Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 02/03/18

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Pacientes reclamam de demora no agendamento de exames na rede pública, em Goiânia
Conselho publica regras para 'Uber da Medicina'
Conad aprova resolução que pode mudar políticas de combate às drogas
Salomão Rodrigues Filho é o novo conselheiro do Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas
Artigo – Plano de saúde acessível, a salvação do mercado… Ou dos ricos
Lean: a droga à base de codeína que tem aumentado número de mortes por overdose

TV ANHANGUERA/GOIÂNIA

Pacientes reclamam de demora no agendamento de exames na rede pública, em Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/pacientes-reclamam-de-demora-no-agendamento-de-exames-na-rede-publica-em-goiania/6544019/

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RÁDIO CBN/GOIÂNIA

Conselho publica regras para 'Uber da Medicina'

Aplicativos que conectam pacientes a serviços de atendimento médico domiciliar vão ter que seguir nova regulamentação do conselho federal de medicina.
Leonardo Mariano Reis – Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás – participou do CBN Goiânia e explicou as normas. Acompanhe!
https://www.cbngoiania.com.br/programas/cbn-goiania/cbn-goi%C3%A2nia-1.213644/conselho-publica-regras-para-uber-da-medicina-1.1471109

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ISTOÉ

Conad aprova resolução que pode mudar políticas de combate às drogas

Vinculado ao Ministério da Justiça e composto por representantes da sociedade civil e do governo federal, o Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas (Conad) aprovou hoje (1º) resolução que, embora não tenha força de lei, pode resultar em mudanças práticas na política nacional sobre drogas, principalmente no que diz respeito à atuação das chamadas comunidades terapêuticas. A resolução foi aprovada por 16 dos 28 conselheiros.
Segundo o autor da proposta, ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, a resolução é também uma sinalização da nova orientação do governo federal sobre o tema. "A política que o governo vai adotar a partir desta resolução é diferente. A lei em vigor tem se revelado fraca no sentido de conter a epidemia de uso de drogas, mesmo que proibindo-as. Esta resolução amplia a forma de agir nas políticas públicas em relação às drogas [.]. É uma manifestação não só do conselho, mas do governo, já que os votos do governo [no Conad] foram unanimemente contrários a uma política de liberação das drogas", disse Terra.
O ministro disse que o atual modelo de acolhimento, tratamento e reinserção social que orienta o atendimento a dependentes químicos em unidades públicas de saúde é "extremamente proibicionista e restritivo" em relação ao trabalho das comunidades terapêuticas e grupos de mútua ajuda que, segundo ele, "são os que conseguem algum resultado" efetivo no tratamento da dependência química.
"Milhares de pessoas em todo o país são capacitadas a cuidar de dependentes químicos por um manual que proíbe falar em abstinência, mas a redução de danos, sozinha, tem um resultado pífio, não só para a vida do dependente químico, como para a de toda a sua família. A partir de agora, todo o material que for produzido pelo governo e toda capacitação de profissionais vai ser diferente, colocando questões que não vinha sendo colocadas, como a promoção da abstinência", acrescentou o ministro.
Classificando o uso de substâncias psicoativas ilícitas como uma epidemia, Terra revelou que espera que o Congresso Nacional aprove, em breve, o Projeto de Lei Complementar (PLC) 37, em análise no Senado. "A violência está se propagando e a própria política do governo federal de enfrentamento a essa violência exige que se faça alguma coisa na política sobre drogas. Espero que o Congresso Nacional aprove, em pouco tempo, uma nova política sobre drogas, aumentando o rigor no enfrentamento", disse o ministro.
Para Osmar Terra, o PLC 37 inclui "avanços" na atual legislação. "É o caso da possibilidade de internação involuntária, que já existe na chamada Lei Antimanicomial para surtos psicóticos. Uma pessoa que está na Cracolândia fumando uma pedra de crack sem parar não tem a mínima capacidade de avaliar sua própria situação. A internação será feita a pedido do médico, acompanhado pelo Ministério Público, e apenas para desintoxicação", explicou.
Pela resolução aprovada nesta quinta-feira, o realinhamento da política nacional sobre drogas deve levar em conta os projetos de alteração das leis que tramitam no Congresso Nacional, as recentes decisões do Poder Judiciário e a necessidade de contínuo aprimoramento das ações públicas de prevenção, acolhimento, formação, pesquisa, cuidado e reinserção social no campo das políticas sobre drogas. A norma também estabelece que qualquer mudança considere a formalização da rede nacional de mobilização comunitária e apoio aos familiares, em articulação com grupos e entidades da sociedade civil organizada cuja atuação seja reconhecida. Além disso, a União deve promover o fomente à rede de suporte social, composta por essas organizações da sociedade civil.
Um dos pontos criticados por conselheiros contrários à proposta foi o que diz que o realinhamento da política nacional deve levar em conta também a "posição majoritariamente contrária da população em relação às iniciativas de legalização das drogas". Para os que discordaram, não há pesquisas oficiais ou confiáveis sobre a posição da maioria dos brasileiros. O texto, no entanto, foi mantido.
Conselheira vê retrocesso
A representante do Conselho Federal de Serviço Social, Fabíola Xavier Leal, disse que a aprovação da resolução é um retrocesso aos olhos de quem defende uma política progressista. "Significa um retrocesso de mais de 20 anos. Reforça o uso da abstinência como única possibilidade de tratamento, desconsiderando o que apregoa a reforma psiquiátrica, que é o recurso à redução de danos", afirmou Fabíola.
Para a conselheira, o objetivo é "fortalecer as comunidades terapêuticas de cunho religioso em detrimento de toda a rede de atenção psicossocial". Além disso, ressaltou Fabíola, "desse modo, inviabiliza-se qualquer debate sobre a regulação das drogas no Brasil, usando informações e dados que não se fundamentam."
Já o representante do Conselho Federal de Medicina, Antônio Geraldo da Silva, afirmou que a população brasileira ganha com a aprovação da resolução. "Teremos uma política realmente voltada para a redução do número de dependentes químicos, um indicativo para estados e municípios. Com essa proposta, poderemos trabalhar para buscar a abstinência, e não apenas a redução da quantidade de álcool ou drogas. E jamais em favor de uma legalização ou descriminalização das drogas, o que seria um retrocesso", disse o psiquiatra.
Ele enfatizou que, na prática, nos equipamentos públicos, os profissionais orientavam os dependentes químicos a diminuir o consumo, e não a tentar superar o vício. "Isso vinha sendo implantado através de cartilhas, de orientações aos profissionais, o que é um erro. A redução de danos pode ser um meio para atingirmos o que buscamos, que é a abstinência."
O representante do terceiro setor, Haroldo Jorge Praciano Pereira, que falou em defesa das Santas Casas de Misericórdia e entidades filantrópicas, também aprovou a nova resolução do Conad.
"É uma medida legal que dará segurança jurídica para as Santas Casas e entidades firmarem contratos com entes públicos a fim de ofertarmos atendimento aos dependentes químicos e a suas famílias. Já prestamos esses serviços, mas sozinhos", disse Praciano, que destacou a importância de uma legislação que permita trabalhar junto com o Estado, ao qual as filantrópicas podem dar grande apoio. Pereira disse que é favorável ao endurecimento no combate às drogas ilícitas.
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CREMEGO

Salomão Rodrigues Filho é o novo conselheiro do Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas

O médico psiquiatra, conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) e do Conselho Federal de Medicina (CFM), Salomão Rodrigues Filho, é o novo conselheiro suplente do Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas.
A nomeação foi publicada hoje (1º) no Diário Oficial da União, na Portaria nº 239, de 28 de fevereiro de 2018, assinada pelo ministro de Estado da Justiça e presidente do Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas, Torquato Jardim. Salomão representa o CFM ao lado do conselheiro titular Antonio Geraldo da Silva, também nomeado hoje.
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CARTA CAPITAL

Artigo – Plano de saúde acessível, a salvação do mercado… Ou dos ricos

Estudos mostram que os convênios baratos não vão melhorar o acesso à saúde, nem reduzir os gastos, tampouco diminuir o tempo de espera no atendimento. A proposta do governo amplia o papel do setor privado na saúde

A atual proposta do governo para melhorar o acesso aos serviços de saúde da população por meio da criação do "Plano de Saúde Acessível" retoma, mais uma vez, o debate acerca do papel privado na política pública de saúde e dos possíveis impactos à qualidade de saúde da população. Segundo a Portaria nº 1.482 do Ministério da Saúde e registrada por Ofício nº 60 da Secretaria de Atenção à Saúde , em 18 de janeiro de 2017, a medida busca criar três novas modalidade de planos de saúde, a saber:
– Plano Simplificado : cobertura para atenção primária, conforme rol da ANS, incluindo consultas nas especialidades previstas no Conselho Federal de Medicina;
– Plano Ambulatorial + hospitalar : cobertura de toda atenção primária, atenção especializada, de média e alta complexidade. O paciente passaria obrigatoriamente por uma prévia avaliação realizada por médico da família ou da atenção primária, escolhido pelo beneficiário;
– Plano em Regime Misto de Pagamento : oferece serviço por intermédio de contraprestação mensal para cobertura de serviços hospitalares, terapias de alta complexidade e medicina preventiva, bem como, quando necessário, atendimento ambulatorial (SAS, 2017, p. 2).
Por incrível que pareça, a justificativa formal do governo passa por uma ajuda irrestrita ao mercado de planos de saúde em detrimento ao direito universal à saúde. Em outras palavras, tanto o Oficio nº 60 quanto o Relatório Conjunto Descritivo do Grupo de Trabalho de Planos Acessíveis da Agência Nacional de Saúde indicam que o objetivo é salvar o mercado.
Dessa forma, ao ler os dois principais documentos balizadores do "Plano de Saúde Acessível", fica claro que o objetivo central da política é a recuperação das seguradoras privadas que estão perdendo clientes em virtude do desaquecimento da economia. Ou seja, em primeiro lugar, busca-se proteger o mercado dos resultados econômicos do golpe parlamentar que ele mesmo patrocinou, isto porque o aumento do desemprego e a consequente queda da renda tem tido forte impacto nas carteiras das seguradoras e, principalmente, nas margens de lucro.
Como se vê, a redução da massa segurada eleva as despesas per capita das operadoras e impacta na precificação do produto, o que dificulta ainda mais o acesso da população à saúde suplementar. (SAS, 2017, p. 1)
Em última instância, os documentos não oferecem qualquer evidência científica sobre a tomada de decisão, os resultados esperados ficam apenas no plano teórico sem qualquer aplicação empírica. Assim, não há evidência científica que comprove os benefícios da política para a população que mais necessita dos serviços de saúde no País.
Chama atenção a ausência de parâmetro científico na justificativa do governo. E isto não se deve ao baixo nível de informações sobre o assunto, muito ao contrário. Em termos mundiais, existe uma gama não desprezível de dados sobre o assunto, a última publicação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) denominada Tackling Wasteful Spending on Health (Enfrentamento ao Gasto Desperdiçado em Saúde) é rica em informações sobre sistemas baseados em seguro privado.
Dentre os diversos achados da publicação citada, uma em particular é elucidativa sobre a questão. No quadro geral, é comprovado que sistemas públicos ( government schemes ) mais homogêneos com baixo nível de segmentação são mais baratos e efetivos, tal como na Islândia, Suécia, Itália, Reino Unido, Austrália e Dinamarca. Ao passo que sistemas privados ( voluntary prepayment schemes ) com segmentação considerável são modelos mais caros e menos efetivos.
O caso estadunidense é o maior exemplo, o seu sistema é o mais caro do mundo e, quando comparado aos seus pares como Reino Unido, possui baixo nível de efetividade. Em termos macro, a mercantilização dos sistemas engendra altos custos com reduzido impacto na melhora da qualidade de saúde da população.
Ademais, nacionalmente, existem consistentes informações e estudos sobre o tema. A mais recente de todas é a Nota Técnica do IPEA de nº 47 – "O público e o privado no sistema de saúde: Uma apreciação do projeto de Plano de Saúde Acessível" . A publicação busca elucidar pontos não tratados de forma fidedigna na justificativa do governo.
O primeiro deles é o aspecto econômico, em que é comprovado que o coeficiente de elasticidade-preço da demanda para planos de saúde é baixo, ou seja, a redução dos preços dos planos de saúde não garante linearmente elevação da cobertura, sendo pouco provável para países com alto nível de desigualdade como o Brasil.
E o segundo é o aspecto da gestão, em que quanto mais segmentado ou dual o sistema for, menos são as horas dedicadas ao setor público, visto que o profissional médico tende a dar cada vez mais prioridade as atividades mercantis.
"Estimativas mais robustas da elasticidade não são inferiores a -0,3 e nem superiores a -0,8" (IPEA, 2018, p.12)
Portanto, as evidências científicas produzidas sugerem que na maioria dos casos a expansão privada dos planos de saúde em sistemas públicos não gera aumento da acessibilidade, redução dos gastos e tampouco melhora o tempo de espera no sistema público.
*Rafael da Silva Barbosa é economista e doutorando em Desenvolvimento Econômico pelo Instituto de Economia da Unicamp (IE/Unicamp).
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PORTAL G1

Lean: a droga à base de codeína que tem aumentado número de mortes por overdose

Mistura de anestésico contra dores, antialérgico, refrigerante e balas de goma apresenta riscos fatais, além de desencadear problemas como hepatite, gastrite, hipertensão arterial, acidentes vasculares e infecções
Você já ouviu falar de lean ? A bebida que mistura codeína , refrigerante e balas de goma tem se tornado cada vez mais popular entre jovens de diferentes países. Criada nos Estados Unidos, durante a cena do blues, em 1960, é também conhecida como purple drank , sizzurpe e syrup , e pode levar pessoas à síndrome de abstinência e até mesmo à morte.
Leia também: Conhece a hantavirose? Doença é fatal para mais de um terço dos infectados
No Brasil, o lean se tornou famoso em 2015, e vem ganhando potência por sua predominante aparição em clipes de trap norte-americanos, em que rappers aparecem com copos de isopor brancos cheios de gelo e, claro, a "bebida roxa". Em sua composição, além da codeína, que é um derivado do ópio usado como anestésico contra dores moderadas e graves e em tratamentos oncológicos, usa-se prometazina, um antialérgico que aumenta o efeito de sedação.
De acordo com um levantamento realizado pelo site americano Motherboard , o consumo de purple drank chamou a atenção do governo dos EUA depois de registros numerosos de mortes por overdose. Segundo o relatório oficial da comissão presidencial, cerca de 142 pessoas vêm a óbito por dia devido ao uso de opioides, o que se igualaria à quantidade de mortos nos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 a cada três semanas.
Apesar de ter sido desenvolvida no final dos anos 1960, em Houston, no estado americano do Texas, foi somente em 1990 que a bebida começou sua ascensão de fato, em paralelo com o crescimento da cultura hip hop e com as frequentes menções feitas pelo produtor musical DJ Screw, que morreu por overdose de codeína em 2000.
A coordenadora da Comissão de Dependência Química da Associação Brasileira de Psiquiatria, Dra. Ana Cecília Marques, explica que a ingestão do purple drank pode causar diferentes efeitos, sendo o de bem-estar e relaxamento os mais comuns. Ela alerta que, se ingerido excessivamente, as sensações podem ser contrárias, levando o indivíduo a um sono profundo e até mesmo ao coma.
A médica ainda adverte que a junção do álcool com drogas derivadas do ópio pode aumentar esses efeitos, tornando-os fatais. "Se o uso for crônico, todos os sistemas do corpo são acometidos, o que pode gerar inflamações como hepatite, gastrite, colite, neurite, hipertensão arterial, acidentes vasculares e infecções de repetição, principalmente respiratórias".
Outra questão levantada é o perigo do consumo de antibióticos, especialmente por causa das superbactérias, que enfraquecem o sistema imunológico e cessam a eficácia de tratamentos à base de medicamentos como esse. Para a nutróloga Ana Luisa Vivela, o syrup não desencadearia esse risco, sendo prejudicial ao organismo de cada pessoa de maneira particular.
Para ela, há chances de propagação de superbactérias em indivíduos que já estejam com infecções, mas que, no geral, o maior risco trazido pela "bebida roxa" está ligado a questões cardiovasculares. "Qualquer substância ingerida sem dosagem e prescrição médica pode ser nociva, principalmente para jovens e adolescentes que não sabem o que estão consumindo. A superbactéria geralmente é contraída em ambientes hospitalares, assim, para evitar este e outros problemas, o aconselhável é não ingerir codeína, que é muito perigosa por ser uma substância que se transforma em morfina", alega.
Leia também: No Brasil, mais de 15 milhões de habitantes têm algum tipo de doença rara
O consumo contínuo da mistura de glicose e compostos químicos ainda pode provocar síndrome de abstinência, como já relatada pelo rapper Lil Wayne. Em entrevista a diferentes veículos americanos, o cantor de 35 anos diz passar mal se ficar um dia sem tomar sizzurp . É como se você sentisse a morte no seu estômago quando para de usar , explica.
Em 2016, após ser hospitalizado e preso, o cantor americano Gucci Mane também veio a público alertar os jovens sobre o consumo da mistura. Em sua página do Twitter, ele disse: Me arrependo muito! Tomo lean faz dez anos e tenho que admitir que isso me destruiu. Quero ser o primeiro rapper a assumir que é viciado e dizer que isso não é brincadeira. Eu mal consigo lembrar das coisas que fiz ou falei.  Logo irei para reabilitação porque sei que preciso de ajuda".
Outros casos que terminaram de forma ainda mais trágica são os de Pimp C e Big Moe, que faleceram em 2007 por overdose de codeína. O caso mais recente é o do rapper Fredo Santana, que morreu aos 27 anos no começo de 2018 pelo mesmo motivo.
É importante mencionar que não há estimativas concretas que evidenciem a quantidade de mortes causadas pela droga preparada com o pró-fármaco descendente da semente do ópio. Entretanto, alguns casos mostrados na mídia têm contribuído para que a vigilância acerca do medicamento seja maior.
A reportagem do iG conversou com jovens na faixa etária entre 18 e 24 anos, que não quiseram ser identificados e relataram ter experimentado a droga apenas por curiosidade, sem saber de seus efeitos colaterais. Um deles conta que começou a ingerir codeína sem ao menos saber o que era , e que preferiu parar o uso depois de saber se tratar de um sintético .
Já outro relata ter "improvisado" o drink com o xarope para tosse de sua avó quando ainda era criança, pois queria imitar os rappers . Ele diz que, atualmente, a bebida lhe proporciona uma sensação de tranquilidade agradável, muito diferente da despertada pelo álcool .
Leia também: "Uber da medicina"? CFM aprova atendimento domiciliar por meio de aplicativos
"Para mim, além de saboroso, o lean traz uma vibe boa, o que não acontece com o álcool, que também consumo frequentemente. Percebo que, com bebida alcoólica, eu fico chato e estressado, já o purple drank me faz relaxar e me ajuda a dormir, o que é bem difícil no cotidiano.  Eu tenho consciência de que não é certo, mas eu tomo com moderação, sei que é perigoso", conclui.
No Brasil, a codeína é fiscalizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que a classifica como um entorpecente. Vendida apenas com receita médica especial, a Anvisa conta com a ajuda das autoridades de estados e municípios, ligadas às respectivas secretarias de saúde, para a realização do controle da substância, que, na atualidade, vem sendo burlado em diferentes regiões.
A falsificação de receitas e o tráfico da substância pelas redes sociais, por exemplo, se tornaram um agravante na supervisão realizada pelas autoridades. Em junho do ano passado, a Polícia Federal (PF) cumpriu dois mandados de busca e apreensão em uma investigação acerca do comércio ilegal de purple drank em Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina. Dois garotos foram apontados como suspeitos de produzir a droga em suas residências e vendê-la em uma rede social.
De acordo com a PF, pelo fato de a bebida ter a codeína como principal ingrediente, o caso foi considerado tráfico de entorpecentes, em que a pena pode chegar a 15 anos de prisão.
Para a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, a desinformação é um dos principais fatores que cercam a produção e o consumo do lean. O órgão expõe não existir tratamentos clínicos específicos, contudo, é importante que todos que necessitam de ajuda para problemas de dependência química busquem auxílio nas unidades regionais do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação