unidade. Se o faz, com repasses mensais de R$ 100 mil, é porque tem interesse em colaborar com instituições que promovem o bem e que fazem um bom trabalho. Importante frisar: são repasses voluntários.
A Secretaria liberou, na sexta-feira, o pagamento de três parcelas de R$ 100 mil e, na próxima semana, pagará mais R$ 300 mil. O Governo continuará a contribuir com o funcionamento do HEP enquanto – e da forma – que julgar melhor.
A prioridade da Secretaria é zelar pelo bom funcionamento das unidades que atendimento que estão sob responsabilidade do Estado.
Alexandre Bittencourt
Chefe de Comunicação Setorial da Secretaria Estadual de Saúde (08/03/15)
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Caminho até o leito de UTI pode ter escalas fatais

Cerca de 170 novos pedidos de vagas de internação e cirurgia para pacientes graves são registrados por dia no sistema da Central de Regulação de Goiânia. Nem sempre todas as solicitações são atendidas e alguns pacientes precisam aguardar um, dois, três ou até mais dias pelo leito. Em alguns casos, a fila pode ser mais demorada, como nos atendimentos especializados em queimaduras. Entre as dificuldades enfrentadas, estão o descredenciamento de unidades e a centralização de serviços na capital.
Do total de pedidos, cerca de 20% não conseguem vaga no dia da solicitação (em torno de 34 pessoas), geralmente os menos graves, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). “Cada caso é avaliado individualmente para identificação do perfil do paciente”, explica o diretor de regulação da SMS, Gilson de Souza Ferreira Júnior. Quando possível, o paciente permanece na unidade para estabilização do quadro ou para ser transferido. Essa fila só não fica maior a cada dia porque, segundo Gilson Júnior, há dias em que ela é zerada.
Nos últimos dez dias, sete casos de pacientes em estado grave, necessitando de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI), tiveram destaque porque eles não conseguiram ser encaminhados com rapidez. Dois desses pacientes morreram à espera da vaga. Um deles é o aposentado Cesário Gomes Delfino, de 78 anos. Depois de passar dois dias no Centro de Atendimento Integral à Saúde (Cais) da Chácara do Governador com problemas respiratórios, ele morreu. O filho culpa a demora. “Registramos até um boletim de ocorrência. Se ele tivesse sido atendido, ainda estaria aqui”, lamenta.
Outro caso com final triste ocorreu em Itumbiara. A adolescente Carolyne Alves da Silva, de 17, morreu após uma crise epilética. Ela aguardava leito de UTI. Os outros cinco casos são pacientes que só conseguiram o atendimento depois de peregrinarem por diversas unidades de saúde. O drama de todos eles foi mostrado no POPULAR. São eles, um casal de Aragarças que ficou queimado após a explosão de um fogão, um casal de Anápolis, que também sofreu queimaduras, e Lucas Rodrigo Souza de França Ribeiro, que possui escaras infeccionadas por todo o corpo.

Internação
A dona de casa Eulina Domingas Bernadete Alecrim, de 53, também precisou peregrinar por unidades de saúde até conseguir diagnóstico e tratamento. Ela demorou mais de uma semana até chegar ao leito de internação, onde aguarda por cirurgia no pulmão. A mulher passou mal pela primeira vez há cerca de 40 dias. Com febre e dor de cabeça, foi ao Cais e recebeu o diagnóstico de dengue. Passou o dia na unidade e foi mandada de volta para casa. Como os sintomas não passaram, voltou à unidade e foi encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Itaipú.
Como o quadro de Eulina piorou, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e ela foi levada para o Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa), para novos exames. Confirmada a gravidade, Eulina foi encaminhada para o Hospital Geral de Goiânia Alberto Rassi (HGG), onde está há quase um mês. “Demorou muito. Poderia ter morrido”. Ela teve um acidente vascular cerebral (AVC), passou alguns dias sem falar e não se lembra da transferência. Agora ela se recupera para fazer cirurgia. Além do AVC, foi identificado um problema no pulmão.


Municípios buscam capital
Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis são os municípios responsáveis pela regulação de pacientes (distribuição de vagas de acordo com a disponibilidade) de todo o Estado. Mas a capital é a cidade que mais detém contratos de pactuação para receber pacientes. Cerca de 85% dos serviços de alta complexidade são oferecidos em Goiânia e, assim, 94% dos municípios têm contrato com a cidade. A cada trimestre esses contratos são renovados e as secretarias recebem valores repassados diretamente pelo Ministério da Saúde para que esse paciente de outra cidade seja atendido.
A crítica de Cláudio Tavares, diretor de regulação, avaliação, controle e auditoria da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, é que algumas cidades, mesmo tendo pactuação com cidades próximas, não tentam solução nesses locais e mandam direto para Goiânia. “Por exemplo, Caldas Novas tem contrato com Catalão e, numa situação de emergência, sequer consulta a possibilidade de vaga no interior. Existe cultura de mandar o paciente apenas para Goiânia e isso sobrecarrega o sistema”. Tavares aponta que essa situação é identificada em todo o Estado.
“Deveria haver intervenção maior da regulação estadual para, de certa forma, obrigar os municípios a buscarem vagas nas outras cidades pactuadas”. A Secretaria Estadual de Saúde informa que essa intervenção já é feita e que as unidades do Serviço de Atendimento Móvel de Urgêcia (Samu) do interior fazem os contatos com as três principais centrais de regulação para encaminhamento. Mas outro motivo para a sobrecarga, segundo Tavares, é a doença com origem na violência ou em acidentes de trânsito, que sobrecarrega os leitos do Hospital de Urgências de Goiânia.


Padronização ocorreu em 2008
Para que o paciente chegue à vaga de internação, ele precisa passar pela regulação. Em Goiás, o sistema que encaminha os pacientes foi implantado em 2008 e criou normas para esse serviço. Diretor de regulação, avaliação, controle e auditoria da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, Cláudio Tavares explica que nos casos de urgência e emergência, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) precisa fazer a transferência. “Foi a maneira de filtrar o tipo de paciente que procura cada unidade.” Ambulâncias comuns não entregam mais pacientes aos hospitais.
Assim que um paciente precisa do atendimento, seja por trauma, acidente, violência, enfarte ou outra situação que seja considerada grave, o Samu é acionado pelo 192. A unidade móvel leva o paciente para uma unidade próxima para avaliação. Depois dos exames, verifica-se as suas necessidades. No caso da internação de urgência, o paciente pode permanecer na própria unidade até a alta ou estabilização para encaminhamento para uma unidade especializada. Não há prazo para essa transferência.
O outro caso é o encaminhamento de urgência, quando há risco de morte. Nesse caso, a transferência ocorre com até 15 minutos. “Esse é o chamado paciente de vaga zero, que é encaminhado mesmo quando não há a vaga específica, mas que é realizada para a manutenção da vida”, explica o diretor de regulação Gilson Júnior. Ele acrescenta que a exceção ocorre nos casos de politraumas ou violência grave, quando o paciente não pode esperar a primeira avaliação. “São levados para unidades de emergência”.
Mas para que esse paciente seja transferido, a unidade de saúde precisa estar apta. Uma equipe de sete médicos se reveza em escalas na central de regulação de Goiânia. Eles fazem buscas diárias por telefone nas unidades para transferir os pacientes que aguardam. A maioria dos pedidos é para internação unidade de terapia intensiva ou atendimento ortopédico. (08/03/15)

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Hospital Psiquiátrico volta atender
Paulo Nunes Gonçalves de Anápolis
Com os atendimentos interrompidos desde segunda-feira, o Hospital Espírita Psiquiátrico (HEP) voltou a atender o público ontem em consultas médicas, exames e internações. A normalização aconteceu depois de a diretoria da unidade receber garantias das Secretarias Municipal e Estadual de Saúde sobre as parcelas atrasadas e os aportes financeiros futuros, prometidos pelos dois órgãos, como complementos aos repasses feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com o diretor administrativo do HEP, Cauby Pinheiro, depois de uma reunião entre os secretários estadual e municipal, em Goiânia, ficou acertado que tanto a prefeitura – que devia R$ 500 mil – quanto o Estado – cuja dívida chega a R$ 1,3 milhão – vão efetuar o pagamento dos valores de forma parcelada.
O Estado, de acordo com o diretor, liberou ontem o pagamento de três parcelas de R$ 100 mil e na próxima semana quitará mais três parcelas atrasadas. As demais serão pagas de forma acumulada, a cada vencimento de uma parcela, o Estado repassará o valor correspondente a duas parcelas, até que dívida seja quitada. Já a prefeitura liberou, no início desta semana, o pagamento de duas cotas, e vai quitar as demais nos próximos meses.
Cauby Pinheiro esclareceu ainda que, como parte do acordo, ficou decidido que assim que as cotas atrasadas forem acertadas, as Secretarias Municipal e Estadual vão contribuir com R$ 21,00 para completar o valor da diária paga pelo SUS, que hoje é de R$ 33,95. O Hospital Espírita Psiquiátrico funciona em Anápolis há 65 anos com atendimentos e internações de doentes mentais e dependentes químicos. (07/03/15)
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Troca de OS
O comentário nas organizações sociais é que deve haver mudança na gestão do Hospital de Urgência da Região Sudoeste (Santa Helena): o IBGH poderá substituir o Pró-Saúde. (07/03/15)

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Transplantes sob rigorosa lei
No Brasil, vem se observando crescente aumento das doações de órgãos e tecidos e, consequentemente, do número de pessoas beneficiadas por um transplante. Graças ao empenho de milhares de profissionais de diversas áreas e participantes dos vários níveis do Sistema Nacional de Transplantes/Ministério da Saúde, bem como ao estrito cumprimento dos dispositivos legais que norteiam tais procedimentos, o Brasil hoje pode se orgulhar de ter uma legislação ao mesmo tempo rigorosa e comprometida com a necessidade de aumentarmos cada vez mais as doações e os transplantes de órgãos e tecidos.
Contamos com um Sistema Público de Saúde, o SUS, que é o maior no mundo no financiamento dos diversos programas de transplantes. Podemos afirmar que toda a legislação que rege os transplantes – desde o diagnóstico dos potenciais doadores em morte encefálica, a autorização familiar após os devidos esclarecimentos, os exames para a validação do potencial doador, a manutenção deste em uma UTI e os procedimentos cirúrgicos para a extração de órgãos e tecidos, tudo registrado em documentação oficial – tem sido imprescindível sustentação para a melhoria por nós vivenciada atualmente.
Outro aspecto que muito contribuiu, no que se refere às questões legais, foi a inclusão das diversas penalidades a que estão sujeitos aqueles que, porventura, se utilizarem do comércio, aqui incluídos tanto a venda quanto a compra de órgãos e tecidos para transplantes, desrespeitando os princípios legais que norteiam nossas ações, desempenhadas desde a esfera ministerial até as instituições e profissionais que realizam os transplantes.
Com efeito, hoje, diferentemente de alguns anos atrás, o paciente em fila aguardando por um transplante, qualquer que seja ele, pode acessar o Sistema de Informações Gerenciais do Ministério da Saúde e verificar, a qualquer momento, sua situação na referida fila. Isto significa total transparência quanto ao andamento do processo.
A legislação é muito rigorosa quanto às obrigações dos responsáveis pelas inscrições dos pacientes em fila e toda a logística envolvida, desde a doação até o implante de órgãos e tecidos. Além disso, a realização de tais procedimentos exige profissionais e instituições altamente qualificados,credenciados em portaria ministerial, após comprovação de condições técnicas e ambientais junto ao Sistema Nacional de Transplantes.
É muito difícil imaginarmos que alguém tenha órgãos ou tecidos retirados em qualquer estabelecimento de saúde ou mesmo uma clínica de poucos recursos, por profissionais tecnicamente limitados e não legalmente habilitados pelo órgão nacional. O controle social dos transplantes tem sido exercido pelos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário bem como por boa parte da população que, em última instância, é a responsável pelas doações e beneficiária dos transplantes.

Luciano Leão Bernardino da Costa é gerente da Central de Transplantes do Estado de Goiás (07/03/15)

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Estado registra casos de febre de Mayaro
Janda Nayara

Três casos da febre de Mayaro, um vírus semelhante ao da dengue e ao do chikungunya, que provoca febre alta e dores fortes nas articulações, foram registrados no município de Rio Quente, a 135 quilômetros de Goiânia. O vírus é comum na Amazônia e nunca tinha sido notificado em Goiás. Moradoras da zona rural do município, as vítimas não teriam saído de Goiás, o que descarta a possibilidade da doença ter sido importada de outros Estados endêmicos.
Apesar da sorologia realizada no Instituto Evandro Chagas (IEC), no Pará – laboratório de referência em medicina tropical – ter diagnosticado a infecção pelo vírus, a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES) e a Secretaria Municipal de Saúde de Rio Quente solicitaram novos exames para confirmarem a introdução de um novo vírus no Estado. “Ainda não vimos os resultados destas primeiras sorologias, mas de qualquer forma, vamos aguardar reconfirmarem. Enquanto isso, estamos produzindo um relatório sobre os sintomas e também sobre o histórico destes pacientes”, informou a secretária municipal de Saúde de Rio Quente, Leila Vieira de Jesus Montalvão.
Anteriormente, as vítimas, duas mulheres e um homem que não possuem relação uma com as outras, estavam na lista de casos suspeitos de chikungunya, mas segundo a técnica da coordenação de Zoonoses do Departamento de Vigilância em Saúde da SES, Daniella Carpaneda, não responderam ao tratamento preconizado para a doença. “Eles continuaram sentindo dores, mesmo com o uso das medicações descritas no protocolo do Ministério da Saúde”, explica.

Vírus é conhecido desde a década de 1950
O vírus Mayaro é conhecido desde os anos 1950, com cerca de mil casos confirmados de infecção, mas acredita-se que o número pode ser bem maior, devido sua semelhança com a dengue. Apesar da infecção que provoca febre, dor de cabeça, fotofobia e erupções na pele por três a cinco dias, não ter mortalidade relacionada, as dores nas articulações podem, de acordo com a técnica da coordenação de Zoonoses do Departamento de Vigilância em Saúde da SES, Daniella Carpaneda, durar longo período e prejudicar a qualidade de vida da vítima.
Sobre os riscos da introdução de um novo vírus no Estado, ela acrescenta que por se tratar de uma doença de vetores, é analisar se as condições da região são ou não propícias para o vírus se espalhar. (07/03/15)

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continua