Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 11/03/15

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.


DESTAQUES
• Confirmadas 4 mortes por dengue
• Posto de saúde deixa de atender pacientes por falta de médicos e até remédios em Goiânia
• Violência no parto

O POPULAR

Confirmadas 4 mortes por dengue

Janda Nayara

Subiu para quatro o número de mortes por dengue confirmadas pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). As três novas vítimas, que engrossam os dados divulgados no boletim da semana epidemiológica 8, referente a 4 de janeiro a 28 de fevereiro de 2015, são de Crixás, Rio Verde e Trindade. A primeira morte foi confirmada em Goiânia.
Com justificativa de respeito à ética, a secretaria não fornece informações sobre as vítimas, mas a superintendente em Vigilância e Saúde da SES, Maria Cecília Brito, explica que as três últimas mortes confirmadas foram causadas por erros no manejo clínico. “Em nenhum dos casos foi seguido o protocolo de tratamento adequado, incluindo hidratação e frequência de realização de exames. Duas das vítimas possuíam doenças coexistente, como diabetes, cardiopatia e hipertensão. Uma dela também recebeu medicação inadequada”.
Maria Cecília afirma que o manejo clínico inadequado, que pode inclui a demora no diagnóstico, ainda é um dos principais fatores que podem levar os pacientes com dengue à morte e que por isso, a SES vai promover um encontro para a capacitação dos médicos. “Mas encontramos dificuldades até para isso. Da última vez, convidamos 200 profissionais e só compareceram 12”, conta.
Outra medida na tentativa de capacitar estes profissionais será a atualização de um profissional de cada regional, que atuará como disseminador do que lhe foi apresentado por especialistas.
Maria Cecília explica que a demora ou dificuldade no diagnóstico já foi superada e que a não complicação da doença depende de cuidados médicos simples. “São exames básicos, como um hemograma, mas que precisam ser realizados na frequência necessária”, salienta.
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TV ANHANGUERA
Posto de saúde deixa de atender pacientes por falta de médicos e até remédios em Goiânia
http://g1.globo.com/goias/bom-dia-go/videos/t/edicoes/v/posto-de-saude-deixa-de-atender-pacientes-por-falta-de-medicos-e-ate-remedios-em-goiania/4023447/
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DIÁRIO DA MANHÃ
Violência no parto

Medo de sofrer ao ter o filho de forma natural faz mulheres optarem ou serem impelidas à escolha de métodos mais invasivos na hora de dar à luz. Cesárea surge como opção para aquelas que temem clássicos relatos de complicações
Divania Rodrigues Da editoria de Cidades
“Um enfermeiro bem forte colocou as mãos na minha barriga e empurrou bem forte. Dói até hoje.” Vinte e sete anos depois, Sueli dos Reis da Silva, hoje com 50, ainda se lembra do dia em que a segunda filha nasceu – as dores nas costelas também mantêm a memória viva. A filha nasceu com mais de quatro quilos e de acordo com o que lhe falaram, estaria encaixada nas costelas. Seu parto ocorreu na rede particular e a manobra descrita acima é conhecida como Kristeller.
A prática médica avançou, desde essa época, e o procedimento em que a barriga da gestante é empurrada para baixo para ajudar o bebê a nascer caiu em desuso. No fim do ano passado, depois de um caso ocorrido em um hospital de São Paulo, a manobra passou a ser considerada como violência obstétrica e abolida no local. Durante o processo, costelas da paciente podem ser quebradas e o feto pode ter trauma encefálico.
Jucilene Lemes de Lima, 24 anos, teve a primeira filha por meio de parto normal em uma maternidade de Goiânia. A paciente ficou em trabalho de parto durante nove horas e disse ter sofrido muito com as dores, principalmente após a injeção de um hormônio em seu organismo. Ela também aponta que o médico realizou o procedimento conhecido popularmente como pique – a episiotomia.
Os relatos acima mostram que apesar da medicina e do acesso à informação por parte das grávidas sobre os detalhes do parto, o momento é delicado e para muitas ainda é temível. Medo de sentir dor na hora de dar à luz, somado às histórias aterrorizantes contadas por mães, tias, parentes, vizinhas, amigas próximas ou divulgadas pela internet faz muitas mulheres optarem pela cesárea para ter os filhos.
A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de que apenas 15% dos partos sejam realizados com intervenção cirúrgica, mas no Brasil 52% das mulheres tem seus filhos por meio do procedimento. Porém, o dado mais alarmante é que uma em cada quatro mulheres sofreram violência durante o parto, de acordo pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo, em 2010. Outro índice que preocupa é que, apesar de estar em um ritmo decrescente nos últimos anos, o número de mortalidade materna não alcançará a meta estipulada pela Organização das Nações Unidas. Hoje, no País morrem 62 mulheres a cada 100 mil nascimentos, quando a expectativa é de apenas 35.
A Resolução 368/15 da Agência Nacional de Saúde (ANS) publicada no início do ano, que pretende uma redução do número de cesárias, reacendeu o debate sobre violência obstétrica e parto humanizado e a escolha entre os partos normal e cesáreo. De um lado profissionais e de outro as futuras mães, no meio um processo intenso responsável pela vida. A Justiça brasileira tem entrado na questão e muitos são os casos avaliados.
Perdas e partos
Recentemente, a mídia destacou casos em que médicos e procedimentos são colocados em xeque. No final de 2014, o destaque foi o de mulheres que perderam os filhos depois de partos humanizados no Rio de Janeiro e pediam Justiça. Já no início de 2015, no interior de São Paulo, um obstetra foi preso pela Polícia Federal por suspeitas de que, durante um parto irregular pelo Sistema Único de Saúde (SUS), tivesse causado a morte de mãe e recém-nascido.
Em Goiás, o Tribunal de Justiça também tem acompanhado casos que envolvem esse momento único na vida das mulheres. Uma decisão recente, de janeiro de 2015, condena o Hospital e Maternidade Santa Bárbara, em Goiânia, a pagar uma indenização de R$ 50 mil por danos morais. No caso em questão, um bebê morreu ao nascer de parto normal quando os dados revelavam que seria necessária uma cesárea.
Na avaliação da 4ª Câmara Cível, o obstetra deve ser responsável pela opção de qual procedimento é o mais adequado para cada caso. De acordo com o processo, já havia conhecimento prévio de que o bebê era grande, mas os pais teriam escolhido o parto normal. Para o relator do processo: “A realização de um parto é uma questão técnica, cuja análise caberá, tão somente, ao profissional capacitado (médico) para, analisando todo o quadro clínico da paciente e do feto, decidir pelo parto normal ou cesariana, não competindo à paciente tal decisão.”

Momento mais esperado é violado
Termo muito discutido ainda, a violência obstétrica não deveria ser assim nomeada, de acordo com Belchor Rosa Calaça Júnior, chefe da divisão de ginecologia e obstetrícia da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes – uma das referências quando o assunto é parto humanizado em Goiânia.
De acordo com ele, há toda uma equipe por trás das decisões tomadas na hora do nascimento de uma criança.
“O termo é utilizado de maneira genérica, então tudo que se faz em relação a gestante hoje é considerado violência obstétrica, como por exemplo, a manobra de Kristeller, a epsiotomia, o uso de fórceps”, esclarece, mas explica que muitos procedimentos em certos casos são indispensáveis.
“Toda paciente tem o direito a um parto bem acompanhado e bem assistido. Evita-se essas manobras, mas, ao mesmo tempo, dá uma segurança para essa paciente”, completa.
O obstetra ainda afirma que o procedimento, assim que as paciente chega à maternidade, é a opção pelo parto normal e sem intervenções, mas que em dado momento, se há a necessidade e a mulher está apta, ele conversa com ela e pede autorização para realizar os demais procedimentos.
Para ele, a violência obstétrica é um termo banalizado, principalmente por mulheres que defendem diferentes tipos de partos normais não convencionais, fora do hospital, na água e sem profissionais de saúde supervisionando. O obstetra defende a humanização do momento, mas no hospital, com acompanhamento pré-natal com frequência a palestras informativas para deixar a paciente mais tranquila, fisioterapeuta fazendo massagens e psicólogos durante o trabalho de parto, além de um dos familiares.

Brasileiros cultuam tradição cesariana
Especialistas consideram que a cultura da cesariana em detrimento ao parto normal ou a recente tendência ao parto humanizado sem acompanhamento médico ainda façam a diferença na realidade brasileira. Defendem também que o parto existe para ser natural, mas que o profissional deve dar o apoio e o hospital deve amparar a grávida.
Ainda esclarecem que o processo deve ser decidido pela própria mulher, mas que o médico deve estar atento a necessidade ou não de interferências. Maurício Machado, presidente da Sociedade Goiana de Obstetrícia e Ginecologia, diz que a nova normativa da ANS não será capaz de reduzir o índice de cesarianas no Brasil e que cabe ao médico operacionalizar essa questão.
Para ele, duas coisas ainda atrapalham na hora dessa decisão. Uma dessas é o que chama de “cultura da cesárea”: gestantes e suas mães ou acompanhantes chegam ao hospital no momento das dores e creem que não há possibilidade da paciente passar pelo parto normal, que exige algumas horas e é doloroso. Por outro lado, há o obstetra que não atende a uma só gestante, mas é tratado como exclusivo e que em um parto normal precisaria disponibilizar muito de seu tempo para o acompanhamento, optando muitas vezes pelo procedimento cirúrgico que é mais rápido.
Para Maurício, o lado bom da medida é que o parto vai deixar de estar centralizado no obstetra e passar a ser centrado na gestante. Com o partograma, a gestante poderá chegar a qualquer hospital, que deverá ter uma equipe de plantonistas para atendê-la sem precisar ligar para o obstetra que a atendeu durante o pré-natal.

Gás hilariante para aliviar a dor do parto

Acesso à informação e poder ter o filho de maneira tranquila e sem muitas dores. Essa é a equação desejável por muitas mulheres ao redor do mundo.
Em países europeus, no Canadá e, com aumento de uso, nos Estados Unidos, o óxido nitroso, tem se mostrado uma boa resolução para essa questão. Também conhecido como gás do riso ou gás hilariante, usado como anestésico durante o parto, deixa a mulher mais relaxada e tem feito sucesso entre mães e médicos, por ser eficaz e menos invasivo.´
Nos EUA, uma pesquisa revelou que depois da introdução do óxido nitroso no País houve uma redução de 60 para 30% do uso da anestesia peridural, comumente utilizada durante os partos. No Brasil, o uso desse tipo de anestésico ainda é está no início. Apenas dois hospitais fazem uso da medicação, um em Minas Gerais e outro no Rio de Janeiro. De acordo com Oscar Pires, presidente da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, o gás hilariante não é utilizado no país por falta de hábito e não por posição contrária dos especialistas. (Com informações da BBC)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação