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DESTAQUES
• Pais reclamam de dificuldades para achar vacinas em Goiânia e Anápolis
• Mulher espera há oito meses por cirurgia para remover prótese, em Goiás
• Artigo – A saúde do Brasil
• Carne clandestina
• Vilões embutidos
• Outubro Rosa: 5 mitos e verdades sobre a mamografia
• Planos de saúde perdem 164 mil beneficiários em 12 meses
• Rescisão de contrato de plano de saúde requer notificação prévia e pessoal do cliente
• Câmara de Saúde considera que o uso de fosfoetanolamina não é seguro
PORTAL G1/GOIÁS
Pais reclamam de dificuldades para achar vacinas em Goiânia e Anápolis
Eles não encontram a penta e hexavalente nas redes pública e privada.
Autoridades negam problema e dizem que faltam apenas doses especiais.
Fernanda Borges Do G1 GO
Pais que precisam imunizar seus filhos reclamam de dificuldades para encontrar as vacinas hexavalente, na rede privada de saúde, e pentavalente, na pública, em Goiânia e Anápolis, a 55 km da capital. Segundo eles, nos postos, a informação repassada por atendentes é que um composto dos medicamentos está em falta e que não há previsão de quando os estoques serão novamente abastecidos.
A vacina hexavalente, que só é aplicada na rede particular, previne as crianças, a partir do segundo mês de vida, contra difteria, tétano, coqueluche, paralisia infantil, Haemophilus tipo B e hepatite B. Já a pentavalente, oferecida no Sistema Único de Saúde (SUS), dá proteção contra todas as doenças citadas, com exceção da paralisia infantil, que tem de ser aplicada em uma dose separada.
“A principal diferença entre as vacinas é a chance de reação, já que a hexavalente tem o composto especial DTPa (tríplice bacteriana acelular), ou seja, oferece menos riscos de problemas pós-vacinais. Já a pentavalente é celular e gera mais chances de alguma reação, mas que pode ser tratada com antitérmicos”, explicou ao G1 a alergista Lorena de Castro Diniz, médica responsável pelo Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (Crie), que fica no Hospital Materno Infantil, em Goiânia.
Pensando em buscar a vacina com menos chance de reação, a jornalista Gêza Maria Vilela de Jesus Abrão, de 40 anos, que mora em Anápolis, decidiu recorrer à rede particular de saúde para imunizar a filha Carolina, aos dois meses de vida. No entanto, após percorrer unidades da cidade e de Goiânia, sem sucesso, ela acabou optando pela pentavalente.
“Como não encontrei a hexa e não podia deixá-la sem proteção, acabei aplicando a penta no Laboratório Atalaia, em Goiânia, que é particular. Porém, agora que ela está com quatro meses e precisa da segunda dose, não consigo mais achar em nenhum lugar. Já percorri diversas unidades de saúde, públicas e privadas de Anápolis e Goiânia, e nada. Pensei até em ir para Brasília, mas também não encontrei lá”, afirmou a jornalista ao G1.
Segundo Gêza, uma atendente da Unimed Goiânia, onde ela esteve na semana passada, disse que a falta da vacina só deve ser normalizada entre seis a 20 meses. “É complicado, pois as crianças não podem ficar sem a proteção. O problema é que nem mesmo a pentavalente, que é oferecida na rede pública, consigo encontrar. Estou desesperada”, disse.
A reportagem ligou em unidades do Laboratório Atalaia e da Unimed, na capital, e os atendentes também informaram que as vacinas hexavalente e pentavalente estão em falta.
Procurada pelo G1 na última sexta-feira, a assessoria de imprensa do laboratório Atalaia não se posicionou até a publicação desta reportagem.
Já a Unimed Goiânia destacou, em nota, que a situação ocorre em função da falta das vacinas no mercado. “Quando há, todo o controle interno é feito para que tal fato não ocorra”. A empresa ainda enviou um comunicado, no qual o fabricante que fornece as vacinas destaca que "enfrenta dificuldades na produção dos compostos em função de problemas mundiais, como o aumento da demanda populacional global".
Rede pública
O G1 também entrou em contato, por telefone, com algumas unidades de saúde da rede pública para tentar encontrar a vacina pentavalente, que é a única oferecida. No Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais) do Jardim Progresso e no Ambulatório Geral (Osego), em Anápolis, a informação é de que as doses estão em falta.
Apesar disso, a coordenadora de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde de Anápolis, Marli Malta, afirmou que as vacinas pentavalentes são aplicadas normalmente na cidade. “O que está em falta é a vacina acelular, a DTPa, mas que só é voltada para casos especiais e que representam um percentual muito baixo das vacinas aplicadas aqui na cidade. Já quanto as demais, não há problemas”, garantiu.
No Cais Campinas e no Centro Integrado de Assistência Médico Sanitária (Ciams) Novo Horizonte, em Goiânia, a informação também foi a mesma: as vacinas não estão disponíveis. A excessão foi o Cais Finsocial, onde a atendente disse que a pentavalente está sendo aplicada normalmente.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia negou, em nota, a falta da vacina pentavalente. O órgão explicou que “recebeu uma quantidade reduzida de vacina DT (Difteria e Tétano) pelo Ministério da Saúde”, mas que “essa vacina está disponível nas unidades de urgência e emergência”.
Já a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, por meio da Gerência de Imunizações e Rede de Frio destacou, em nota, que “neste momento não há desabastecimento” da vacina pentavalente, “estando disponível em todas as salas de vacinas”.
A secretaria informou que o questionamento da população deve ser referente às doses especiais, com DTPa, que só são oferecidas pelo SUS nos Crie. “A vacina não tem sido distribuída pelo Ministério da Saúde para as Unidades Federadas devido a problemas de abastecimento relacionados à produção mundial e indisponibilidade de fornecedores que possam atender à demanda brasileira. Até o momento não fomos informados sobre a previsão de regularização da referida vacina”.
O Ministério da Saúde, por sua vez, informou ao G1 que enviou, em outubro deste ano, “1,78 milhão de doses da vacina pentavalente aos estados brasileiros, sendo 46 mil para Goiás, atendendo a demanda solicitada pelo gestor local”.
Ainda segundo o órgão, “em setembro, foram enviadas 1,9 milhão de doses da vacina, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenza tipo b e hepatite B”. No total, neste ano, “foram enviadas 8,76 milhões de doses para o Brasil, sendo 280 mil para o Estado de Goiás”.
Por fim, a nota destacou que o Ministério da Saúde envia as doses mensalmente aos estados e “cabe às secretarias estaduais realizar a distribuição aos municípios, de acordo com as necessidades locais”.
Doses especiais
No Crie de Goiânia, as doses especiais da pentavalente (DPTa) estão em falta desde abril deste ano, segundo a alergista Lorena de Castro Diniz. “Mas essas vacinas são voltadas apenas para aquelas crianças que nasceram prematuras, cardiopatas, ou que têm doenças crônicas neurológicas, já que elas não podem tomar as doses normais, que oferecem mais riscos de reação. Mesmo assim, elas não podem ficar sem proteção e os pediatras avaliam, caso a caso, quais as vacinas que devem ser aplicadas em substituição”, explicou.
A médica destacou que as crianças que não apresentam nenhum problema de saúde, devem procurar a pentavalente celular. “Mesmo quem já tomou uma dose hexavalente na rede particular pode tomar a pentavalente comum. Essa imunização é muito importante para essa fase inicial da vida”, explicou.
Outras vacinas
Em entrevista à Rádio CBN, na sexta-feira (23), a diretora de vigilância em saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, Flúvia Amorim, afirmou que existem outras vacinas que estão em falta na capital: DT (difteria e tétano), antirrábica, tetraviral (caxumba, sarampo e rubéola), além de doses contra a hepatite A.
Segundo ela, as quantidades que restam estão disponíveis apenas nos Cais e os pais devem se informar sobre a disponibilidade antes de irem até as unidades de saúde.
O G1 entrou em contato com a SMS para saber se há prazos para regularização das vacinas citadas pela diretora, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem.
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TV ANHANGUERA
Mulher espera há oito meses por cirurgia para remover prótese, em Goiás
http://g1.globo.com/goias/jatv-1edicao/videos/t/edicoes/v/mulher-espera-ha-oito-meses-por-cirurgia-para-remover-protese-em-goias/4565072/
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O POPULAR
Artigo – A saúde do Brasil
A Constituição de 1988 registrou que a saúde tem relevância pública e que compete ao Estado prover e garantir a todos a sua promoção, proteção e recuperação. A partir daí foi sancionada, em 1990, as Leis 8.080 e 8.142, dando origem ao Sistema Único de Saúde (SUS), formando uma grande rede de saúde pública construída para atender todos os cidadãos brasileiros.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) está espalhado em mais de 1.273 municípios, atendendo mais de 112 milhões de brasileiros. Realiza atendimentos de urgência traumática, pediátrica e cirúrgica, o que reduz consideravelmente o número de mortes, o tempo de internação em hospitais e as sequelas decorrentes da falta de socorro adequado. O Programa Saúde da Família (PSF) é uma estratégia essencial que está presente em todos os municípios. Temos uma rede de mais de 215 mil agentes comunitários e 32.970 equipes atuando nas cinco regiões do País. O programa Brasil Sorridente é outra grande conquista do SUS, ampliou e melhorou o serviço de saúde bucal e hoje é o maior programa gratuito de saúde bucal do mundo.
Outro dado importante é que o SUS é também o maior sistema público de transplantes de órgãos do mundo. Ano passado realizou, gratuitamente, 95% dos transplantes no Brasil. A sua cobertura vacinal foi a grande porta de entrada para diminuirmos a mortalidade infantil. São 300 milhões de doses/ano, sendo 42 tipos de imunobiológicos e 25 tipos de vacinas. Se tomarmos como base o ano de 2014, o SUS movimentou 98% do mercado de vacinas, gratuitamente. E lembrando, o sistema é responsável pelo Programa Farmácia Popular que diminuiu em 90% ocusto de vários medicamentos.
Comparativamente, nos Estados Unidos, a mais radical sociedade liberal do planeta, não existe um sistema nacional público de saúde, mas sim planos individuais para prestação de serviços – que consomem uma das mais altas cifras do PIB -, já no Brasil conseguimos construir, em nível mundial, um dos maiores sistemas públicos de saúde. Precisamos agora entender a grandeza do SUS e o momento que ele está vivendo. Países, como Reino Unido e Canadá, também têm modelos de sistema de saúde público semelhantes ao nosso, a diferença é que nenhum destes têm ao menos 100 milhões de habitantes – a nossa população já passa de 200 milhões. De maneira que, para que o SUS, além de estar entre os maiores, passe a figurar também entre os melhores são necessárias mudanças.
Além de efetivamente cumprir, a legislação do SUS deve ser aperfeiçoada para que se garanta o financiamento adequado. A forma como setores da sociedade enxergam o sistema também precisa mudar. O SUS vem sofrendo com a ajuda de setores da mídia e de parte da classe política uma crescente desmoralização, que contamina cada vez mais a população, mina o processo de qualificação, e que de modo algum é interessante para sua construção. Somado a isso precisamos valorizar cada vez mais o SUS nos municípios, onde efetivamente acontece o atendimento. Em Goiás, por exemplo, vários municípios ainda estão recebendo parcelas referentes a 2013 e 2014.
Outro ponto que merece destaque são os conselhos de saúde. Forma que a sociedade conquistou para garantir poder de interferência no controle das ações desenvolvidas na área. Hoje os conselhos passaram a participar meramente de forma consultiva e não mais deliberativa, não conseguindo interferir diretamente, como deveria, nas ações da saúde em todas as suas instâncias.
Em dezembro acontecerá a 15ª Conferência Nacional de Saúde, será um bom momento de reflexão sobre nosso sistema. Precisamos olhar para frente, reoxigenar o SUS para consolidá-lo! O Brasil é capaz e deve cada vez mais continuar construindo um sistema de saúde universal, integral, gratuito e de qualidade!
Antônio Gomide é cirurgião-dentista, sanitarista e foi por duas vezes prefeito de Anápolis.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Carne clandestina
Apreensão de carnes e derivados clandestinos no estado chama a atenção pelo alto risco de contaminação dos alimentos
POR APARECIDA ANDRADE
A quinta fase da Operação “Goiás Contra a Carne Clandestina”, realizada, no último fim de semana, no município de Padre Bernado, fiscalizou 44 estabelecimentos e quatro propriedades rurais, dos quais 31 estabelecimentos foram autuados com multas que somaram mais de R$79 mil e cerca de 10 toneladas de carne foram apreendidas.
De acordo com informações da Agrodefesa, órgão responsável pela ação em parceria com o Ministério Público Estadual e entidades parceiras a situação dos alimentos fiscalizados assustaram pelo alto risco de contaminação apresentado. “Além dos alimentos estarem totalmente fora dos padrões higiênico-sanitários exigidos, encontramos também carnes em estado de putrefação, com presença de larvas de insetos”, descreve o fiscal da Agrodefesa que coordenou a operação, Fernando Borges.
Ele explica que a campanha que tem por objetivo promover a segurança alimentar para os consumidores de carne de todo o Estado, já passou pelos municípios de Jussara, Santa Fé, Santo Antônio do Descoberto, São Miguel do Araguaia, Distrito Luiz Alves, Bonópolis, Comarca de Catalão, Três Ranchos, Davinópolis, Pires Belo e recentemente na cidade de Padre Bernardo e Mimoso de Goiás.
Fernando esclarece que os critérios usados para que as ações fossem realizadas nesses municípios se fundamentam pelo fato de terem sido identificados nesses locais uma constância maior de vendas de carne clandestinas. “São identificadas pelas unidades locais dos órgãos envolvidos a frequência de comercio de produtos clandestinos, no caso carne, com isso identificamos os locais onde havia maior demanda dessas fiscalizações”.
Ele afirma que as operações já resultaram na apreensão de cerca de 30 toneladas de produtos e R$ 280 mil em multas em todos os 11 municípios fiscalizados até agora pela Agrodefesa. “Buscamos garantir que cheguem à mesa dos goianos alimentos de qualidade e com procedência”, diz.
Alerta contra produtos contaminados
O gerente de fiscalização animal da Agrodefesa, Fernando Borges observa que o produto obtido de forma clandestina não tem como os órgãos fiscalizadores garantir as condições de obtenção pelo consumidor. A partir daí o consumidor pode ser contaminado.
Ele alerta que em alguns casos o comerciante mascara a realidade do produto, quando usando de má fé, reaproveita um produto com larva para fazer derivados como embutidos (linguiça) e carne temperada. “Atitudes como essa podem resultar na comercialização de um produto contaminado o que oferece risco para a sociedade que pode contrair diversas doenças como diarreia, vômito, intoxicação alimentar, verminose, teníase e cisticercose, dentre outras”, avalia.
Fernando acrescenta que são fiscalizados os aspectos desses produtos, além da temperatura preconizada pela legislação de armazenamento e estando fora desses padrões o produto é considero improprio para o consumo. “Acontece que mesmo com a documentação estando satisfatório foi identificado má conservação dos produtos, produtos misturados com muita sujeira. Apesar da documentação está em dias os produtos estavam fora do padrão de uso” constatou.
Problemas
A nutricionista, Hortência Guimarães ressalta que os perigos de se consumir esse tipo de produto, são muito grande. “Os produtos obtidos a partir do abate clandestino, sem a devida inspeção veterinária, podem ser vetores de doenças e infecções alimentares. Um dos problemas mais comuns é a toxinfecção alimentar, infecção adquirida através de bactérias ou suas toxinas, que pode levar à morte” avalia.
Outros riscos apontados pela especialista presente em alimentos em más condições sanitárias é a teníase, doença causada por parasitas. Ela descreve que geralmente a teníase é transmitida pelo consumo das carnes mal cozidas ou assadas, que podem causar sérios riscos ao organismo, inclusive problemas como infecção no sistema nervoso. “Existem outras doenças que também são transmitidas pela má procedência das carnes, como, por exemplo, a brucelose. Tais doenças podem levar até mesmo à morte”, conclui. Ainda outros produtos estavam em estado de putrefação.
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Vilões embutidos
Relatório da OMS alerta que o consumo de alimentos processados aumentam o risco de desenvolvimento de câncer
O consumo de alimentos embutidos e carnes processadas são relatados cancerígenos pela Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer (IARC), da Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, o consumo de carnes vermelhas tem “evidências cancerígenas”.
O relatório foi elaborado, de acordo com a IARC, após profunda revisão da literatura científica por um grupo de 22 especialistas do Programa de Monografias da Agência, em 10 países. Eles analisaram mais de 800 estudos, ao longo dos últimos 20 anos, que investigavam associações de mais de uma dúzia de tipos de câncer, em relação com o consumo de carne vermelha ou processadas, em países e populações com diferentes dietas.
De acordo com o relatório, o consumo de carne processada varia muito entre os países. Porém os peritos concluíram que para cada porção de 50 gramas de carne processada ingeridas diariamente, o risco de desenvolver câncer colorretal aumenta 18%. Com isso, a carne processada entra na mesma categoria que bebidas alcoólicas e plutônios. O relatório também alerta em relação a carne vermelha, que pode ser considerada possivelmente cancerígena.
Para o pesquisador Kurt Straif, do Programa de Monografias da Agência, o risco do indivíduo desenvolver cancro colorretal devido ao consumo de carne processada ainda é pequeno, mas o risco aumenta de acordo com a quantidade de carne consumida. “Tendo em vista o grande número de pessoas que consomem carne processada, o impacto global sobre a incidência de câncer é de importância para a saúde pública”, completa o Dr. Kurt.
Para o diretor da IARC, Christopher Wild esses resultados suportam as mais atuais recomendações de saúde pública para limitar a ingestão de carne. “Ao mesmo tempo, a carne vermelha tem valor nutricional. Esses resultados são importantes para que os governos e as agências reguladoras internacionais realizem avaliações. A fim de equilibrar os riscos e os benefícios de comer carne vermelha e processada. E assim fornecer as melhores recomendações dietéticas possíveis”, conclui.
Em entrevista ao DM, a oncologista Danielle Laperche dos Santos comenta que com esses dados mais consistentes as suspeitas que existiam passaram a ser comprovadas. “Deixou de ser probabilidade para ser um fator de risco para o desenvolvimento do câncer”, afirma.
A médica explica ainda que com esse aumento, as pessoas devem evitar a ingestão desses alimentos considerados cancerígenos. “Não é uma medida alarmista para proibir o consumo dela, por ser extremamente importante, não tem substitutos equivalentes”, comenta em relação à carne vermelha que é considerada possivelmente carcinogênica.
“O câncer de intestino é extremamente prevalente na população é o 2º entre as mulheres e 3º em homens. De acordo com dados mundiais, com cerca de 694 mil óbitos por essa doença, o que leva uma preocupação e merece esse foco para tentar diminuir essa incidência”, afirma Danielle. Ela também alerta em relação aos dados que constataram a predominância maior de câncer colorretal, mas que também relatou a incidência de câncer de pâncreas e próstata.
Doenças provocadas
A oncologista Danielle Laperche explica que o câncer de intestino grosso (cólon + reto) é uma doença que pode ser prevenida. O importante é o acompanhamento médico com a realização de exames endoscópicos, pois a doença leva em média 10 a 15 anos para desenvolver e gerar o câncer maligno. “Os exames de rastreamento como colonoscopia tem um papel muito grande em identificar essa doença antes de se tornar invasiva”, afirma.
Os principais sinais de acordo com a médica são alterações do hábito intestinal, diarreia, constipação, sangramento e dor abdominal. Com esses sintomas o indivíduo deve procurar um profissional para fazer essa investigação médica. “E com a mudança de hábitos e estilos de vida, com essas correções da dieta são medidas preventivas”, completa.
Risco cardíaco
O cardiologista Alberto de Almeida Las Casas Júnior alerta para que esses alimentos processados na maioria são calóricos e gordurosos. “Eles tem alto potencial de obstruir as artérias do coração e do organismo como todo. Além disso, no caso dos embutidos e enaltados eles possuem mais sal do que é recomendado, o que causa o aumento da pressão arterial”, afirma. O médico também afirma que o indivíduo deve ingerir esses alimentos, como o bacon, em pequenas quantidades para não ocasionar um problema mais sério.
Evidências para mudança
Para a nutricionista Ana Paula Bento, mestre em nutrição e saúde pela UFG, o que muda com esse relatório são as evidências científicas, como no caso das carnes processadas que agora são suficientes para serem comprovadas cancerígenas. Já em relação as carnes vermelhas essas evidências epidemiológicas não são suficientes. “São suficientes para que nós digamos que possivelmente existe uma relação entre causa/efeito”, afirma.
Ana Paula, afirma que é importante ter conhecimento desse relatório é que essa relação de causa/efeito é dose dependente. Quanto mais dessas carnes processadas consumidas, maior é o risco de desenvolver o câncer.
As carnes processadas são aquelas que foram transformadas através de salgamento, secagem e fermentação ou processos para melhorar o sabor ou a preservação. São elas: bacon, salsicha, presunto, carne seca e carne enlatada. Além de preparações e molhos à base de carne.
A nutricionista explica que essas carnes processadas para ser consideradas carcinogênicas, pois são expostas a algumas substâncias químicas como aminas heterocíclicas e hidrocarbonetos. “Muitas dessas carnes são processadas com compostos nitrogenados, nitrito e nitrato, velhos conhecidos nossos e que sabemos que eles são carcinogênicos”, diz.
“Na minha prática profissional, a minha orientação é para que o indivíduo evite o consumo de carne processada. Em relação a carne vermelha, a questão é dosar a quantidade já que esse potencial é dose dependente”, afirma Ana Paula.
A carne vermelha é uma grande fonte de ferro, zinco e vitamina B12.
Oito perguntas sobre os riscos de se comer carne processada
BBC Brasil
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse em um novo relatório que o consumo de carne processada – como bacon, salsichas e presunto – causa câncer e que a carne vermelha é “provavelmente cancerígena”.
Segundo o documento, 50 gramas de carne processada por dia, o equivalente a duas fatias de bacon, aumentam a chance de desenvolver câncer colorretal em 18%. De forma mais branda, pela falta de provas mais contundentes, a organização também reforçou o alerta em relação à carne vermelha.
Entenda a seguir o que significa a avaliação da OMS, os riscos associados ao consumo desses tipos de alimentos e como cultivar hábitos mais saudáveis.
Carne processada
A carne processada foi modificada para estender o tempo em que ela pode ficar na prateleira ou para alterar seu sabor. Os principais métodos para isso são a defumação, o processo de cura ou a adição de conservantes.
Simplesmente passar a carne por um moedor não significa que o resultado disso seja uma carne processada, a não ser que ela seja modificada de outras formas. Carnes processadas incluem bacon, salsichas, linguiças, salame, carnes curadas ou salgadas e presunto, além de carnes enlatadas e molhos à base de carne.
A carne vermelha, colocada sob alerta pela OMS, tem uma cor mais escura que a carne branca, como é o caso de carnes de vaca, carneiro e porco, por causa dos altos níveis de proteína, que se unem ao oxigênio, à hemoglobina e à mioglobina presentes no sangue e nos músculos.
Por que essas carnes causam câncer?
Químicos cancerígenos podem se formar no processamento da carne, como compostos N-nitrosos e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos. Cozinhar a carne a altas temperaturas, especialmente no churrasco, também pode produzir químicos perigosos.
No entanto, especialistas da OMS admitem que o risco de câncer “ainda não é compreendido totalmente”. A cada 50g de carne processada por dia – menos do que duas fatias de bacon -, o risco de desenvolver câncer aumenta 18%. Para cada 100g de carne vermelha, o risco é elevado em 17%, apesar de a OMS apontar que as evidências disso ainda são limitadas.
A classificação da OMS
A OMS classifica agentes cancerígenos em cinco grupos:
Grupo 1 – cancerígeno para humanos;
Grupo 2A – provavelmente cancerígenos para humanos;
Grupo 2B – possivelmente cancerígenos para humanos;
Grupo 3 – não classificável;
Grupo 4 – provavelmente não cancerígeno.
As carnes processadas foram incluídas no primeiro grupo, já que evidências científicas mostram que elas definitivamente causam câncer. Isso não significa, no entanto, que todos os agentes do grupo 1, no qual estão também o tabaco, o plutônio e o álcool, são igualmente perigosos.
Carnes vermelhas estão no grupo 2A, porque a OMS diz que as evidências ainda são insuficientes para classificá-las de outra forma.
Saiba mais:
Comer carne processada é tão ruim quanto fumar ou beber?
Não. Estimativas apontam que 34 mil mortes anuais por câncer se devem a dietas com alto consumo de carne processada. Em comparação, 1 milhão de mortes por ano são causadas pelo hábito de fumar e 600 mil, pelo consumo de álcool.
Quanta carne vermelha devemos comer?
A OMS afirma que faltam evidências suficientes para determinar níveis seguros para seu consumo. O Fundo Mundial para Pesquisa de Câncer defende que se coma o mínimo possível de carne processada e 500g de carne vermelha cozida (ou 700g de carne crua) por semana.
Devo virar vegetariano?
A carne ainda é uma boa fonte de proteína, vitamina B e minerais, como ferro e zinco.Frankie Phillips, porta-voz da Associação Dietética Britânica, diz que “ainda devemos incluir a carne vermelha na dieta, porque é uma boa forma de obter nutrientes essenciais”.”Em geral, não há problema em consumir um pouco, mas talvez seja bom buscar meios de aumentar a quantidade de alimentos como leguminosas”.
Como reduzir o consumo de carne?
Phillips diz que isso pode ser feito de diferentes formas, como: Incrementar pratos, como massa à bolonhesa feita com carne moída, usando também grãos, como lentilhas vermelhas; Combinar tiras de cordeiro ou bife, feitas a partir de cortes mais magros, com muitos vegetais; Reservar alguns dias da semana para não comer carne.
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SAÚDE BUSINESS
Outubro Rosa: 5 mitos e verdades sobre a mamografia
O mês de outubro tem sido dedicado à conscientização do câncer de mama desde a década de 90, sendo o tipo mais letal entres as mulheres, afetando mais de 57 mil brasileiras anualmente. Nos últimos anos, a ampliação do acesso a exames no Sistema Único de Saúde (SUS) e ao tratamento da doença contribuíram para um aumento de 31% no número de mamografias realizadas no país, em relação à 2010.
Embora o número de mamografias feitas no Brasil venha aumentando, tal procedimento ainda não faz parte da agenda anual de exames de muitas mulheres brasileiras com mais de 40 anos. De acordo com a radiologista e especialista em exames por imagem das mamas do Lavoisier Medicina Diagnóstica, Flora Finguerman, o diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença no tratamento de nódulos e tumores nas mamas.
Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, em 2013 o número de brasileiras entre 50 e 60 anos que realizaram o procedimento foi três vezes menor que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Dados do Instituto Nacional do Câncer ainda apontam que os tumores de mama estão entre as principais causas de óbitos por câncer no mundo, principalmente nas mulheres entre 39 e 58 anos.
Para ajudar a quebrar alguns mitos sobre o exame, abaixo a especialista esclarece algumas dúvidas:
1 – A radiação do exame é perigosa, por isso é melhor não fazê-lo.
Mito. Embora o aparelho de Raios-X utilizado na mamografia emita radiação, ela não é perigosa se realizada conforme as orientações médicas e com controle de qualidade adequado. A recomendação é que o exame seja feito anualmente, a partir dos 40 anos. A radiação dificilmente implicará em prejuízos à saúde, mesmo nos casos em que a mulher precisa realizar o exame antes dessa idade.
2 – O ultrassom da mama pode também ser usado para detectar nódulos e tumores?
Verdade. Embora não seja um exame obrigatório no rastreamento, o ultrassom também pode ser usado para o diagnóstico em casos de suspeita médica. “O exame costuma ser indicado principalmente para mulheres que têm as mamas densas. Nestes casos, nem sempre a mamografia consegue fazer uma boa avaliação”, afirma a médica. Há também a ressonância magnética das mamas, que é usada em casos ainda mais específicos, como em rastreamento do tumor e avaliação da mama em pessoas que já tiveram câncer.
3 – É preciso começar a fazer a mamografia antes dos 40 quando alguém próximo da família, como minha mãe ou avó, teve câncer de mama ainda jovem?
Verdade. Quando há um histórico de câncer na família, principalmente em pessoas com parentesco de primeiro grau, como mãe e irmã, é recomendado antecipar a realização anual do procedimento. Segundo a Flora Finguerman, “se a mãe da paciente teve um histórico de câncer nas mamas ainda jovem, com 40 anos, por exemplo, recomenda-se que ela comece a fazer a mamografia 10 anos antes da idade que sua mãe tinha quando desenvolveu o quadro. Ou seja, se a mãe teve aos 40 anos, a paciente pode começar a fazer o exame aos 30”, explica. Entretanto, quando há suspeita alta de câncer, o exame poderá ser realizado em mulheres mais jovens, mesmo com menos de 25 anos, complementa.
4 – A mamografia detecta nódulos com poucos milímetros?
Verdade. O exame é capaz de detectar nódulos a partir de 2 a 3 mm. De acordo com a médica, isso decorre do grande avanço na melhoria da qualidade do exame, afinal, antes da mamografia, os nódulos eram percebidos apenas quando se tornavam palpáveis, com cerca de 1 cm. “Essa diferença na detecção e no diagnóstico é essencial para um tratamento efetivo”, enfatiza a especialista.
5 – Embora seja importante realizar o autoexame com frequência, ele não substitui o procedimento.
Verdade. O autoexame deve fazer parte da rotina das mulheres, independentemente da sua faixa etária. Entretanto, ele não substitui o exame de mamografia. “Normalmente, o autoexame detecta nódulos quando eles já estão em tamanhos maiores, o que pode dificultar ou atrasar o tratamento. Porém, ele é imprescindível, até mesmo para as mulheres mais velhas que já realizam a mamografia anualmente, pois pode detectar mudanças nas mamas que nem sempre podem aguardar até a data do próximo exame para serem percebidas”, finaliza a especialista.
Sobre a mamografia
A mamografia é um exame de Raios-X das mamas, que detecta alterações sugestivas de câncer, em particular em seu estágio precoce, antes de se tornar palpável. A detecção e o diagnóstico precoce de um câncer de mama pode diminuir as chances de morte da paciente em 30% a 70%. As mulheres devem realizar este exame pela primeira vez aos 40 anos de idade e se submeter a controles anuais mesmo acima dos 70 anos, dependendo das condições físicas e eventual doenças concomitantes. Mulheres abaixo dos 40 podem precisar realizar a mamografia em algumas situações, como presença de alto risco familiar ou alterações palpáveis. Após os 70 anos, recomenda-se continuar o rastreamento mamográfico nas mulheres que tenham boas condições de saúde. Já a ultrassonografia não é um método de rastreamento do tumor mamário, mas é um importante adjunto em determinadas condições. A ultrassonografia pode ser o primeiro exame mamário por imagem em mulheres abaixo dos 30 anos que percebem um nódulo palpável, ou nas mulheres grávidas. Também é importante na orientação de punções biópsias de nódulos, que podem ser cistos ou sólidos.
Sobre o Lavoisier
O Lavoisier foi criado há 60 anos em São Paulo e atualmente conta com cerca de 80 unidades de atendimento na Grande São Paulo. Considerado referência em medicina diagnóstica, realiza exames clínicos e de imagem com qualidade, confiança, credibilidade e conveniência. A marca conta com o programa Lavoisier Popular, cujo objetivo é facilitar o acesso das camadas populares aos exames e garantir saúde para toda a família.
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Planos de saúde perdem 164 mil beneficiários em 12 meses
O mercado brasileiro de planos de saúde médico-hospitalares registrou, em setembro de 2015, o total de 50,26 milhões de beneficiários. O número representa uma queda 0,3% em relação ao mesmo mês de 2014, com a saída de 164,4 mil beneficiários. Os dados constam no boletim “Saúde Suplementar em Números”, produzido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). No terceiro trimestre de 2015 em relação ao trimestre anterior, a queda foi de 0,5%, o que representou a saída de 236,21 mil beneficiários.
Recentemente o mercado divulgou a notícia de que quase meio milhão de brasileiros deixou de contar com planos de assistência médica nos primeiros sete meses deste ano. De acordo com Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o universo de 50,69 milhões de usuários registrado em janeiro chegou a 50,19 milhões em julho.
O retrato inverte a curva de crescimento do setor nos últimos anos e acompanha o aumento do desemprego.
Entretanto, para o IESS, “não é possível afirmar que essa seja uma tendência, porque não é esperado que a atividade econômica mantenha a intensidade de queda registrada nos últimos 12 meses”.
O superintendente-executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro, chega a afirmar que “na comparação anual, que não sofre influência de efeitos sazonais como na análise trimestral, a queda de 0,3% representa uma quase estabilidade, o que demonstra a resiliência desse setor em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) e até ao nível de emprego”.
De acordo com os números do boletim, na comparação anual, houve uma maior queda no total de vínculos de planos individuais. Entre setembro de 2015 ante o mesmo mês do ano anterior, o total de beneficiários de planos caiu 1%, o que equivale a menos 87,5 mil vínculos. No trimestre, a queda foi de 0,5%, ou 51,88 mil vínculos.
Na comparação anual, o total de vínculos com planos coletivos permaneceu estável. Sendo que os planos coletivos empresariais – aqueles pagos pelas empresas como benefício aos funcionários – registraram leve retração de 0,1% (47,3 mil) beneficiários, enquanto nos planos coletivos por adesão, houve aumento de 0,6%, ou 39,7 mil vínculos. Por outro lado, na comparação trimestral, os planos coletivos por adesão registraram queda de 0,9%, a maior entre todos os tipos de contratação, com a saída de 61,09 mil beneficiários.
Isso demonstra, na visão de Carneiro, que os planos coletivos por adesão podem estar “perdendo fôlego”. “Nossa hipótese é que os planos coletivos por adesão receberam, num primeiro momento, a migração de beneficiários de planos empresariais de trabalhadores que perderam o emprego. Entretanto, com o agravamento da crise e o efeito sobre renda, é possível que os beneficiários de planos coletivos por adesão, independentemente do momento de ingresso, tenham dificuldade para conseguir manter seus planos, o que levou à saída de mais de 60 mil beneficiários”, analisa.
A expectativa do superintendente executivo do IESS é que o setor deve fechar o ano em queda, mas em proporção inferior à retração do PIB e do nível de emprego. “O plano de saúde é o terceiro principal desejo do brasileiro, atrás de educação e da casa própria. É também um benefício muito valorizado pelos funcionários das empresas. Então, é natural que, enquanto houver condições financeiras, os beneficiários e as empresas tentarão preservar esse benefício”, observa.
“Notamos, portanto, que a diminuição de beneficiários é proporcionalmente menor do que a queda do PIB. Então, é de se esperar que o mercado sofra com a crise econômica, mas em intensidade menor do que em outras áreas da economia”, observou.
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE GOIÁS
Rescisão de contrato de plano de saúde requer notificação prévia e pessoal do cliente
O cancelamento de contrato de plano de saúde por inadimplemento só pode ocorrer após notificação prévia e pessoal do consumidor. Com esse entendimento, a 1ª Seção Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), à unanimidade de votos, reconheceu a irregularidade da rescisão unilateral do contrato da Unimed Goiânia Cooperativa de Trabalho Médico com Liula Gonçalves Coimbra de Oliveira. O relator do processo foi o desembargador Amaral Wilson de Oliveira.
Em seu voto, o desembargador-relator verificou que a notificação foi recebida por “terceiras pessoas, estranhas à relação processual”. Dessa maneira, Liula deverá ser mantida no plano de saúde contratado. Em primeiro grau, a ilegalidade da rescisão do contrato já havia sido reconhecida, mas, após recurso de apelação interposto pela Unimed, a 5ª Câmara Cível do TJGO, por maioria de votos, reformou a sentença por entender que a notificação foi tempestiva e devida.
Liula, então, opôs embargos infringentes para fazer prevalecer o voto divergente do desembargador Olavo Junqueira de Andrade, para a manutenção da sentença. Para tal, a cliente argumentou que, de acordo com a Lei nº 9.656/98 (Lei dos Planos e Seguros de Saúde), o cancelamento ou a rescisão unilateral do contrato só é autorizado “em situações excepcionais, como no caso de fraude ou quando haja cumulativamente o inadimplemento pelo consumidor e a sua notificação devidamente comprovada até o quinquagésimo dia de inadimplência”.
Amaral Wilson esclareceu que, de fato, segundo o inciso II do artigo 13 da lei citada, “trata-se a notificação do consumidor de requisito imprenscindível para a rescisão unilateral”. O desembargador ainda destacou que, de acordo com o entendimento jurisprudencial majoritário, “para que a notificação seja reputada como válida, necessária que ela seja prévia e pessoal”.
Ao analisar o caso, o magistrado verificou que as notificações não foram entregues pessoalmente a Liula. Ele ressaltou que, embora as correspondências terem sido endereçadas para o endereço da mulher, “os Avisos de Recebimento foram assinados por terceiras pessoas, estranhas à relação processual, razão pela qual a rescisão contratual realizada unilateralmente pela embargada se deu de modo ilegítimo, porquanto não atendido requisito exigido por lei”.
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Câmara de Saúde considera que o uso de fosfoetanolamina não é seguro
A Câmara de Saúde do Judiciário (CSJ) do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) emitiu parecer sobre a substância fosfoetanolamina, que nos últimos dias vêm ganhando destaque como um “potente agente anticancerígeno”. No documento, a CSJ entendeu que ainda faltam estudos clínicos “para que se possa definitivamente esclarecer a sua real eficácia e segurança no tratamento do câncer e definir a sua real indicação”. O parecer foi requerido pelo Presidente da CSJ, juiz Eduardo Perez de Oliveira (foto).
O documento também faz algumas considerações como o fato de a substância não possuir registro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e que apenas alguns estudos preliminares demonstraram sua ação anti-leucemia e não a sua capacidade de combater todos os tipos de cânceres. A CSJ esclareceu que “cada tipo de tumor maligno apresenta sua especificidade de localização, manifestação, morbidade e tratamento”.
O parecer também destacou que a fosfoetanolamina não pode ser considerada um medicamento. Isso porque, para tal consideração, é necessária “comprovação avalizada por critérios científicos de sua ação terapêutica, visto ainda não ter sido submetida a estudos que possam confirmar tanto a sua eficácia quanto a sua segurança para uso em seres humanos”.
A CSJ destacou que faltam informações como a dose máxima tolerável da substância, sua menor dose efetiva, relação dose e efeito, duração do efeito e possíveis efeitos colaterais, indicações, contraindicação, medidas de precaução, demonstração de vantagem terapêutica quando comparados com outras drogas já bem estabelecidas.
A câmara ainda destacou que não há informações de estudos de fase pré-clínica (aplicação em animais) da substância e que nessa fase, “mais de 90% das substâncias estudadas são eliminadas, pois não demonstram suficiente atividade farmacológica e terapêutica ou são demasiadamente tóxicas em humanos”.
O parecer é assinado pelas médicas Izelda Maria dos Santos Mori, Rossana de Araújo Catão Zampronha e Adriana Ramos C. B. Resplande e os farmacêuticos Daniel Teles Zatta e Kenia Alves Martins de Lima.
Esclarecimentos
O Instituto de Química de São Carlos (IQSC), a Universidade de São Paulo (USP) lançaram nessa semana um esclarecimento sobre os estudos do professor Gilberto Orivaldo Chierice quanto à fosfoetanolamina. As entidades explicaram que os estudos foram feitos de forma independente pelo professor que doou, por conta própria, a substância a algumas pessoas para que estas utilizassem para fins medicamentosos.
O IQSC destacou que não dispõe de dados sobre a eficácia da substância no tratamento dos diferentes tipos de câncer em seres humanos e que “não dispõe de médico para orientar e prescrever a utilização da referida substância”. Já a Anvisa publicou a Nota Técnica nº 56/2015 em que afirma que “não há registro concedido ou pedido de registro para medicamentos com o princípio ativo fosfoetanolamina”. A nota ainda ressaltou que “não há em curso qualquer avaliação de projetos contendo a fosfoetanolamina para fins de pesquisa clínicas envolvendo seres humanos”.
O órgão ainda alertou que o uso da substância pode favorecer o abandono de tratamentos prescritos pela medicina tradicional. “A Anvisa adverte mais uma vez que o uso dessa substância não tem eficácia e segurança sanitária, uso desse produto pode ser prejudicial ao paciente e não deve substituir os medicamentos e procedimentos já estudados e com eficácia comprovada cientificamente”.
Polêmica
O início da discussão se deu com a divulgação de um vídeo que menciona ser a substância fosfoetanolamina “um potente agente anticancerígeno desenvolvido por um pesquisador do Instituto de Química da USP, em São Carlos".
Segundo o vídeo, a substância já teria sido usada em mais de 800 pacientes portadores de neoplasias malignas, tendo observado, contudo, que não foram especificados os tipos de neoplasias. Ainda alega que o suposto medicamento não causa enfraquecimento do sistema imunológico, nem mutilações ou quedas de cabelo.
A substância agiria se aderindo às células, comportando-se como um sinalizador, o que permitira ao sistema imunológico reconhecer e combater a célula anômala. O vídeo ainda informa o número de uma Organização Não Governamental (ONG) que auxilia pessoas interessadas em receber a substância por meio de decisões judiciais.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação