Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 21 E 22/03/20

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

MP fecha cerco contra cirurgias eletivas, que estão proibidas em Goiás
Casos confirmados de coronavírus em Goiás chegam a 20. No Brasil, 1.128
Infectologista diz que novo coronavírus assusta mais que HIV e H1N1
MEC autoriza universitários para estágio em hospitais durante pandemia
CFM divulga orientações para o trabalho dos médicos durante o período de enfrentamento do coronavírus
Anvisa decide que compra de hidroxicloroquina exige receita médica
Bolsonaro nega colapso na saúde por coronavírus e diz que ministro Mandetta exagerou

 

MAIS GOIÁS

MP fecha cerco contra cirurgias eletivas, que estão proibidas em Goiás
Presidente do sindicato dos anestesiologistas denunciou hospitais que estariam a descumprir medidas restritivas
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Alexandre Bittencourt
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O promotor Juliano Barros Araújo determinou, neste domingo, instauração de procedimento preparatório para averiguar a denúncia de que hospitais em Goiânia estão a desrespeitar a portaria da Secretaria Municipal de Saúde que suspendeu a realização de quaisquer cirurgias eletivas na Capital, exceto cirurgias oncológicas, cardíacas ou cirurgias subsequentes em ortopedia.
A suspensão vale desde o dia 19 de março e foi publicada em portaria assinada pela secretária municipal de Saúde, Fátima Mrué. No mesmo documento, Mrué sobresta o agendamento de atendendimentos eletivos em consultas especializadas e serviços odontológicos eletivos realizados em centros de especialidades; suspende procedimentos ambulatoriais eletivos; o Serviço de Tratamento fora do Domicílio (TFD), entre outras medidas.
A denúncia foi apresentada ao promotor, conforme relatado por ele em portaria, pelo presidente da Sociedade de Anestesiologia de Goiás (Saego), Igor Peixoto Rabelo. “O dr. Igor Rabelo narrou que, apesar da recomendação, há diversos hospitais nos quais os diretores técnicos estão ordenando que sejam realizadas as cirurgias eletivas sem necessidade, gastando material que pode vir a ser necessário, caso o pico de contaminados pelo COVID-19 aumente”.
O promotor requisitou à Superintendência de Regulação e Políticas da Saúde a realização de fiscalização em todas as unidades hospitalares de Goiânia, a fim de verificar e identificar as cirurgias eletivas realizadas e agendadas a partir do dia 19 de março e que infringem o que foi determinado pela portaria da Secretaria Municipal de Saúde.
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Casos confirmados de coronavírus em Goiás chegam a 20. No Brasil, 1.128

Alexandre Bittencourt
Dados atualizados na noite do último sábado pelo Ministério da Saúde revelam que chegou a 20 o número de casos confirmados de contaminação por coronavírus em Goiás. Neste momento, o Distrito Federal é a unidade da Federação da região Centro-Oeste com mais casos: 100. Goiás é o segundo colocado e em terceiro lugar está o Mato Grosso do Sul, com 16. O Mato Grosso tem 2. No Centro-Oeste brasileiro, ainda não há óbitos provocados pelo Covid-19.
Em todo o Brasil, já são 1.128 casos confirmados. A maioria foi notificada no estado de São Paulo (459). Também aconteceu em São Paulo a maior parte das mortes causadas pelo vírus: 15, de um total de 18 mortes em todo o País. Os outros três falecimentos aconteceram no Rio de Janeiro.
Os hospitais de rede de saúde fluminense tratam no momento – ou já trataram, desde o início da crise – de 119 pacientes contaminados com o coronavírus. Em Minas Gerais, são 38 pacientes. No Espírito Santo, 26.
Na região Sul, o estado com maior número de notificações é o Rio Grande do Sul: 60. Santa Catarina tem 51 e o Paraná, 43. Na região Nordeste, o quadro é o seguinte: Ceará, 68; Bahia, 41; Pernambuco, 30; Sergipe, 10; Alagoas, 7; Rio Grande do Norte, 6; Piauí, 4; Maranhão e Paraíba, 1 cada.
Na região Norte, são 11 infectados no Amazonas, 9 no estado do Acre, 2 no Pará, 2 no Tocantins, 1 no Amapá e 1 em Rondônia. O estado de Roraima é o único que não registrou nenhum caso até agora.
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JORNAL OPÇÃO
Infectologista diz que novo coronavírus assusta mais que HIV e H1N1

Por Rodrigo Hirose

Com a experiência de quem acompanhou a proliferação da aids e da gripe suína, Boaventura Braz de Queiroz compara a Covid-19 à Segunda Guerra Mundial

A pandemia causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), que em pouco mais de três meses rompeu os limites de uma província chinesa, Wuhan, e ganhou cinco continentes, assusta quem acompanha o noticiário ou recebe informações pelas redes sociais. Mas, mesmo profissionais experientes se surpreendem com a Covid-19. “Nunca vi nada igual”, diz um estupefato Boaventura Braz de Queiroz, um dos mais notórios infectologistas de Goiás.
Boaventura está no Hospital de Doenças Tropicais, de Goiânia, desde 1986, quando fazia residência médica. Foi diretor do serviço por 13 anos. Acompanhou a chegada dos primeiros pacientes de aids, em meados da década de 1980; a epidemia de H1N1 entre 2009 e 2010 e um surto de malária em 2015.
O HDT também recebe cotidianamente pacientes com outras doenças graves, como meningite. Porém, a Covid-19 tem relevado um impacto potencial muito maior que todas elas. “O vírus que causa a Covid-19 [o Sars-CoV-2] tem uma alta taxa de transmissão jamais vista. A doença foge de qualquer contexto, [é semelhante] somente ao da Segunda Guerra Mundial”, diz.
A princípio, a comparação com a Segunda Guerra Mundial parece exagerada. O conflito que durou de 1939 a 1945 matou algo como 80 milhões de pessoas – dessas, 50 milhões de civis. Até o sábado, 21, à noite, a Covid-19 havia matado mais de 13 mil pessoas – a maior parte na China e na Itália.
Mas a analogia tem sido usada por líderes mundiais, como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a chanceler alemã, Angela Merkel. Ambos disseram que estão diante do maior desafio planetário desde a Segunda Guerra. O presidente da França, Emmanuel Macron, também utilizou a metáfora bélica para se referir ao combate à pandemia atual.
Para Boaventura Braz de Queiroz, o que torna o novo coronavírus um inimigo tão perigoso é exatamente a velocidade com que se propaga. Com mais de 300 mil infectados em três meses e taxas de disseminação exponenciais, ninguém sabe ao certo quantas pessoas podem ser atingidas a médio e longo prazo. Em comunicado, o chefe do Departamento de Epidemiologia da Universidade de Harvard (EUA), Marc Lipsitch, estima que entre 40% a 70% da população mundial possa ser infectada em um ano. Isso dá algo entre 3 bilhões a 5,3 bilhões de doentes.
Diante desses números, a comparação não se apresenta tão absurda. A taxa de letalidade da Covid-19 gira, atualmente, em torno de 3%. Mas, em alguns locais, ela tem sido muito mais alta. “Na Itália, ela está em quase 9%”, lembra Boaventura. Segundo ele, esse número decorre de alguns fatores, como a demografia italiana – o país tem 168 idosos para cada 100 jovens, sendo o segundo do mundo em número absoluto de idosos, atrás apenas do Japão. “Mas também tem a ver com a demora de uma resposta das autoridades. Só depois de os casos terem se multiplicado é que o governo italiano fechou tudo”, avalia Boaventura.
Boa notícia, mas nem tanto
Paradoxalmente, o que parece uma boa notícia, o fato de que proporcionalmente são poucos os casos graves, esconde um problema. “Dos infectados, 80% apresentarão sintomas leves. Entre 30% a 50% serão tão leves que podem nem perceber e confundir com um resfriado comum”, afirma. A questão é que esses assintomáticos vão continuar levando o vírus e transmitindo.
Boaventura estava no HDT quando a aids começou a disseminar. O primeiro caso registrado em Goiás é de 1984 – dois anos, portanto, antes de ele começar a residência médica no hospital. No início, 100% dos casos eram fatais. Ainda assim, o infectologista se assusta com a Covid. “A transmissão do HIV [vírus causador da aids] é mais complexa. Ela ocorre por meio da relação sexual e precisa de uma série de condições. O processo [de infecção] foi lento”, explica. No caso do novo coronavírus, a transmissão prescinde do contato corporal, podendo ocorrer por meio da tosse, espirro ou toque em superfícies contaminadas.
Além disso, no início dos anos 1990 foram descobertos medicamentos que barravam a multiplicação do vírus HIV dentro do organismo humano. Com o desenvolvimento de fármacos mais potentes, o soropositivo pode levar uma vida praticamente normal, não podendo apenas prescindir da medicação diária, semelhante ao que ocorre com um diabético ou com quem tem pressão arterial alta. Em relação à epidemia de H1N1, na virada de 2009 para 2010, não tardou a ser descoberto um tratamento e também uma vacina.
Ainda não existe medicação ou vacina para o novo coronavírus. Boaventura cita que há experimentos em andamento, especialmente na China e na Itália. Os pesquisadores testaram um medicamento que combate o HIV (a combinação ritonavir/lopinavir) – cujos resultados foram decepcionantes, segundo publicado no New England Jornal of Medicine. Nos Estados Unidos, os testes envolvem a hidroxicloroquina – segundo o presidente Trump, os resultados foram promissores. “Ainda é preciso aprofundar os estudos”, ressalta Boaventura.
O infectologista também compara o Sars-CoV-2 a outro coronavírus, o Sars-Cov-1, que causou a epidemia de 2002 e 2003. Naqueles anos, morreram 774 pessoas na Ásia em decorrência da doença. O continente teve uma grande retração econômica e o medo se espalhou pelo mundo, mas a doença acabou circunscrita. O vírus de 2002 tinha muito menos capacidade de transmissão e, até por sua alta letalidade (cerca de 10%), não se espalhou tanto.
“O mecanismo do Sars-CoV-2 ainda é desconhecido, mas sabe-se que a transmissão é da ordem de 7 por 1. Por isso a impotência diante dele. [O governo] tem mesmo de impor restrições às pessoas até se descobrir a cura”, alerta o infectologista Boaventura Braz de Queiroz.
Entrevista / Fabíola Fiaccadori

Os vírus convivem com os seres humanos (e às vezes os mata) desde que colocamos os pés no planeta terra. Mas foi só no século 19 que experimentos possibilitaram definir o que são esses seres microscópios, que dependem de um organismo vivo para se reproduzir.
A palavra vírus tem origem no latim e o significado original é veneno, entre outros. Quando cunhada, porém, não havia noção da existência do parasita. A capacidade de proliferação é tão espantosa que se tornou um verbo, viralizar, que é usado para classificar a popularidade de conteúdos da internet que alcançam milhões de pessoas em todo o mundo.
Nessa entrevista ao Jornal Opção, a professora Fabíola Fiaccadori, do Laboratório de Virologia e Cultivo Celular do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (IPTSP/UFG), explica um pouco sobre eles:
Afinal, o que são os vírus? São seres “vivos”? É possível “mata-los”?
Os vírus são os microrganismos menores e mais simples que existem, não possuindo maquinaria necessária para a produção de energia metabólica e para a síntese de seus componentes. Fora de uma célula viva os vírus são estruturas químicas. Desta forma, necessitam das funções e do metabolismo celular para se multiplicar e por isso são considerados parasitas intracelulares obrigatórios.
Quais os tipos de vírus existentes? E quais são as doenças mais comuns causadas por vírus?
Existe um número muito grande de vírus circulando nas diferentes espécies de seres vivos, desde vírus que infectam bactérias até aqueles que infectam organismos como os mamíferos e plantas. São reconhecidas mais de 1.500 espécies de vírus, que abrangem mais de 30.000 cepas ou variantes. Em humanos os principais agentes virais estão associados a quadro respiratório, gastrointestinal, febril exantemático, hepatite entre outros, como o HIV associado a um quadro de imunodeficiência.
Desde quando a humanidade tem conhecimento deles?
As evidências sobre as infecções virais surgiram desde os primeiros registros de atividades humanas. Na segunda metade do século XIX, já era conhecida a existência de bactérias e fungos, por exemplo. A identificação dos vírus foi possível a partir de uma série de estudos complementares. O primeiro foi desenvolvido por um químico alemão, Adolf Mayer, em 1876; e, em 1892, experimentos realizados por Dimitri Ivanovsky, biólogo russo-ucraniano, tornou possível a primeira definição de vírus – agente filtrável. A partir de então, novas descobertas foram permitindo aprofundar no conhecimento da composição destes agentes filtráveis e os diferentes aspectos associados ao potencial de infecção, não apenas em humanos como em outras espécies animais, assim como em células vegetais.
Quais foram as maiores epidemias?
A varíola foi uma doença que alcançou a proporção de epidemia nas cidades europeias, durante o século XVIII, e permaneceu relevante na população com o passar dos séculos, até ser considerada erradicada. Posteriormente, o vírus influenza esteve envolvido em diferentes pandemias. Em 1918, a gripe espanhola H1N1, com cerca de 20 milhões de mortes. Em 1957, a gripe asiática H2N2 e em 1968 a gripe de Hong Kong H3N2. Na atualidade a pandemia de 2009 pelo influenza H1N1 teve importante papel o desenvolvimento de uma vacina eficaz em seu controle.
Como eles agem no organismo? Quais são os vírus mais letais?
Os vírus são considerados parasitas intracelulares obrigatórios. Isto quer dizer que os vírus obrigatoriamente precisam de uma célula hospedeira viva para realizar o seu ciclo replicativo. Para que esta infecção celular ocorra é determinante que a célula apresente, em sua superfície, receptores específicos a cada determinado vírus. É essa especificidade que determina o hospedeiro e o tipo celular ou tecido que são suscetíveis a determinado agente viral. Em sua célula específica, o que os vírus fazem é utilizar o maquinário celular para realizar o seu ciclo replicativo e assim se disseminar no organismo do hospedeiro.
Temos algumas famílias ou espécies de vírus que apresentam uma capacidade de se adaptar melhor às células hospedeiras dos indivíduos infectados. Isso resulta para o vírus em um maior poder infeccioso sobre o hospedeiro, e por outro lado vai caracterizar um dano tecidual maior ao organismo infectado. Ainda, são diferentes danos que podem ser ocasionados a partir da replicação viral, refletindo em perfis de infecção diferenciados. Outros fatores também estão associados à extensão do dano da infecção viral, principalmente associados ao hospedeiro, como faixa etária, estado nutricional, presença de outras comorbidades.
Por que é mais difícil conseguir a vacina para algumas doenças virais, como Aids, ou, em alguns casos, as vacinas têm de ser “refeitas” anualmente, como no caso da gripe?
A vacina consiste em um imunobiológico produzido com a intenção de ativar o sistema imune do hospedeiro a produzir uma resposta imune específica e protetora contra determinado agente. Mas para isso, são necessários inúmeros estudos que permitam compreender como ocorre este processo no organismo para depois, a partir de novas pesquisas, conseguir produzir o produto vacinal. Este produto ainda necessita ser testado por diferentes etapas antes de se tornar viável para ser disponibilizado.
Entretanto, para alguns vírus, embora os inúmeros estudos, ainda novos conhecimentos são necessários para melhor compreender o processo da imunidade da infecção, como é o caso do HIV. Ainda, para outros casos, como o vírus influenza, existe a necessidade de reformulação anual do produto vacinal. Isso se deve ao perfil de variabilidade deste agente, onde mutações e recombinações frequentes levam ao escape da resposta imune e, assim, à necessidade de novas vacinas anuais.
Por que algumas doenças virais se tornam pandemias, como a Covid-19, e outras, como a causada pelo ebola, ficam circunscritas a algumas regiões?
Os coronavírus pertencem a uma importante família de vírus RNA que são comuns em diferentes espécies, como morcegos, gatos e humanos. Ainda, são caracterizados como vírus de importante perfil de variabilidade. Nós já conhecemos coronavírus que circulam entre humanos mas também aqueles que circularam entre outras espécies animais, os quais podem sofrer mutações e se adaptarem a novas condições.
O contato muito próximo entre humanos e outras espécies animais, é um fator importante na ocorrência desta variabilidade em amostras de vírus animais, tornando-os capazes de infectar humanos. Quando isso acontece, estamos diante de uma amostra viral completamente nova, já que não existe nenhuma relação destes vírus com os que já circulavam entre humanos, para a qual não apresentamos qualquer imunidade. Isso favorece a dispersão do agente pois ele encontra uma ampla comunidade suscetível sem nenhuma barreira imunológica. Adicionalmente, para o SARS-CoV-2, a sua via de transmissão aérea constitui um fator a mais que favoreceu sua rápida dispersão pelo mundo.
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A REDAÇÃO


MEC autoriza universitários para estágio em hospitais durante pandemia

Brasília – O Ministério da Educação autorizou universitários dos cursos de saúde a fazerem estágio em hospitais para auxiliar no combate ao novo coronavírus. A Portaria com a medida foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União nesta sexta-feira (20/3).

A decisão vale para estudantes de medicina que cursam os últimos dois anos da graduação e para alunos de enfermagem, farmácia e fisioterapia que estão no último ano de faculdade. A permissão é temporária enquanto durar a emergência em saúde pública em razão da covid-19.

Pelo texto, os universitários deverão atuar "exclusivamente nas áreas de clínica médica, pediatria e saúde coletiva, no apoio às famílias e aos grupos de risco, de acordo com as especificidades do curso".

A atuação dos alunos deverá ser supervisionada por profissionais registrados em seus conselhos competentes e pela orientação docente realizada pela Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS), preferencialmente. Segundo a Portaria, as instituições de ensino deverão usar a carga horária dedicada pelos alunos nas ações como substituta de horas devidas de estágio curricular obrigatório.

Essa atuação dos alunos será considerada de "caráter relevante" e deverá ser considerada na pontuação para ingresso nos cursos de residência. Caberá ao Ministério da Saúde a seleção e a alocação dos alunos, que deverá disciplinar o processo em ato próprio, após articulação com os órgãos de saúde estadual, distrital e municipal.
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OLHAR DIRETO

CFM divulga orientações para o trabalho dos médicos durante o período de enfrentamento do coronavírus

O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou nesta sexta-feira (20) uma mensagem com orientações gerais para o atendimento médico no Brasil, diante do avanço da epidemia de Covid-19. O texto aborda, entre outros pontos, questões relacionadas aos hospitais (públicos e privados) e aos consultórios.
"Os leitos hospitalares devem ser destinados prioritariamente aos pacientes com quadros graves de Covid-19. Recomenda-se aos gestores a suspensão dos atendimentos ambulatoriais e de procedimentos eletivos", informa o CFM que, também, recomenda restrição às visitas em função do número de pessoas e do tempo de permanência.
Com respeito ao funcionamento dos consultórios, o CFM afirma que todas as consultas médicas eletivas devem, preferencialmente, ser suspensas. No entanto, "caso não seja possível, os médicos podem realizá-las, desde que em concordância com as determinações das autoridades locais e do diretor-técnico do serviço, respeitando-se as normas de higienização, proteção individual e de restrição de contato preconizadas", orienta.
O documento ainda traz informações sobre a atuação de médicos com idade acima de 60 anos, com ou sem comorbidades, e sobre a necessidade de disponibilização de testes contra Covid-19 para todos os profissionais da saúde, "mesmo os com sintomas respiratórios leves".
De forma ampla, o documento reitera a importância da vacinação da influenza para toda a população, de forma prioritária os profissionais da saúde e grupos de risco, assim como da manutenção de medidas para prevenir contágio pela Covid-19, com especial foco em ações de higienização, proteção individual e restrição de contato.
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AGÊNCIA ESTADO

Anvisa decide que compra de hidroxicloroquina exige receita médica

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu nesta sexta-feira (20) passar a exigir apresentação de receita médica em farmácias para liberação de medicamentos com hidroxicloroquina, substância estudada como possível remédio para o novo coronavírus. O órgão afirma que a medida vai permitir que pacientes que já utilizam o medicamento não fiquem sem tratamento.
"A falta do produto pode deixar os pacientes com malária, lúpus e artrite reumatoide sem os tratamentos adequados", diz a agência, que afirma ter recebido relatos de aumento da procura pelo produto após pesquisas indicarem que ele pode ajudar a tratar a nova doença.
> EUA dizem que encontraram remédio que pode tratar Covid-19
"Apesar de alguns resultados promissores, não há nenhuma conclusão sobre o benefício do medicamento no tratamento do novo coronavírus", diz a Anvisa, que não recomenda uso do produto no momento.
O Conselho Federal de Medicina havia solicitado que a Anvisa colocasse a apresentação de receita médica como exigência para liberar o produto.
"Os pacientes que já fazem uso do medicamento poderão continuar utilizando sua receita simples para comprar o produto durante o prazo de 30 dias. A receita será registrada pelo farmacêutico que já está obrigado a fazer o controle do medicamento no momento da venda", diz a agência.
> Covid-19: Anvisa alerta sobre uso de hidroxicloroquina e cloroquina
Na nova categoria o medicamento só poderá ser entregue mediante receita branca especial em duas vias. "Médicos que fazem a prescrição de hidroxicloquina ou cloroquina já devem começar a utilizar este formato", decidiu a Anvisa.
Segundo a agência, a hidroxicloroquina já estava enquadrada como medicamento sujeito à prescrição médica. Com a nova categoria a venda irregular pelas farmácias é considerada infração grave. "O uso sem supervisão médica também pode representar um alto risco à saúde das pessoas", alerta a Anvisa.
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TERRA

Bolsonaro nega colapso na saúde por coronavírus e diz que ministro Mandetta exagerou

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em entrevista à CNN Brasil transmitida na noite de sábado, que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, inicialmente exagerou na reação ao coronavírus, e disse que não vai acontecer um colapso no sistema, apesar do aumento de casos e de mortes em decorrência da doença no país.
Bolsonaro tem criticado governadores, em especial do Rio de Janeiro e de São Paulo, por terem adotado medidas rígidas de restrição de movimentação de pessoas como forma de reduzir a disseminação do coronavírus. Segundo o presidente, as medidas são exageradas e estão provocando desemprego.
O ministro da Saúde também defende o isolamento da população como forma de contenção do coronavírus, apesar da posição do presidente. Bolsonaro disse que, em sua avaliação, Mandetta estava exagerando, e afirmou que ambos têm conversado para acertar os ponteiros.
O Mandetta, num primeiro momento, eu estava achando que ele estava exagerando , disse Bolsonaro na entrevista.
Tanto é que ele foi bastante questionado ontem quando falou uma palavra que não era adequada para aquele momento, foi o colapso, e ele explicou perfeitamente. É isso apenas que tenho conversado com ele, acertando os ponteiros , acrescentou.
Na sexta-feira, o ministro da Saúde disse que as medidas de restrições de circulação de pessoas visam evitar um eventual colapso do sistema de saúde no Brasil em função da pandemia do novo coronavírus, como ocorreu na Itália.
O ministro afirmou que o Brasil tem alguns pontos fortes, como a antecipação das medidas de enfrentamento ao coronavírus, mas ressaltou que, mesmo assim, o sistema pode entrar em colapso em pouco mais de um mês. nL1N2BD2JD
Questionado sobre um possível colapso, Bolsonaro disse não acreditar que vai acontecer.
Não acredito. O que estamos fazendo é alongar a curva de infecção , afirmou. Não acredito em colapso, a curva vai aumentar.
Bolsonaro, que voltou a criticar as medidas de governadores para conter o coronavírus devido ao impacto econômico, afirmou ainda na entrevista que o governo só deve falar sobre previsões econômicas quando o pico da doença passar, dentro de alguns meses.
Na semana passada, o Ministério da Economia anunciou corte na projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 a 0,02%, ante alta de 2,1% indicada há dez dias, numa mostra da rápida deterioração das expectativas em meio ao avanço do coronavírus e seu dramático impacto na economia. nL1N2BD1GG
Não quero fazer previsões. Tenho falado que devemos evitar falar em números, porque, afinal de contas, depois vem a crítica por parte da imprensa quando esses números não atingem o valor que havíamos previsto , afirmou.
Alguns acham que haverá um crescimento negativo do Brasil, vamos esperar, faltam acho que poucos meses para atingir aqui o pico na questão dessa contaminação, ou até mesmo a cura dessa doença, só aí nós podemos falar em economia. No momento, minha grande preocupação é com a vida das pessoas, e bem como o desemprego que está proporcionado por esses governadores irresponsáveis .
De acordo com dados do Ministério da Saúde divulgados no sábado à noite, o Brasil tem 1.128 casos confirmados do novo coronavírus, com 18 mortes (15 em São Paulo e 3 no Rio de Janeiro).
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação