Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 01/08/17

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Hospital cria próteses personalizadas com 'tatuagens' em Goiânia
Pacientes enfrentam filas para conseguir chequinho para exames, em Goiânia
Idosa sofre com falta de remédio de alto custo na rede pública de Goiânia
Presidente do Cremego fala sobre pesquisa que aponta deficiências no atendimento a vítimas de AVC
Pesquisa: 76% dos hospitais não têm condições de atender pacientes com AVC
Mesmo que fosse biomédica, ré não poderia ter feito aplicações no bumbum de cliente, diz conselho


TV ANHANGUERA/GOIÁS
Hospital cria próteses personalizadas com 'tatuagens' em Goiânia

http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/hospital-cria-proteses-personalizadas-com-tatuagens-em-goiania/6046601/

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Pacientes enfrentam filas para conseguir chequinho para exames, em Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/pacientes-enfrentam-filas-para-conseguir-chequinho-para-exames-em-goiania/6047679/

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Idosa sofre com falta de remédio de alto custo na rede pública de Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/idosa-sofre-com-falta-de-remedio-de-alto-custo-na-rede-publica-de-goiania/6046906/

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CREMEGO

Presidente do Cremego fala sobre pesquisa que aponta deficiências no atendimento a vítimas de AVC

Em entrevistas ao jornal O Popular e à PUC TV na manhã desta terça-feira, presidente do Cremego, Leonardo Mariano Reis, falou sobre a pesquisa divulgada ontem pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre a precariedade do atendimento a pacientes vítimas de acidente vascular cerebral (AVC) em hospitais públicos de todo o Brasil. De acordo com a pesquisa, que entrevistou neurologistas e neurocirurgiões que atendem na rede pública, 76% dos hospitais públicos brasileiros apresentam infraestrutura pouco adequada ou inadequada ao tratamento de AVC, que é uma das principais causas de mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis no País.
Segundo a pesquisa, em média, cerca de 50% das internações por AVC resultam em óbitos em todo o País. Em Goiás, apenas em 2014, dos 4.416 pacientes internados, 2.375 morreram. Para Leonardo Mariano Reis, o resultado da pesquisa é mais um reflexo da precariedade da saúde pública no Brasil, que poderia ser sanada com mais investimentos no setor e melhor remuneração da rede conveniada.
“Muitas vidas poderiam ser salvas se tivéssemos a medicação e equipamentos adequados para o atendimento aos pacientes e as condições necessárias para a realização de cirurgias, quando indicadas”, disse, ressaltando que o poder público precisa investir na saúde, pois não se faz medicina de qualidade sem investimentos.
Quando se trata de AVC, cada minuto é fundamental para a sobrevivência do paciente. Em recente palestra ministrada em Goiânia, o presidente da Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares e coordenador da Rede Nacional de Pesquisa em AVC, médico Octávio Pontes Neto, disse que "no tratamento do AVC, tempo é cérebro, pois cada segundo perdido representa a morte de mais neurônios".
O AVC pode atingir homens e mulheres de qualquer idade, inclusive crianças, e aproximadamente 50% dos pacientes que sobrevivem ficam dependentes de outras pessoas no dia a dia. Octávio Pontes Neto observou que o diagnóstico precoce – feito em menos de 1 hora após o aparecimento dos sintomas – e o tratamento adequado do AVC isquêmico são fundamentais para prevenir as mortes e complicações.
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UOL

Pesquisa: 76% dos hospitais não têm condições de atender pacientes com AVC

Apenas 3% dos serviços avaliados pelos médicos têm estrutura classificada como muito adequada e 21% como adequada, de acordo com estudo divulgado hoje (31).
Agência Brasil – Uma pesquisa do Conselho Federal de Medicina (CFM) com médicos neurologistas e neurocirurgiões de todo o Brasil indica que 76% dos hospitais públicos onde eles trabalham não apresentam condições adequadas para atender casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Apenas 3% dos serviços avaliados pelos médicos têm estrutura classificada como muito adequada e 21% como adequada, de acordo com estudo divulgado hoje (31).
O CFM ouviu 501 médicos que trabalham em serviços de urgência e emergência de unidades de saúde pública de todo o país. Eles responderam a um questionário sobre a situação do atendimento a pacientes com AVC, considerando critérios como o acesso exames de imagem em até 15 minutos, disponibilidade de leitos e medicamentos específicos, triagem dos pacientes identificados com AVC de forma imediata, capacidade numérica e técnica da equipe médica especializada e qualidade das instalações disponíveis, entre outros pontos baseados em parâmetros internacionais e nacionais de atendimento ao AVC.
A percepção da maior parte dos médicos entrevistados aponta que as unidades públicas de saúde nem sempre estão preparadas para receber de forma adequada um paciente com sintomas do AVC, apesar de ser uma doença grave que está entre as principais causas de morte em todo o mundo.
"Nós fomos atrás dessa percepção em virtude do Acidente Vascular Cerebral ser a segunda principal causa de morte no Brasil, um dado epidemiológico. E é a principal causa de incapacidade no mundo e no Brasil, gerando inúmeras internações", disse Hideraldo Cabeça, neurologista responsável pela pesquisa e coordenador da Câmara Técnica de Neurologia e Neurocirurgia do CFM.
Infraestrutura de atendimento é inadequada
Segundo a pesquisa, a infraestrutura de atendimento a casols de AVC é inadequada em 37% dos serviços e pouco adequada em 39%, totalizando 76% de serviços que não se enquadram totalmente nos protocolos de atenção ao AVC estabelecidos pelo Ministério da Saúde.
Entre os itens essenciais que não estão disponíveis em mais da metade das unidades de saúde figura a tomografia em até 15 minutos e o acesso ao medicamento trombolítico, usado para dissolver o sangue coagulado nas veias do cérebro.
"Você não ter o uso do trombolítico em 100% dos serviços é um problema sério. Se o mesmo indivíduo chegar em locais diferentes, em um ponto ele vai ter atendimento próximo daquele que é recomendado e em outro local não. E se tem o trombolítico, tem local para fazer? Ele vai fazer na maca ou de forma respeitosa em um leito apropriado?", questionou o neurologista.
A pesquisa aponta ainda que em 66,4% das unidades não havia apoio adequado do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). E em 87,9% dos hospitais não havia número suficiente de leitos para a demanda de AVC.
"Nosso objetivo é atender rápido e trazer menos prejuízos. Quanto menor o tempo de atendimento, maior a chance de menor sequela. Se você atende em um curto tempo, você aumenta a chance de benefício e recuperação desse indivíduo e seu retorno à sociedade" afirmou Hideraldo.
A rapidez no atendimento fez a diferença para a recuperação do treinador de futebol Ricardo Gomes. O então técnico do Vasco da Gama sofreu um AVC hemorrágico em 2011 na beira do campo, em um jogo contra o Flamengo. Ele foi prontamente atendido.
Seis anos após o acidente, Gomes ainda faz reabilitação para amenizar as sequelas, mas retomou sua rotina de trabalho. O caso do técnico é lembrado em campanhas de conscientização promovidas pela Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares e outras associações médicas.
Mortes e sequelas
Conhecido popularmente como derrame ou trombose, o AVC ocupa o segundo lugar no ranking de enfermidades que mais causam óbitos no Brasil, atrás apenas das doenças cardiovasculares. Segundo o Ministério da Saúde, em 2014, último ano em que há dados disponíveis, morreram no país mais de 99 mil pessoas.
Os estados da região Norte são os que apresentam a maior incidência da mortalidade por AVC no país. Só no Amapá, de 2008 a 2014 houve aumento de 89,7% no número de mortes por AVC.
No ano passado, quase 177 mil pessoas foram internadas para tratamento de AVC no Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o país. Quase 30 mil pacientes tiveram alta da internação por óbito. Se a tendência registrada até 2014 permanecer, a mortalidade poderá atingir novamente este ano o equivalente a mais da metade dos pacientes que passaram pelo SUS.
O AVC também é a primeira causa de incapacidade funcional no país e no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde(OMS). O paciente atingido pelo AVC pode ficar com sequelas como dificuldade para se locomover, falar, sofrer paralisia em um dos lados do corpo e perda de algumas funções neurológicas, entre outras.
Existem dois tipos de AVC, o hemorrágico, em que ocorre rompimento de artérias e sangramento no cérebro e o isquêmico, tipo mais frequente que representa 80% dos casos e é caracterizado pelo entupimento das artérias por um coágulo.
De acordo com os especialistas, a diferenciação imediata pelo médico entre um tipo e outro de AVC é determinante no sucesso do tratamento e na reversão de possíveis sequelas. A identificação na maioria das vezes é possível por meio do exame de tomografia ou pela ressonância magnética, dependendo do caso.
Capacitação
A disponibilidade de recursos humanos também foi considerada como inadequada (28%) ou pouco adequada (44%) em 72% dos hospitais onde atuam os especialistas que foram alvo da pesquisa. Os médicos entrevistados relataram que, em 69,6% dos serviços, não há equipes médicas em quantidade suficiente para atender os pacientes e que, em quase 50% dos serviços, não há oferta de treinamento para a equipe médica e multidisciplinar.
"É fundamental que neurologistas sejam capacitados para atender AVC. Existem no Brasil de 6 a 8 programas de especialização do neurologista em AVC, mas isso ainda é pouco diante do desafio que a doença requer. Outro ponto é a carência de recursos para pesquisa científica em AVC. A gente precisa testar os remédios que estão disponíveis no país, que são diferentes muitas vezes dos remédios usados lá fora. E precisa de pesquisas mais voltadas para a realidade nacional", explica Octávio Marques Pontes Neto, presidente da Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares (SBDCV).
Entre os poucos serviços que foram avaliados na pesquisa do CFM como muito adequados no país, está o do Hospital das Clínicas (HC), da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto (SP). A capacitação dos profissionais e o tratamento do AVC como prioridade estão entre os motivos para a região atendida pelo hospital ter índices mais baixos de morte pela doença.
"A Organização Mundial da Saúde recomenda que – da porta do hospital até o início do tratamento trombolítico – o atendimento seja feito em no máximo 60 minutos. A gente conseguiu aqui no HC baixar esse tempo médio pra 29 minutos. É um hospital público, com todas as dificuldades, tem leito no corredor, mas a gente estruturou o atendimento, organizou e treinou todo mundo", explicou Marques, que também é professor e chefe do Departamento de Neurologia Vascular do HC.
A cidade ainda conta com uma rede de atenção à urgência e regulação médica estruturada desde 2000, o que garante a rapidez do atendimento. "O paciente de AVC não pode ir de carro para o hospital, ele tem que ser orientado a ligar para o 192, porque o Samu já sabe qual o hospital naquela região que atende AVC e pode pré notificar o hospital", explica Marques.
O hospital supera também os índices de oferta do medicamento trombolítico. Enquanto no Brasil estima-se que de 1,5% a 2% dos pacientes com AVC recebem o medicamento, na regional atendida pelo HC de Ribeirão Preto, em torno de 6 a 8% dos pacientes têm acesso ao tratamento.
Linha de cuidado
Em 2012, o Ministério da Saúde instituiu a Linha do Cuidado do AVC para a Rede de Atenção às Urgências e Emergências. Por meio da portaria 665, foi criado um manual de rotinas com orientações e critérios de atendimento ao AVC.
Desde o lançamento da linha de cuidado, o Ministério da Saúde credenciou 51 unidades no país como habilitadas para atender casos de AVC. Contudo, o presidente da SBDC alerta que seriam necessários pelo menos 200 unidades credenciadas em todo o território brasileiro por conta da dimensão do país.
"A estimativa da Organização Mundial de Combate ao AVC (World Stroke Organization) é de que, para cada 100 mil habitantes, precisaria de pelo menos 5 mil leitos. A unidade AVC é a principal intervenção na redução de mortalidade e incapacidade por AVC", explicou o médico.
Prevenção
O Conselho Federal de Medicina vai compartilhar os resultados da pesquisa com os conselhos regionais, que encaminharão o documento às secretarias de saúde estaduais e municipais. O objetivo é alertar os gestores locais para que melhorem a estrutura de atendimento a fim de reduzir o número epidêmico de óbitos e pessoas incapacitadas.
"AVC tem tratamento, mas é uma emergência médica, o tratamento é extremamente efetivo, mas se for dado nas primeiras horas. Depois de 24 horas não tem mais o que fazer, na verdade é tratar a sequela e evitar complicação", afirma Marques.
Além de recomendar a melhora na gestão do serviço de emergência e a ampliação das unidades credenciadas, com a incorporação de novas tecnologias, os especialistas ressaltam que a conduta dos pacientes também tem impacto na prevenção dos casos de AVC.
Os médicos alertam que é necessário fazer controle periódico de fatores de risco como a hipertensão, o diabetes, o tabagismo, obesidade, colesterol alto e o sedentarismo. Segundo os neurologistas, entre 80 e 90% dos casos de internação e até de morte por AVC podem ser evitados se houver melhoria na estrutura do atendimento e se o paciente adotar hábitos saudáveis. Eles lembram ainda que, apesar de ser mais recorrente entre os idosos, a doença pode atingir pessoas em qualquer idade, até recém-nascido.
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PORTAL G1/GOIÁS

Mesmo que fosse biomédica, ré não poderia ter feito aplicações no bumbum de cliente, diz conselho
Declaração do presidente da entidade foi dada durante audiência do processo sobre a morte de Maria José Brandão, em Goiânia. Ela morreu há três anos após passar por procedimento estético.


O presidente do Conselho Regional de Biomedicina, Roni Castilho, reforçou durante audiência nesta terça-feira (1º) que Raquel Policiena, mesmo se fosse biomédica, não teria autorização para fazer aplicações de substâncias para aumentar o bumbum da ajudante de leilão Maria José Brandão, de 39 anos, em Goiânia. A mulher morreu há quase três anos, após passar por duas sessões com a acusada, que responde pelo homicídio.
"Para exercer a biomedicina estética é preciso fazer especialização, uma pós-graduação de, no mínimo 360 horas. Ainda que fosse biomédica especializada em estética, esse é um procedimento médico, não pode fazer esse procedimento. O biomédico estético só pode fazer certos tipos de aplicação na região do rosto, apenas", disse o presidente.
Além de Castilho, outras testemunhas prestaram depoimento nesta terça-feira (1º) na audiência de instrução do processo que apura a morte de Maria José Brandão. A audiência começou por volta das 9h e terminou duas horas depois, na 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri, no Fórum Criminal Fenelon Teodoro Reis, em Goiânia.
Além de homicídio com dolo eventual, Raquel Policena Rosa, apontada como falsa biomédica, e o ex-namorado, Fábio Justiniano Ribeiro, respondem por exercício ilegal da medicina e venda de produto falsificado.
A primeira pessoa a ser ouvida foi uma ex-secretária de uma clínica onde Raquel supostamente alugava um consultório, no Setor Marista. Cerca de meia hora depois começou o depoimento do cirurgião plástico Danilo Estevão Paranhos. Ele atendeu uma paciente que fez o mesmo procedimento que Maria José tinha feito.
A paciente o procurou depois que viu na mídia sobre o caso do hidrogel. Segundo o médico, ela teve secreções após aplicar o suposto hidrogel no bumbum. O líquido, de acordo com o médico, era oleoso, o que chamou atenção dele, já que o hidrogel não é oleoso.
Após uma hora, a médica Elisângela Ferreira passou a ser ouvida. Ela atendeu Maria José no Centro de Assistência Integral à Saúde (Cais) do Setor Vila Nova, horas depois da aplicação no bumbum. Conforme o relado da testemunha, a vítima chegou reclamando de dor e de falta de ar. Por isso, já suspeitaram de tromboembolismo pulmonar.
"Ela entrou no consultório falando que tinha passado por um procedimento estético, disse 'aplicou produto nos meus gluteos, eu tô sentindo muita dor e falta de ar'. Eu já pedi a internação, e já foram medicando ela para dor. Depois eu perguntei que tipo de produto era e ela disse que era hidrogel", disse a mulher durante a audiência.
O advogado de defesa do casal, Ricardo Naves, afirma que não houve a intenção de Raquel em matar a cliente, e questinou o fato da denúncia do Ministério Publico considerar "dolo ou dolo eventual". O promotor que participou da audiência não se pronunciou. Ele substituiu o titular do caso, Agnaldo Bezerra Tocantins.
"Vejo uma contradição denúncia, que diz que ela não tinha noções mínimas do procedimento. Ora, se ela não tinha noção do procedimento, ela não tinha noção das consequências. É preciso que nós tenhamos cuidado com essa vulgarização de dolo eventual, há uma sutileza para a culpa consciente e dolo eventual", disse.
O juiz Jesseir Alcântara disse que agora, vai aguardar o MP decidir sobre o depoimento de 10 testemunhas que estão pendentes.
"Tínhamos 16 testemunhas, ouvimos 4, distribuímos 2 cartas precatórias para fora do estado. Temos 10 pendências de testemunhas. O MP tem três dias para dar o parecer. O casal é ouvido só ao final. Depois do interrogatório, o MP e a defesa apresentam as alegações finais e eu decido se eles vão a júri popular. Nós estamos no início da colheita de provas, é um processo tem que ser visto como um todo", explicou.
Morte
Maria José morreu em 25 de outubro de 2014, menos de um dia depois de fazer a segunda aplicação no bumbum de um produto, ainda não identificado, em uma clínica estética da capital. Após se sentir mal, ela foi internada no Hospital Jardim América, mas não resistiu e morreu.
Em áudios conseguidos, na época, com exclusividade pela TV Anhanguera, Maria José relatou a Raquel que sentia dor no peito e falta de ar logo após fazer a segunda sessão. A ajudante de leilão estava ofegante e fraca, mas a responsável pela aplicação descartou riscos e orientou a vítima a comer "uma coisinha salgada".
Momentos depois, Maria José encaminhou uma mensagem escrita dizendo: "Tenho medo de AVC [Acidente Vascular Cerebral]. Minha mãe morreu cedo disso".
Nesse momento, Raquel deu uma risada e descartou a possibilidade de paciente sofrer do problema. "AVC não dá falta de ar não. AVC é no cérebro, não dá falta de ar. Pode ficar tranquila. Você fuma? Alguma coisa assim? Você costuma praticar atividade física? Pode ficar tranquila que tem a ver com a tensão, não tem nada", disse.
Na época, Raquel Policena foi presa, mas liberada 10 dias depois. Além dela, o ex-namorado, que segundo a denúncia, a auxiliou nas aplicações para aumento de bumbum, também foi indiciado no caso.
Para a delegada Myrian Vidal, responsável pelas investigações da Polícia Civil, o homicídio foi considerado doloso, pois o casal assumiu o risco da morte de Maria José ao não aconselhar que ela procurasse um médico rapidamente ao começar a se sentir mal.
Apesar do indiciamento do casal cerca de um mês depois do crime, o processo ficou mais de dois anos tramitando no Ministério Público de Goiás antes que fosse feita a denúncia. Isso porque houve uma discórdia dos promotores sobre a tipificação do crime, se tratava-se de homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, ou doloso.
Por fim, a ação foi analisada pelo promotor Agnaldo Bezerra Lino Tocantins, da promotoria do Júri, que ofereceu a denúncia por homicídio simples, com dolo eventual.
Causas da morte
Um laudo do Instituto Médico Legal (IML), que foi divulgado em junho de 2015, comprovou que Maria José morreu em decorrência do produto que foi aplicado no seu bumbum, o que causou uma embolia pulmonar seguida de insuficiência respiratória aguda. No entanto, os exames não conseguiram comprovar se o material usado se tratava de hidrogel.
Segundo o IML, essa embolia ocorreu após a segunda aplicação do produto, que seguiu pela corrente sanguínea e chegou aos pulmões. “Algo aconteceu que essa substância saiu da região aplicada e foi parar em outros órgãos nobres, como o pulmão, que recebeu esse corpo estranho e fez esse processo de embolia”, afirmou, na época, a médica legista Ívia Carla Nunes.
O gerente do IML, Marcellus Arantes, esclareceu, na ocasião, que, apesar de não ser possível identificar qual produto foi aplicado em Maria José, o resultado não seria diferente. “Qualquer um dos produtos que caísse na corrente sanguínea da forma que caiu e obstruísse os vasos sanguíneos pulmonares levaria a óbito da mesma forma”, explicou.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação