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DESTAQUES
• Secretaria de Saúde confirma morte de mulher por H1N1, em Morrinhos
• Investigação de fraudes escancara crise das UTIs
• Vereador quer colocar câmeras em ambulâncias do Samu em Goiânia
• Editorial – Pela ética nos negócios
• Cartas dos Leitores – Samu
• Credeq de Aparecida de Goiânia recebe primeiros pacientes
• Hospital Municipal está com 70% das obras concluídas
TV ANHANGUERA/GOIÁS
Secretaria de Saúde confirma morte de mulher por H1N1, em Morrinhos
http://g1.globo.com/goias/jatv-2edicao/videos/t/edicoes/v/secretaria-de-saude-confirma-morte-de-mulher-por-h1n1-em-morrinhos/5126460/
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O POPULAR
Investigação de fraudes escancara crise das UTIs
Terceirização de serviço de terapia intensiva em hospitais abre espaço para assédios, propostas de vantagem indevida e briga na Justiça
Sob comando único – CTI do Hospital Santa Genoveva. Para diretor técnico, única instituição deve gerir todos os setores de um hospital
Galtiery Rodrigues
O avanço das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) terceirizadas em Goiânia e região foi positivo, em primeiro momento, quando se iniciou há 13 anos, mas trouxe, em seguida, uma série de questões polêmicas, como as investigadas pela Operação S.O.S. Samu do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO). O caráter mercantil, a livre concorrência e a necessidade de compensação financeira do investimento feito pelos empresários abriram espaço para um cenário caracterizado, segundo médicos e diretores técnicos de hospitais, por assédios, propostas e pagamentos de vantagem indevida, burla de regras e, hoje, brigas na Justiça entre gestores e donos de empresas contratadas para desterceirizar o serviço.
Quando surgiram, as empresas de UTI terceirizadas foram uma solução interessante para os hospitais, que, além da crise financeira, temiam a descapitalização brusca para investir em CTIs próprios e cumprir recomendação do Ministério da Saúde.
“Foi um dos piores negócios que aconteceram para os hospitais privados do País, porque não se tem um compromisso claro. O tratamento tem de ser uma cadeia, com uma única instituição gerindo todos os envolvidos, do pronto-socorro à UTI. É péssimo ter mais de um gestor dentro de um hospital”, afirma o diretor técnico do Hospital Santa Genoveva, Francisco Ludovico de Almeida Filho.
Os fatos evidenciados pela investigação do MP não surpreenderam médicos e diretores de hospitais. Desde 1989 à frente da UTI do Hospital Santa Rosa, o médico Sérgio Safatle conta que, há alguns anos, vem notando o encaminhamento irregular de pacientes. “Mesmo quando a ambulância pega o paciente em casa e este paciente está acostumado a se internar no Santa Rosa, ele não é trazido para cá”, aponta. Para o médico, o problema não se resume ao Samu. “Vai além disso”, diz.
Relatos de assédio e propina
O diretor técnico de um hospital tradicional de Goiânia que tem UTI própria – ele pediu para não ser identificado – contou ao POPULAR que a sistematização do que se convém chamar de concorrência desleal chegou ao ponto de empresários do ramo de terceirizadas irem até o pronto-socorro assediar os funcionários, sugerindo propina. O objetivo era convencê-los para que não encaminhassem os pacientes em situação grave para um leito de UTI do hospital onde trabalhavam, mas que mentissem dizendo que o Centro de Terapia Intensiva (CTI) estava lotado. Com isso, o paciente era direcionado para outro local. A situação obrigou a direção do hospital a aprimorar as medidas de controle interno.
O mesmo diretor relatou ainda já ter recebido propostas de socorristas e condutores de ambulâncias em troca de encaminhamento de pacientes. Presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou pondera que não são todas as terceirizadas que apelam dessa forma , mas pontua o fato de que elas têm uma autonomia muito grande. A reportagem tentou contato com representantes de UTIs terceirizadas, mas eles preferiram não se pronunciar.
Hospitais passam por processo de desvinculação
O Hospital Evangélico Goiano (HEG), em Anápolis, e o Hospital de Acidentados – Clínica Santa Isabel, em Goiânia, são dois exemplos que passam por processo de tentativa de desterceirização das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). O caso deste último foi parar na Justiça e a empresa conseguiu, por meio de acordo, uma prorrogação de três anos. Por incompatibilidade de gestão, a direção do hospital entrou com pedido de cancelamento antes do vencimento do contrato, o que motivou a judicialização.
“Houve o nosso desinteresse, porque não existia mais uma boa relação comercial, mas não tínhamos nada previsto em contrato para justificar o cancelamento”, conta o diretor do Santa Isabel, o médico Válney Luiz da Rocha. Ele é mais um que reforça o coro em desfavor do processo de terceirização. Para o médico, atividades fins, como UTIs e cirurgias, não devem jamais ser responsabilidade de outros. “Têm de estar sob a gestão do hospital. Não vejo com bons olhos a manutenção de duas empresas dentro de uma”, diz.
No HEG, a situação é um pouco diferente. A direção do hospital já comunicou a empresa terceirizada que não se interessa pela renovação do contrato, que deve vencer em 2017. O curioso é que o hospital possui UTI própria e mesmo assim fechou contrato com outro responsável. “Não sei explicar o porquê. É um contrato que herdamos da gestão passada. Eles podem querer manter, mas vamos trabalhar para que isso não aconteça”, diz o superintendente administrativo do HEG, Joseval dos Reis Brito. O tempo de contrato é de 10 anos. A terceirizada é a Illuminata UTI Ltda., de propriedade do médico Rafael Haddad, um dos presos na Operação S.O.S. Samu. A empresa do médico foi alvo de mandado de busca e apreensão.
Assim como os demais investigados, Haddad foi liberado da prisão no sábado à noite. A reportagem o procurou, por meio do advogado, que tentou mediar a entrevista, dizendo que ele retornaria a ligação, o que não aconteceu.
Fiscalização diz que estrutura de UTIs em Goiânia é boa
A Vigilância Sanitária é quem se encarrega pela fiscalização e controle de hospitais e clínicas com Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Em Goiânia, segundo o gerente de Fiscalização e Projetos, Dagoberto Costa, existem 53 unidades com esse perfil. No geral, elas não apresentam nenhum problema específico, apenas questões pontuais que motivaram, até então, intervenções por infecção hospitalar. “Não me lembro agora de nenhuma interdição. No geral, as estruturas são boas”, diz. A Vigilância se baseia em normas do Ministério da Saúde e da Anvisa. Um problema enfrentado pelas UTIs da capital, de acordo com o gerente, é a obrigatoriedade relacionada ao quadro de funcionários e especialidades destes. “Existem algumas profissões que ainda não têm o número suficiente de profissionais no mercado”, diz.
Haikal Helou: “Já sentimos um aumento de 30%”
Presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade de Goiás (Ahpaceg) diz que, após operação, já deu para sentir a diferença em seu hospital, com aumento de pacientes em até 30%
O que você pensa sobre a terceirização de UTIs?
Hoje, dentro da boa prática médica, isso é algo que não se considera. A boa medicina é ter boa estrutura, e o hospital é um todo. Não estou dizendo que todo CTI terceirizado tem conduta semelhante, mas essas empresas acabam tendo muita autonomia e, querendo ou não, dividem a gestão de um hospital, já que executam um serviço de extrema importância. O processo de terceirização parecia uma boa ideia, mas quem colocou, sofreu para retirar. É algo que estamos combatendo pouco a pouco. Muitos casos vão parar na Justiça e demoram anos para se resolver. As empresas alegam sempre que não podem ficar sem o contrato, sob risco de falência. É sempre a mesma história.
Os fatos levantados pela operação S.O.S. Samu te surpreenderam?
Isso acontece em várias cidades, mas existe uma frequência que só se encontra aqui em Goiânia, e isso nunca foi segredo. Tanto que tivemos, desta vez, presos que já foram investigados em operações anteriores. Não sei o que estava acontecendo, até então, mas, no meu hospital (Santa Mônica), já sentimos um aumento de 30% na procura de pacientes, nos últimos dias. Isso, sim, vem me surpreendendo e aos funcionários também. Havia um desvio e ele parou.
É atrativo investir em UTIs, financeiramente falando?
A atração não é de todo financeira. Não sei explicar exatamente. Para você montar um CTI, hoje, completo, com equipamentos de última geração, cada leito pode valer até R$ 220 mil, com custo de manutenção anual que gira em torno de 20% desse valor total. É caro.
O que explica, então, essa quantidade de investidores?
Na verdade, existem os “vampiros” originais e tem também os independentes. É algo que precisa ser olhado muito de perto, mas, formalmente, são as mesmas pessoas fazendo essa balbúrdia.
Você acredita que agora acaba?
Eu estaria sendo otimista se imaginasse que esse núcleo só existe no Samu. Acho difícil um sistema tão doente como esse não ter afetado outros núcleos. Goiânia se tornou um lugar inseguro. Você entra numa ambulância e não sabe para onde vai. Fica a questão agora: isso é usual ou corriqueiro? Teve uma semana, no meu hospital, que quatro pacientes não conseguiram chegar. Eles foram encaminhados para outros locais. Há algo de muito estranho no ar.
O que regulamenta essas empresas?
Existem normas do Ministério da Saúde e da Anvisa, mas, no que se refere ao mercado e à concorrência, vai muito da boa índole do indivíduo.
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Vereador quer colocar câmeras em ambulâncias do Samu em Goiânia
Durante sessão na Câmara dos Vereadores de Goiânia, nesta terça-feira (28), o vereador Welington Peixoto (PMDB) apresentou um requerimento ao prefeito Paulo Garcia (PT), em que pede a instalação de rastreadores, GPS e câmeras de segurança no interior das ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e de distritos sanitários que prestam serviço a Goiânia.
A proposta é feita após escândalo de uso de propina entre funcionários do Samu e Unidades de Tratamento Intensivo (UTI), que foi lembrado pelo vereador. "Maior transparência no uso de ambulâncias, com monitoramento de seu deslocamento e, também, maior segurança para os usuários de seus serviços, bem como de seus motoristas e paramédicos", justificou o político em seu requerimento.
A reportagem não conseguiu contato com o Welington Peixoto até às 20h40 desta terça.
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Editorial – Pela ética nos negócios
Reportagem nas páginas 12 e 13 desta edição, dissecando o cenário que desencadeou a operação S.O.S Samu do Ministério Público, revela a importância da ética para um ambiente de negócios frutífero. Surgida como uma forma de equipar os hospitais sem descapitalizá-los, o que se mostrava uma estratégia inteligente, a terceirização das Unidades de Terapia Intensiva em Goiânia e região metropolitana redundou, 13 anos depois, num modelo moralmente viciado.
Não se trata aqui de generalizar, mas o resultado deste processo acelerado terminou, segundo médicos e diretores técnicos de hospitais ouvidos pelo POPULAR, em assédios, propostas e pagamento de propinas, numa relação promíscua incompatível com a nobreza da atividade. Tanto que há brigas judiciais para que as parcerias sejam desfeitas.
O encaminhamento irregular de pacientes, antes de uma fraude nos negócios, é também um atentado ao bem mais importante, que é a vida. Neste aspecto, louve-se o papel do Ministério Público. Só uma investigação rigorosa, com a posterior definição de regras claras e fiscalização, vai devolver o ambiente de confiança que deve caracterizar a relação entre pacientes e prestadores de serviços médicos.
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Cartas dos Leitores – Samu
Parabenizo o brilhante artigo do ilustre colega Dr. Aleandro Pinheiro de Sousa, do Samu de Aparecida de Goiânia, publicado ontem neste jornal com o título “Orgulho de ser médico do Samu”. Um dia antes de ter minha liberdade privada por cinco dias, sem que eu tivesse a mínima ideia do motivo pelo qual estava sendo detido, havia publicado nas redes sociais sobre o orgulho que tinha de ser Diretor Geral do Samu Goiânia. Se alguém errou tem de pagar pelo que fez, mas a acusação tem de ser provada. Vou provar minha inocência. É questão de honra e justiça. Denegrir a imagem de uma das instituições mais respeitadas de nosso país, o Samu, é um prejuízo para toda a sociedade. Estou de pé e de cabeça erguida e ainda tenho orgulho de ser Samuzeiro. E digo com toda a convicção que a população pode e deve continuar confiando no Samu e que todos os Samuzeiros continuem tendo orgulho de vestir o macacão azul com o mesmo objetivo: salvar vidas.
Carlos Henrique Duarte – Ex-diretor geral do Samu
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A REDAÇÃO
Credeq de Aparecida de Goiânia recebe primeiros pacientes
Goiânia – O Centro de Referência e Excelência em Dependência Química (Credeq) Jamil Issy (Credeq de Aparecida de Goiânia) recebeu os primeiros pacientes nesta segunda-feira (27/06). Os dois pacientes homens, com idades de 29 e 51 anos, são residentes de Goiânia, das regiões Norte e Sudoeste da capital, foram avaliados pela equipe médica e agora estão sendo acompanhados pela equipe multiprofissional.
Sobre a regulação dos pacientes à unidade, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informa que o Credeq apresenta uma proposta inovadora no país, estruturada com o propósito de possibilitar o tratamento especializado das pessoas que sofrem os efeitos devastadores da dependência ao álcool e outras drogas, em especial o crack.
Justamente por ser um projeto inovador e único, o Credeq passa por contínua avaliação, na qual estão incluídos os critérios de regulação para inclusão e exclusão de pacientes. Em reunião realizada com equipes das áreas de regulação e saúde mental, a SES-GO definiu como critérios de inclusão o encaminhamento de crianças, adolescentes e adultos com diagnóstico atual de uso nocivo e dependência ao crack, álcool e outras drogas. Na primeira etapa, a prioridade será para pacientes homens adultos, vindo na sequência demais perfis.
São elencados como critérios de inclusão o encaminhamento por equipes da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) de todo o Estado preferencialmente (e Unidades Básicas de Saúde onde não existem Caps), o comprometimento biopsicossocial do paciente e a avaliação feita por uma equipe multiprofissional do Credeq. A SES-GO optou por retirar dos critérios de inclusão a exigência de que o paciente permaneça em tratamento nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) por pelo menos 6 meses.
São definidos como critérios para exclusão dos pacientes a existência de comorbidade com doenças clínicas que exijam cuidados intensivos ou atenção especializada, entre as quais, por exemplo, pneumonia e diabetes descompensada; comorbidades com transtornos psiquiátricos graves não-compensados (como, por exemplo, esquizofrenia em vigência de um surto psicótico), retardo mental grave ou transtornos neuropsiquiátricos de etiologia orgânica não compensada (como, por exemplo, demências).
A SES-GO reitera que tem atuado com a determinação de prestar atendimento qualificado aos dependentes químicos, em função da gravidade do problema. O Credeq de Aparecida de Goiânia é uma unidade pioneira no País em seu perfil de atendimento.
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DIÁRIO DE APARECIDA
Hospital Municipal está com 70% das obras concluídas
Com 70% das obras executadas, o Hospital Municipal de Aparecida já interfere na paisagem do Setor Cidade Vera Cruz I. O estágio atual consiste em preparar a obra para receber os equipamentos, orçados em R$ 50 milhões. Para angariar o recurso, o prefeito Maguito Vilela (PMDB) viajou ontem a Brasília.
Ele e a secretária Vânia Cristina (Saúde) atenderam convocação do ministro da Saúde, Ricardo Barros. Paralelamente, um grupo de autoridades, incluindo vereadores do município, empreendeu visita técnica ao hospital para checar o andamento das obras, que devem ser entregues até novembro deste ano.
Chefe do grupo e também pré-candidato a prefeito, o vereador Gustavo Mendanha (PMDB) inspecionou cada detalhe do empreendimento, que chama a atenção sobretudo pela área construída, 17,5 mil metros quadrados.
Estrutura física
Planejado para atender pacientes de média e alta complexidade (sem urgência e emergência, já que o paciente passará, primeiro, pelos Cais e UPA’s, dentro do sistema de regulação), o hospital terá 220 leitos, sendo 30 de UTI, ao custo estimado de R$ 63 milhões, apenas para a estrutura física.
Engenheiro fiscal da obra, Aurélio Valente, da Secretaria de Saúde de Aparecida, destaca que foi iniciada a colocação de louças e metais, bem como esquadrias para portas e janelas. E que 100% da instalação de gases medicinais, ar-condicionado e instalações elétricas já foram terminadas.
A previsão para concluir a etapa, antes de instalar os equipamentos, é para o início de novembro deste ano. “Depois disso, inicia-se a colocação dos equipamentos, que ainda estão no estágio de compra”, diz Valente. O hospital terá blocos e pavimentos de especialidades interligados. (Moacir Cunha)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação