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DESTAQUES
Clínicas continuam com repasses atrasados
Mais de 1,3 milhão deixam planos de saúde em 2016
Modelo de remuneração com base no valor
O HOJE
Clínicas continuam com repasses atrasados
O não pagamento da verba já se estende desde o final do ano passado
BRUNA POLICENA
Em reunião nesta manhã de segunda-feira (23), o prefeito Iris Resende encontrou com Comissão de Clínicas de Hemodiálise para discutir a questão dos atrasos no pagamento das clínicas credenciadas, que atendem pacientes com doenças renais. O não pagamento da verba já se estende desde o final do ano passado e pacientes estão sendo penalizados pela falta do tratamento.
A assessoria do prefeito ainda não divulgou nenhuma nota sobre o que foi tratado na reunião e sobre possíveis soluções para a crise. As clínicas não estão aceitando novos pacientes e em alguns casos interrompendo o tratamento dos que dependem do serviço para viver.
Desde setembro que usuários do sistema protestam contra a dificuldade de conseguir a hemodiálise, e as clínicas reivindicando providências.
Usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) conseguem o tratamento em clínicas particulares credenciadas, e a prefeitura faz o repasse do valor do serviço. No entanto, as clínicas afirmam que o custo atual de cada sessão de hemodiálise é de R$ 250, e lhe são repassados apenas R$ 179, com um prejuízo mensal de cerca de R$ 50 mil.
No entanto, o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Aldair Novato, também esteve em reunião com o atual prefeito Iris Resende na última sexta-feira (20), em que atualizaram assuntos da real situação da saúde na capital, e a crise na nefrologia foi pauta da discussão.
De acordo com o presidente, o Conselho esteve a par da crise há dois meses, em que a Sociedade Goiana de Nefrologia apresentou as dificuldades em manter o tratamento dos pacientes sem a verba que precisa ser passada pela prefeitura. Aldair explica que o tratamento tem custos consideráveis e a tabela de valores ainda é a mesma de vinte anos atrás, sem reajustes.
O presidente da Sociedade contou para Aldair que a crise se arrasta há um bom tempo, mas que no inicio o dinheiro pago pelos pacientes que não necessitam do SUS ajudava a manter o tratamento dos que dependem desse recurso. No entanto, o valor repassado pela prefeitura não acompanhou a inflação e hoje sem a verba não há condição alguma de manter os tratamentos.
Na reunião com o conselho, Iris afirmou receber uma prefeitura com problemas orçamentários imensos, mas Aldair tem esperanças de que nesse novo mandato a crise não se estenda, já que o prefeito entendeu que esse assunto é prioridade, em que são mais de 1,5 mil doentes renais só em Goiânia e destes, quase 90% dependem do SUS para fazer o tratamento.
O Hoje também entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, e até o fechamento da edição, não obteve respostas.
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Mais de 1,3 milhão deixam planos de saúde em 2016
O mercado brasileiro de planos de saúde médico-hospitalares registrou perda de 1,37 milhão de beneficiários em 2016, equivalendo a uma queda de 2,8% em comparação ao mesmo período do ano anterior, constata a Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), produzida pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).
A região Sudeste puxou a queda do total de beneficiários de planos médico-hospitalares em 2016. Nos 12 meses encerrados em dezembro, 1,37 milhão de vínculos foram rompidos (retração de 2,8%) no Brasil, sendo que 1,1 milhão destes, o que equivale a 79,9%, se concentram no Sudeste.
Apenas no Estado de São Paulo, 630,3 mil beneficiários deixaram de contar com o plano de saúde médico-hospitalar.
O número é maior do que a soma de vínculos rompidos em todas as outras regiões do Brasil e equivale a 46,1% do total de vínculos rompidos no País.
O superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro, explica que a variação se deve, em grande parte, ao cenário econômico negativo e à queda do nível de emprego do País. "Segundo dados do Caged, o saldo de empregos de 2016 ficou negativo em 1,32 milhão de postos de trabalho formal. Como os planos coletivos empresariais (aqueles fornecidos pelas empresas aos seus colaboradores) ainda representam a maior parte dos planos médico-hospitalares no País, é natural que o número de vínculos apresente retração junto com o saldo de empregos formais", aponta.
Carneiro destaca que o ano poderia ter encerrado com uma redução ainda maior no total de beneficiários.
"Como o plano de saúde é o terceiro maior desejo do brasileiro, atrás apenas da casa própria e da educação, os beneficiários de planos de saúde, mesmo desempregados, optam por cortar outros gastos antes de romper o vínculo com a operadora." A região Sul do País encerrou 2016 com 95,85 mil beneficiários de planos médicohospitalares a menos do que começou o ano. A queda, de 1,4%, foi puxada pelo Paraná, que perdeu 41,3 mil vínculos (-1,5%) no período analisado.
No Centro-Oeste, 42,6 mil beneficiários deixaram seus planos, sendo 16 mil em Mato Grosso e 13,5 mil em Brasília.
No Nordeste, foram 103,9 mil vínculos rompidos, 39,6 mil apenas na Bahia.
A NAB consolida, a partir de distintas bases de dados da ANS, os mais recentes números de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares e exclusivamente odontológicos, divididos por estados, regiões, tipo de contratação e modalidade de operadoras.
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SAÚDE BUSINESS
Modelo de remuneração com base no valor
Em nosso país, grande parte do sistema privado de saúde remunera prestadores de serviços através do modelo Fee for Service (FFS), que é compreendido pela quantidade de procedimentos realizados, e não pela qualidade. Nesse caso, a atenção está voltada na doença e não na prevenção de suas causas, pois o que predomina é a forma de remunerar, na redução expressa de custos e não no resultado final do serviço oferecido.
O FFS favorece a produção, permite o estímulo para profissionais que realizam procedimentos complexos e superespecializados, além do pagamento ser realizado por caso ou episódio. Entretanto, esse modelo traz algumas desvantagens como indução da demanda, realização de procedimentos em alguns casos desnecessários e implica em um sistema de faturamento por procedimento.
O cuidado baseado em valor se manifesta como uma alternativa para lidar com a duplicação de serviços, ineficiência clínica, e claro o aumento dos custos de cuidados na saúde.
O pagamento baseado em valores (VBP) é um método que visa a promoção da qualidade e o valor dos serviços de saúde. A finalidade do programa é alterar o pagamento baseado em volume, ou seja, pelos pagamentos de taxa por serviço para pagamentos que correspondem aos resultados.
O que atrasa ou impede a adoção do modelo de remuneração baseado em valor?
Players se mostram receosos em assumir riscos diante de uma mudança de modelo, pois o modelo FFS ainda se apresenta bastante rentável;
Esse modelo demanda padronização de processos e insumos para uma segura formulação de preços;
A necessidade de mais investimentos na integração de dados, para que todos os players possam acompanhar toda a trajetória do paciente;
A avaliação da performance e dos resultados ainda precisa ter maiores recursos para garantir qualidade e uma remuneração adequada.
O modelo baseado em valor requer mudanças nas culturas assistencial e empresarial de todos os envolvidos na cadeia para que possa evoluir e tenha em sua base um sistema melhor, com melhores cuidados e custos reduzidos para todos.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação