ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Covid-19: Goiás registra uma morte e 69 casos nas últimas 24 horas
Saúde de Goiânia adia resultados de inquérito sobre covid-19
Doenças cardíacas merecem atenção em meio à pandemia
Médico do Materno Infantil, em Goiânia, morre por covid-19
Ministério da Saúde orienta que a construção de hospitais de campanha seja feita em último caso
Brasil manterá orientação sobre uso da cloroquina
SES não acatará recomendação do MPF sobre cloroquina
Professores da UnB que pesquisam eficácia da cloroquina, são alvos de ataques
Artigo – Sua clínica está preparada para a pós-pandemia?
A REDAÇÃO
Covid-19: Goiás registra uma morte e 69 casos nas últimas 24 horas
Estado acumula 2.512 infectados
Théo Mariano
Goiânia – Após passar dois dias sem contabilizar nenhuma morte por covid-19, Goiás registrou um novo óbito pela doença nas últimas 24 horas e total chegou a 96. Os dados são de boletim divulgado nesta segunda-feira (25/5) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO). De acordo com os números, foram registrados 69 novos casos entre domingo (24) e segunda.
Além dos 2.512 infectados, o Estado acumula 17.931 pacientes com suspeita de covid-19. Outras 102 amostras passam por análise no Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO).
Ao todo, 18 mortes estão em investigação para saber se a motivação foi covid-19. A pasta não divulgou o número de curados da doença.
O governo de Goiás disponibilizou uma plataforma, atualizada a cada 30 minutos, com os principais dados sobre o avanço da covid-19 no Estado.
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Saúde de Goiânia adia resultados de inquérito sobre covid-19
Divulgação será feita após segunda etapa
Théo Mariano
Goiânia – A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) afirmou, em nota, que os resultados do primeiro inquérito populacional para covid-19 serão divulgados somente após a realização da segunda etapa de testes, marcada para o próximo sábado (30/5). A primeira bateria de exames foi realizada no dia 9 de maio.
Segundo a pasta, os testes distribuídos pelo Ministério da Saúde não atingiram a sensibilidade indicada na bula do fabricante. Na nota, a SMS afirma que tomou a decisão “prezando por resultados que aproximem ao máximo da realidade da circulação do novo coronavírus em Goiânia (sic), e entendendo que, diante as novas evidências, os resultados preliminares da primeira etapa do inquérito em Goiânia podem estar subestimados.”
O primeiro inquérito foi feito por meio de visitas domiciliares, a partir de sorteio entre todas as residências da capital. Para a realização do teste rápido, a SMS explica que foi feita coleta de uma gota de sangue de um dedo do participante conforme orientado nas Instruções de Uso do fabricante.
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Doenças cardíacas merecem atenção em meio à pandemia
Mais de 150 mil morreram este ano pelo mal | 25.05.20 – 11:30
Goiânia – Em meio à pandemia de covid-19, o medo de contrair a doença vem causando outro grande problema de saúde: o afastamento dos hospitais de pacientes que necessitam de outros tipos de atendimento e de acompanhamento rotineiro para o tratamento de doenças crônicas.
É o caso, por exemplo, de pacientes com doenças cardíacas já diagnosticadas ou que apresentam sintomas de problemas cardiovasculares, que são responsáveis por 30% dos óbitos registrados no Brasil e que apenas em 2020, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, já provocaram mais de 150 mil mortes.
Médicos estão preocupados com esse comportamento dos pacientes que deixam de buscar acompanhamento e atendimento médico-hospitalar e acabam tendo o seu quadro clínico agravado pela demora na assistência, o que amplia o tempo de tratamento, onera seu custo e, o que é pior, até inviabiliza a chance de cura.
Os especialistas destacam que doenças cardíacas e problemas, como o infarto, não estão em quarentena e continuam atingindo a população. O estresse e sedentarismo agravados pelo distanciamento social aumentam os riscos das doenças cardiovasculares e exigem ainda mais atenção da população.
No Hospital Anis Rassi, por exemplo, os atendimentos ocorrem normalmente durante a pandemia para pacientes particulares e conveniados. Além das consultas, o hospital realiza procedimentos eletivos em hemodinâmica, como cateterismo, angioplastia e TAVI (Tratamento Transcateter da Valva Aórtica), e outros atendimentos para diagnóstico e terapêutica.
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DIA ONLINE
Médico do Materno Infantil, em Goiânia, morre por covid-19
O cirurgião geral, ginecologista e obstetra Emivaldo Soares Martins, de 63 anos, trabalhava no HMI há 3 anos.
Um médico do Hospital Estadual Materno-Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI), em Goiânia, morreu na madrugada desta segunda-feira (25/5), após testar positivo para covid-19.
O cirurgião geral, ginecologista e obstetra Emivaldo Soares Martins, de 63 anos, trabalhava no HMI há 3 anos e também atuava como plantonista no Pronto-Socorro da Mulher.
Conforme informações, o médico havia testado positivo para coronavírus e foi afastado das atividades.
Por meio de nota, a SES-GO lamentou a morte do profissional:
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) também divulgou uma nota informando o falecimento do médico, que exerceu a função por mais de 37 anos, e se solidarizando com familiares. Veja na íntegra:
Por meio de nota, o HMI também lamentou a morte do profissional. " As diretorias Geral e Técnica lamentam e sentem muito a perda do profissional e estimam que Deus conforte aos Familiares."
A unidade também ressaltou que os colaboradores da unidade estão sendo orientados para prevenir a contaminação pela covid-19. Além disso, os profissionais que apresentam sintomas gripais são afastados e acompanhados pelo Sesmt . Confiram na íntegra a nota:
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TERRA ONLINE
Ministério da Saúde orienta que a construção de hospitais de campanha seja feita em último caso
Pasta divulgou as regras de financiamento para a construção de novos hospitais de campanha; governo não vai recuar sobre orientação de uso da cloroquina no SUS
O Ministério da Saúde divulgou nesta segunda-feira, 25, as regras de financiamento para a construção de novos hospitais de campanha para o tratamento de pacientes com o novo coronavírus. A pasta decidiu deixar de fazer a gestão compartilhada desses hospitais e passará a descentralizar os recursos para Estados e municípios, mas a orientação é de que os hospitais de campanha sejam utilizados em último caso, inclusive após o uso de leitos privados.
Antes de partirmos para uma rede provisória, precisamos ver o que está disponível na rede privada.Temos que buscar estruturas provisórias só quando não tivermos mais estruturas alternativas , disse o secretário-executivo substituto, Élcio Franco, acrescentando que haverá o credenciamento de leitos privados para indenização posterior.
O Sistema Único de Saúde repassa R$ 1.600 para os leitos de UTI para tratamento da covid-19. Hospitais privados têm queda de ocupação de leitos, porque procedimentos eletivos foram cancelados e há medo das pessoas de pegar a covid-19.
Para Franco, o ideal é que o hospital de campanha seja construído perto de um hospital de alta complexidade. Se não for possível, o hospital deve contar com o apoio de ambulância com suporte ventilatório para realizar a transferência dos pacientes que apresentarem agravamento do caso.
Segundo a diretora do Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e Urgência, Adriana Teixeira, a proporção recomendada é de que, a cada 40 leitos clínicos (para a internação de pacientes com sintomas respiratórios de baixa complexidade), sejam construídos 10 de suporte ventilatório invasivo e não invasivo (para tratamento dos casos de piora do quadro respiratório).
O ministério pagará R$ 43 mil por leito de ventilação não invasiva. Os leitos de suporte ventilatório pulmonar terão habilitação temporária por 90 dias.
As autoridades do Ministério da Saúde ainda reforçaram a importância de que os hospitais atualizem periodicamente a taxa de ocupação dos seus leitos de UTI para que a pasta consiga auxiliar os Estados e municípios. Precisamos muito que os cadastros de s-SUS Notifica sejam alimentados. Temos 601 estabelecimentos que atualizaram seus dados hoje, e essa taxa varia a cada dia , disse Adriana.
Na entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, disse que o governo não vai, por ora, recuar da decisão do uso da cloroquina no SUS, mesmo após a Organização Mundial da Saúde (OMS) suspender temporariamente o uso de hidroxicloroquina em ensaio clínico internacional. Ela refutou o ensaio clínico Solidariedade.
Não se trata de um ensaio clínico, é um banco de dados. Nos estudos, não estava clara a forma de seleção dos pacientes nem dose padrão de cloroquina, o que nos faz refutar esse estudo , afirmou. Estamos seguindo princípios bioéticos, no qual uma pessoa lúcida pode optar pelo uso da cloroquina. Estamos seguindo o princípio da justiça, o da equidade de oferecer o medicamento no SUS, além de orientar a dose na prescrição médica.
Estamos tranquilos em relação a nossa orientação. Seguimos os conselho do Conselho Federal de Medicina (CFM) para que os médicos prescrevam para quem queria, a despeito de qualquer entidade internacional cancelar sua recomendação.
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FOLHA DE S.PAULO
Brasil manterá orientação sobre uso da cloroquina
Apesar de pesquisas internacionais recentes apontarem riscos no uso de cloroquina e hidroxicloroquina em pacientes com coronavírus e de a OMS (Organização Mundial de Saúde) ter suspendido um estudo em andamento por questões de segurança, o Ministério da Saúde manterá as orientações que ampliam o uso do medicamento.
A declaração foi dada pela secretária de Gestão em Trabalho na Saúde, Mayra Pinheiro, que coordenou a elaboração do documento que ampliou, na última semana, a possibilidade de uso do medicamento no Brasil para pacientes em todos os estágios da Covid-19, mesmo sem comprovação científica de eficácia.
"Estamos muito tranquilos e serenos em relação a nossa orientação", disse Pinheiro nesta segunda-feira (25).
"Ela segue uma orientação feita pelo Conselho Federal de Medicina que dá autonomia para que os médicos possam prescrever essa medicação para os pacientes que assim desejarem. Isso é o que vamos repetir diariamente. Estamos muito tranquilos a despeito de qualquer entidade internacional cancelar seus estudos com a medicação, estudos de segurança", afirmou. "Não haverá qualquer modificação na nota que foi feita."
Mais cedo, a OMS informou que iria suspender os estudos com a hidroxicloroquina e reavaliar sua segurança para Covid-19 antes de retomá-los.
Nos últimos dois meses, a OMS vinha coordenando em 18 países o estudo internacional Solidarity, para avaliar a segurança e a eficácia de diferentes drogas no combate ao coronavírus: além de hidroxicloroquina, estão sendo testados cloroquina, remdesivir, lopinavir com ritonavir e esses dois medicamentos associados com interferon beta-1a.
Na última sexta, porém, a revista científica inglesa The Lancet publicou pesquisa feita com dados de 96 mil pessoas internadas com Covid-19 em 671 hospitais de seis continentes, indicando que o uso de hidroxicloroquina e cloroquina estava ligado a maior risco de arritmia e de morte, em comparação com quem não usou os medicamentos. O trabalho, feito por autores de universidades como Harvard (EUA) e Heart Center (Suíça), também não mostrou eficácia no uso das drogas após o diagnóstico de Covid-19.
A situação levou a OMS a anunciar que iria suspender o ramo que pesquisa a hidroxicloroquina, por precaução.
Pinheiro, porém, disse que o ministério não vê motivos para rever o documento que ampliou a indicação de uso da cloroquina. A medida foi divulgada na última semana, após determinação do presidente Jair Bolsonaro.
Até então, a orientação era de uso apenas por pacientes graves e críticos e com monitoramento em hospitais.
Para ela, os resultados citados pela OMS não são suficientes para que o ministério reveja sua posição.
"Quanto ao estudo mencionado, não se trata de ensaio clínico, é apenas um banco de dados coletado de vários países. Isso não entra como critério para servir como referência", disse, em referência à publicação na Lancet.
Segundo ela, o estudo "não é metodologicamente aceitável para servir como referência a nenhum país do mundo."
"Nesses estudos, a forma de seleção do pacientes, onde não havia uma dose padrão, uma duração padrão e medicação padrão para que possa ser considerado como ensaio clínico, nos faz refutar qualquer possibilidade de usar como referência para o Brasil recuar na sua orientação", diz.
O estudo citado pela OMS, no entanto, é considerado um dos mais completos já publicados sobre o uso da cloroquina.
Os dados, porém, não são definitivos, porque o estudo é observacional -ou seja, traz evidências da vida real em vez de dividir aleatoriamente os pacientes em grupos para receber tratamento ou placebo. Os estudos randomizados duplo-cegos são considerados o padrão ouro da medicina baseada em evidências.
A Folha questionou o ministério qual estudo foi considerado decisivo e suficiente para ampliar a indicação de uso na última semana, uma vez que o publicado na revista Lancet foi rechaçado pela pasta, mas não recebeu resposta.
Questionado por uma jornalista se a manutenção das orientações não levaria o ministério a uma situação "constrangedora" diante da decisão da OMS, o secretário-executivo da pasta, Antônio Elcio Filho, citou uma experiência pessoal para defender o uso.
"O país já tem experiência na administração, para várias viroses. Meu filho pegou malária neste ano e tomou cloroquina. Participei de missão em Angola em 1996 e tomei um [remédio] que tem o mesmo princípio durante seis meses", afirmou.
Em seguida, passou a palavra a Pinheiro, que afirmou que a decisão do Brasil teve como base outros 216 protocolos usados em outros países, como Turquia, Estados Unidos e Índia, alguns "inclusive para uso profilático", disse.
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DIÁRIO DA MANHÃ
SES não acatará recomendação do MPF sobre cloroquina
Ministério Público Federal em Goiás recomendou a disponibilização de cloroquina e a hidroxicloroquina para o tratamento da covid-19, mas Secretaria Estadual da Saúde não acatará recomendação por falta de comprovação científica nos efeitos positivos do uso do medicamento
O Ministério Público Federal (MPF) recomendou ontem (25) que Goiás e outras 119 cidades do estado usem e disponibilizem os medicamentos indicados para o tratamento precoce da covid-19 pelo Ministério da Saúde (MS).
Além dos medicamentos indicados pela norma estabelecida pelo MS, o MPF recomendou também que Goiás e as cidades em questão proporcione meios para que as orientações do ministério da Saúde sejam seguidas pelos médicos nas redes estaduais e municipais de saúde conforme determinado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Médica Brasileira (AMB) para administrar o tratamento que julgarem ser o adequado.
Segundo o órgão federal, a ideia é enfrentar as doenças provocadas pela covid-19, para o uso de um único pilar de atenção à saúde, o terciário, com a aquisição de respiradores mecânicos e a construção de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) voltados para os procedimentos de média e alta complexidade, não é coerente com o Sistema Único de Saúde (SUS).
Polêmica
O MPF lembra que o protocolo clínico farmacológico para o tratamento da covid-19 em estágio inicial é uma estratégia de vital importância para a preservação do maior número possível de vidas. Conforme protocolo publicado na semana passada pelo MS e que conta com o apoio do CMF (mesmo reconhecendo não haver comprovação científica de efeitos positivos destes medicamentos no tratamento da covid-19), os médicos de todo o Brasil foram orientados a usar a cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento da doença mediante o consentimento do paciente.
SES não acatará recomendação
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informou em nota que não acatará recomendação do Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) para disponibilizar hidroxicloroquina e azitromicinana na rede pública de saúde do estado. A SES-GO avalia que apesar da orientação do uso desses medicamentos pelo Ministério da Saúde em pacientes com Covid-19, esse tratamento ainda não tem comprovação científica. A secretaria informa ainda que a cloroquina e a azitromicina estão disponíveis nos hospitais de Campanha do Estado; no entanto, a prescrição para pacientes com Covid-19 não é feita em massa. Cada caso é avaliado individualmente pelo profissional médico, que leva em consideração a peculiaridade de cada paciente.
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Professores da UnB que pesquisam eficácia da cloroquina, são alvos de ataques
Professores da Universidade de Brasília ( UnB ) que estão contribuindo nas pesquisas da aplicabilidade do uso da cloroquina na medicação de pacientes infectados com o novo coronavírus, agora, são alvos de ataques. As hostilidades provêm tanto de quem é a favor do uso do procedimento quanto entre aqueles que não consideram a utilização do remédio.
As situações foram vivenciadas ainda no início de abril, na ocasião em que a instituição de ensino divulgou que um grupo da UnB iria se prontificar ao trabalho de estudo sobre a eficácia da droga. O cenário das agressões foram as redes sociais e alcançou diversos pesquisadores, incluindo de fora da universidade.
Um dos docentes alvo das agressões foi aprovado pelo Conselho da Fundação de Amparo a Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) para substituir a pesquisa sobre o medicamento, que tem sido resultado de polêmica e coadjuvou o episódio da queda de dois ministros do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Em seguida aos ataques, vieram à tona, a reitora da UnB, Márcia Abrahão Moura, se pronunciou sobre as agressões, que nomeou como "abominável" e "inadmissível". "O professor [mais atacado nos protestos] é destacado por uma careira brilhante na UnB, tem diversos artigos científicos publicados e é membro titular do Conselho Consultivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária [Anvisa]", reforçou.
A docente evidenciou a colaboração dos profissionais que motivem os estudos diante do enfrentamento à Covid-19. "A crise de saúde sanitária representa um dos maiores impactos de contratempos em nossa realidade e só poderá ser vencida ou controlada coma contribuição da ciência e a participação de todos".
"É lastimável que cientistas brasileiros envolvidos com a busca de respostas para o grave problemática que está diante de nossos olhos estejam sendo alvo de tão lamentável ação, que, afinal, desacredita a ciência como um todo", pontuou.
Em nota, Márcia comunicou que a UnB tem "comprometimento com a ciência".
"É inaceitável que os docentes sejam alvos de agressões motivadas por origens ideológicas e sem qualquer amparo na realidade e em pesquisa científica.
A UnB afirma seu empenho em defesa da ciência, da ética e do respeito ao próximo".
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PORTAL SEGS
Artigo – Sua clínica está preparada para a pós-pandemia?
Em 2013, escrevi um artigo dizendo que o paciente havia saído de cena. E no lugar dele, havia surgido a tríade: e-paciente, cliente, consumidor. Como o paciente está sempre muito à frente do médico, em 2013, ele já havia assumido um novo papel social: o e-paciente. Sete anos depois, com a regulamentação da telemedicina em meio à pandemia do coronavírus, enfim o e-paciente e o e-médico se encontraram.
Esse encontro ocorreu num momento muito difícil, onde a população mundial se depara com a incerteza e o medo causado pela pandemia do Covid-19, que transformou profundamente e rapidamente o mundo.
Isolamento social, quarentena, lockdown, álcool em gel, máscaras faciais, etiqueta respiratória, respiradores, e-commerce, home-office, telemedicina, live, delivery, cursos on-line, angústia, depressão, desemprego, falência, novas formas de higienizar os alimentos, novas formas de velar e enterrar os mortos, de celebrar casamentos e de comemorar aniversários…
Num primeiro momento, mergulhamos num luto profundo pelo que perdemos e tentamos criar um repertório para lidar com as privações e a desconexão social. Em seguida, criamos uma mentalidade de confinamento, definindo uma rotina e encontrando formas de reconexão através de novas ferramentas.
Nada será como antes
Com o relaxamento do confinamento, tentaremos voltar, ávidos, à vida como ela era antes de tudo acontecer. Mas a euforia inicial da liberdade de movimento e de consumo dará lugar à percepção de que nada será como antes e que precisaremos nos adaptar, novamente.
Sairemos da pandemia sim, mas não seremos mais os mesmos. Precisaremos assimilar o que ficará do que vivemos no confinamento e da crise, e o que abandonaremos. Será preciso definir novas regras, novas rotinas, novos valores. E, obviamente, uma nova forma de consumir. O e-paciente será diferente, terá uma nova mentalidade para consumir os serviços médicos. O médico precisará ser rápido para reconhecer e afirmar novas normas sociais e novos formatos de consumo de seus serviços.
Nem mesmo com o surgimento de uma vacina, teremos "o mundo de antes", de volta, pois, agora, temos a memória da pandemia gravada na mente. Assim é preciso lidar com o fato que o coronavírus acelerou as mudanças sociais, econômicas, políticas, culturais que ocorreriam em anos…
O mundo pós-covid19
A crise de saúde pública atual está criando oportunidades para acelerar a implementação da nova economia digital (a partir da digitalização). A pandemia não impactou apenas empresas e marcas, mas profundamente as preferências e os comportamentos das pessoas. O e-paciente sairá da pandemia buscando segurança, esperança e conforto.
Empresas e marcas precisam trabalhar para amenizar a ansiedade, investindo em estratégias que criem uma sensação de segurança. O setor hoteleiro no Brasil já se organizou para atender esta demanda, criando o Selo Ambiente Limpo e Seguro. A certificação contemplará empresas que assegurarem o cumprimento de requisitos de higiene, limpeza e todos os cuidados necessários que garantam a segurança do consumidor.
As clínicas precisarão oferecer muito mais do que os antigos serviços pré-pandemia. Precisarão agir de maneira a entregar um valor real aos e-pacientes, reafirmando seus propósitos, transformando seus valores em ações efetivas e oferecendo uma perspectiva positiva para o futuro, num ambiente limpo e seguro.
Apesar da desaceleração econômica, os gastos em saúde e bem-estar deverão crescer muito neste ano por conta da crise do coronavírus, segundo a pesquisa 2020 Chinese Consumer, da consultoria McKinsey. A saúde e o bem-estar foram lançados para o topo da lista de prioridades do público, influenciando em muito o consumo pós-coronavírus.
O que o paciente deseja encontrar nas clínicas?
Listei, a seguir, ações que serão bem recebidas pelo e-paciente na atual fase em que vivemos: o momento de encararmos o que vem por aí. Nesta fase, a tendência é que as pessoas falem sobre a vontade de voltar ao "novo normal", de sair, de reabrir, de reencontrar… Portanto, prepare-se para reformular o seu negócio e encontrar o novo e-paciente!
01) Foco no compromisso e no cuidado
Nestes tempos de incerteza, ninguém espera que as coisas funcionem como sempre funcionaram. Mais do que nunca, é fundamental compreender o momento, se comunicar, ir além quando necessário e demonstrar compaixão por aqueles que estão sofrendo. É fundamental manter-se fiel ao propósito e valores da sua marca;
A comunicação precisa levar positividade e conforto, reconhecendo que estamos vivendo um período inusitado. Isso exige novas estratégias, implementadas em nome do bem comum. Portanto, nenhuma das medidas de segurança proposta irá causar estranheza ao e-paciente;
É bom destacar também que o e-paciente está atento ao papel desempenhado pela clínica e pelo seu médico na ajuda do coletivo durante a pandemia. O consumo será orientado também pelo papel que cada profissional, marca e instituição teve em mostrar seu propósito de existência, não pensando apenas no seu negócio, mas no coletivo.
02) Ofereça segurança
Novo agendamento
É preciso oferecer segurança ao e-paciente, no atendimento presencial e on-line. Assim, desde o momento do agendamento da consulta, que ocorrerá com um intervalo de tempo muito maior entre um paciente e outro, ele precisa ter a sensação de estar seguro, como estava em casa, durante a quarentena;
A orientação aos pacientes com sintomas de resfriado, gripe e alergia para que fiquem em casa permanecerá válida, sendo-lhes oferecida a opção da teleconsulta. A limitação de apenas um acompanhante para cada paciente se manterá relevante;
Mais do que nunca é preciso assegurar atendimento preferencial e especial a idosos, hipertensos, diabéticos e gestantes. Se necessário, defina dias e horários destinados a esses grupos.
Nova abordagem na chegada do paciente
Se a clínica está localizada num prédio comercial, cobre da administradora que o condomínio adote regras de segurança e distanciamento social, tais como porteiros e manobristas vacinados contra a gripe, uso de máscaras de proteção, delimitação do número de pessoas nos elevadores, maior higienização e desinfecção das áreas comuns;
Ao chegar para uma consulta presencial, o e-paciente espera se deparar com toda a equipe utilizando máscara de proteção facial: do manobrista ao médico;
Em seguida, ao entrar na clínica, ele terá sua temperatura aferida pela enfermeira ou recepcionista (que deverá ser treinada para esta ação) com um termômetro digital de laser infravermelho. Só então ele receberá máscara facial, álcool em gel, touca, propé (todos com a logomarca da clínica);
Em seguida, o paciente será orientado a lavar as mãos imediatamente após a chegada, a higienizar o celular e os óculos e a usar máscara durante todo o tempo em que estiver na clínica.
A nova recepção
A recepção será diferente. Se há lugar para mais de duas funcionárias, elas deverão estar pelo menos a dois metros de distância, sem manterem contato direto entre si ou com o paciente. Uso de cabelo preso ou touca descartável e unhas cortadas serão parte permanente do dress code. Quanto aos adornos pessoais: permitido uso de brincos pequenos. Não usar: anéis, brincos, pulseiras, gargantilhas, relógios, colares;
Poderão ser instalados protetores de acrílico para que o atendimento seja feito com segurança (restaurantes e salões de beleza já adotaram a prática no exterior). Deve-se evitar o compartilhamento de objetos entre funcionários, como calculadoras, computadores, bancadas, canetas, blocos de anotação, entre outros.
A sala de espera mudou
A sala de espera também precisará ser reconfigurada para transmitir segurança. Assim, recomendamos manter locais de circulação e áreas comuns com os sistemas de ar-condicionado limpos e manter pelo menos uma janela ou portão abertos;
O distanciamento entre os assentos é definitivo. Nada de revistas, jornais, tablets e livros de manuseio comum. O entretenimento será feito apenas com o uso do wi-fi destinado aos pacientes. Portanto, vale a pena investir na criação de uma lista de reprodução relaxante especial para a clínica destinada à espera do paciente, que por mais breve que seja, deve ser muito agradável;
Bebidas quentes, como cafés, chás e infusões devem ser evitadas, bem como lanches. A água deve ser servida somente em copinhos ou garrafinhas descartáveis fechados, que serão abertos pelo próprio paciente.
Fim do espaço kids
O antigo espaço kids deverá ser desativado, pois os livros infantis e o material para colorir tinham uso comum. O entretenimento dos pequenos pacientes deverá ser feito com brinquedos de uso único: avião de papelão para montagem ou origamis com instruções para que a criança possa se divertir sozinha são algumas opções.
Higienização e desinfecção
A higienização da clínica deve ser redobrada. O e-paciente deve perceber a limpeza, a desinfecção e os cuidados o tempo todo;
Nos banheiros, torneiras e descargas que se ligam e desligam sozinhas precisarão ser instaladas, bem como lixeiras automáticas, pois o e-paciente não desejará tocar nessas superfícies durante um bom tempo. Na bancada da pia, sabonete líquido, álcool em gel, hidratante e papel toalha devem estar disponíveis. É preciso limpar e desinfetar todas as superfícies do banheiro, incluindo pisos, pias e vasos sanitários. Recomenda-se o uso de assento descartáveis nos vasos sanitários;
É preciso aumentar a frequência de higienização de puxadores, maçanetas, interruptores, corrimões e espelhos utilizando solução adequada: água com água sanitária e manter a frequência de higienização de canetas e outros materiais de escritório, teclado, mouse, monitor e telefones.
O pagamento será diferent
Invista nas novas tecnologias de pagamento, que diminuem o contato direto com o e-paciente: aproximação do celular, aplicativos de fintechs (como a PicPay);
E quanto aos meios tradicionais: higienize a máquina pagadora após cada uso, permitindo que o paciente manuseie seu próprio cartão;
Pagamentos em espécie (cheques e dinheiro) pedem atenção redobrada com a higienização das mãos.
Cuidados redobrados com a biossegurança
Durante a pandemia COVID19, devido ao risco da presença de agente biológico, todos os EPIs e papéis toalha usados para higienização de superfícies devem ser destinados de acordo com as normas da vigilância sanitária local;
É importante remover o lixo diariamente ou tantas vezes quantas forem necessárias durante o dia. Distribua mais lixeiras, dentro das normas da vigilância sanitária, em todos os setores da clínica para evitar o transporte do lixo possivelmente contaminado pelo estabelecimento. Quando removido dos setores, o lixo deve ser armazenado em recipientes apropriados com tampa. O profissional responsável pelo recolhimento deve estar paramentado com luvas e máscara reutilizável.
E-paciente de olho na sua equipe
A pandemia trouxe também uma cobrança da sociedade sobre a valorização e a segurança dos colaboradores das empresas. Os colaboradores precisam cada vez mais de reconhecimento e de um status de embaixadores da marca. Portanto, teste seus funcionários para covid-19, vacine-os contra gripe, dê atenção redobrada aos que integram os grupos de risco, orientando-os a manter as doenças crônicas controladas.
03) Go digital
Comunicação digital
As expectativas em relação aos serviços digitais serão ampliadas, já que o isolamento mostrou ao público os diversos benefícios do e-commerce. Assim sendo, marque sua presença virtual, investindo em ferramentas de infraestrutura, segurança e colaboração. O virtual está aqui para ficar, mas atenção ao fato de que a pandemia trouxe o medo de uma cyberpandemia também (vazamento de dados, prontuários);
É preciso inovar nas soluções digitais para que o e-paciente possa acionar sua marca na segurança do lar. Com a pandemia, a clínica definitivamente deixou de existir apenas no mundo real;
Mais do que nunca é preciso investir em comunicação digital. Lives, podcasts, workshops, aulas remotas, dicas úteis etc. Lembre-se de investir em curadoria e qualidade já que há uma enorme disponibilidade de conteúdo para o e-paciente escolher;
Não priorize um meio em detrimento de outros. O Instagram não é a chave para aumentar as vendas da clínica. Ele compõe um mix de marketing digital, portanto, não coloque todas as suas fichas exclusivamente nele;
Marca, site e redes sociais precisam de aconselhamento apropriado. O "faça você mesmo" não trará resultados. Contrate uma consultoria de marketing digital especializada em saúde. Comunicação é uma ciência, deve ser elaborada e executada por especialistas.
A telemedicina veio para ficar
A telemedicina será regulamentada após a pandemia. E será mais um serviço que a clínica deverá oferecer permanentemente. Esqueça a premissa de que "na minha especialidade, ela não ajuda muito". O e-paciente é a mesma pessoa que enfrentou o home-office, fez cursos on-line e foi a um casamento virtual durante a pandemia, portanto, para ele, a teleconsulta é um serviço digital como outro qualquer. Quem tem dificuldades com o digital é o médico, não o e-paciente;
A clínica deve optar por uma boa plataforma que ofereça o serviço, com navegação amigável, onde o e-paciente possa compreender facilmente como agendar, pagar e se preparar para a teleconsulta. As informações sobre duração da consulta, retorno, envio de receitas e atestados devem estar muito claras;
A qualidade impressa no atendimento presencial deve ser transposta para a Internet. Não há perda de qualidade quando a relação médico-paciente é calcada na ética;
É preciso estar atento ao fato de que já existe normatização ética sobre a prática (Resolução 10/2020, publicada pelo Cremers). Segundo a norma, os atendimentos médicos por meios remotos prestados diretamente a pacientes localizados em outro estado ou país, só poderão ser realizados caso o médico possua inscrição no Conselho Regional de Medicina do estado em que se localizar o paciente, ou se o mesmo estiver autorizado a exercer a Medicina no país em que estiver o paciente, como forma de garantir a continuidade do atendimento de forma presencial.
Vá além da telemedicina
Clínicas, especialmente as dirigidas por profissionais com doutorado e com livros e artigos científicos publicados, devem pensar em ampliar sua atuação on-line para além da telemedicina. O ensino à distância é uma oportunidade real de negócios. A oferta de cursos on-line (somente para médicos) deve ser considerada como uma forma de reaquecimento do faturamento.
Planejar o retorno do e-paciente, pensar em novas formas de atendimento podem colocar a clínica em uma posição de vantagem quando o mercado "voltar ao normal". Por isso, nada de braços cruzados. É hora de trabalhar! Embora seja impossível prever o impacto e a duração da crise no Brasil, a experiência da China e da Europa nos traz pensamentos otimistas. Adiante!
Márcia Wirth é jornalista, palestrante, consultora de Health Care, especialista em Gestão de Mídias Digitais. Desenvolve projetos de comunicação empresarial exclusivamente para o setor de Saúde. Possui também certificação, pelo IBRC (Instituto Ibero-Brasileiro de Relacionamento com o Cliente) em Gestão e Implantação de Ouvidorias.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação