Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 08/04/20

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES
Devido à grande procura, preço de luvas e máscaras aumenta em Goiás
"Queda em atendimentos e cirurgias ameaça “quebrar” hospitais privados"
Hospitais registram aumento de até 4.000% no preço de máscaras por causa do coronavírus
Goiás tem 133 casos confirmados e investiga quase 3 mil suspeitos por coronavírus, diz SES
Pacientes com doenças graves não conseguem atendimento por conta do coronavírus: 'também queremos viver'
A vez das lives e da telemedicina
Recorde de mortes no dia aproxima Brasil do grupo dos dez mais afetados
Aos 92 e cardíaca, ela teve alta hospitalar após covid-19: "Não tive medo"
Artigo – Socorro prometido não chega às Santas Casas
Médico é responsável por uso da cloroquina, diz Mandetta
Remédio não evita mortes, aponta estudo preliminar da Fiocruz


TV ANHANGUERA
Devido à grande procura, preço de luvas e máscaras aumenta em Goiás

https://globoplay.globo.com/v/8464892/programa/
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GAZETA DO POVO

"Queda em atendimentos e cirurgias ameaça “quebrar” hospitais privados"
https://www.gazetadopovo.com.br/parana/hospitais-privados-crise-coronavirus/
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PORTAL G1/GOIÁS
Hospitais registram aumento de até 4.000% no preço de máscaras por causa do coronavírus
Alta demanda pelo produto – já escasso em vários pontos de venda – fez preço disparar. Peça que saía a R$ 0,9 está sendo adquirida por R$ 4,30 em Goiânia.
Por Sílvio Túlio, G1 GO

A grande procura por máscaras durante o período de combate ao coronavírus tem feito o preço do equipamento ir às alturas. Até mesmo os hospitais, que compram em grande quantidade, estão registrando um reajuste de até 4.000% no valor do produto.
Para tentar manter o estoque, 21 hospitais particulares que fazem parte de uma associação se juntaram para fazer as compras de máscaras. Mas nem mesmo assim os preços e as condições de pagamento não melhoraram.
"Continua bem maior do que era antes da crise. Desconto é mínimo e a forma de pagamento está irredutível, cobrando tudo a vista”, afirma Jacqueline Rodovalho, diretora de qualidade Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg).
A instituição explicou, por exemplo, que antes da pandemia, era possível comprar uma caixa com 50 máscaras descartáveis por R$ 4,50. Atualmente, cada peça está saindo por 4,30.
Já a máscara N 95, que antes custava R$ 1,95, está sendo comercializada a até R$ 60 a unidade.
As luvas cirúrgicas descartáveis também aumentaram o preço. A caixa com 100 peças passou de R$ 15 para R$ 32.
Até mesmo o setor público vem enfrentando dificuldades. O Governo de Goiás fez cotação em 35 empresas e só duas tinham a quantidade suficiente e entregariam no prazo necessário para atender os hospitais do estado.
Por causa da pandemia, a compra foi feita sem a necessidade de licitação. A fornecedora escolhida ofereceu o menor preço, de R$ 16 cada máscara N 95. Foram adquiridas 78 mil peças que custaram, no total, R$ 1,2 milhão.
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Goiás tem 133 casos confirmados e investiga quase 3 mil suspeitos por coronavírus, diz SES
Cinco pessoas morreram em decorrência de Covid-19 no estado. Outras 10 mortes são investigadas pela secretaria.
Por Rafael Oliveira, G1 GO

Goiás tem 133 casos confirmados de coronavírus e investiga 2.910 registros suspeitos, como aponta o boletim da Secretaria de Saúde de Goiás divulgado nesta terça-feira (7). O órgão contabiliza cinco mortes por Covid-19, doença provocada pelo novo vírus, e aguarda os exames de outras 10.
Foram confirmadas quatro mortes em Goiânia e uma em Luziânia. Já as mortes investigadas foram registradas em Araçu (1), Bonfinópolis (1), Caldas Novas (1), Edealina (1), Itapaci (1) e Luziânia (1). A secretaria não divulgou em quais cidades moravam as outras quatro pessoas que morreram com suspeita de Covid-19.
Os casos confirmados por coronavírus são de Águas Lindas de Goiás (1), Anápolis (11), Aparecida de Goiânia (1), Bom Jesus de Goiás (1), Campestre de Goiás (1), Catalão (1), Cidade Ocidental (2), Goianésia (5), Goiânia (76), Itumbiara (2), Jataí (3), Luziânia (6), Nova Glória (1), Nova Veneza (1), Paranaiguara (1), Rio Verde (8), São Luís de Montes Belos (2), Senador Canedo (1), Silvânia (1), Trindade (1), Valparaíso de Goiás (6) e Vianópolis (1).
Dos 133 pacientes com Covid-19, 12 estão internados. Destes, dois estão na rede pública e dez na rede privada. Outros 67 casos em investigação estão hospitalizados, sendo 40 na rede pública e 27 na particular. A secretaria já descartou 1.272 casos suspeitos em Goiás.
Para tentar conter o avanço da doença no estado, o governador Ronaldo Caiado (DEM) prorrogou a quarentena até o dia 19 de abril. Já as aulas em escolas, faculdades e universidades das redes pública e privada estão suspensas até 30 de abril.
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G1
Pacientes com doenças graves não conseguem atendimento por conta do coronavírus: 'também queremos viver'

Em meio à pandemia do novo coronavírus, os hospitais se preparam para receber pacientes com a doença. Porém, segundo relatado ao G1 nesta quarta-feira (8), com a chegada da Covid-19 em Santos, no litoral de São Paulo, algumas pessoas com doenças graves estão encontrando dificuldade para conseguir tratamento e exames médicos.
A aposentada Janete Giponi Costa Tenório, de 55 anos, relata que foi diagnosticada com câncer no fígado. Conforme explica, ela foi orientada pelo médico sobre a necessidade de fazer colonoscopia, um exame que analisa principalmente o intestino grosso com o objetivo de diagnosticar infecções e tumores. "O médico precisa saber se há outras partes do corpo acometidas, para indicar o tratamento certo", conta.
De acordo com Janete, o exame é de urgência para que ela consiga seguir com os remédios adequados contra a doença, mas ela não consegue marcar o procedimento apesar das tentativas frequentes desde o dia 21 de março. "Eu ligo no hospital e sou informada que não há previsão", diz.
"Nós temos uma perspectiva de vida, planos e projetos. No momento estou esperando a chegada da minha neta e fico com o coração apertado quando vejo essa demora para meu atendimento. Assim como o vírus, o câncer também mata. Nós, que temos essa doença, também queremos viver e estamos na luta contra o tempo", relata a aposentada.
Para Janete, mesmo diante do novo coronavírus, outras doenças também precisam de espaço para atendimento. "Todos estão lutando pela vida, então não podemos ser esquecidos diante do vírus. De nenhuma forma quero menosprezar a pandemia, mas não se pode esquecer de outras doenças com prioridade", diz.
Por meio de nota, o Hospital Santa Casa de Santos, unidade em que a aposentada tenta marcar o exame, informou que todos os pacientes que já estavam em tratamento oncológico permanecem sem alterações. As cirurgias eletivas para oncologia também foram mantidas, e o Ambulatório do Serviço de Oncologia está atendendo normalmente.
Doença cardíaca
A filha do advogado Edmundo Damato Junior, de 59 anos, também relata o medo de que o pai não realize um procedimento cirúrgico cardíaco a tempo. Letícia Damato, de 27 anos, contou ao G1 que o pai sofreu um forte infarto no início de janeiro e ficou quase um mês internado no Hospital dos Estivadores, que por não realizar cirurgia cardíaca, o liberou e encaminhou para acompanhamento com o cardiologista pelo Ambesp.
"Antes do carnaval meu pai passou pelo cardiologista e o médico disse que a situação dele era bem grave. Pediu urgência pra fazer a cirurgia e o encaminhou para o cirurgião. O cirurgião viu os exames e reforçou a gravidade, nos falando que ele precisava ser operado, pois se tiver outro infarto não vai aguentar. O que está mantendo ele vivo é uma artéria com 20% da capacidade dela", relata.
Conforme relata a jovem, ela e os pais moram em um prédio de apenas três andares, no primeiro andar. "Ele não aguenta descer esse lance de escadas e nem pode. Quando ele sente dor, corremos para o Pronto Socorro e pedem transferência para a Santa Casa. Mas eles não aceitam, só se estiver tendo infarto. Se meu pai infartar de novo, ele morre. Desse jeito o hospital só vai aceitar o atestado de óbito dele", diz.
De acordo com Letícia, o hospital informou que não estava fazendo cirurgia eletiva por conta do coronavírus e que não havia previsão de retornar a operar. Por meio de nota ao G1, o hospital afirma que não recebeu pedido de agendamento de cirurgia deste paciente e que as cirurgias cardiológicas e oncológicas são os únicos procedimentos que foram mantidos neste período de pandemia.
Porém, a jovem afirma que apresentou a documentação do pai no dia 27 de março e que foi informada pela atendente de que a solicitação estava sendo colocada no sistema. "No dia 26 de manhã eles ligaram pra cancelar esse retorno do dia 27 com o cirurgião. Mas meu pai reclamou bastante e eles ligaram mantendo a consulta. Só se eles continuaram com as cirurgias pelo atendimento particular, porque pelo SUS não é", finaliza Letícia.
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A vez das lives e da telemedicina

A VEZ DAS LIVES E DA TELEMEDICINA
Durante isolamento social, transmissões ao vivo tiram dúvidas sobre a doença, enquanto consultas privadas online, com projeto de lei recém-aprovado pelo Senado, prometem diminuir fluxos de pacientes nas clínicas
Quando soube que a clínica onde trata seu câncer taria uma live (transmissão ao vivo) para pacientes, logo no início da pandemia de coronavírus, a empresária mineira Roseane Alves de Souza passou a encaminhar mensagens para os amigos, em tratamento ou não.
– Eu sabia que muitas pessoas, e não só pacientes de câncer, estavam se perguntando: "E agora?". A princípio, o que eu mesma queria saber eram mais detalhes sobre a vulnerabilidade dos pacientes oncológicos, entender como conciliar isolamento e tratamento. Tem muita informação circulando, mas quero ouvir os médicos em que confio diz Roseane, que, uma vez por mês, volta ao hospital para receber medicações para o câncer de mama.
Os médicos do grupo Oncoclínicas vêm se revezando em lives semanais para orientar pacientes que, em meio à pandemia de coronavírus, só devem deixar o isolamento em casos emergenciais ou para cumprir o tratamento, de acordo com a orientação específica de cada médico. O uso da tecnologia para dar assistência durante a quarentena ganhou outro status e, como define o oncologista Bruno Ferrari, "tornou-se uma ferramenta para a informação confiável e direta chegar ao paciente".
– Na última live, eu e outros médicos explicamos a importância de saber se os pacientes devem se deslocar para o tratamento e como os hospitais estão se organizando para atender com mais segurança os que precisam ir. Mas a verdade é que, durante uma hora de live, surgem todos os tipos de perguntas. Os pacientes abordam assuntos desde vacinação contra gripe e hábitos de higiene da família em isolamento até especificidades de seus tratamentos – conta Ferrari.
As transmissões com médicos, que se tornaram mais frequentes em meio à pandemia, não seguem as regras da telemedicina – nome que se dá ao exercício da medicina mediado por tecnologias, para assistência, pesquisa, prevenção de doenças e promoção de saúde. Se as transmissões ao vivo são abertas a qualquer pessoa, a telemedicina, por outro lado, funciona como uma consulta individualizada, fechada entre médico e paciente, feita à distância.
Um projeto de lei sobre essa prática foi aprovado na semana passada pelo Senado, em caráter emergencial, e segue agora para sanção do presidente. O texto diz que a liberação da telemedicina tem como objetivo desafogar hospitais e centros de saúde durante a pandemia de coronavírus. Alguns dias antes, o Ministério da Saúde já havia publicado uma portaria liberando a telemedicina "com o objetivo de regulamentar e operacionalizar as medidas de enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional".
– Tanto o projeto de lei quanto a portaria do Ministério da Saúde surgem para auxiliar o sistema de saúde
num momento particularmente crítico. Mas é importante lembrar que o Conselho Federal de Medicina já autorizava a telemedicina desde 2002, também em caráter emergencial – explica a advogada Paula Moura Francesconi, professora da PUC-Rio. – O projeto de lei deixa algumas questões ainda em aberto. Por exemplo: a telemedicina pode ser utilizada por qualquer médico? É possível atender novos pacientes ou só os que já passaram por uma consulta presencial? Mas estas são questões para depois da pandemia.
QUESTÃO DE SEGURANÇA
Para o oncologista Bruno Ferrari, no caso de pacientes com câncer, a telemedicina serve "para o controle do paciente, para garantir que ele não está com nenhuma queixa do ponto de vista clínico e para analisar resultados de exames periodicamente".
A telemedicina vai ficar e ser mais importante nos próximos meses. Temos que diminuir os fluxos dos pacientes nas clínicas, quando isso for possível, em casos que podem ser analisados por meio de plataformas online – diz o oncologista. – A orientação e a consulta pela internet também são formas de garantir a segurança daquele paciente de câncer que não pode deixar de ir à clínica para se tratar.
De acordo com Pedro Barros, diretor executivo de uma plataforma de tecnologia para médicos e pacientes, a Vida Class, o uso da ferramenta de coronavírus era "residual" e, depois do início da pandemia, já teve aumento de 500%. Barros lembra que a telemedicina não se restringe à consulta online:
– Já é possível, por exemplo, receber prescrições de medicamentos, medir pressão arterial ou níveis de glicose no sangue para o médico monitorar à distância. A própria plataforma tem indicadores específicos e sinaliza a necessidade de se consultar um médico se os resultados estão abaixo ou acima desses indicadores. E o paciente também pode ter os seus dados de saúde na nuvem para disponibilizar aos médicos quando bem entender. Mas essa modalidade levanta questões complexas de privacidade que estão agora apenas no início de um longo processo de análise – pondera Barros.
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UOL

Recorde de mortes no dia aproxima Brasil do grupo dos dez mais afetados
O registro de 114 mortes entre segunda e terça em decorrência da covid-19 colocou o Brasil em um perigoso ranking: o dos países mais afetados pela pandemia do novo coronavírus. Segundo o Ministério da Saúde, o país já registra 667 óbitos em decorrência da doença e um total de 13.717 casos oficiais confirmados. De todos os estados, o único que não contabiliza nenhuma morte é o Tocantins.
O que preocupa na aproximação do Brasil desses países é a confirmação de que a crise gerada pelo novo coronavírus está em curva de crescimento. O Ministério da Saúde anunciou que estima que o Brasil entre daqui um mês na fase de aceleração descontrolada de casos do novo coronavírus – o início desta etapa está previsto para a 19ª semana do ano, ou seja, entre 4 e 10 de maio.
A partir da fase de aceleração, o país deve começar a caminhar rumo ao pico de casos, previsto para o início de junho. A quantidade de casos da doença covid-19 deve começar a desacelerar a partir de meados de junho, na 25ª semana.
A projeção torna ainda mais urgente a preocupação com a escassez de leitos de UTI, equipamentos, a sobrecarga do sistema de saúde como um todo, além dos impactos da pandemia na economia. E, nesse cenário, o Brasil ainda se vê às voltas com debates sobre a eficácia do isolamento social, que é orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), e tem de enfrentar a incerteza sobre a permanência de Luiz Henrique Mandetta como ministro da Saúde.
As próximas três a seis semanas serão desafiadoras não só para o Brasil, mas para toda a América Latina, afirmou a diretora da Organização Pan Americana da Saúde (OPAS), ressaltando que tudo dependerá do cumprimento das medidas para evitar os contágios e dos recursos disponíveis. "A situação vai piorar antes de melhorar, e todos precisamos estar preparados para as próximas semanas que serão ainda mais difíceis", afirmou Carissa Etienne, titular do escritório da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em todo o mundo, o avanço da pandemia preocupa pelo volume de vidas perdidas. Liderando o ranking de países mais afetados, a Itália já registrou 16.523 mortes em decorrência da doença, segundo o último balanço do Ministério da Saúde brasileiro. A primeira morte foi registrada no dia 22 de fevereiro e, desde o início de março, o crescimento disparou. O país atingiu o pico no dia 28 de março quando somou, em 24 horas, mais de 900 mortes. Desde então, o país tem visto a desaceleração dessa taxa.
A Espanha, segundo país com o maior número de óbitos, tem 13.798 mortes. O primeiro óbito foi registrado no dia 5 de março, e os casos dispararam na segunda metade de março. O pico foi entre 3 e 4 de abril, quando mais de 900 mortes foram contabilizadas em cada um dos dias. Desde então, o país também vê desaceleração.
Em um cenário preocupante, os Estados Unidos contabilizam 10.943 mortes até o momento, mas a expectativa é que o país ultrapasse os números da Itália em um futuro próximo. Os EUA já são considerados o novo epicentro da pandemia, pois concentram o mais número de casos confirmados, e o pico é esperado para os próximos dias. Hoje, o país bateu um recorde, com quase 2 mil mortes em 24 horas.
A França contabiliza 8.911 casos, mas tem enfrentado problemas com essas contabilizações, pois há atraso no envio dos dados ao governo. Em um único dia, o país europeu reportou mais de 800 mortes, mas ressaltou que não eram óbitos ocorridos dentro das 24 horas, e sim atraso nos dados. Segundo o Ministério da Saúde, o pico ainda não foi atingido lá.
Os dados do gráfico acima, extraídos do Ministério da Saúde brasileiro, vale ressaltar, servem de base de comparação, mas divergem daqueles divulgados pela Organização Mundial da Saúde. Isso porque a OMS contabiliza os casos enviados pelos governos nacionais e pode haver atraso. Além disso, os próprios governos apontam subnotificação nessas contagens, pois não há capacidade para testar todos os casos suspeitos, como deveria ser feito.
O governo brasileiro tem utilizado os dados contabilizados pela Universidade John Hopkins. Na última atualização foram utilizados dados de ontem até as 16h, porém já houve atualização na plataforma e em alguns números, como nos casos dos EUA e França.
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Aos 92 e cardíaca, ela teve alta hospitalar após covid-19: "Não tive medo"

"Eu estava no quarto e o médico chegou batendo palma. Perguntei por que ele estava tão feliz e ele disse que era por minha causa, que eu estava recebendo alta e podia voltar para a minha casa. Nossa, não aguentei de tanta felicidade."
O relato é da aposentada Vitalina Ferreira dos Santos, de 92 anos, que se recuperou da covid-19 e recebeu alta no domingo (5) do Hospital Unimed, em Cornélio Procópio, no Paraná. A idosa ficou internada 10 dias, sendo um deles na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), após ser diagnosticada com o novo coronavírus.
De acordo com a filha da aposentada, Vitalina dos Santos Barbosa, a mãe foi para São Paulo no dia 11 de março para visitar familiares e retornou uma semana depois. Três dias após chegar de viagem, a idosa começou a ter os primeiros sintomas da covid-19.
"Ela começou com uma gripe e tosse. Fomos ao pronto-socorro e o médico receitou um xarope e nos mandou para casa. Mas dois dias depois ela piorou e voltamos ao hospital e ela já ficou internada", conta a filha.
Vitalina relata que a mãe é cardíaca, tem pressão alta e, devido à doença, teve pneumonia. E mesmo sabendo da gravidade da covid-19 e sendo do grupo de risco, em nenhum momento ela apresentou a doença em seu estado mais grave.
"No primeiro dia de internação, ela ficou na UTI para receber cuidados intensivos, mas logo já melhorou e foi para o quarto. Mesmo sabendo da gravidade da doença, ela nunca se abalou. Minha mãe tem muita fé e isso a sustentou a todo tempo. Ela sempre acreditou que iria melhorar", lembra.
De acordo com a idosa, o período de internação, em que ela ficou totalmente isolada, foi o momento mais complicado do enfrentamento da doença.
"Ficávamos só eu e minha filha no quarto e não podíamos ter contato com ninguém. A porta ficava fechada o tempo todo e eu só podia olhar pela janela", lembra a idosa.
Com a alta hospitalar, mãe e filha ficarão em isolamento domiciliar por dez dias, mesmo sem apresentarem sintomas da doença. Como acompanhou a mãe durante a internação, Vitalina filha também fez exame para a covid-19 e aguarda o resultado.
Dona Vitalina é mãe de 10 filhos, tem 21 netos, 19 bisnetos e cinco tataranetos. Para diminuir um pouco a saudade deles, a idosa usava o celular para fazer videoconferência com os familiares.
"Adoro conversar com eles, mesmo eu não entendendo muito de celular. A gente mata a saudade sempre que dá", conta a idosa.
Segundo a idosa, mesmo sabendo da gravidade do novo coronavírus, ela nunca se abalou por estar com a doença. Desde os primeiros sintomas, internação e até a alta hospitalar, ela acreditou na recuperação.
"A gente não precisa ter medo de nada porque Deus é quem cuida da gente. Eu sabia que ele estava comigo e nunca perdi a fé nem tive medo. Ele fez milagre e eu estou aqui e muito bem", diz a idosa.
Assim que passar o período de isolamento domiciliar, dona Vitalina conta que quer voltar para a sua casa na fazenda, local onde mora há mais de 60 anos.
"Primeira coisa que vou fazer quando chegar na minha casa é dobrar meu joelho no chão e agradecer a Deus por tudo o que ele fez. Depois eu quero cuidar das minhas plantas e dos meus animais", conta.
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O ESTADO DE S.PAULO

Artigo – Socorro prometido não chega às Santas Casas
Mirocles Véras
Inicialmente, as Santas Casas e os hospitais filantrópicos desejam reconhecer publicamente a atenção que o presidente da República, Jair Bolsonaro, tem dedicado ao segmento, em especial ao esforço para sanear as finanças das instituições.
No dia 27 de março, por exemplo, houve o anúncio da diminuição dos juros de uma linha de crédito especial posta em operação pela Caixa Econômica Federal. O objetivo é injetar até R$ 5 bilhões no sistema para manter os hospitais operando plenamente durante a emergência que enfrentamos.
Porém, neste momento em que a sociedade necessita de todos os recursos do sistema de saúde à disposição, a Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas se sente no dever de alertar o presidente, demais autoridades e a população: a linha de crédito não atende às Santas Casas.
As condições impostas pela Caixa estão impedindo que os recursos cheguem às instituições, que seguem endividadas e sem capacidade de financiar satisfatoriamente as operações, sobretudo com a nova realidade do mercado de insumos de saúde.
Atualmente, o banco público está propondo juros que ainda são proibitivos para as entidades. O processo é muito burocrático e com exigências de garantias suplementares. Também existe falta de informação nas agências e há superintendências regionais que desconhecem as regras. Na prática, o empréstimo é inviável na maioria dos casos.
Então, apesar de Executivo, Legislativo e órgãos públicos terem se mobilizado rapidamente para construir e aprovar um mecanismo para injetar bilhões adicionais na saúde, o dinheiro não chegou ao sistema e os benefícios ainda não saíram do papel.
A linha de crédito não atende às expectativas do setor.
Os juros são altos, diminuíram o prazo de pagamento para as pequenas Santas Casas, o processo é lento e se exige aditivo e autorização do Ministério da Saúde. Pior ainda é a garantia suplementar feita, além do consignado, com bloqueio de quatro a seis parcelas até o fim do contrato.
O setor, que já enfrenta um endividamento de R$ 24 bilhões em consequência da defasagem dos repasses do Sistema Único de Saúde (SUS), recebe um anúncio de financiamento em tempos de pandemia com juros maiores que os da agricultura e da indústria.
Dentre os financiamentos consignados, com pagamento garantido pelo Ministério da Saúde, 10% ao ano é muito alto e a diminuição das parcelas de 120 para 80 meses para os hospitais de médio e pequeno porte, que são a maioria, limitando ainda mais seu fluxo de caixa mensal, é impraticável.
Durante o ano de 2019 deputados e senadores aprovaram uma linha de crédito cuja fonte de recurso seria o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)). Pois bem, no ano passado, a Caixa não conseguiu operacionalizar sequer um terço do valor dos recursos destinados, exigindo garantias acessórias, documentos e a aquisição de produtos como seguros, transferência de folha de pagamento e outros, de forma que o que era para ser um socorro se tornou um produto inacessível.
A fim de minimizar os impactos financeiros que os hospitais estão vivendo para manter seu quadro de colaboradores, muitos também acometidos pela enfermidade, bem como para garantir abastecimento e suprimento dos estoques, em especial dos equipamentos de proteção individual (EPI's) utilizados para o atendimento à pandemia, em razão dos preços abusivos que passaram a ser cobrados, propomos esforços do Ministério da Saúde junto à Caixa Econômica Federal e ao Ministério da Economia para suspender, por um período de dois meses, os pagamentos das parcelas dos contratos de financiamento, decorrente das operações de crédito para hospitais filantrópicos, com a garantia dos valores consignados dos recebíveis SUS, de forma que essas duas parcelas suspensas sejam acrescentadas ao final dos respectivos contratos, tanto para as operações firmadas com a Caixa, como com as demais instituições financeiras.
Pelo andar da carruagem, essa promessa não deve ocorrer antes de 30 até 60 dias.
Atravessamos talvez a mais grave emergência de saúde da História. Nesta situação, cada dia de atraso em qualquer providência causa prejuízos irrecuperáveis, que já são contados em número de mortes.
Por isso temos a obrigação de resolver imediatamente esses entraves para que as instituições estejam com força total na sua função de salvar vidas.
É preciso assegurar o custeio e a manutenção de condições mínimas de fluxo de caixa para suportar esta crise epidemiológica. Apesar de Executivo e Legislativo se terem mobilizado rapidamente para construir e aprovar um mecanismo para injetar bilhões adicionais na saúde, especialmente o presidente Bolsonaro citando diretamente a importância das Santas Casas e dos hospitais filantrópicos, o dinheiro não chegou ao sistema e os benefícios ainda não saíram do papel.
As Santas Casas e os hospitais filantrópicos estão há 500 anos a serviço da saúde pública no Brasil e vamos enfrentar mais essa crise ao lado da população, de portas abertas e lutando por vidas.
É preciso assegurar condições mínimas de fluxo de caixa para suportar esta crise
PRESIDENTE DA CONFEDERAÇÃO DAS SANTAS CASAS E HOSPITAIS FILANTRÓPICOS (CMB)
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FOLHA DE S.PAULO

Médico é responsável por uso da cloroquina, diz Mandetta

Para ministério, faltam dados para recomendar o medicamento em casos leves
Paulo Saldana e Renato Machado
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que a pasta ainda não pode orientar o uso amplo da cloroquina em casos de infecção pelo novo coronavírus, mas ressaltou que os médicos têm autonomia para receitar o medicamento – e devem se responsabilizar pela prescrição.
No momento, já há protocolo para disponibilizar o medicamento para casos de gravidade média e avançada.
"A prescrição médica no Brasil, a caneta e o CRM do médico, está na mão dele. Se ele quiser comunicar o paciente dele, 'olha, não tenho nenhuma evidência, acho que poderia usar esse medicamento, com tal risco, pode ter isso', e se ele se responsabilizar individualmente, não tem óbice nenhum", disse o ministro em entrevista coletiva nesta terça-feira (7), em Brasília.
"Mas para que nós possamos, no Ministério da Saúde, assinar que o ministério recomenda que se tome essa medida, precisamos de um pouco mais de tempo para saber se isso pode ser considerado uma coisa boa ou se tem efeito colateral", afirmou.
Mandetta disse que solicitou ao CFM (Conselho Federal de Medicina) que reúna manifestações sobre o uso dessa substância, mesmo que verbais.
O ministro disse que há nove estudos clínicos sobre ouso da cloroquina e outras substâncias no país para o tratamento de Covid-19 e que os resultados preliminares devem sair a partir de 20 abril.
Enquanto a entrevista ocorria no Planalto, Bolsonaro divulgou vídeo nas redes sociais em que uma médica defende abordagem diferente da orientação do Ministério da Saúde.
O protocolo da pasta indica a prescrição do medicamento para casos graves e críticos da doença. Já a médica Nise Yamaguchi, que tem mantido conversas com o presidente, defende que se receite a medicação já no segundo dia após o início dos sintomas.
Bolsonaro compartilhou entrevista de Nise ao canal CNN BrasiL Ela diz que as evidências científicas ainda estão sendo construídas, mas ressalta que médicos e hospitais já trabalham com a medicação.
"Precisaria começar a tomar no segundo dia após o inicio de sintomas", diz ela. "São decisões terapêuticas, e médicos em São Paulo e em vários grande hospitais já assumiram que é muito necessário que a gente trate os pacientes quando eles chegam."
O secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Denizar Vianna, disse que não há alteração no protocolo de uso por parte da pasta.
"Não houve nenhuma alteração. Foi emitida nota técnica do ministério da saúde no dia 27 março orientando os estados a tratar os pacientes da forma grave e crítica em ambiente hospitalar", disse.
Vianna afirmou, após a saída do ministro, que estudos preliminares mostraram que a cloroquina pode trazer bons resultados em casos graves.
Também contribui para a recomendação, de acordo com o secretário, o fato de que o paciente grave já se encontra dentro de uma unidade de saúde, recebendo um acompanhamento melhor. Além disso, como a taxa de letalidade desses casos é alta, valeria a pena assumir possíveis riscos.
Por outro lado, o secretário afirma que o ministério não tem comprovação científica robusta para o uso da droga no tratamento de casos leves.
Testes do uso do medicamento para esses casos estão sendo feitos no Brasil e resultados preliminares devem ser anunciados ainda neste mês.
O secretário afirmou ainda que a arritmia cardíaca é o principal risco para uso da cloroquina e concluiu dizendo que o Ministério da Saúde tem consciência de que se trata de uma situação excepcional, mas que a pasta não vai tomar decisões a respeito de tratamentos sem evidências.
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Remédio não evita mortes, aponta estudo preliminar da Fiocruz
Mônica Bergamo
Os resultados preliminares de um estudo feito coma cloroquina pela Fiocruz e pela Fundação de Medicina Tropical mostraram que a letalidade no grupo de pacientes com Covid-19 testado, em estado grave, foi de 13% – de 81 doentes que tomaram o medicamento, n morreram.
A taxa de mortalidade verificada em pacientes em iguais condições que não usaram a droga é de 18%, segundo estudos internacionais.
A proximidade dos dois índices não permite afirmar, por enquanto, que a cloroquina possa fazer diferença fundamental no tratamento.
"Os otimistas podem achar que [a taxa] é menor. Os pessimistas podem achar que é igual. Estatisticamente, é igual, na margem de confiança", diz o infectologista Marcus Lacerda, da Fiocruz, que participa do estudo, que deve continuar até que os dados sejam conclusivos.
Ele prevê que 440 pacientes, de diferentes hospitais, sejam testados – e pode durar ainda de dois a três meses. O grupo de pesquisa é integrado também pela cardiologista Ludhmila Hajjar, do Incor.
A ideia do estudo era que metade dos doentes tomasse dose de 10g de cloroquina e o outro grupo, a metade disso.
A dose maior, no entanto, se mostrou tóxica, provocando reações indesejadas, como arritmia e "outras complicações graves", diz Mareus Lacerda.
As conclusões sobre a toxicidade da substância já foram enviadas para publicação em uma revista científica, já que informações sobre a segurança de pacientes precisam ser rapidamente conhecidas.
"Quando comparamos os grupos de diferentes doses, vimos mais toxicidade na alta dose. Por isso suspendemos esse braço do estudo", afirma o médico. "Agora todos [os pacientes do teste] usarão apenas abaixa dose."
"Nosso estudo [até agora] apenas pode afirmar que a dose alta e muito tóxica", conclui Marcus Lacerda.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação