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DESTAQUES
Bolsonaro sanciona lei que autoriza telemedicina durante pandemia do coronavírus
HCamp registra 16 mortes de pacientes com suspeita de coronavírus, em Goiânia
Bancário que teve coronavírus é aplaudido ao deixar UTI depois de 20 dias
Cai procura por serviço essencial de saúde
Artigo – Saúde após a Covid-19
Maior operadora do País, Amil amplia serviço de telemedicina para 3,5 milhões de clientes
Contrariando Bolsonaro, Mandetta mantém críticas ao uso irrestrito da cloroquina
A saída do ministro nesse momento não seria de interesse da população , diz presidente do CFM
Crer produz protetor facial para abastecimento próprio e de outros hospitais
Requerimento de vereador solicita redução das taxas do Imas durante quarentena
G1
Bolsonaro sanciona lei que autoriza telemedicina durante pandemia do coronavírus
Texto estabelece que médicos devem informar pacientes sobre limitações do atendimento. Artigo que permitia receitas médicas em suporte digital foi vetado.
Por G1
O presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei que autoriza o uso da telemedicina enquanto durar a crise do novo coronavírus (Sars-Cov-2). O texto foi publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira (16) e já está em vigor.
A lei estabelece que por telemedicina deve ser considerado "o exercício da medicina mediado por tecnologias para fins de assistência, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e promoção de saúde".
Segundo a lei, que já está em vigor, os médicos que optarem pelas consultas à distância devem informar os pacientes sobre todas as limitações da prática.
A lei também estabelece que a prestação desse tipo de serviço deve seguir os padrões normativos e éticos usuais do atendimento presencial, "inclusive em relação à contraprestação financeira, [….] não cabendo ao poder público custear ou pagar por tais atividades quando não for exclusivamente serviço prestado ao Sistema Único de Saúde (SUS)".
Dois trechos vetados
O presidente vetou do texto original, que havia sido aprovado pelo Congresso, o trecho que previa que, após o período da pandemia, o Conselho Federal de Medicina regulamentaria a telemedicina. A justificativa é que a atividade deve ser regulada por meio de lei, ou seja, por proposta que passe por aprovação do Congresso Nacional.
Também foi vetado artigo que determinava que seriam seriam válidas as receitas médicas apresentadas em suporte digital.
O motivo apresentado pela Presidência da República para o segundo veto é o fato de que, para a Presidência, ela "ofende o interesse público e gera risco sanitário à população, por equiparar a validade e autenticidade de um mero documento digitalizado, e de fácil adulteração, ao documento eletrônico com assinatura digital com certificados ICP-Brasil (Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira)".
"Poderia gerar o colapso no sistema atual de controle de venda de medicamentos controlados, abrindo espaço para uma disparada no consumo de opioides e outras drogas do gênero", diz a justificativa do veto.
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PORTAL G1/GO
HCamp registra 16 mortes de pacientes com suspeita de coronavírus, em Goiânia
Outras três pessoas morreram na unidade, mas exames constataram que elas não estavam com Covid-19. Goiás tem mais de 300 casos da doença.
Por Vanessa Martins, G1 GO
O Hospital de Campanha (HCamp) em Goiânia registrou a morte de um paciente na manhã desta quinta-feira (16). Ao todo, a unidade soma 16 óbitos de pessoas com suspeita de coronavírus. Goiás já ultrapassa a marca de 300 casos confirmados de Covid-19.
Além das 16 mortes em investigação, outros três pacientes morreram no local, mas exames constataram que eles não estavam com Covid-19. Um deles se trata de um jovem de 27 anos, que morava em Águas Lindas de Goiás, e os outros dois são idosos que viviam em um asilo em Inhumas.
A unidade não tem nenhuma morte de paciente com confirmação de Covid-19.
Pacientes internados
O HCamp não divulga o número de leitos ocupados, mas informou que 84% das pessoas internadas no local são do interior do estado e 16% da capital. A maioria (73%) é composta por homens.
Ainda de acordo com o hospital, há pacientes que estão com monitoramento intensivo e respirando com ajuda de aparelhos e outros em unidades semicríticas. O hospital também não informa quantas pessoas há em cada área.
A Secretaria de Saúde do Estado de Goiás (SES-GO) informou que nova atualização do número de casos e mortes em decorrência de coronavírus deve ser divulgada nesta tarde. Até a manhã desta quinta-feira, há 15 mortes confirmadas e mais de 4 mil casos sendo investigados
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Bancário que teve coronavírus é aplaudido ao deixar UTI depois de 20 dias
Homem de 30 anos foi o 1º a ficar internado em decorrência da Covid-19, em Rio Verde. Ele vai seguir em tratamento em um quarto do hospital: 'Queria poder abraçar cada um da equipe'.
Por Rafael Oliveira, G1 GO
O 1º paciente internado por causa da infecção pelo coronavírus em Rio Verde, região sudoeste do estado, recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nesta quarta-feira (15), onde ficou sob cuidados médicos por 20 dias, e foi para um quarto do hospital. Durante a saída do leito especial, o bancário Antônio Fábio Pires, de 30 anos, foi aplaudido pela equipe que cuidou dele (veja acima).
"Quero agradecer, se possível, a cada uma das pessoas que participaram dos 22 plantões no qual fiquei internado. Queria poder abraçar cada um pela atenção que me deu. Sei que não dá para fazer isso, mas quero deixar meu agradecimento", disse o bancário, com a voz carregada de emoção.
Um novo teste para a Covid-19, doença causada pelo vírus, deu negativo, por isto o acompanhamento médico vai continuar em um quarto do hospital onde está internado. O bancário pode receber alta do hospital nos próximos dias, caso a evolução do quadro clínico seja positiva.
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O POPULAR
Cai procura por serviço essencial de saúde
Cirurgias e exames MEDO da Covid-19 afasta pacientes dos consultórios e causa busca tardia por médicos, mesmo em casos graves, elevando risco
Pacientes de Goiás vão menos ao médico e autoridades associam o comportamento ao medo de Covid 19. Casos graves têm tido procura tardia e situação é de risco
Após 23 dias de suspensão de cirurgias eletivas, exames, consultas e procedimentos ambulatoriais não considerados de emergência, unidades hospitalares apontam redução pela busca de acompanhamentos essenciais para câncer, bem como a procura tardia para quadros graves de acidente vascular cerebral (AVC), enfarte e apendicite, entre outros. A Portaria 511/2020, que foi publicada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) no último dia 23 de março, tem como objetivo concentrar os esforços no combate ao coronavírus, bem como reduzir o uso de equipamentos como respiradores e leitos que podem ser utilizados em casos graves da Covid-19. Apesar disso, é importante não interromper tratamentos e buscar emergência se necessário. Responsável pela gestão de 22 hospitais privados de alta complexidade em Goiás, a Associação de Hospital de Alta Complexidade (Ahpaceg) aponta redução de 60% nos atendimentos de pronto-socorro. A taxa de ocupação de leitos de enfermaria e apartamentos, geralmente utilizados para os atendimentos eletivos, está com variação entre 15% e 50%. A associação afirma que, apesar dos setores de urgência e emergência dos hospitais continuarem funcionando normalmente, o receio de ir a uma unidade de saúde têm levado pacientes a permanecerem em casa, mesmo em casos que não deveriam.
A situação, segundo a Ahpaceg, está acontecendo com pacientes com sintomas de acidente vascular cerebral (AVC), enfarte e apendicite, por exemplo. Pessoas com câncer também estão se afastando de unidades de saúde durante este período de isolamento social, mesmo com necessidade de acompanhamento periódico. A consequência mais grave é que a busca tardia pode levar a quadros de saúde comprometidos e dificultar tratamento e cura.
No Hospital Araújo Jorge, o número de pacientes atendidos em março de 2020 foi 32,65% menor que o mesmo período de 2019. Neste ano foram 8.424 pacientes incluindo Sistema Único de Saúde (SUS), convênios e particulares contra 12.508 do ano passado. Em abril, a queda (nos 13 primeiros dias) foi de 56,07%. Já os chamados pacientes de primeira vez da rede pública, que são encaminhados pela regulação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia a comparação de março a 13 de abril mostra uma redução de 25% sendo 2.470 em 2019 contra 1.872 em 2020. Caso semelhante ocorre, no Hemolabor, por exemplo, que atende paciente com câncer e registrou uma queda de 35% no atendimento.
Presidente da Ahpaceg, Haikal Helou afirma que logo no início dos primeiros casos de Covid-19, o medo fez com que as pessoas corressem para os prontos-socorros. Depois, quando começaram a entender a gravidade bem como a transmissão, o comportamento foi o oposto. "Chegamos a ter no pronto socorro, 80% de pacientes que não precisavam estar lá, mas que não conseguiam marcar consultas e arriscavam, por exemplo. Em seguida aconteceu algo que nunca tinha visto. Pararam de ir, inclusive, quando precisam", pontua.
Haikal explica que foram registradas nas unidades de saúde situações graves que demoraram a procurar o serviço. "No caso de AVC, o ideal é que o atendimento seja feito em até 6 horas, mas tivemos casos que chegaram ao hospital após três ou quatro dias", relata.
Atenção primária
Superintendente da regulação da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, Andreia Alcântara ressalta que os atendimentos de urgência e emergência não estão suspensos. Ela garante, ainda, que todos que necessitam de atendimentos não suspensos estão sendo atendidos. "Nossa demanda de urgência e emergência, de fato, diminuiu muito, mas é preciso considerar que houve redução de trânsito e isso diminui os casos de traumas, por exemplo. Estamos prestando atendimentos assistenciais por telefone e ir às Unidades Básicas de Saúde (UBSs) sem necessidade, não é neste momento, uma boa alternativa. É uma situação que envolve muitos fatores", pontua.
Espera por retorno angustia mulher
Maria (nome fictício), de 67 anos, enfrenta um momento difícil. Ela passou pelo primeiro atendimento em Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais) porque apresentava dificuldade para engolir e reclamava de dor na garganta. O pedido foi de uma endoscopia com biópsia e após o primeiro resultado, a médica pediu para repetir o exame. "A suspeita inicial era de câncer e agora ela, com o exame em mãos, ela não consegue o retorno com a médica. Eles falaram que precisa passar este período, mas é urgente", lamenta a nora.
Teleatendimento como opção
No geral, o teleatedimento foi implantado não só pela rede pública, mas também pela rede privada, conforme matéria publicada no POPULAR no último dia 6 de abril. Entre as unidades estão, por exemplo, o Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG) que agora oferece o serviço para pacientes que fazem tratamento no Ambulatório de Medicina Avançada (AMA) e no Centro de Atenção à Diabetes (Cead). A situação se repete ainda no Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), que já soma 5 mil atendimentos nas áreas de: fisioterapia, educação física, fonoaudiologia, serviço social e psicologia.
Ipasgo oferece atendimento 24 horas de urgência em odontologia
As consultas eletivas na área de odontologia e os exames complementares radiográficos eletivos estão suspensos temporariamente. Apesar disso, atendimentos de urgência continuam permitidos seguindo as determinações do último decreto estadual. O Instituto de Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (Ipasgo) oferta o serviço em dois locais: Pronto Socorro em Odontologia, na Avenida Mutirão, e no Pronto Socorro Odontológico, na Avenida T-9.
Tire suas dúvidas:
Ipasgo: 0800 62 1919
Unimed: 0800 642 8008
Secretaria Municipal de Saúde: 0800 646 1560
Para acompanhamento na rede estadual, a orientação é ligar na unidade em que realiza os atendimentos.
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Artigo – Saúde após a Covid-19
"No Brasil, a Covid-19 tem evidenciado mais uma vez a importância do SUS"
A pandemia da Covid-19 desestabilizou os sistemas de saúde pública, expôs suas fragilidades e trouxe à tona o questionamento sobre os modelos de gestão adotados no mundo todo. Em 90 dias, o vírus se espalhou pelos continentes de diferentes formas e mudou a realidade das populações, principalmente dos trabalhadores informais e dos que vivem em condições de vulnerabilidade.
Observa-se que o impacto do novo coronavírus nos vários países está diretamente relacionado às suas estruturas de saúde, além do nível de isolamento social. Taiwan, por exemplo, apesar de ter uma população de 23,7 milhões de habitantes, registra um número inferior de casos. O país possui um centro de controle de epidemias, criado ainda em 2003. Já os EUA, maior potência do mundo, com o seu sistema de saúde questionável, demonstra diariamente perder a batalha contra a doença.
No Brasil, a Covid-19 tem evidenciado mais uma vez a importância do SUS, que é exemplo mundial ao proporcionar o acesso universal à saúde pública. É o SUS que, mesmo com recorrentes contingenciamentos de recursos financeiros, tem carregado a conta da Covid-19 nas costas.
O tão difundido modelo do Estado Mínimo no nosso país, que conta com quase 40 milhões de trabalhadores informais – além dos que são terceirizados -, está ressoando também na área da saúde. Por exemplo, temos a instituição das organizações sociais (OS). Se, de um lado, a ideia é gerir a saúde com economia de gastos e agilidade, do outro, essas entidades não parecem adequadas para a formulação de políticas públicas, que requerem servidores investidos em cargo público. Há que se ressaltar que na SES-GO não há concurso público na área da saúde há uma década.
Vale lembrar a PEC do então deputado federal Ronaldo Caiado, que cria a carreira única de médico de Estado no SUS, mantida pela União, mas com exercício nos serviços públicos federal, estadual e municipal. O intuito da proposta, que ainda tramita no Congresso Nacional, é fortalecer o sistema de saúde pública, assegurando mais médicos em todas as regiões dos Estados.
Assim como no âmbito econômico-social, a pandemia da Covid-19 poderá estabelecer um divisor de águas na reestruturação do sistema de saúde no Brasil, com o despertar para a necessidade de seu fortalecimento institucional.
Paulo Cezar Martins – Deputado estadual pelo MDB
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PORTAL TERRA
Maior operadora do País, Amil amplia serviço de telemedicina para 3,5 milhões de clientes
Maior empresa de assistência odontológica, Odontoprev também anunciou atendimento a distância
Maior operadora do País em número de beneficiários, a Ami ampliará para os seus 3,5 milhões de clientes acesso à consulta a distância no que está sendo considerado pela empresa o maior programa de telemedicina realizado no Brasil.
O atendimento virtual vem ganhando força nas últimas semanas após regulamentação emergencial do Ministério da Saúde em 20 de março. Antes vetada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), a teleconsulta foi liberada extraordinariamente para o período de surto de coronavírus para evitar deslocamento de pessoas a unidades de saúde e idas desnecessárias ao pronto-socorro.
Diante do cenário, a Amil, que já oferecia consulta online em parceria com o Hospital Albert Einstein apenas para 160 mil beneficiários de seu plano premium, o Amil One, decidiu ampliar o serviço para todos os usuários com a criação de uma plataforma própria de assistência à distância. Já vínhamos preparando um sistema nosso, com prontuário eletrônico robusto, para ampliarmos o serviço no meio do ano. Com a ocorrência da pandemia, encontramos a oportunidade e a ocasião correta para isso e decidimos antecipar , explica Daniel Coudry, CEO da Amil.
O diretor conta que serão 360 profissionais exclusivamente dedicados a essa modalidade de atendimento, entre médicos e enfermeiros, e que a plataforma está preparada para a emissão de documentos, como receitas e atestados, que serão assinados digitalmente.
A expectativa da Amil é realizar até 6 mil atendimentos virtuais por dia. O serviço estará disponível para os beneficiários das quatro empresas que fazem parte do grupo: Amil, Santa Helena Saúde, Ana Costa Saúde e Sobam. Em média, diz Coudry, 80% das consultas de telemedicina são resolvidos a distância. Os demais são encaminhados para atendimento presencial em uma das unidades da rede credenciada.
Saúde bucal. A Odontoprev, maior operadora de planos odontológicos, também decidiu oferecer atendimento online diante da pandemia. Com cerca de 7 milhões de beneficiários, a empresa criou uma plataforma com dentistas de plantão para orientar pacientes sobre casos não urgentes.
São geralmente casos de pessoas que tiveram que interromper um tratamento eletivo por causa do decreto de isolamento ou que estão com alguma dor. A gente avalia e orienta. Se for uma urgência, encaminhamos para uma das clínicas que seguem abertas. Há casos de pacientes que mantemos em monitoramento para, caso tenha alguma emergência, seja encaminhado , explica Emerson Nakao, cirurgião-dentista da Odontoprev.
Ele conta que, desde que a iniciativa teve início, no final de março, já foram 220 atendimentos online.
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FOLHA ONLINE
Contrariando Bolsonaro, Mandetta mantém críticas ao uso irrestrito da cloroquina
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Em conflito aberto com o presidente Jair Bolsonaro, o ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde) manteve nesta quarta-feira (15) as críticas ao uso da hidroxicloroquina para pacientes em estágio inicial do novo coronavírus e defendeu que a prescrição do remédio ocorra no âmbito da relação entre médico e paciente.
A cloroquina –substância que apresentou alguns resultados promissores para o trotamento do Covid-19, mas ainda sem eficácia científica comprovada e com relatos de efeitos colaterais –é um dos principais pontos de divergência entre Mandetta e Bolsonaro.
"É normal que numa situação como essa as pessoas queiram se agarrar numa possibilidade de cura e solução", declarou Mandetta, durante entrevista coletiva no Planalto.
O presidente, por sua vez, é um entusiasta do medicamento e defende que ele seja administrado inclusive para casos leves da doença. Bolsonaro divulgou a droga em diversas ocasiões e atuou diretamente para importar seus insumos da Índia, ao ponto de apoiadores do mandatário passarem a usa a expressão "remédio do Bolsonaro".
"Agora tem uma outra coisa esse tratamento começou aqui no Brasil que tem que ser feito, com quem a gente tem conversado, até o quarto ou dia útil [sic] dos sintomas. Passando disso, como a evolução é muito rápida e ele ataca basicamente o pulmão, quando entrar no estado grave ou no estado gravíssimo, a possibilidade de você se curar é mínima, é quase zero", disse o presidente no início de abril, em entrevista à TV Bandeirantes.
Mandetta discordou nesta quarta de seu chefe e reafirmou que o ministério prevê o uso da cloroquina em pacientes internados, que estejam entubados ou não.
Ele disse ainda que as decisões sobre a substância precisam ser feitas no âmbito das organizações de especialistas, entre elas o CFM (Conselho Federal de Medicina).
"Eles [especialistas] se reuniram e esclareceram. Falaram [que] dar esse remédio para o cara com coronavírus, [para] quem está internado, é para ficar com o monitor. Se tiver arritmia suspende [o medicamento], mas ele [o paciente] está internado. Você vai captar [a arritmia] bem no cedo", afirmou o ministro, destacando que a hidroxicloroquina tem como efeito colateral mudanças nos batimentos cardíacos.
"Se a gente tem um remédio que pode causar uma batida diferente do coração e [pode] levar a pessoa ao CTI (Centro de Tratamento Intensivo), se déssemos para todo mundo, será que aumentaria o número de pessoas com arritmia indo para o CTI?", questionou.
Ele argumentou ainda que o uso da medicação em estágios iniciais não está proibido, mas que isso deve ser feito no âmbito da relação entre médico e paciente, que deve ser avisado de possíveis efeitos colaterais para se precaver.
"O ministério da Saúde nunca tirou isso da prateleira de ninguém", afirmou. Ele reforçou que não pretende elaborar um protocolo para a administração da substância fora do ambiente hospitalar.
Mandetta se referiu à cloroquina como mais uma "droga no arsenal" e destacou que ainda há muitas perguntas sendo feitas sobre o remédio.
"São perguntas que a ciência faz e a ciência responde. Eles afirmam a gente vai dando passos. Não se tirou prerrogativa de ninguém. Quem [o médico] achar que deve [prescrever]… Agora, oriente seu paciente, que deve saber os riscos de tudo o que está tomando e perguntar quais são as evidencias. E cada um faz a sua decisão. Nós enquanto coisa pública seguiremos essa máxima", concluiu.
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EXTRA
A saída do ministro nesse momento não seria de interesse da população , diz presidente do CFM
Mauro Luiz de Britto Ribeiro diz que medidas adotadas por Mandetta estão sendo bem sucedidas e que decisão do conselho sobre cloroquina sairá em breve
BRASÍLIA- O Conselho Federal de Medicina (CFM) prepara um parecer sobre uma das principais polêmicas do governo no combate ao coronavírus: se recomendará ou não o uso da cloroquina desde antes da fase de internação. Enquanto define qual será a posição do órgão sobre o tema que opõe Jair Bolsonaro e Luiz Henrique Mandetta, em entrevista ao GLOBO, o presidente do CFM, Mauro Luiz de Britto Ribeiro defendeu a permanência do ministro à frente da pasta da Saúde.
Segundo Ribeiro, as medidas implementadas por Mandetta, como a recomendação de higienização e isolamento social, têm sido eficazes no combate à covid-19. Ele afirma ainda que não comprovação científica da eficácia da hidroxicloroquina e da cloroquina no tratamento da covid-19, mas que o conselho buscará um meio termo na recomendação, uma vez que a droga está sendo amplamente prescrita no Brasil para o tratamento da doença.
Ao GLOBO, Ribeiro disse ainda que o CFM prepara um estudo sobre o número de médicos vítimas da covid-19 e que o balanço será divulgado ao fim da pandemia. O presidente do CFM criticou a decisão do MEC de permitir a antecipação da formatura de estudantes de medicina, o que, segundo ele, prejudicará a formação dos futuros profissionais.
O CFM tem algum balanço sobre a quantidade de médicos que já foram infectados pela covid-19?
Temos relatos de morte, mas de forma pontual. Hoje falamos para todos os presidentes dos conselhos regionais para fazermos um balanço e termos o número de médicos que estão morrendo. Como quando há morte é dada a baixa na carteira no Conselho e o atestado de óbito é anexado, vamos ter esses números. Hoje não existe um número oficial, só recebemos relatos. Essa semana morreram dois médicos no mesmo dia em Manaus, de ontem para hoje morreu uma médica de 60 anos em outro estado. Mas vamos ter esse balanço sim. Vamos divulgar no final da pandemia esses números.
Observando o cenário de hoje, é possível estimar quanto tempo nosso sistema de saúde suporta a epidemia?
O que existe hoje é um situação totalmente politizada em que todo mundo acha alguma coisa sem nenhum dado palpável em relação a isso. Quando vai ser o pico de comprometimento de infectados no Brasil? O ministro tem sido muito cobrado por isso, porque ele mudou a data. Mas compreendemos perfeitamente, porque essa situação não é estática, ela muda a cada dia, a cada semana. Não podemos esquecer que é uma doença desconhecida, muito do que sabemos é o que vem de fora da experiência de outros países. Nós acreditamos de uma forma empírica que as medidas tomadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro através do ministério da Saúde pelo ministro (Luiz Henrique) Mandetta vão impactar na curva. Quando você olha a curva de mortalidade no Brasil comparada com os outros países nessa mesma fase que estamos passando, a curva é baixa, mas existe subnotificação de morte. Também existe um número muito maior de pacientes infectados no Brasil. Certamente a taxa de letalidade do Brasil, que hoje gira em torno de 5%, na realidade é muito abaixo disso.
Qual a causa dessa subnotificação?
Estamos testando 256 pacientes por milhão de habitantes, a Alemanha testa 16 mil por milhão, a Coreia testou 15 mil por milhão. Precisamos testar mais. A testagem não está sendo feita não por incompetência do ministério, a pasta comprou testes, o problema é que ninguém entrega. O mundo quer os mesmos insumos e o Brasil está pagando um preço por isso.
Quais os principais obstáculos na contenção da epidemia?
Essa é uma doença terrível, sem precedentes na História da Humanidade, porque é altamente transmissível, colapsa o sistema de saúde dos países e do mundo, mas não só isso, colapsa o sistema econômico e financeiro mundial, e o sistema social também, porque as pessoas têm que se isolar e afastar. No momento em que a pessoa está mais fragilizada, quando está doente, tem que ficar isolada. Ninguém sabe lidar com essa doença, não existe uma garantia de 100% de como prevenir. Essa doença causa a falência de milhares, aumenta em milhões o número de desempregados. O maior obstáculo é que é uma doença desconhecida e avassaladora.
Como lidar com isso?
Quando o ministro defende de forma muito veemente, a ponto de criar uma crise dentro do governo, a higienização e o isolamento horizontal ele está baseado naquilo que os países de primeiro mundo têm feito. Mas quando o presidente Bolsonaro é favorável à flexibilização, e aí não vai nenhuma contradição na minha fala, ele está vendo a visão do todo como presidente: do caos da saúde, do caos financeiro e social. Enquanto o ministro da saúde parece ter uma visão mais voltada para ciência e para saúde. Na realidade, ninguém sabe ao certo. A pergunta de um milhão de dólares é: Deve se fazer o afastamento social? Qual melhor momento para que os países voltem a liberar (a circulação)? Ninguém tem uma resposta certa. Nós do CFM defendemos o que se faz nos países de primeiro mundo, que é a higienização e o afastamento social, porque isso tem sido feito nos países que estão na fase mais avançada da doença e com um bom resultado.
Como o senhor avalia uma possível demissão do ministro Luiz Henrique Mandetta nesse momento?
Não cabe ao CFM fazer qualquer tipo de comentário da situação política. Mas o ideal é que ele continuasse com a equipe dele, já que ele está à frente desse processo desde o início. A saída do ministro nesse momento não seria de interesse da população brasileira, já que existe uma política implantada pela equipe do ministro que aparentemente está sendo muito bem sucedida. Mas caso essa situação aconteça, não cabe por parte do CFM qualquer tipo de crítica ao presidente da República. Ele foi legitimamente eleito, é o nosso comandante, o líder da nação, mas que isso seja feito de forma menos traumática possível, para que a população não sofra os efeitos dessa contenda entre o Ministério da Saúde e o presidente da República.
O ministro da Saúde pediu um posicionamento do CFM sobre o uso da cloroquina no tratamento da covid-19. Quando esse parecer será emitido? Qual a posição do conselho?
Estamos deliberando sobre isso. Está bem politizada a questão da hidroxicloroquina e da cloroquina. São drogas extremamente conhecidas nas suas farmacologias em relação ao tratamento de outras doenças, mas ninguém sabe a ação da hidroxicloroquina no tratamento da covid-19. Essa questão se politizou no Brasil. Todo mundo tem opinião em relação ao uso da hidroxicloroquina no tratamento da covid. Fizemos reuniões com as sociedades de especialidades que têm afinidade sobre esse assunto e hoje não existe na literatura mundial por grupos de cientistas reconhecidos nenhum trabalho que mostre qualquer tipo de eficácia da hidroxicloroquina no tratamento da covid-19. Não tem nenhum estudo que mostre a segurança do tratamento em relação à covid. O que existe na literatura são estudos observacionais que têm muito pouco valor científico, não tem nenhum valor em relação à medicina baseada em evidências.
Por quê?
A medicina baseada em evidências tem que fazer protocolos clínicos nos quais se compare grupos para identificar se a hidroxicloroquina teve ou não algum tipo de impacto nos chamados eventos duros, como o tempo de CTI de um paciente. Não existe esse estudo até hoje na literatura, alguns estão sendo feitos na Europa, no Canadá, mas ainda não foram divulgados e estamos no escuro. Mas por causa disso a hidroxicloroquina não pode ser utilizada? Ela tem sido amplamente utilizada no Brasil. É esse o ponto de equilíbro que o CFM vai definir nos próximos dias. Não existe evidências científicas, não temos segurança necessária, mas existem estudos observacionais. Alguns são favoráveis, outros acham que piora o quadro desses pacientes e nós vamos definir (como prescrevê-la). Estamos bastante avançados no processo, ouvindo sociedades de especialistas para chegar a uma conclusão. Também estamos levantando tudo que existe em relação a entidades internacionais.
O Ministério da Educação (MEC) permitiu a antecipação da formatura de médicos. Qual a opinião do CFM sobre isso?
O CFM é totalmente contra. Tivemos a oportunidade de colocar a posição em reunião dentro do Ministério da Saúde com o MEC e questionamos quantos acadêmicos estariam nessa situação, a informação que temos é que o MEC desconhecia esse dado. Somos contra porque isso amputa 25% do momento mais importante do curso de Medicina que é o internato, onde o médico já tem a carga teórica e está aplicando aquilo na prática. Não sabemos quantos acadêmicos se formarão nessa situação. Não existe nenhuma garantia de que esses médicos formados e com CRM vão atender ao chamamento do governo para atender pacientes com covid-19. Colocando isso na balança ela é altamente desfavorável.
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JORNAL OPÇÃO
Crer produz protetor facial para abastecimento próprio e de outros hospitais
Por Eduardo Pinheiro
Os 135 equipamentos já produzidos foram distribuídos entre os hospitais Crer, Hugol e Hospital de Campanha (Hcamp) de Goiânia
O Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer) está produzindo protetores faciais para serem usados pelos profissionais no enfrentamento da Covid-19. A produção do Equipamento de Proteção Individual (EPI) é realizada na Oficina Ortopédica do hospital e, ao todo, 135 peças já foram confeccionadas.
Conforme explica o gerente da Oficina Ortopédica do Crer e responsável pela produção dos protetores, Alysson Alvim Campos, o processo de produção dos protetores faciais se assemelha muito com o trabalho de confecção de órtese e prótese. Por isso, os profissionais da unidade não tiveram dificuldade em desenvolver o trabalho, já que têm a expertise no manuseio da matéria-prima usada na confecção do EPI.
Para chegar ao protótipo do protetor facial, que atende aos padrões de qualidade exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Crer buscou parâmetros no Laboratório de Tecnologia da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Ao todo, o Crer está produzindo uma média de 50 protetores faciais por dia. Os 135 equipamentos já produzidos foram distribuídos entre os hospitais Crer, Hugol e Hospital De Campanha (Hcamp) de Goiânia, exclusivo para o atendimento de pessoas com os sintomas da Covid-19.
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Requerimento de vereador solicita redução das taxas do Imas durante quarentena
Por Luiz Phillipe Araújo
Denício Trindade justifica que reduzir as mensalidades em 30% é necessário devido à instabilidade econômica atingir também os servidores do município
O vereador de Goiânia Denício Trindade enviou nesta quarta-feira, 15, requerimento em que solicita à Prefeitura a redução das taxas pagas pelos servidores ao Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores (Imas).
Segundo o parlamentar, os servidores do município já sentem os impactos da crise. Acrescenta ainda que o decreto de redução de despesas reduziu em cerca de 15% o custo mensal dos servidores para o Paço.
“Desta forma, tendo em vista que a instabilidade econômica também rende a afetar aos servidores do município, o pedido em tela se justifica visando fazer justiça àqueles que contribuem com o Instituto”, finaliza a justificativa.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação