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DESTAQUES
Pacientes morrem à espera de vagas de UTI na rede pública de Goiás
Pacientes passam a noite em frente a hospital para pegar 'chequinho' em Goiânia
Aposentada internada em Cais luta por vaga de UTI há 6 dias, em Goiânia
Série especial mostra como é a escolha das pessoas que ocupam as vagas de UTI em Goiás
Pacientes morrem à espera de leitos de UTI na rede pública de Goiás
Hospital
Residência médica no Materno Infantil
Conselheira “tira” mas presidente do TCM mantém Sebastião Peixoto no comando do Imas
Artigo – A bolha da saúde brasileira está prestes a explodir
BOM DIA BRASIL
Pacientes morrem à espera de vagas de UTI na rede pública de Goiás
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/pacientes-morrem-a-espera-de-vagas-de-uti-na-rede-publica-de-goias/5687590/
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TV ANHANGUERA / GOIÁS
Pacientes passam a noite em frente a hospital para pegar 'chequinho' em Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/pacientes-passam-a-noite-em-frente-a-hospital-para-pegar-chequinho-em-goiania/5689998/
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Aposentada internada em Cais luta por vaga de UTI há 6 dias, em Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/aposentada-internada-em-cais-luta-por-vaga-de-uti-ha-6-dias-em-goiania/5689048/
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Série especial mostra como é a escolha das pessoas que ocupam as vagas de UTI em Goiás
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/serie-especial-mostra-como-e-a-escolha-das-pessoas-que-ocupam-as-vagas-de-uti-em-goias/5680249/
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PORTAL G1/GOIÁS
Pacientes morrem à espera de leitos de UTI na rede pública de Goiás
Dos 246 municípios, só 13 contam com atendimento de terapia intensiva.
Governo estadual diz que tem planos para expandir o atendimento.
Pessoas que precisam de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) enfrentam uma verdadeira batalha pela vida na rede pública de saúde de Goiás. Isso porque dos 246 municípios goianos, só 13 têm esse tipo de atendimento. Assim, muitos pacientes em estado grave morrem antes mesmo de conseguir a transferência.
Foi o caso da dona de casa Janaína Pereira Brito, de 27 anos, que morava em Porangatu, no norte do estado. A mãe dela, Piedade Brito, conta que a filha tinha suspeita de H1N1 e morreu enquanto esperava por um leito de UTI. “Foram dois dias e meio praticamente ela esperou”, lembra.
A mãe conta que tentava a transferência da filha para Uruaçu, que fica a 120 km de onde mora, mas não conseguiu. O hospital da cidade conta com 40 leitos que deveriam estar funcionando desde 2014, mas nunca recebeu um paciente.
O mesmo drama ocorre em Quirinópolis, no leste do estado. O hospital municipal tem 10 leitos de UTI prontos, mas faltam médicos e equipamentos.
Se estivesse funcionando, pessoas como o aposentado Aristides Cerqueira teriam a chance de não se tornarem vítimas fatais. Ele morreu dois dias depois de entrar em uma lista de espera por uma vaga.
“O próprio médico me falou que ele teria chance, mas demorou demais”, contou o filho de Aristides, o locutor comercial Paulo César Miclos.
Entorno do DF
Situação complicada também para os moradores do Entorno Sul do Distrito Federal, composto por cidades como Valparaíso de Goiás, Luziânia, Santo Antônio do Descoberto, Novo Gama, Cristalina e Cidade Ocidental. São quase 1,1 milhão de habitantes, mas não há nenhum leito de UTI disponível.
Com isso, os pacientes precisam recorrer aos hospitais do Distrito Federal, mas nem sempre conseguem. Foi o que aconteceu com Osmar Martins Coelho, que teve um derrame e foi internado no Hospital do Gama. Ele esperou 20 dias pela vaga, mas morreu antes da transferência.
“Eles [médicos] falaram que ele precisava de uma UTI e a gente correu muito, mas não conseguiu, aí ele acabou falecendo”, lamentou a filha de Osmar, a dona de casa Dayana Pereira Martins.
Já a cidade de Águas Lindas de Goiás, que também fica no Entorno de Brasília, deveria ter recebido 40 leitos para tratamento intensivo em 2010. No entanto, eles nunca saíram do papel. O motivo foi uma série de problemas, entre desvio de verbas, erros no projeto e o Tribunal de Contas da União acabou embargando a obra. Os trabalhos foram retomados há dois anos, mas seguem em andamento.
“É muito sofrimento aqui. Você escolhe uma cidade para morar achando que terá uma cobertura pela prefeitura, pelo governo, mas não tem, né”, lamentou o mestre de obras Israel Gomes de Jesus.
A região do Entorno de Brasília tem ligação com a Central de Regulação de Vagas de Goiânia, mas isso não é suficiente. “Essa pactuação não atende a nossa demanda. Hoje temos pacientes que ficam cinco, seis, sete dias esperando por uma UTI”, afirma o secretário de Saúde de Luziânia, Whaterson Roriz.
Quem ainda está na luta por uma vaga, conta que a angústia e sofrimento tomam conta da situação. Neta de José Mariano Carneiro, de 82 anos, Lorena diz que o avô está em uma fila de espera com 54 pacientes. Ele já enfrentou 3 horas de viagem de Itapirapuã, no noroeste do estado, até Goiânia, mas ainda não conseguiu a terapia intensiva.
“Meu avô não tem condição de esperar, porque essa vaga só vai sair depois que meu avô sair daqui dentro de um caixão”, reclamou Lorena.
Respostas
A reportagem entrou em contato com as prefeituras das cidades onde foram relatados os problemas. Em Porangatu e Itapirapuã, as administrações informaram que dependem da Central de Regulação de Vagas de Goiânia.
Já a Secretaria de Saúde de Quirinópolis afirmou que vai buscar parcerias com os governos estadual e federal para colocar os 10 leitos de UTI em funcionamento.
As prefeituras de Uruaçu e Águas Lindas de Goiás destacaram que os hospitais que estão em obras só devem funcionar a partir do ano que vem.
A Secretaria Estadual de Saúde de Goiás informou que deve criar mais 126 leitos de UTI até o fim deste ano. Além disso, ressaltou que ainda estuda a construção de um hospital de emergência e urgência em Valparaíso de Goiás.
Veja as respostas completas sobre os problemas com UTIs em Goiás:
1- O Ministério da Saúde informou que não define um número recomendado de UTIs. E que cabe ao estado e ao município criarem ou contratar vagas suficientes para população na rede pública. Em Goiás, segundo o MS, dos 1.631 leitos cadastrados no estado, 55% são particulares. 728 leitos (45%) são do SUS ou pactuados para pacientes do SUS.
A Secretaria de Saúde do estado entende que não faltam leitos de UTI em Goiás. De acordo com a Secretaria, o problema é que 80 leitos (10% dos 728) cadastrados para a rede pública não estariam disponíveis aos pacientes do SUS por causa do baixo valor pago pela diária. A Secretaria de Saúde informou ainda que está fazendo uma auditoria nesses leitos para resolver o problema e que até o fim do ano deve criar mais 126 leitos de UTI em Goiás.
Quanto a serem só 13 municípios goianos a terem UTI, a Secretaria de Saúde do estado alega que já complementa a diária paga pelo SUS que é de R$ 430, até o teto de R$ 1.100, ou seja, repassa R$ 670, o que dá um montante de R$ 23 milhões por ano destinados às vagas de UTI. E para fazer com que o interior seja beneficiado com mais vagas, a Secretaria de Saúde está estimulando e coordenando a formação de consórcios intermunicipais. Nesses consórcios, os municípios, juntos, irão aplicar recursos próprios ou captados para oferecer serviços de UTI a população da região, sem que o paciente tenha que se deslocar atrás de vaga.
Em relação ao fato de a grande população do entorno conseguir atendimento muito mais fora do estado, a Secretaria Estadual de Saúde disse que não repassa nenhum valor ao GDF pelos pacientes goianos e que "o atendimento por Goiás e pelo DF é recíproco e se resume numa relação de boa vizinhança". O governo de Goiás informou também que estuda a construção de um hospital de urgências em Valparaíso para atender à população do entorno Sul. O projeto está na fase da aquisição do terreno.
Seu José Mariano, de Itapirapuã, não conseguiu transferência para UTI ainda. Está internado até hoje e o estado de saúde dele é gravíssimo. A prefeitura do município informou que disponibiliza ambulância para transportar pacientes, mas que depende da Central de Regulação de Goiânia direcionar os pacientes para as vagas do sistema.
A Secretaria de Saúde de Porangatu prestou assistência à paciente Janaína Pereira no Hospital Municipal, mas depende da Central de Regulação de Goiânia pra conseguir a vaga de UTI.
De acordo com a Secretaria Municipal de Uruaçu, o hospital não ficou pronto em 2014 por falta de recursos. No momento, o impasse seria a compra de um terreno no valor de R$ 1,3 milhão, onde ficará a caldeira e o estacionamento do hospital. Mas de acordo com a Secretaria de Saúde, estado e município concordaram em dividir os custos e a obra está em fase de acabamento com previsão de ser inaugurada no início do ano que vem.
A direçao do Hospital Municipal de Quirinópolis informou que já está fazendo estudo técnico para equipar a UTI conforme as normas de vigilância e saúde. Mas disse também que para colocar os 10 leitos de UTI em funcionamento vai precisar de meio milhão de reais por mês e para isso pretende firmar parcerias com governo federal e estadual.
Entre os municípios do entorno Sul, existe o consenso das secretarias de Saúde de que o governo de Goiás possa vir a pactuar atendimento de saúde direto com o governo do Distrito Federal por causa da proximidade e para facilitar o atendimento à população. Os municípios do entorno também alegam que não têm recursos pra manter sozinhos uma estrutura de alta complexidade com equipamentos, médicos intensivistas e profissionais multidisciplinares, como é exigido para uma UTI de hospital, se não houver aumento de recursos por parte dos governos federal e estadual.
Resposta da Secretaria de Saúde do DF:
A Secretaria de Saúde do DF informou que não existe parceria entre os governos do Distrito Federal e Goiás. E informou ainda que segue determinação do Ministério da Saúde de atender todos os pacientes que procuram a rede do DF, independente da cidade de origem.
A Secretaria de Saúde de Águas Lindas disse que 70% das obras do Hospital Regional estão concluídas. Os operários estão na fase de acabamento e a previsão é que a unidade fique pronta em dezembro deste ano e comece a funcionar em março de 2018.
A Secretaria de Saúde de Goiânia informou que os 462 leitos de UTI da capital seriam suficientes, se metade dessas vagas não fossem sempre ocupadas por pacientes do interior. A Secretaria Municipal também informou que já abriu concorrência para contratar prestadores de serviço em UTI para a capital.
A Associaçao dos Hospitais Privados de Alta Complexidade esclareceu que um leito de UTI montado custa R$ 200 mil. Cada diária sairia ao custo de R$ 1.200, enquanto que o SUS só repassa R$ 470 e por conta disso, instituições fecharam leitos de UTI ou pararam de oferecer essas vagas ao SUS no estado de Goiás.
Notas na íntegra:
Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde esclarece que não existe lei ou portaria que defina quantos leitos cada esfera de gestão deve disponibilizar para a população. A portaria que normatiza essa estratégia é a de número 1.631, de 1º de outubro de 2015, aprovando critérios e parâmetros para o planejamento e programação de ações e serviços no âmbito do SUS.
De acordo com a portaria, esses parâmetros são estabelecidos pelo gestor local, conforme a necessidade e demanda de cada região, considerando, entre outras coisas, perfil epidemiológico de morbimortalidade de cada localidade para definir a programação mais adequada para cada localidade. O Ministério da Saúde informa que no estado de Goiás existem atualmente 1.631 leitos de UTI, sendo que 728 deles são do SUS.
Hospital de Uruaçu
A construção começou em 2013 deveria ter ficado pronta em um ano e dois meses. Mas ainda faltam 40% para concluir a obra. Com uma área de 23 mil metros quadrados, o hospital vai custar ao governo estadual quase R$ 50 milhões. Depois de pronta a unidade vai oferecer serviços na área de urgência e emergência e obstetrícia.
O hospital deve atender 48 municípios das regiões Norte, Serra da Mesa e Vale do São Patrício. A unidade terá 180 leitos de enfermaria, sendo 22 de observação e 40 de UTI, divididos em adulto, neonatal e pediátrica. O hospital também vai contar com ambulatórios, centros cirúrgicos e exames de diagnósticos.
Secretaria de Saúde do DF:
A Secretaria de Saúde informa que a rede possui 400 leitos de unidade de terapia intensiva. A distribuição desses leitos e status de ocupação está disponibilizada no site da pasta e tem atualização de dados diária.
A pasta esclarece que não existe parceria entre o governo de Brasília e o governo de Goiás para atendimento de pacientes na rede pública. A Secretaria segue o preconizado pelo Sistema Único de Saúde, que é universal. Ou seja, o paciente que buscar atendimento em qualquer unidade de saúde deve ser atendido, independentemente de seu estado de origem.
Com relação ao acesso de pacientes aos leitos de UTI, a Secretaria de Saúde informa que o pedido é feito pelo médico assistente, após avaliação do quadro clínico do paciente.
O estado de Goiás saiu de 458 leitos de UTI do SUS, em 2010, para 732 leitos em 2017. Desse total, 290 leitos estão nos hospitais da rede própria da SES-GO. Os demais são da rede conveniada e filantrópica, todos eles regulados pelas secretarias municipais de saúde ou pelo complexo regulador estadual.
Sobre leitos de UTIi/Sus esclarecemos que você pode ter acesso a essas informações disponíveis no CNES do Ministério da Saúde. Segue link abaixo para consulta: http://www.conectasus.go.gov.br/mapa-da-saude/
O total de leitos de UTI disponível atende ao mínimo recomendado pelo Ministério da Saúde. Segundo o próprio Ministério, Goiás possui 6.610.681 habitantes e 4% dos leitos gerais do SUS (14.973) devem ser de UTI. O quantitativo disponível hoje (732 leitos de UTI) corresponde a 4,88% dos leitos totais/SUS, o que supera o mínimo recomendado.
O valor da manutenção de uma UTI é variável, dependendo das condições clínicas do paciente, do número de dias de internação e do tipo de leito ocupado.
O Estado complementa em até R$ 1.100,00 a diária de um leito de UTI da rede privada contratada ao SUS. O valor da diária de um leito habilitado e qualificado pelo Ministério da Saúde é de R$ 800,00 e recebe um complemento da SES de até R$300,00. Já o valor da diária de um leito habilitado não qualificado pelo Ministério da Saúde é de R$ 478,72 e recebe um complemento da SES de até R$ 621,28.
Portanto, a SES complementa um valor médio de R$ 23 milhões por ano para diárias de leitos de UTI, repassados diretamente para as Secretarias Municipais de Saúde, que são responsáveis pelo repasse aos prestadores de serviço.
Não existem leitos prontos sem funcionamento. O que existe é um planejamento pela SES-GO de expansão de novos leitos. Todos os leitos prontos, da rede própria da SES, estão em funcionamento.
Projeto de expansão de novos leitos de UTI:
Mais 15 leitos de UTI, dos quais 5 em Goianésia e 10 em Quirinópolis.
Três hospitais estão com obras adiantadas, nos municípios de Uruaçu, Santo Antônio do Descoberto e Águas Lindas de Goiás, com previsão de abertura de outras 100 vagas de UTI.
No HUGOL, em uma segunda etapa de funcionamento, há previsão de abertura de mais 40 leitos que serão abertos, seguindo planejamento da SES. Existe, atualmente, a estrutura predial pronta e todos os serviços de apoio, tais como banco de sangue e laboratório instalados.
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O POPULAR
Hospital – Do vereador Elias Vaz (PSB), que esteve na Maternidade Dona Íris: “Tem faltado material básico e até papel higiênico. Está muito perto de fechar”.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Residência médica no Materno Infantil
O Hospital Materno Infantil (HMI) realizou no auditório do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), a cerimônia de formatura da 26ª turma de Residência Médica da unidade. A Secretaria da Saúde foi representada pelo médico Belchor Calaça Junior. No total. 18 médicas se formaram nas especialidades de Ginecologia e Obstetrícia e Pediatria e subespecialidades de Endoscopia e Ultrassonografia em Ginecologia e Obstetrícia; Terapia
Intensiva Pediátrica; e Neonatologia O preceptor da turma de Pediatria. Rosseny Marinho, foi um dos homenageados durante o evento, nomeando a turma. O coordenador da Comissão de Residência Médica (Coreme) do HMI. Marco Aurélio Albernaz elogiou o departamento.
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JORNAL OPÇÃO
Conselheira “tira” mas presidente do TCM mantém Sebastião Peixoto no comando do Imas
Mas o pai do deputado Bruno Peixoto ainda pode perder a presidência do Imas
Acatando representação do Ministério Público de Contas, a conselheira Maria Tereza Garrido, do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), decidiu pelo afastamento de Sebastião Peixoto (chefe do Imas) e Fernando Machado (que acabou indo para uma diretoria do Ministério da Saúde) de seus cargos na Prefeitura de Goiânia. Os dois têm contas rejeitadas da gestão do ex-prefeito Paulo Garcia.
Mas o presidente do TCM, Joaquim de Castro, suspendeu a decisão monocrática de Maria Tereza e decidiu pelo retorno de Sebastião Peixoto e Fernando Machado aos cargos. Agora, um conselheiro apresentará um relatório e o plenário vai avaliar o “destino” de Sebastião Peixoto.
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O HOJE
Artigo – A bolha da saúde brasileira está prestes a explodir
Por Sandra Franco*
A crise econômica e o crescente índice de desemprego da população brasileira refletiram diretamente no setor da saúde. Recente estudo revelou que mais de 1,3 milhão de brasileiros deixaram os planos de saúde em 2016. Apesar deste número ter sido 2,8% menor na comparação com o ano anterior, quando 1,37 milhão de pessoas deixaram os planos, a redução de beneficiários acende um alerta para as operadoras.
Foto cedida
De acordo com o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), a Região Sudeste está à frente na queda do total de beneficiários em 2016. Foram 1,1 milhão dos que abandonaram os planos, ou seja, 79,9% do total. Apenas no estado de São Paulo, 630,3 mil beneficiários deixaram de contar com o plano de saúde. A Região Sul encerrou 2016 com 95,85 mil beneficiários a menos. A queda, de 1,4%, foi maior no Paraná, que perdeu 41,3 mil vínculos (1,5%) no período analisado. No Centro-Oeste, 42,6 mil beneficiários deixaram seus planos, sendo 16 mil em Mato Grosso e 13,5 mil em Brasília. No Nordeste, foram 103,9 mil vínculos rompidos, 39,6 mil apenas na Bahia.
Sem dúvida, a queda de empregos formais – hoje já são mais de 12 milhões de desempregados no Brasil – é a principal responsável por esta debandada de beneficiários das carteiras das operadoras de saúde. Esse fenômeno acontece porque grande parte dos contratos entre usuários e operadoras é realizado através de planos coletivos empresariais, que são os planos oferecidos pelas empresas aos seus empregados.
Mesmo sem uma saúde pública de qualidade, o brasileiro tem como prioridade a comida na mesa, a moradia e os estudos. Ou seja, o plano de saúde acaba se tornando um gasto a ser cortado para a maioria das famílias. O mais temerário é que 2017 não deve ser o ano da retomada de empregos, pelo contrário, as empresas estão enxugando seus quadros para se recuperar da crise. Assim, a projeção é de que aumente essa debandada de beneficiários das operadoras.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que estava, até então, observando essa queda e a falência de diversas empresas do setor, anunciou a criação de um grupo técnico para estudar um modelo de plano de saúde que seja mais acessível à população. Entretanto, há poucas informações deste novo produto e nem uma previsão de quando uma proposta formal sobre este novo modelo será apresentada. Ou seja, estamos andando de lado.
Vale lembrar que em 2015 o setor levou um duro golpe com a falência da Unimed Paulistana, a qual, sem condições para cumprir seus contratos, obrigou a ANS a entregar a carteira de 744 mil clientes a outras operadoras. Muitos casos estão no Judiciário por falta de cobertura e atendimento, inflando-se ainda mais os números da judicialização da saúde no país.
O segmento dos planos de saúde enfrenta problemas crônicos que são colocados "debaixo do tapete" pelo Ministério e pelo Governo Federal. A inflação da saúde é acima da inflação geral pela incorporação de novas e caras tecnologias, mas a questão mais grave continua a ser a má gestão dos recursos públicos. Além disso, esses números indicam para a urgência de um novo modelo assistencial, que priorize a saúde e não a doença – tal mote deve servir para o sistema público e para o privado.
Ao SUS cabe agora administrar o aumento de demanda. São mais dependentes a buscar a assistência universal, a lotar leitos de hospital, a entrar em filas de espera para exames e consultas com especialistas. Essa realidade poderá ser mudada somente com outras medidas que visem à redução de doentes – sobre as quais não se tem notícia. Fato é que o aumento de epidemias já tem cumprido o papel de inchar o atendimento público, juntem-se a esses pacientes àqueles que migraram do sistema privado. A bolha da saúde está prestes a explodir.
*Sandra Franco
Consultora jurídica especializada em Direito Médico e da Saúde, presidente da Comissão de Direito da Saúde e Responsabilidade Médico-Hospitalar da OAB de São José dos Campos (SP), presidente da Academia Brasileira de Direito Médico e da Saúde, membro do Comitê de Ética da UNESP para pesquisa em seres humanos e Doutoranda em Saúde Pública – drasandra@sfranconsultoria.com.br
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação