Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 07 A 14/01/19

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

 

DESTAQUES

Semana decisiva para Caiado: ou ele sinaliza pagar dezembro ou as greves vão começar
Silvio Fernandes assume presidência do Ipasgo
"Temos a obrigação de ajudar Caiado a superar dificuldades"
MPF quer a esclarecimentos do Ministério da Saúde sobre retirada de cartilha de saúde para homens trans
Prefeitura de Goiânia e Estado estreitam diálogo sobre regulação na saúde
Santa ajuda
Após 1 mês, medo e ameaças
Mortalidade infantil cresce junto com a desigualdade social
Autocuidado reduz custos com saúde em 68%


GOIÁS 24 HORAS

Semana decisiva para Caiado: ou ele sinaliza pagar dezembro ou as greves vão começar

Já estamos no dia 14 de janeiro e até o momento o governador Ronaldo Caiado e a supersecretária Cristiane Schmidt não sinalizaram quando pretendem pagar a folha salarial de dezembro. Categorias do funcionalismo já entraram na Justiça bloqueando dinheiro do Estado para garantir o pagamento.
Essa semana promete ser decisiva porque os servidores estão perdendo a paciência com a enrolação de Caiado. Na Polícia Militar mesmo, o sentimento é de traição. Durante a campanha, Caiado prometeu um milhão de coisas para os policiais e já começou seu mandato exigindo trabalho duro, dedicação, mas nada de pagar dezembro.
Ou Caiado avisa quando vai pagar ou já nesta semana teremos categorias entrando em greve.
Aguardemos…
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DIÁRIO DA MANHÃ

Silvio Fernandes assume presidência do Ipasgo

Silvio Antônio Fernandes Filho foi nomeado como o novo presidente do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo). Silvio é presidente do GoiâniaPreve deve assumir o comando do Ipasgo na próxima semana, quando sairá do atual cargo na Prefeitura de Goiânia.
Além de médico, Silvio é especialista em gestão pública e empresarial e também administrador hospitalar Ele é presidente municipal do Democratas(DEM)em Goiânia e primeiro suplente da sigla ao cargo de vereador pela Capital.
INVESTIGAÇÕES
Silvio Antônio Fernandes Filho teria sido alvo de investigações por parte do Tribunal de Contas da União (TCU) após ser acusado de ser funcionário fantasma no Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Goiás, entre 2013 e 2015.
Silvio esteve à disposição do HC no Departamento de Cirurgia para atuar como anestesista e auxiliar nas intervenções cirúrgicas. No entanto, apesar de constar assinaturas na folha de ponta não há assinaturas de Silvio nos prontuários médicos durante o período analisado, conforme teria sido confirmado pelo TCU.
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"Temos a obrigação de ajudar Caiado a superar dificuldades"
Ministro da Economia diz que o trabalho é o de mapear a situação fiscal do Estado e somente após o diagnóstico será possível saber se o Estado poderá aderir ao Regime de Recuperação Fiscal
O governador Ronaldo Calado (DEM), em audiência com o ministro da Economia, Paulo Guedes, tratou da visita da missão oficial do Governo Federal que desembarca em Goiás na próxima segunda-feira, 14, para levantar a realidade das contas públicas do Estado. O Ministro da Economia disponibilizou toda a equipe da área econômica, de orçamento e do tesouro para cumprir a agenda. "Nós temos a obrigação de ajudar Caiado a tirar Goiás da situação de dificuldade em que o Estado se encontra" ponderou Guedes.
Segundo Caiado, o trabalho do grupo consistirá em fazer um mapeamento e um diagnóstico da situação fiscal do Estado. "Como o ministro tem uma equipe técnica e isenta, estou pedindo para que ele levante a realidade concreta e mostre à sociedade a situação do nosso Estado" destaca o governador. Durante uma live pelo Face-book na última terça-feira, Ronaldo Caiado afirmou que o Estado de Goiás foi saqueado. Mesmo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o governo anterior deixou um rombo nas contas públicas de R$ 3,4 bilhões e apenas R$ 11 milhões no cofre do Tesouro Estadual. Dinheiro que não é suficiente para arcar com folha de pagamento de servidores públicos de dezembro, que não foi empenhada paga pagamento pela gestão anterior.
"Apresentei a realidade de Goiás paia o ministro, explicando que a cada momento mais dívidas aparecem e a situação só se agrava. Não se temo pagamento do salário dos servidores. É uma pedalada fiscal um governador deixar de empenhar a folha de pagamento É crime de responsabilidade fiscal. Está explícito" destacou o governador.
Caiado disse que o ministro tem conhecimento da situação do Estado e que sabe que o Goiás precisa de uma solução temporária com o apoio do Governo Federal e mostra com essa decisão de enviar sua equipe econômica ao Estado, de que Goiás pode contai" com ele.
Segundo o governador, não é possível pedir ajuda financeira á União por conta da péssima nota de avaliação do Estado junto a Tesouro Nacional. "O governo não pode ter linha de crédito porque está desclassificado pelo tesouro. E não posso fazer um pedido que foge das normas legais existentes. Não posso tentar repassar ao ministro todos crimes que foram praticados na gestão anterior. A ajuda que ele está oferecendo é fazer o relatório. Após o diagnóstico da situação fiscal, irá propor o tratamento para essa crise avassaladora que passa Goiás"
AUDITQRIA NA SAUDE
O governador Ronaldo Caiado (DEM) aproveitou a agenda de compromissos em Brasília para visitar o ministro da Saúde, Luiz Mandetta e apontaras principais dificuldades e demandas do Estado na área. Caiado expôs a grave situação da saúde pública em Goiás. "O Hospital Matemo-Infantil vive um colapso completo, é desesperador. As crianças e recém-nascidos não têm condições de sobreviver diante desta situação"," afirmou o democrata.
O Ministro se sensibilizou com a caótica realidade enfrentada pela equipe do governador "O Ministério da Saúdenão vai se furtar de estar ao lado do governador e principalmente da população" explicitou o Ministro da Saúde.
Outra grave situação exposta pelo governador Caiado é referente ao Hospital de Urgências de Goiânia(HUGO). "O Hugo possui medicamentos e insumos para se manter no máximo por mais 15 dias. Os fornecedores já afirmaram que não repassam mais os materiais caso não haja recursos para pagamento à vista, afinal, o Estado não os pagou. Só para as OSs, Goiás deve mais de 300 milhões", contou.
Luiz Mandetta afirmou que a primeira preocupação é manter o ponto de equilíbrio do Estado. "Nós já alertávamos o Ministério da Saúde do governo anterior sobre a situação de Goiás e hoje temos tuna equipe olhando com muita atenção o Estado para fazer as habilitações que forem necessárias para garantir recursos para a equipe do governador",' ponderou Mandetta.
Ministro declarou que colocou uma equipe de auditoria à disposição do governo de Goiás para checar a dívida do Estado relacionada a saúde e posteriormente garantir os recursos federais necessários para garantir atendimento de qualidade aos cidadãos "O Governo Federal e o Governo de Goiás vão enfrentar essa grave crise e asseguraremos um sistema de saúde mais sólido e mais confiável',' finalizou Mandetta.
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MPF quer a esclarecimentos do Ministério da Saúde sobre retirada de cartilha de saúde para homens trans
Segundo informações veiculadas pela imprensa, a ação feria como motivo a revisão e a correção do material. MPF requisitou argumentos técnicos que expliquem a necessidade da medida
A iniciativa do Ministério da Saúde em retirar do ar a cartilha "Homens Trans: vamos falar sobre prevenção de infecções sexualmente transmissíveis?" motivou a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), órgão do Ministério Público Federal (MPF), a oficiar nesta quarta-feira (9) o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber Oliveira, em busca de esclarecimentos sobre o assunto.
De acordo com informações veiculadas pela imprensa, a divulgação da cartilha teria sido suspensa – conforme alegação do próprio Ministério da Saúde – em virtude da necessidade de revisão e correção do material. Nesse sentido, o procurador Sérgio Gardenghi Suiama, coordenador do grupo de trabalho Direitos Sexuais e Reprodutivos da PFDC, solicitou os subsídios técnicos que demonstrassem a necessidade de alteração do documento.
A publicação, elaborada em conjunto com entidades que representam pessoas transexuais, foi lançada em julho de 2018 e apresentava orientações para evitar infecções por doenças sexualmente transmissíveis, bem como os direitos dessa população à assistência pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O procurador requisitou, ainda, um posicionamento quanto à procedência de afirmação atribuída ao atual ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, segundo a qual não haveria política pública de prevenção para a Aids, uma vez que se tratava de questão moral.
No oficio, foi fixado prazo de 20 dias para que o Ministério da Saúde se pronuncie.
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Mortalidade infantil cresce junto com a desigualdade social

Ministério da Saúde mostra aumento de mortes de bebês nos últimos anos devido a falhas nas políticas públicas
A mortalidade infantil no Brasil voltou a crescer. O índice foi de 13,3 mortes por mil habitantes em 2015 para 14 mortes por mil habitantes em 2016, segundo o próprio Ministério da Saúde. Não ocorria um aumento na taxa nacional desde 1990. A taxa indica o número de bebês que morreram antes de completar um ano de vida a cada mil crianças nascidas vivas num dado período de tempo. É considerado um indicador da qualidade de alguns serviços oferecidos para a população, como os serviços na área da saúde.
O crescimento não pode ser observado como um leve aumento de casas decimais.
Ele significa e evidencia que a saúde pública está falhando no que diz respeito ao acompanhamento médico durante a gestação e nos primeiros momentos da vida da criança, principalmente com as parcelas mais vulneráveis da sociedade.
O professor Paulo Rogério Gallo, do Departamento de Saúde, Ciclos de Vida e Sociedade da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, afirma que as taxas brasileiras estavam diminuindo e enfatiza que o problema das mortes de bebês antes de completarem um ano é uma consequência do crescimento de desigualdades no País, que atinge as mulheres das camadas mais afetadas. "O aumento é significativo no sentido de mostrar que há problemas nas políticas públicas e na assistência às gestações e ao parto. A gente chega num momento em que não há mais como reduzir – ou esconder – a tamanha desigualdade social que passa o País." As reduções anteriores na taxa de mortalidade infantil, segundo o professor, são justamente por adoções de medidas que acompanham a saúde materno infantil de forma efetiva e na melhora na condição de vida da sociedade como um todo.
Cuidar da mortalidade infantil em suas causas é garantir que a condição devida no Brasil esteja se tomando igualitária e ideal para todos, tanto no setor econômico e social como, principalmente, na saúde. E garantindo, assim, um melhor desenvolvimento das crianças e do País.
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O POPULAR

Prefeitura de Goiânia e Estado estreitam diálogo sobre regulação na saúde

A regulação de vagas do Sistema Único de Saúde (SUS) foi pauta de reunião entre os secretários de Saúde do Estado e de Goiânia, Ismael Alexandrino e Fátima Mrue. Os dois se encontraram para debater possíveis cooperações entre os entes. Ismael diz que a regulação foi um dos temas debatidos. "Precisa ser feita em conjunto. Não adianta o município puxar para um lado e o Estado para outro; é necessária uma visão compartilhada." Segundo ele, nesta semana, vai "estruturar essa área de forma convergente." Já Mrue afirma que a regulação é cooperativa e "precisa ter um funcionamento alinhado." "As duas secretarias têm tarefas de interface e não há divergências entre nós." A regulação foi assunto de disputa entre os entes no ano passado, quando o Estado tentou assumir a responsabilidade pela regulação.
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Após 1 mês, medo e ameaças

Mulheres que relataram experiência de abuso sexual do médium citam comentários em tom intimidador nas redes sociais e desaprovação de familiares por terem feito denúncias
Pouco mais de 30 dias após divulgação de quatro casos de mulheres que disseram ter sido violentadas por João Teixeira de Faria, de 77 anos, o João de Deus, no programa Conversa com o Bial, exibido pela Rede Globo, mais de 100 mulheres já prestaram depoimentos ao Ministério Público. A prisão do médium, realizada no último dia 16 de dezembro é considerada pelos envolvidos como fundamental para a quebra do silêncio das mulheres que relatam, inclusive, casos que aconteceram há quase 40 anos. Apesar de um mínimo de alívio em compartilhar a dor com órgãos investigativos, com amigos e com familiares, o que ficou ainda envolve medo, desejo de justiça e feridas que não se fecharam.
Simone Soares, de 40 anos, é pastora e diz que foi violentada pelo médium ainda na adolescência. Ela foi a 4ª mulher a prestar depoimento na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Goiânia e contou que os abusos aconteceram entre 1992 e 1996 e começaram quando ela tinha apenas 13 anos. Um mês após denunciar João "de Deus", ela afirma que tem sofrido retaliações pelos perfis nas redes sociais e até mesmo no WhatsApp pessoal. "Tenho recebido mensagens e comentários cada vez que posto algo nas redes sociais. Me falam para tomar cuidado em andar sozinha e eu sinto muitas vezes como ameaça. Ele está preso e a fúria de quem o segue e acredita nele parece ainda maior com as vítimas", completa.
A pastora diz que ainda existe muita opressão e para ela não existe alívio. "O João nunca imaginava que os casos poderiam vir à tona. Ele era muito firme do que fazia, tem muita influência e confiava demais em todos que estavam ao lado dele. Deus está fazendo justiça e as investigações precisam continuar porque tem muita gente envolvida nisso. Aquilo lá precisa acabar porque não é um trabalho sério", finaliza.
Autora do livro "O que Deus fez por mim", Simone já relatava o que sugeria ser abusos no livro que foi escrito há anos. Ela conta que esperou por mais de 20 anos uma oportunidade de denunciar o que sofreu. Vinda de Vitória da Conquista, na Bahia, a jovem procurava, junto com a família, a cura para o pai, que sofria com um problema na visão. Ela conta, inclusive, que ele abusou de suas irmãs. "As sessões eram três vezes na semana, pelo menos uma vez ele me chamava. Era aí que ele fazia as coisas. Ele passava a mão no meu peito, nos órgãos genitais, esfregava o órgão dele em mim. Tinha vez que ele pedia para eu deitar no sofá com ele, deitar em cima dele", completa.
Autônoma, J.S.B., uma mulher de 40 anos que registrou ocorrência contra João no município de Itaberaí, relata que foi violentada na 4ª vez em que visitou a Casa Dom Inácio de Loyola, em 2006. Quando as denúncias vieram à tona, além de ir à delegacia também fez uma postagem no Facebook e contou alguns detalhes da violência sofrida. Ela conta que o choque inicial passou e após tantas denúncias, a situação é muito pior do que ela imaginava.
"Sinto medo pela grana e pela influência que ele tem. Medo de que ele não fique preso e acabe saindo da prisão. No dia do abuso eu saí correndo da sala, peguei minha mãe e minha irmã e fomos para o carro. Chorei no estacionamento e duas mulheres da casa vieram até mim. Eu não conseguia processar o que aconteceu e contei a história para elas. Uma das mulheres apenas segurou meu ombro e abaixou a cabeça. Hoje eu acredito que ela também era uma vítima, mas não conseguiu me falar o que precisava", completa a denunciante.
Moradora de Itaberaí, a mulher afirma que sofreu retaliações dentro de casa e que a sogra e uma tia acharam absurdo ela se expor. "Uma tia chegou a me chamar de ridícula e eu fiquei tão envergonhada que apaguei a minha postagem do Facebook. Minha sogra achou um absurdo eu ir à polícia tanto tempo depois, achou frescura. O choque passou e eu estou muito resolvida com minha decisão. Sinto um alívio de ter colocado essa história para fora, de saber que ele está preso, que foi desmascarado", completa.
J.S.B. foi pela primeira vez à casa com a mãe que buscava cura para um problema no joelho. A ideia de ir ao local foi da irmã mais velha. Ela tinha colocado prótese no seio e João disse que era um nódulo e que ele iria retirar depois de algumas consultas. Ele sempre levava as três mulheres para uma sala, onde lanchavam e conversavam. Na 4ª consulta, ele disse que ia retirar o nódulo e presenteou a mãe dela com pedras de esmeralda.
J. diz que ele pegou todo o seio dela e também a tocou nas partes íntimas. "Ele me puxou para trás e eu senti a protuberância nojenta atrás de mim, se esfregando. Durou menos de 10 segundos e eu saí correndo, desesperada. Nunca denunciei porque quem ia acreditar em mim? Era o João de Deus! Contei para minhas amigas mais próximas e chorei muitas vezes no colo de familiares e amigas. Foi rápido e eu me senti violentada. Imagina as vítimas que tiveram casos mais graves que o meu. Todo mundo precisa falar", se indigna.
Ela conta que não voltou novamente à casa de atendimento e logo descobriu que o "caroço", na verdade, era uma contratura capsular por causa da prótese.
"Há um imenso poderio que circunda o réu", diz promotora de Justiça
Integrante da força-tarefa do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), Gabriela Clementino afirma que a prisão de João de Deus foi de extrema relevância para que as denúncias continuassem ocorrendo. Em Goiás, apesar do recesso do Ministério Público, a força-tarefa continuou trabalhando e, no MP de São Paulo, por exemplo, novos depoimentos foram agendados para janeiro, antes mesmo do período de pausa nas atividades. Nesta quinta-feira (10), quando o habeas corpus começou a ser julado na 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), a promotora ressaltou a importância da manutenção do cárcere para que as vítimas continuem procurando o MP.
"Existem motivos fortes e seguros para que essa prisão seja mantida. Há um imenso poderio que circunda o réu: religioso, financeiro, políticos e com autoridades diversas do País e do exterior. Temos vítimas que afirmaram temer pela própria vida e as armas que foram encontradas nas casas de João Teixeira de Faria vêm ao encontro dessa informação", finaliza Clementino.
As primeiras denúncias contra o médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, vieram à tona em 7 de dezembro, no programa Conversa com Bial, exibido pela rede Globo. O programa ouviu 10 mulheres, mas exibiu apenas quatro depoimentos, por causa do tempo. Desde então, Ministério Público e Polícia Civil montaram forças-tarefas para receber as denúncias. Nesta semana, a Polícia Civil concluiu os últimos inquéritos (total de 7) e indiciou João por violação sexual mediante fraude e porte ilegal de armas. Destes, três inquéritos serão arquivados porque prescreveram.
Nesta quinta-feira (10), o HC foi a julgamento no TJ-GO e um desembargador pediu vistas do processo para analisar melhor o caso. Ainda não há data para que a decisão seja exposta e um novo julgamento deve acontecer na próxima semana. Apesar de pouco provável, os desembargadores que já acompanharam o parecer do MP, podem modificar seus votos.
Toffoli homologa desistência
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, decidiu neste sábado (12) homologar o pedido de desistência do habeas corpus protocolado pela defesa do médium João de Deus.
Mais cedo, os advogados do médium informaram que a desistência é uma estratégia processual. Segundo o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, a defesa vai esperar o julgamento de outro habeas corpus protocolado na Justiça de Goiás, que retornou às atividades nesta semana, após o recesso de fim de ano.
João de Deus está preso desde 16 de dezembro, no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia, sob a acusação de violação sexual mediante fraude e de estupro de vulnerável, crime que teria sido praticado contra centenas de mulheres. A defesa nega as acusações.
O caso era analisado por Toffoli desde 20 de dezembro, primeiro dia do recesso no Supremo, mas não houve decisão sobre a soltura.
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Santa ajuda

Segundo especialistas, casar dieta, exercícios físicos e paciência é o segredo para conquistar o corpo dos sonhos. Na teoria, pode parecer simples, mas na prática, e quase sempre pela falta do terceiro item, muita gente acaba recorrendo à indústria farmacêutica. A santa ajuda pode vir em forma de medicamentos, que precisam cumprir as determinações da Anvisa e só saem das farmácias e drogarias com prescrição médica, ou de remédios naturais, cuja eficácia, na maioria dos casos, não têm comprovação científica. Mesmo com a dificuldade de validação dos resultados, os chamados compostos fitoterápicos são o xodó desse último grupo. Manipulados sob medida ou vendidos na forma de misturas genéricas, eles prometem, entre outras coisas, reduzir o apetite, aumentar a disposição e acelerar a perda de peso.
A empresária Karine Carrijo, 23 anos, já viveu nos dois mundos, mas se encontrou mesmo no que leva a natureza para dentro de cápsulas e sachês. Há dois anos, nas vésperas de seu casamento e na intenção de perder peso em pouco tempo para entrar no vestido de noiva, fez uso de medicamentos para emagrecer e, mesmo com acompanhamento médico, foi parar no hospital. "Levei um susto e decidi que a partir dali faria do jeito certo, no meu tempo, aliando dieta, atividades físicas e suplementos naturais. Foi aí que descobri o shot", conta, referindo-se à bebida energética que ingere em jejum e serve para acelerar o metabolismo. No copinho de Karine entram pimenta caiena, limão, gengibre, própolis e spirulina – um dos compostos emagrecedores mais famosos do momento.
Que dirá Thays Raphaella Silva, farmacêutica que manipula fórmulas fitoterápicas que ajudam na perda de peso. "Eles são os campeões de procura aqui na farmácia, seguidos por produtos de tratamento contra a queda de cabelo", pontua. No ranking dos compostos emagrecedores, além da spirulina, uma ciano-bactéria, com alta quantidade de proteínas, vitaminas, minerais e antioxidantes, aparecem o morosil, que reduz a gordura localizada, a cactínea, que é um excelente diurético, e a griffonia simplicifolia, que estimula a produção de serotonina, proporcionando bem-estar e diminuindo o apetite. Além deles, também fazem sucesso a cassiolamina, faseolamina, pholia negra e quitosana.
O empurrãozinho que faltava
Para conquistar um corpo 17 kg mais magro (passando de 73 para 56 kg), Karine Carrijo precisou redesenhar a rotina e repensar o que colocava no prato, além de procurar ajuda para sua imersão no mundo dos remédios naturais. Adepta do jejum intermitente, malha todos os dias e fez dos compostos fitoterápicos companheiros inseparáveis, tudo sob a vigilância atenta de uma nutricionista. "Além de beber 3 litros de água por dia, tomo chá o tempo todo, combinando o efeito diurético dele com um lipo shot feito de morosil (essência de laranja do Mediterrâneo), e cactínea (extrato do cacto figo-da-índia)", conta Karine que faz questão de lembrar que não há uma fórmula mágica na busca por um corpo mais bonito. "A mudança só vai acontecer quando reeducação alimentar e exercícios físicos fizeram parte da sua realidade."
Os compostos que a empresária toma são manipulados, sob medida, em farmácias similares à que Thays Raphaella trabalha. "Os fitoterápicos ganharam força com essa onda de alimentação mais saudável. Recebo aqui, por exemplo, pacientes encaminhados por nutricionistas e endocrinologistas especializados nessa área, que acabam prescrevendo só o composto natural ou, ao menos, linkando um ativo natural nas fórmulas tradicionais. O que o pessoal mais busca são ativos que acelerem o metabolismo, potencializem a queima de gordura e diminuam a ansiedade", adianta, destacando que já existem estudos relevantes, apesar de não científicos, que mostram a eficácia dos produtos. Ela destaca ainda a diferença entre as fórmulas manipuladas e prontas, visto que as primeiras são personalizadas e levam em conta, inclusive, o histórico familiar do paciente. "Quando ele chega aqui sem receita, investigamos tudo. Se tem alguma doença crônica, se está tomando algum medicamento e se tem alergia a alguma substância."
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VALOR ECONÔMICO

Autocuidado reduz custos com saúde em 68%

O uso de medicamentos isentos de prescrição (MIP ou OTC, na sigla em inglês) poderia reduzir em 68% os gastos públicos no Brasil, considerando-se atendimento na rede pública a pacientes com quatro doenças comuns, porém de grande impacto, segundo estudo realizado pela Indústria Latino-americana de Cuidado Responsável (Ilar), que reúne entidades setoriais e indústrias farmacêuticas com atuação na América Latina.
Conforme a pesquisa, 59 milhões de casos de resfriado comum, diarreia, candidíase e lombalgia são atendidos anualmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Essas quatro doenças não são graves como outros tratamentos, mas custam US$ 1 bilhão ao ano aos cofres públicos.
Conforme a Ilar, a economia seria relevante se houvesse o estímulo ao autocuidado. Enquanto no serviço público o gasto por atendimento de resfriado comum é de US$ 13,15, o uso de medicamentos isentos de prescrição pelo paciente sairia a US$ 4,26, mostra o estudo.
De acordo com o diretor-geral da Ilar, Juan Carlos Thompson, o objetivo não é estimular a autoprescrição de medicamentos, mas o autocuidado e o uso de remédios, quando necessário, que já passaram pelo crivo dos reguladores. Em sua avaliação, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceu padrões elevados de segurança e tem feito um bom trabalho no que tange às categorias de medicamentos. "O SUS é um dos maiores sistemas de saúde do mundo, mas tem desafios como a priorização de algumas condições. O estudo tenta avançar nesse sentido", diz o executivo.
Nesse sentido, na avaliação de Thompson, o estudo abre portas para discussões com o governo com vistas a otimizar os recursos do sistema público de saúde, em um país cujo consumidor já está habituado aos medicamentos isentos de prescrição. Hoje, 47% do faturamento das farmácias brasileiras vem da venda de MIPs, diz.
A proposta de apurar os benefícios que o autocuidado pode ter nos gastos públicos com saúde veio na esteira de projeto apresentado em 2016 na Organização Pan-Americana da Saúde. "Uma das iniciativas apresentadas foi o estudo", diz o diretor-geral da Ilar. No ano seguinte, as pesquisas foram conduzidas no México e, em 2018, no Brasil, Chile, Argentina e Colômbia.
Em linhas gerais, e considerando-se os cinco países, o estudo mostra que os gastos com essas quatro doenças chegam a US$ 3 bilhões. Se 50% dos casos fossem tratados com medicamentos isentos de prescrição, haveria economia de US$ 1 bilhão aos sistemas públicos.
A Ilar foi constituída em 2001, formada inicialmente pelas associações que representam a indústria de medicamentos isentos de prescrição em países da América Latina, incluindo a brasileira Abimip. Hoje, algumas multinacionais que produzem OTC fazem parte dos quadros da entidade.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação