ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
MP investiga fraudes em certificados emitidos pelos bombeiros
Goiânia sedia 1º Fórum Multidisciplinar do Envelhecimento
Sem DPVAT, Bolsonaro não sabe quem pagará documento
"O SUS está vivinho da Silva. É o sonho de consumo em muitos países"
Finalizado inquérito sobre morte de jovem estuprada em UTI de hospital em Goiânia
Central de Medicamentos Juarez Barbosa orienta médicos sobre acesso ao CEAF
O prontuário eletrônico também pode ser fonte de conhecimento clínico
DIÁRIO DA MANHÃ
MP investiga fraudes em certificados emitidos pelos bombeiros
Shoppings e centros comerciais, em várias regiões de Goiânia, tiveram seus Certificados de Conformidades (Cercons) emitidos irregularmente
Nesta terça-feira (19/11), a Operação Desconformidade, combate fraudes na certificação de segurança contra incêndio e pânico emitida pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO).
A operação é realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Goiás (MPGO), com apoio da Secretaria de Segurança Pública (SSPGO).
De acordo com o MPGO, o esquema criminoso é formado por bombeiros militares, incluindo membros do alto comando da corporação, que concede Certificados de Conformidades (Cercons) para empresas e empresários que não cumpriam as normas e protocolos de segurança, colocando vida e patrimônio da coletividade em risco.
Segundo as investigações, o grupo recebia dinheiro para interesse próprio e, além disso, valores destinados a construções e reformas nas unidades militares.
Além das fraudes outros crimes são investigados
Shoppings e centros comerciais, em várias regiões de Goiânia, tiveram seus Cercons emitidos irregularmente, tornando alguns desses locais propícios à ocorrência de tragédias semelhantes à da Boate Kiss, que matou 242 pessoas e feriu outras 680, em Santa Maria (RS), em 27 de janeiro de 2013.
Essa tragédia foi provocada pela imprudência e más condições de segurança no local, outro exemplo é o Hospital Badim, que o incêndio matou 20 pessoas e feriu 40, no Rio de Janeiro.
Outros crimes também são alvos de investigação, como a aquisição de bens utilizados para publicidade e marketing em eventos promovidos pela instituição.
Estão sendo cumpridos durante a ação, cinco mandados de prisão temporária, além de 17 mandados de busca e apreensão em empresas, residências e instalações militares, incluindo no prédio do Comando-Geral do CBMGO.
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TRIBUNA DO PLANALTO
Goiânia sedia 1º Fórum Multidisciplinar do Envelhecimento
A Academia Goiana de Medicina (AGM) organiza o 1º Fórum Multidisciplinar do Envelhecimento, voltado para a discussão dos aspectos do envelhecimento e da longevidade entre profissionais da área da saúde. O Fórum acontecerá entre os dias 28 a 30 de novembro, no auditório do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), no Setor Bueno de Goiânia.
O ortopedista Lindomar Guimarães de Oliveira (CRM-GO 1794), presidente da AGM e organizador do evento salienta o aumento da população acima dos 50 anos de idade a cada década no Brasil. Atualmente a expectativa de vida está entre 72,2 a 77,9 anos, segundo o IBGE
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FOLHA DE S.PAULO
Sem DPVAT, Bolsonaro não sabe quem pagará documento
Seguro obrigatório custeia as cédulas, que, em 2018, chegaram a 65,2 milhões
Fabrício Lobel
Após extinguir, por meio de uma medida provisória, o seguro obrigatório para veículos, o DPVAT, o governo Jair Bolsonaro ainda não sabe quem será responsável por fornecer os papéis usados para emitir o documento de mais de 65 milhões de veículos licenciados por ano no país a partir de 2020.
O problema é que a Seguradora Líder, responsável pela administração do DPVAT, era também encarregada da confecção e distribuição das cédulas verdes utilizadas anualmente pelos Detrans de todo o país para imprimir o Certificado de Registro de Licenciamento de Veículo. O papel é popularmente conhecido como "o documento do carro".
A situação se agrava se considerado que os papéis começariam a ser distribuídos na virada deste ano.
O documento é usado pelos Detrans dos estados, que imprimem informações sobre o veículo (placa, chassi, cores, modelo), o comprovante de pagamento do DPVAT, o nome do proprietário e também informações de como acionar o seguro obrigatório, em caso de acidente.
Em 2018, foram emitidos 65,2milhões de documentos deste tipo durante o processo de licenciamento dos veículos – volume que vem aumentando a cada ano. A tarifa paga por dono de veículo pelo papel é de R$ 4,15 .0 pagamento é feito nos Detrans de cada estado, durante o licenciamento. Sendo assim, só a emissão e distribuição deste papel, que é responsabilidade da Líder, custa mais de R$ 270 milhões.
O governo Bolsonaro admite que ainda está estudando quem será o novo responsável pelo serviço, uma vez que a Líder não deve mais atuar com o DPVAT. Segundo o Ministério da Economia, ainda não há uma decisão tomada. O Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), vinculado ao Ministério da Infraestrutura, também diz estar avaliando os ajustes e os procedimentos após decisão do presidente Bolsonaro.
Uma das possibilidades aventadas no setor é a de que o custo das cédulas recaia sobre os Detrans de cada estado, que, há décadas, eram os responsáveis pela emissão do papel.
O governo Bolsonaro anunciou no dia n de novembro a extinção do seguro obrigatório a partir de 2020. A mudança foi feita por medida provisória, ou seja, tem força de lei a partir de sua edição. A nova regra deve ser votada pelo Congresso Nacional, que pode modificá-la, em até 120 dias. Caso contrário, caduca – o que faria com que o DPVAT fosse mantido.
O fim do seguro obrigatório levantou dúvidas sobre o financiamento do Ministério da Saúde e do Denatran, já que 45% do valor arrecadado é revertido diretamente para o ministério, e 5%, para o departamento.
O Ministério da Economia, entretanto, considera que o montante de cerca de R$ 1 bilhão que o DPVAT deve reverterão SUS (Sistema Único de Saúde) neste ano é um valor pequeno frente ao orçamento de mais de R$ 116 bilhões da pasta. Em 2018, quando o custo do DPVAT era maior para os donos de veículos, o repasse ao ministério foi de R$ 2,1 bilhões.
O Ministério da Economia alega que o SUS não perderá recursos, pelo menos não até 2026. Até lá, a seguradora Líder deve repassar por ano cerca de R$ 1 bilhão à saúde. O dinheiro está hoje numa reserva técnica que a Líder é obrigada a manter para gerenciar o DPVAT em todo o país.
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R$4,15 é o valor pago pelos donos dos veículos no processo de licenciamento
A taxa é paga aos Detrans estaduais, mas financia os gastos da Seguradora Líder para a emissão e distribuição das cédulas dos documentos veiculares no país
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PORTAL UOL
"O SUS está vivinho da Silva. É o sonho de consumo em muitos países"
O médico Renato Tasca, coordenador de sistemas e serviços de saúde da Organização Pan-Americana da Saúde: "É preciso acabar com a narrativa de que o SUS não funciona", afirma
O médico Renato Tasca, coordenador de sistemas e serviços de saúde da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) no Brasil, é italiano de Turim. Não perdeu o sotaque, mas incorporou expressões e gírias brasileiríssimas em uma década de andanças pelo país. Observador atento dos sucessos e desafios do Sistema Único de Saúde (SUS), Tasca acredita que ele está "vivinho da Silva" e precisa ser valorizado pelos brasileiros. "O SUS é o sonho de consumo dos cidadãos de muitos países".
VivaBem: Por que o sr. diz que o SUS está vivinho da Silva?
Renato Tasca: Existe certa opinião negativa em relação ao SUS e à administração pública em geral. Pensam que o Estado tira o dinheiro dos cidadãos, por meio de impostos, como se isso fosse uma função predatória. Acham que funcionários públicos são parasitas que aquecem cadeiras e se envolvem em corrupção. Uma das formas de destruir esse mito é dar visibilidade aos heróis silenciosos que trabalham, cotidianamente, em situações muito complicadas, com poucos recursos, em contextos difíceis e com chefes que não ajudam. E, mesmo assim, realizam coisas muito importantes no SUS.
VivaBem: É essa força de trabalho tão comprometida que mantém o SUS vivinho da Silva?
Renato Tasca: O SUS é feito de pessoas. Não são os equipamentos, os hospitais. São as pessoas: os médicos, as enfermeiras, os profissionais de saúde etc. É fundamental manter a motivação deles. O setor público não é como o setor privado, no qual os profissionais são incentivados para produzir lucro. O setor privado produz um valor monetário. As pessoas são recompensadas de acordo com a contribuição delas para a obtenção desse lucro. Se eu vendo 10 planos de saúde e o meu colega vende 20, ele vai ter que ganhar mais do que eu. O resultado é muito visível.
VivaBem: Medir desempenho no setor público é mais difícil?
Renato Tasca: É complicado definir o que é performance. O valor que se produz é um valor público – não é o lucro. E não basta apenas verificar se a doença foi curada ou controlada. Existe também uma parte intangível. É o caso da humanização, por exemplo. Há pessoas (principalmente os idosos) que procuram a unidade de saúde só para conversar. Fazem isso porque é a única forma de contato que eles têm com outras pessoas. Isso é eficiência? Possivelmente, não. Mas tem um valor público enorme. São valores difíceis de medir com indicadores clássicos.
VivaBem: O etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), diz que a atenção primária é o lugar onde se ganha ou se perde a batalha da saúde humana. O sr. concorda?
Renato Tasca: No futuro, com inteligência artificial, não sei como serão as coisas – pode ser que elas mudem para pior. Mas hoje não há como manter um sistema universal como o SUS sem fortalecer a atenção primária. Ela é o ponto mais próximo entre o Estado e o cidadão. É o momento do encontro. É ali que você vai interceptar a demanda que chega. É por meio dessa primeira porta de acesso que você organiza a rede de serviços. Se não tem isso, se a pessoa vai direto a uma unidade de pronto atendimento (UPA), aquilo ali não tem continuidade. É um atendimento episódico. Com uma atenção primária forte, o sistema tem melhor resultado, mais satisfação dos usuários, menos erros médicos, melhores encaminhamentos. Não basta ter apenas atenção primária, mas ela viabiliza o funcionamento orgânico racional de todos os serviços.
VivaBem: O Ministério da Saúde anunciou recentemente um novo formato de financiamento da atenção primária. Qual é a opinião do sr. sobre essa mudança?
Renato Tasca: A opinião da OPAS sobre isso não é relevante. É uma questão muito específica, que diz respeito a mudanças de cadastramento e de modelo de financiamento. Acho que o debate não é tanto sobre como financiar. O debate é se esse novo modelo terá realmente condição de fortalecer a APS. A princípio não opino, não formo nenhum julgamento. Essa é uma medida que tem que ser aprovada e implementada. Depois veremos os resultados. Se eles forem bons, seremos os primeiros a aplaudir. A priori, ninguém pode dizer se é bom ou ruim. Se eu der alguma opinião, será achismo. No papel, toda proposta é boa. Concordamos com os pressupostos dessa iniciativa. Ouvi muitas opiniões contra e muitas a favor. Acho que cada um tem argumentos.
O papel do setor privado
VivaBem: Existe uma onda que defende a privatização como única alternativa possível para o SUS?
Renato Tasca: Essa narrativa existe, mas algumas argumentações são míticas. Há uma construção teórica segundo a qual o SUS é ineficiente, um projeto perdedor. Outro mito é a crença de que o SUS não precisa de mais dinheiro. Bastaria torná-lo mais eficiente. Não é verdade. O SUS é claramente subfinanciado. Em todos os países que têm sistema de saúde universal, a maioria dos gastos em saúde deveria ser para o setor público. No Brasil, gastamos quase 9% do PIB em saúde em 2015. Só que menos da metade desse dinheiro foi para o SUS. Somos um país com um perfil totalmente desequilibrado de gasto em saúde. Temos um gasto privado muito importante e um gasto público insuficiente. Não chegamos a 4% do PIB quando, internacionalmente, se diz que um sistema público universal deveria chegar a 6% do PIB. Estamos muito atrás. O subfinanciamento é real, mas melhorar a gestão é fundamental.
VivaBem: Qual é o papel do setor privado na gestão do SUS?
Renato Tasca: O setor privado, quando é chamado segundo uma lógica saudável, pode contribuir. O SUS já nasceu com o privado em seu DNA, mas acho que deveríamos procurar uma relação diferente entre o público e o privado. Hoje parece que eles são dois boxeadores, um tentando acertar o outro primeiro. É preciso achar outros caminhos para que seja, realmente, uma relação ganha- ganha. Não pode ser como é hoje, em que ganha um ou ganha o outro, mas a população pode perder. O setor privado pode dar ideias e, de alguma forma, contribuir para a gestão. A gestão do SUS é participativa. Todos os agentes sociais (cidadãos, empresas etc) estão envolvidos. Mas o fato de o setor participar diretamente na execução não quer dizer que ele tenha que participar do planejamento do sistema. Até porque há conflitos de interesses aí. A principal crítica feita às agências reguladoras é que, quando os interesses privados entram nas agências, começa a dar problema. O Estado tem que cuidar dos interesses da população. O setor privado tem que pensar na sua responsabilidade social para com o país, mas fundamentalmente, ele pensa no lucro.
VivaBem: Qual é o efeito de políticas de austeridade, como a Emenda Constitucional 95, de 2016, que congelou os investimentos em saúde por 20 anos?
Renato Tasca: O último lugar onde eu colocaria austeridade seria em um programa social – sobretudo na área da saúde. O SUS tem que ser fortalecido. Ele tem mais impacto que o Bolsa Família. Para receber o Bolsa Família, as pessoas precisam vacinar os filhos e cumprir outras exigências. Um programa potencializa os efeitos do outro. O Brasil vive uma crise econômica danada que afeta principalmente os mais pobres. Isso se reflete negativamente nos indicadores de saúde. A perspectiva não é positiva.
VivaBem: O problema do SUS é a administração direta?
Renato Tasca: Esse é outro mito. Falam do SUS como se houvesse nele uma ineficiência intrínseca. Uma coisa podre que não pode mais melhorar. Segundo esse mito, a única forma de tornar o SUS mais eficiente seria tirar a gestão da administração direta e passar para outros tipos de organização. Não estou dizendo que as Organizações Sociais de Saúde (OSS) são ruins, mas elas são apenas um instrumento. É como um carro. Quem faz a OSS funcionar são as pessoas. Há OSS maravilhosas e outras muito ruins – coisa de tubarões, de tiranossauros. Da mesma forma, existem muitas instituições gerenciadas pelo setor público que funcionam perfeitamente. Alguns serviços públicos são uma porcaria, mas o mesmo acontece no setor privado. O privado tem mais eficiência no que diz respeito à flexibilidade operacional, pode contratar recursos humanos e fazer compras mais facilmente.
Ser eficiente ou ser eficaz?
VivaBem: Ser eficiente (fazer mais com o orçamento disponível) deve ser o foco do SUS?
Renato Tasca: Quando fala em eficiência no SUS, o Banco Mundial, por exemplo, foca muito em eficiência operacional administrativa: compras, corrupção, abusos, fraudes etc. Mas eles não se debruçam sobre o tema da pertinência dos serviços. Um hospital pode ser muito eficiente em fazer ressonância magnética. Com um orçamento X, ele consegue fazer 200 exames de alta qualidade. O problema é que, talvez, a maioria dessas ressonâncias seja desnecessária. O que isso quer dizer? Esse hospital é muito eficiente em desperdiçar dinheiro. O SUS tem que se preocupar em ser eficaz. Ele tem que resolver os problemas de saúde. O objetivo principal não deve ser eficiente. Para ser eficiente, o SUS não poderia ser universal. Como vou atender regiões ribeirinhas, ir a aldeias indígenas? É tudo longe, complicado. Se pensarmos em eficiência, concluímos que não vale a pena ir até lá. Mas a Constituição diz que a saúde é para todos. Ou seja: o SUS assume ações que têm ineficiência intrínseca. Esse papo de que o SUS é ineficiente é muito superficial. É óbvio que o SUS precisa adotar medidas para ser mais eficiente, mas a eficiência não pode acabar com os princípios de universalidade, integralidade e gratuidade dos serviços.
VivaBem: De que forma o SUS ameniza a desigualdade social?
Renato Tasca: O SUS é o maior programa social do Brasil. Imagine os pobres, as pessoas sem emprego, as mais afetadas pela crise Imagine se elas tivessem que usar o pouco dinheiro que têm para vacinar os filhos, fazer pré-natal e ir ao médico – tudo no sistema privado. Seria uma coisa terrível. Na maioria dos países e, sobretudo, naqueles do tamanho do Brasil (China e Índia), não existe nada como o SUS. Se o pobre quiser uma cura, tem que pagar. Ter um SUS é o grande sonho de consumo dos cidadãos de muitos países. Nos Estados Unidos, o número de famílias que se ferram, que perdem tudo por causa de contas de hospital é enorme. O avô teve um AVC, foi para a UTI, morreu, e a família recebe uma conta de US$ 200 mil ou mais. Tem que vender a casa, o carro, tudo o que tiver. No SUS, isso não acontece. Os brasileiros não percebem, mas o SUS tem uma relevância enorme no mundo. O Brasil é o único país com mais de 100 milhões de habitantes com um sistema universal que funciona. O SUS foi criado como um programa social que vai muito além da atenção médica. É uma pena que hoje todo o esforço na criação e desenvolvimento do sistema não seja reconhecido. Hoje as pessoas acreditam mais em fake news do que em um artigo científico publicado no The Lancet. Não podemos desistir. É preciso acabar com a narrativa de que o SUS não funciona.
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MAIS GOIÁS
Finalizado inquérito sobre morte de jovem estuprada em UTI de hospital em Goiânia
Advogado da família relaciona procedimento de intubação à morte da jovem; delegado evita associação e UTI contesta versão do defensor. Médicos foram indiciados por imperícia e homicídio culposo
O inquérito que investiga a morte da estudante Susy Nogueira Cavalcante, de 21 anos, foi finalizado nesta terça-feira (19) e indicia os médicos Frederico Dutra Oliveira e Paulo Coutinho Seixo de Brito Júnior por homicídio culposo causado por imperícia médica. O relatório final, que possui 26 páginas, aponta que a equipe do Hospital Goiânia Leste não realizou procedimentos necessários para que a garota – que segundo as investigações, foi estuprada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da unidade – fosse salva.
O delegado Washington da Conceição, que comandou a força-tarefa, diz que as investigações mostram que não houve atitude por parte da equipe que cuidava de Susy para cuidar de seu estado de saúde. O relatório aponta ainda que houve lesão na traqueia da jovem, causada por um procedimento de intubação, no entanto, o delegado não relaciona a morte da garota diretamente ao procedimento, como fez o advogado da família, Darlan Alves Ferreira.
O advogado falou ao Mais Goiás que a lesão na traqueia gerou sangramento e consequente embolia pulmonar, o que acabou vitimando Susy. Ele ainda se debruça sobre o material e deve decidir com a família sobre os próximos procedimentos a serem tomados.
O inquérito, que tem mais de 400 páginas, foi produzido pela força-tarefa, que ouviu mais de 70 pessoas e trabalhou com três delegados, 12 agentes e escrivães. Agora, o documento deve ser encaminhado para o Ministério Público, de onde pode seguir com a denúncia para a Justiça.
A empresa que cuida da UTI, OGTI, por meio da assessoria, contesta a versão de que a intubação pode ter causado a morte da jovem. Por meio de nota, a empresa reforça discordância também com as conclusões do delegado. Para ela, não há evidências de que a conduta dos médicos tenha provocado, direta ou indiretamente, a morte de Suzy.
No documento, a OGTI afirma que, “o próprio Laudo Médico-Pericial emitido pelo Instituto Médico Legal (IML) é esclarecedor ao consignar a impossibilidade de se vincular objetivamente as condutas médicas, especialmente a necessária intubação orotraqueal – ao resultado morte da paciente. A UTI OGTI tem convicção que seu corpo clínico realizou todos os procedimentos possíveis e da maneira adequada no tratamento da paciente e aguarda a manifestação do Ministério Público, que certamente ratificará as conclusões técnicas do IML e solicitará o arquivamento do Inquérito Policial”.
O Mais Goiás não conseguiu localizar as defesas dos indiciados. O espaço, entretanto, lhes é garantido para manifestação.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) informa que a sindicância instaurada para apurar se houve infração ética por parte dos médicos no atendimento à estudante Suzy Nogueira está em tramitação. O processo foi aberto em junho de 2019, logo que o Cremego tomou conhecimento da morte da paciente no Hospital Goiânia Leste.
Relembre o caso
Susy morreu no dia 26 de maio após ser abusada sexualmente por um técnico de enfermagem nas dependências da UTI em que estava. O suspeito, Ildson Custódio Bastos, se apresentou espontaneamente à delegacia e foi preso após expedição de mandado de prisão preventiva pelo juiz Alessandro Manso e Silva, da 7ª Vara Criminal. De acordo com a Polícia Civil (PC) câmeras de segurança flagraram quando o homem toca a vítima. O técnico de enfermagem segue preso.
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CREMEGO
Central de Medicamentos Juarez Barbosa orienta médicos sobre acesso ao CEAF
A Central Estadual de Medicamentos de Alto Custo Juarez Barbosa informa aos médicos que a relação dos medicamentos, doenças e agravos atendidos pelo Programa do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF) está disponível no site da unidade: http://www.saude.go.gov.br/?unidades=central-de-medicamentos-de-alto-custo-cmac.
Neste endereço eletrônico, os médicos e a população também encontram as informações necessárias para a abertura de processos para acesso aos medicamentos do CEAF. A Central informa ainda que a inserção dos formulários específicos de cada doença e necessários para a abertura do processo, conforme estabelecido pelos protocolos clínicos do Ministério da Saúde, está em andamento. Alguns formulários, porém, já estão disponíveis.
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SAÚDE BUSINESS
O prontuário eletrônico também pode ser fonte de conhecimento clínico
Já imaginou ter em seu consultório uma base de conhecimento clínico capaz de sanar qualquer dúvida no intervalo entre consultas e até no momento do atendimento? Ou até mesmo checar interações medicamentosas, acessar fotos e aulas sobre diversas questões clínicas, verificar protocolos de atendimento para cada doença, capítulos de livros e até podcasts sobre o assunto?
Pode-se pensar que tudo isso já está disponível no Google, mas a realidade é que, tratando-se de atendimento clínico, é essencial que o conteúdo seja preciso, checado e que tenha curadoria realizada também por profissionais de saúde. Essa é uma realidade comum nos EUA e Europa. A fusão das ferramentas de atendimento clínico, como o prontuário eletrônico, com plataformas de conhecimento clínico geradas por faculdades de medicina e empresas especializadas já é um cenário consolidado – e finalmente está chegando ao Brasil.
A possibilidade de médicos e profissionais de saúde acessarem no próprio prontuário diferentes bases de conhecimento reduz a fadiga no momento do atendimento e diminui o stress ao encontrar uma situação ou caso não usual, já que o conhecimento estará disponível a poucos cliques de distância.
Hoje, ter a informação adequada e disponível rapidamente não é importante apenas no ambiente corporativo. O médico também precisa ter diferentes conteúdos em mãos para conseguir realizar o melhor atendimento e tratamento a seus pacientes. A área de saúde passou por grandes transformações nos últimos anos e os profissionais precisam se atualizar constantemente em relação às novidades, tendências e pesquisas que surgem constantemente. Dessa forma, encontrar ferramentas que aproximam o conhecimento de seu dia a dia pode ser um diferencial e tanto em seu trabalho.
Uma pesquisa realizada pela agência McCann Health com médicos brasileiros reforça essa ideia: 99% deles acreditam que a tecnologia facilitou o trabalho clínico. O principal benefício é justamente a possibilidade de se manter atualizado às tendências na área: 85% deles utilizam a Internet para realizar cursos online. Ter acesso a estas tecnologias otimiza e melhora o atendimento ao paciente. O estudo TIC Saúde 2018, realizada pelo Cetic.br mostra que quatro em cada dez médicos brasileiros reduziram a carga de trabalho com o uso de computador e acesso à Internet durante as consultas.
É inegável que um dos impactos da tecnologia nos consultórios é a possibilidade de permitir que os médicos possam consultar, enquanto atendem seus pacientes, diferentes conteúdos sobre diagnósticos e doenças em publicações especializadas da área. A questão é que, atualmente, esses profissionais lidam com uma grande quantidade de dados das pessoas. Logo, não adianta ter todos estes procedimentos digitalizados se estiverem hospedados em diferentes plataformas. Na era digital, é preciso encontrar ferramentas que cruzam essas informações em uma mesma fonte – papel que pode ser executado pelo próprio prontuário eletrônico.
Esta solução já é uma realidade na grande maioria dos consultórios do país e trouxe inúmeras facilidades aos profissionais ao armazenar e facilitar o acesso ao histórico do paciente, receitas, diagnósticos, dados cadastrais, financeiros, entre outros. Contudo, o prontuário eletrônico tem que ser mais do que um repositórios de dados. Os melhores provedores conseguem integrar diferentes serviços no sistema, como acesso a conteúdos clínicos de qualidade sem a necessidade de sair da plataforma. Assim, a ferramenta permite o cruzamento das informações clínicas das pessoas com o conhecimento clínico disponível no portal.
A partir do momento em que o médico consegue agrupar e acessar todas estas informações rapidamente, seu trabalho torna-se mais ágil e prático – refletindo no atendimento aos pacientes. As consultas, por exemplo, ficam mais rápidas sem perder a qualidade na prestação de serviço. Pelo contrário, é possível receitar medicamentos e identificar diagnósticos mais precisos. O profissional também pode se atualizar sem a necessidade de se deslocar do seu expediente, permitindo que sua agenda esteja disponível para o atendimento à população. Por fim, ele também consegue se atualizar mais rapidamente sobre as novidades de sua área.
Na era da conectividade, saber lidar com as diferentes informações disponíveis em sua rotina é o diferencial para profissionais – e na medicina não é diferente. Durante o período da faculdade e da residência, eles são treinados para diagnosticar doenças e pensar os melhores tratamentos em inúmeros problemas. A questão é que, sozinhos, essa tarefa é mais árdua. O importante é recorrer à tecnologia capaz de combinar todos os dados essenciais e, assim, conseguir fazer aquilo que ele realmente está preparado: oferecer mais qualidade de vida à população.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação