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DESTAQUES
Federação participa de campanha de apoio ao Hospital das Clínicas de Goiás
04|06 – Palestra online vai abordar o tema “Novo mundo pós-pandemia”
Internações por infarto caem 45% durante a pandemia
Profissionais de saúde reclamam da falta de testes de Covid-19 para a categoria
Redes de farmácias estão preparadas para aplicar teste para o coronavírus
OMS retoma testes com a hidroxicloroquina
Médico defende tratamento precoce
Hospitais relatam falta de medicamento para sedar e entubar pacientes de coronavírus
Médicos pós-graduados ganham batalha contra o CFM durante pandemia de COVID-19
Cade multa CFM em R$ 600 mil por impedir cartões de descontos em consultas (Antitruste)
Gestão de 2 hospitais de campanha pela UFG é aprovada em 2° votação
Cresce número de usuários de planos de saúde em Goiás
Empresários cobram datas para retorno
Procura por remédios cresce 4 vezes
Pai, mãe e filho morrem por Covtd-19 em Goiânia em 4 dias
Em crise, Bolsonaro formaliza general como Ministro da Saúde
Próximos 15 dias serão decisivos para flexibilização em Goiânia
Coronavírus em Goiás: 296 novos casos são registrados
AGÊNCIA UNIMED
Federação participa de campanha de apoio ao Hospital das Clínicas de Goiás
Uma grande campanha social foi lançada em abril para a arrecadação de recursos para equipar e ampliar o atendimento no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-GO) durante a pandemia de Covid-19 e a Unimed Federação Centro Brasileira fez questão de participar. A Federação doou R$ 10 mil à campanha coordenada pela Sicoob UniCentro Brasileira e que contou também com a participação expressiva de outros cooperados, instituições parceiras e da sociedade.
A campanha, que comprovou a importância da cooperação e da união de todos em torno de um objetivo comum, arrecadou mais de R$ 1 milhão. Os recursos foram entregues hoje, 3 de junho, ao HC-GO e serão aplicados na compra de equipamentos e insumos hospitalares, como ventiladores mecânicos, monitores multiparamétricos e aparelhos de ultrassonografia, raio-x e ecocardiograma. A compra vai permitir a ampliação da capacidade de atendimento do HC e o bloco de UTI do hospital será destinado ao enfrentamento da Covid-19.
Presidente da Federação, Danubio Antonio de Oliveira, destacou que a participação em campanhas como essa contempla um dos princípios do cooperativismo, que é o interesse pela sociedade.
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04|06 – Palestra online vai abordar o tema “Novo mundo pós-pandemia”
A Unimed Federação Centro Brasileira convida presidentes, diretores, gerentes e coordenadores das Unimeds federadas para uma palestra online nesta quinta-feira, 4 de junho, das 14 às 15 horas, sobre o tema “Novo mundo pós-pandemia”.
Simone Xavier, superintendente de Estratégia, Governança e Riscos da Central Nacional Unimed (CNU), vai abordar o assunto.
meet.google.com/pfc-bkuv-raa
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TV ANHANGUERA
Profissionais de saúde reclamam da falta de testes de Covid-19 para a categoria
https://globoplay.globo.com/v/8599914/programa/
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Redes de farmácias estão preparadas para aplicar teste para o coronavírus
https://globoplay.globo.com/v/8601557/programa/
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SAÚDE BUSINESS
Internações por infarto caem 45% durante a pandemia
Na Itália, durante a pandemia, enquanto as hospitalizações por infarto do miocárdio caíram 50%, a taxa de mortalidade decorrente deste problema triplicou
Referência em cardiologia em Goiás, o Hospital Anis Rassi registrou uma queda de 45% nas internações por Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) entre 15 de março, início do isolamento social no Estado devido à pandemia de Covid-19, e o dia 15 de maio. É o que revela um levantamento feito pelo cardiologista Humberto Graner Moreira, membro do corpo clínico e coordenador da UTI Cardiológica do Hospital Anis Rassi.
A queda refere-se aos atendimentos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital e chama a atenção por repetir um quadro registrado na Itália durante o pico da pandemia naquele país: a redução das hospitalizações por infarto. Mas, engana-se quem pensa que a queda nas internações representa uma redução na incidência de infartos neste período.
Na verdade, essa queda traduz a falta de busca por assistência médica, que pode levar ao aumento nos casos de mortes por infarto. Na Itália, durante a pandemia, enquanto as hospitalizações por infarto do miocárdio caíram 50%, a taxa de mortalidade decorrente deste problema triplicou.
“Em Goiás, temos verificado o mesmo fenômeno, o que é alarmante, pois a demora em procurar atendimento atrasa o tratamento e aumenta o risco de complicações e morte”, observa Humberto Graner. Para evitar a repetição deste grave problema que atingiu a Itália, médicos do Hospital Anis Rassi vêm alertando a população para a necessidade de continuação de acompanhamento e da busca imediata por assistência médica diante dos primeiros sintomas.
No início da semana, o Hospital Anis Rassi já tinha divulgado um alerta sobre o assunto, destacando a preocupação dos médicos com o comportamento de pacientes que deixam de buscar acompanhamento e atendimento médico-hospitalar e acabam tendo o seu quadro clínico agravado pela demora na assistência, o que amplia o tempo de tratamento, onera seu custo e até inviabiliza a chance de cura.
Os médicos ressaltam que doenças cardíacas e problemas, como o infarto, não estão em quarentena e continuam atingindo a população. Apenas em 2020, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, os problemas cardiovasculares já provocaram mais de 150 mil mortes. O estresse e sedentarismo agravados pelo distanciamento social aumentam os riscos destas doenças e exigem ainda mais atenção da população.
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CORREIO BRAZILIENSE
OMS retoma testes com a hidroxicloroquina
Ensaios clínicos estavam suspensos desde a divulgação de pesquisa ligando o uso da droga a maiores taxas de morte de pacientes com covid-19. Os resultados foram questionados por cientistas. Após "pausa para revisão", a agência diz confiar na volta dos estudos
A Organização Mundial da Saúde (OMS) vai retomar os ensaios clínicos com a hidroxicloroquina para o combate à covid-19. Os testes com humanos haviam sido suspensos pela agência das Nações Unidas após a divulgação, no último dia 22, de um estudo que mostra que a droga não trata a doença e aumenta o risco de complicações cardíacas. O trabalho, porém, foi alvo de uma avalanche de críticas de cientistas, que questionaram, principalmente, a metodologia adotada. Também ontem, um novo estudo americano trouxe elementos que sinalizam que, apesar da decisão da OMS, esse debate está longe do fim: uma equipe da Universidade de Minnesota concluiu que a molécula não funciona como alternativa para evitar a infecção pelo Sars-CoV-2.
A retomada dos estudos científicos com a hidroxicloroquina, que é derivada da droga antimalária cloroquina, tem como justificativa uma análise de dados relacionados a óbitos em decorrência da pandemia. "Com base nos dados de mortalidade disponíveis, o grupo executivo informará aos principais pesquisadores que eles podem retomar os ensaios na busca por um tratamento para a covid-19", declarou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-chefe da agência. No fim de abril, a OMS lançou uma série de testes clínicos, chamada Solidariedade, com o objetivo de buscar formas de enfrentamento ao novo coronavírus. Os testes com o remédio criado para o tratamento de lúpus e artrite reumatoide foram interrompidos após a divulgação da pequisa na The Lancet.
Segundo Tedros Adhanom Ghebreyesus, a iniciativa foi uma "pausa temporária", decidida devido a "preocupações levantadas sobre a segurança do remédio". A "precaução" durou até a revisão dos dados. Agora, o Comitê de Segurança e Monitoramento de Dados do Solidariedade, com base nos números de mortalidade disponíveis, recomenda que "não há razões para modificar o protocolo do estudo". "Estamos, agora, muito confiantes em relação ao fato de não terem sido observadas diferenças na mortalidade", enfatizou Soumya Swaminathan, cientista-chefe da OMS. Nesse braço de pesquisa, há 3.500 pacientes recrutados em 35 países.
A decisão era aguardada para meados de junho. A agência da ONU, porém, divulgou suas conclusões antes do previsto, depois que a The Lancet se distanciou do estudo, na noite de terça-feira. Em advertência formal, a revista enfatizou que continuam pendentes "dúvidas importantes" a respeito da pesquisa. "The Lancet deseja, portanto, alertar os leitores para o fato de que questões científicas sérias foram trazidas à (sua) atenção em relação a esse estudo", informou o comunicado. O periódico científico lembrou, ainda, que "uma auditoria independente sobre a fonte e a validade dos dados foi solicitada por autores não afiliados ao Surgisphere". O trabalho "está em andamento, com resultados esperados em breve".
Milhares de dados
A Surgisphere é a empresa de análise de dados responsável pelas informações analisadas na pequisa polêmica. O estudo foi apresentado como o maior sobre o tema, com dados de 96 mil pacientes internados entre dezembro e abril em 671 hospitais do mundo. Os autores – incluindo pesquisadores da Harvard Medical School, do Hospital Universitário de Zurique, da Universidade de Utah e da Surgisphere Corporation – compararam voluntários que receberam a hidroxicloroquina com o grupo não tratado com a droga. O artigo mostrou que o remédio não surtiu melhoras, aumentou riscos de problemas cardíacos, como arritmias, e até de óbito.
Após a publicação, defensores do medicamento e até cientistas céticos sobre o benefício da hidroxicloroquina contra a covid-19 expressaram dúvidas sobre os resultados. Em uma carta aberta divulgada em 28 de maio, dezenas de pesquisadores observaram que uma análise minuciosa do estudo levanta "preocupações metodológicas e sobre a integridade dos dados". Os críticos elaboraram uma longa lista de pontos problemáticos, como inconsistências nas doses administradas em certos países e questões éticas sobre a coleta de informações, incluindo a recusa dos autores a darem acesso a dados brutos.
Mais estudos
Além do Solidariedade, outras iniciativas interromperam as pequisas e o uso da hidroxicloroquina e da cloroquina após a publicação na The Lancet. A França, por exemplo, tomou a decisão no último dia 27. Porém, outros, países como Brasil, Argélia, Marrocos, Portugal e Senegal, seguiram com pesquisas e tratamentos.
Apesar de ter decidido retomar os ensaios clínicos, a OMS alertou que ainda não existe um remédio que tenha se saído bem contra a covid-19. "Até agora, não há evidência de que qualquer medicamento reduza a mortalidade em pacientes da covid-19", afirmou Soumya Swaminathan. A cientista-chefe reforçou, ainda, que a agência permitiu apenas a volta das pesquisas em humanos. "Isso é muito diferente de fazer uma recomendação (de uso)", alertou, apontando que as investigações em andamento devem mostrar se ele pode ou não ser eficiente contra a doença.
Palavra de especialista
Pressa é inimiga
"As dúvidas e as críticas levantadas em relação ao estudo publicado na The Lancet são muito pertinentes. Os autores já admitiram que usaram dados referentes à Austrália de forma errada, e existem dúvidas quanto à empresa, que se descreve, em seu site, como um grupo de apenas cinco funcionários. Os dados precisam ser liberados e revisados. Essa é uma revista de alto renome, que deve ter falhado na hora de revisar o estudo por seus pares. Isso pode ter acontecido devido à pressa que tem acompanhado a maioria dessas publicações. É muito difícil checar uma quantidade gigante de informações de forma eficaz em tão pouco tempo. Isso é algo que vale para esse tema e para tantos outros estudos que surgirão devido à pandemia. Mas precisamos, também, destacar que a maioria dos estudos tem mostrado que a hidroxicloroquina não se mostra eficaz contra a covid-19. Por isso, é importante continuar os estudos, e que eles sejam feitos da forma adequada para evitar que isso se repita."
Natália Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência (IQC), em São Paulo
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Médico defende tratamento precoce
"Nem toda morte será evitada, mas, com os conhecimentos que temos hoje, deixar o paciente com sintomas em casa, esperando agravar para depois medicar, é um equívoco grave", defende Edimilson Migowski, pesquisador e infectologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em entrevista ao programa CB.Poder, parceria do Correio e da TV Brasília, ele sustenta sua tese com base na observação de um grupo com mais de 250 pacientes tratados com nitazoxanida. Nenhum paciente morreu.
"Se deixasse esses pacientes evoluírem de uma forma natural, sem medicar, teria em torno de 8% a 10% de morte", arrisca o médico, pois, de acordo com ele, no grupo observado, também há pacientes considerados de risco. "Eu não tive pacientes graves, porque os tratei desde o início", ressalta. Na avaliação do infectologista, atualmente, o sistema de saúde brasileiro investe muito na consequência dos danos do vírus e não na fase inicial, que seria o ponto crucial para evitar a evolução até o estágio mais grave.
Substância usada no tratamento pelo médico, a nitazoxanida é utilizada em testes liberados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na corrida por um medicamento que combata o novo coronavírus. O pesquisador destaca, ainda, o fator positivo de ser um remédio vendido no Brasil apenas com receita médica, pelas especificidades de cada paciente.
A nitazoxanida também é defendida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, que mudou o protocolo para testes de medicamentos para a covid-19. O protocolo passou a promover testagem logo entre as primeiras 24h e 48h, após iniciados os sintomas; antes, eram aplicados somente em pacientes graves.
"Agora, esse protocolo vai provar que essa medida é inteligente e evitará as formas graves da doença", defende Migowski. E acrescenta: "tem vários medicamentos sendo usados com sucesso. A própria hidroxicloroquina, que vem sendo administrada por alguns, mas que não é a minha experiência".
Demora no resultado O exame realizado no início da manifestação dos sintomas da covid-19 demora para dar o resultado e não tem uma alta precisão. "Portanto, não é possível se basear nesse teste para começar a medicação, além de ter dado o resultado de fals negativo em 29% das pessoas que estavam infectadas", atesta o infectologista. "Se o tratamento precoce for feito de forma eficiente, mesmo que em uma "meia dúzia" de leitos de UTI em cada cidade, provavelmente será suficiente para atender a esses casos que venham a agravar, a despeito de uma boa medicação feita logo no início dos sintomas."
Para que essa estratégia seja eficiente, é fundamental orientar a população sobre os sintomas da doença. O paciente infectado pode sentir dor de cabeça, dor de garganta, perda de olfato e paladar, boca amarga, dor abdominal, diarreia, vômito, náuseas, prisão de ventre, dores fortes no quadril, sensação de febre e muita preguiça. "Pelo fato de os sintomas serem variados, toda e qualquer manifestação clínica, em conjunto, pode ser rotulada para o tratamento", explica Migowski.
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ESTADÃO
Hospitais relatam falta de medicamento para sedar e entubar pacientes de coronavírus
Sem esses remédios, a ventilação mecânica não pode ser feita de forma adequada e o internado corre maior risco de morrer
Além da dificuldade de ampliar o número de leitos de UTI e respiradores, Estados brasileiros enfrentam agora a falta de sedativos e relaxantes musculares usados na entubação de pacientes graves com covid-19 . Sem esses remédios, a ventilação mecânica não pode ser feita de forma adequada e o paciente corre maior risco de morrer.
Segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), todas as secretarias estaduais relataram à entidade ter um ou mais medicamentos dessa classe em falta ou com estoque crítico. Já há investigações abertas em ao menos dois Estados ( Rio e Amapá ) para apurar óbitos de pacientes que não tiveram acesso a essas medicações.
Segundo médicos e gestores ouvidos pelo Estadão , a situação deve-se principalmente à crescente procura por esses medicamentos por causa do alto número de doentes que precisam ser entubados e do período prolongado de internação desses pacientes em UTIs. "É um uso prolongado e geralmente é usada uma combinação de drogas de acordo com a gravidade e o objetivo. Todos ficaram falando do risco de colapso por falta de leito, mas agora temos o risco da falta desses medicamentos essenciais para a sobrevivência do paciente", destaca Ederlon Rezende, membro do conselho consultivo da Associação de Medicina Intensiva Brasileira.
Com a alta inesperada na demanda, dificuldade de importação de matérias-primas e alta do dólar, o mercado nacional não estaria conseguindo suprir a procura, dizem gestores. Secretarias da Saúde consultadas pelo Estadão informaram alta de mais de 700% na utilização desses medicamentos desde o início da pandemia. Em Alagoas, o número de doses utilizadas do relaxante muscular rocurônio subiu 787%. No Rio Grande do Norte , o aumento na utilização de anestésicos e betabloqueadores foi de 200%. No Pará , a alta foi de 100%.
O rocurônio é o que reúne o maior número de queixas de problemas no abastecimento. Levantamento feito pelo Conass com todas as secretarias da Saúde revelou que, das 25 pastas que responderam ao questionário, 24 têm problemas no abastecimento do item. Os números foram apresentados nesta quarta-feira, 3, em reunião de comissão da Câmara dos Deputados .
Presente no encontro, um representante no Conass relatou que o órgão mandou ofício para o Ministério da Saúde no dia 14 de maio solicitando auxílio do governo federal aos Estados na relação com fornecedores. O problema foi tema de novo ofício, enviado no dia 29. Hoje, a maioria desses medicamentos é comprada diretamente pelos Estados e municípios ou pelos hospitais, mas as secretarias avaliam que uma intervenção do ministério junto à Anvisa e aos fabricantes pode facilitar a compra. Questionado, o ministério não respondeu. Ao Conass, prometeu auxiliar na negociação com fornecedores.
Também presente na reunião, o presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêutico (Sindusfarma), Nelson Mussolini, disse que laboratórios estão trabalhando em máxima capacidade para dar conta da demanda e agora a produção está normalizada. "Tivemos problema quando houve lockdown na Índia e estamos tendo dificuldades com frete internacional. O número de voos foi reduzido e o preço subiu. Antes pagávamos US$ 2 por quilo transportado e agora, US$ 15."
Ao menos dois hospitais de referência para tratamento de covid-19 no País são investigados por suspeita de que a morte de alguns pacientes tenha sido causada pela falta de medicamentos utilizados na entubação.
No Rio, a Defensoria Pública abriu ação para apurar os óbitos de sete pacientes em maio no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla por suposta falta de sedativos e anestésicos.
"A prefeitura admite dificuldades no abastecimento, mas nega que tenha havido falta a ponto de pacientes ficarem sem. De qualquer forma, continuamos a investigação e solicitamos fiscalizações aos conselhos de medicina e de farmácia", diz a defensora Alessandra Nascimento, subcoordenadora da coordenação de saúde e tutela coletiva da Defensoria.
Também em maio, o enfermeiro Evandro Costa, de 42 anos, morreu por covid-19 após a Unidade Centro Covid 1, em Macapá, afirmar que não conseguiria fazer sua entubação por falta das medicações necessárias. Segundo Amerson da Costa Maramalde, advogado que representa a família do enfermeiro, profissionais de saúde que eram amigos do paciente chegaram a fazer uma mobilização para encontrar os medicamentos que permitiriam a entubação de Evandro, mas, quando conseguiram, o enfermeiro já estava morto.
A Secretaria Municipal da Saúde do Rio informou que abriu sindicância para apurar os fatos no Hospital Ronaldo Gazolla e que o procedimento corre em sigilo até a sua conclusão. A pasta confirmou a dificuldade na aquisição dos medicamentos e diz estar fazendo "constantes remanejamentos dos estoques, conforme necessidade para atender as unidades com maior demanda". A fentanila, por exemplo, está sendo substituída por outros medicamentos com as mesmas funções, "uma vez que não há atualmente no mercado fornecedores com disponibilidade para venda e entrega do produto".
A Secretaria Estadual da Saúde do Amapá não respondeu aos questionamentos da reportagem.
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PORTAL TERRA
Médicos pós-graduados ganham batalha contra o CFM durante pandemia de COVID-19
Ação civil pública (nº 1026344-20.2020.4.01.3400) ajuizada pela Associação Brasileira de Médicos Pós-Graduados (ABRAMEPO), em face do Conselho Federal de Medicina, foi julgada procedente na 20ª Vara da Justiça Federal de Brasília. A juíza Adverci Rates Mendes entendeu que pós-graduações lato sensu, com títulos emitidos por instituições reconhecidas pelo Ministério de Educação e Cultura (MEC), podem ser divulgadas e anunciadas.
O Conselho Federal de Medicina, reiteradamente, aplica represálias como advertências, censuras e até suspensão do exercício profissional aos médicos que anunciam e divulgam titulações aos pacientes. Segundo a magistrada, o CFM extrapola o poder regulamentar ao impor restrições à publicização das titulações de pós-graduação lato sensu, permitindo-a somente na ocorrência de residência médica ou pela aprovação na prova de título de especialista realizada exclusivamente por Sociedade Médica afiliada à Associação Médica Brasileira .
Segundo o advogado da ABRAMEPO, presidente da OAB Federal (gestão 2007/2010), Cezar Britto, a Constituição Federal é clara ao dispor sobre a liberdade de exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão. A decisão abre espaço para que haja paridade de forças entre profissionais. A Constituição estabelece que a União é responsável por dispor sobre a qualificação profissional exigida, não sendo tarefa do CFM legislar a respeito , esclarece o constitucionalista.
Vale destacar que a decisão também propicia benefícios à população brasileira. Quanto maior for o número de médicos pós-graduados (com chancela do MEC) a atuarem na saúde brasileira, maior será o benefício à população que terá profissionais qualificados no sistema público, qualidade no atendimento e menor preço das consultas e planos de saúde , destaca o diretor da ABRAMEPO, Eduardo Teixeira.
Na decisão, Adverci Rates Mendes ainda destaca: não foi facultada ao Poder Legislativo federal qualquer margem de discricionariedade quanto à escolha do critério de diferenciação entre os trabalhadores, é dizer, todos são iguais perante a lei, a não ser que apresentem qualificações profissionais – específicas – que os autorize a exercer, com exclusividade, um ofício.
De acordo com o advogado da ABRAMEPO e conselheiro federal da OAB, Bruno Reis, a proibição contida em resoluções do CFM choca frontalmente vários artigos e princípios da Constituição. Cabe ao MEC e não ao qualquer conselho – seja federal ou estadual – validar títulos de pós-graduação lato sensu. Todas as entidades devem observar a hierarquia das leis , explica.
A opinião de Bruno Reis está em consonância com a decisão assinada pela juíza, que aduz: Impedir os profissionais médicos de dar publicidade às titulações de pós-graduação lato sensu obtidas em instituições reconhecidas e registradas pelo Ministério da Educação e Cultura, através de Resolução, ato normativo infralegal, não encontra amparo no ordenamento jurídico. Assim, o Conselho Federal de Medicina está, a malferir tanto o princípio constitucional da legalidade como também das liberdades individuais, previstos no artigo 5º, incisos II e XIII, ultrapassando os limites de seu direito regulamentar .
O diretor da ABRAMEPO, Eduardo Teixeira, esclarece que os médicos pós-graduados não são impedidos de exercer a profissão. Mas, condicionar a divulgação da especialidade limita consideravelmente as perspectivas do profissional no mercado, além de impedir sua habilitação para a disputa de cargos públicos que exijam o título de especialista. Nesta época de pandemia de COVID-19, está evidente que o trabalho de todos os médicos é essencial para a saúde pública e para o bem da população brasileira , explica.
Entenda o caso
Para cada dez médicos formados no Brasil, existem apenas (em média) uma a duas vagas em residência médica, o que enseja, naturalmente, que estes profissionais busquem qualificações em pós-graduações chancelas pelo MEC. O CFM entende que somente podem divulgar o título de especialista, aqueles médicos que passaram pela residência médica ou realizaram prova de título em entidades associadas ao Conselho Federal. Segundo a ABRAMEPO, nas próximas semanas será ajuizada nova ação civil pública para abranger novos médicos brasileiros.
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JOTA INFO
Cade multa CFM em R$ 600 mil por impedir cartões de descontos em consultas (Antitruste)
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aplicou multa de R$ 600 mil ao Conselho Federal de Medicina (CFM) e de R$ 300 mil ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) por se recusarem a aceitar cartões de descontos em consultas médicas, em prejuízo a consumidores.
O processo chegou ao Cade por meio de representação do Departamento de Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A pasta acompanhava denúncias de autoria dos conselhos contra clínicas e profissionais médicos em razão da aceitação do cartão de descontos "Cartão de Todos".
Normas do CFM e do Cremesp eram editadas para vedar o uso de cartões por parte dos profissionais. Em parecer, a Superintendência-Geral do Cade concluiu que a infração tratava-se de uma prática continuada que produziu efeitos no mercado até a adoção da medida preventiva pelo Cade.
Segundo a SG, os conselhos possuem poder de mercado sobre os médicos, na medida em que estes dependem da inscrição no CRM de sua localidade para o exercício legal da profissão e estão sujeitos a penas disciplinares caso não cumpram as normas previstas no Código de Ética Médica, que podem chegar inclusive à cassação do exercício profissional.
"O conjunto probatório constante nos autos, composto dos documentos constantes na representação do DPDC/MJ e das respostas dos ofícios enviados para clínicas médicas, mostra que o Cremesp buscou fazer cumprir a proibição para o atendimento de portadores do 'Cartão de Todos' por meio da abertura de sindicâncias, intimação de médicos para comparecimento à delegacia regional e imposição das penas disciplinares iniciais", concluiu o órgão.
Em relação ao CFM, a área técnica do Cade concluiu que sua responsabilidade se dava em razão da edição de resoluções "que permitiram instrumentalizar os conselhos regionais para as providências no que se refere à proibição de aceitação de cartões de descontos para prestação de serviços médicos".
No julgamento desta quarta-feira (03/6), a conselheira-relatora, Lenisa Rodrigues Prado, concordou com os argumentos da SG. Para ela, "as práticas anticompetitivas consistiam na estipulação de normas pelo CFM que proibiam os médicos de estabelecerem vínculo de qualquer natureza com empresas que anunciassem ou comercializassem cartões de desconto".
A conselheira destacou que as ações empreendidas pelo Cremesp eram no sentido de fazer cumprir esses dispositivos. "A entidade ameaçava médicos e clínicas que aceitavam o 'Cartão de Todos', abrindo contra eles sindicâncias e processos ético-disciplinares para aplicação de sanções", disse Lenisa.
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O POPULAR
Gestão de 2 hospitais de campanha pela UFG é aprovada em 2° votação
ASSEMBLÉIA Projeto autoriza termo de cooperação por até R$ 150 milhões para operar unidades em Jatai, que já funciona, e Anápolis, ainda sem previsão de entrega
A Assembleia Legislativa aprovou ontem o projeto de lei que permite ao Estado firmar termo de colaboração com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Estado de Goiás (Fundahc), pelo valor de até R$ 150 milhões, para gestão de hospitais de campanha (HCamps) usados no combate ao novo coronavírus.
O convênio tem duração de até 180 dias e a entidade deve gerir os hospitais de campanha de Jataí, cujo prédio pertencia ao município e foi estadualizado, e o de Anápolis, que será construído no Centro de Convenções de Anápolis. O primeiro deve ter 120 leitos, sendo 30 de UTI; o segundo, 300 leitos.
O de Jataí já está em funcionamento, visto que se trata do hospital da cidade que agora será de responsabilidade estadual. Como mostrou O POPULAR em 17 de abril, a unidade faz de 150 a 200 atendimentos diários e possui aproximadamente 400 funcionários, entre concursados e contratados. Já para o de Anápolis não há previsão de entrega.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, estão sendo priorizados os hospitais com estrutura fixa, caso do de Jataí, assim como dos de São Luís de Montes Belos, Formosa e Itumbiara. Todos já existiam e foram estadualizados. As estruturas provisórias, dessa forma, só serão usadas "diante da necessidade".
O texto aprovado pela Assembleia vai agora para sanção do governador Ronaldo Caiado (DEM) e, segundo o apurado, a Fundahc deve assumir a gestão do HCamp de Jataí em aproximadamente 15 dias, após desenrolar dos trâmites burocráticos e de elaborado o plano de trabalho.
regionais
Ao todo, o governo do Estado entregou, até o momento, três hospitais de campanha: o de Goiânia, o de Luziânia, cidade do Entorno do Distrito Federal, e o de Porangatu, cidade do Norte do Estado. Este foi o último a ser entregue e deve contar com 24 leitos, sendo 14 de enfermaria e 10 de UTI. A unidade foi inaugurada na segunda-feira (1º), mas já está em funcionamento desde a semana passada.
A ideia do governo é regionalizar os atendimentos relacionados ao novo coronavírus, sobretudo em relação ao Norte do Estado, na divisa com o Tocantins, e no Entorno do Distrito Federal, regiões com maior vulnerabilidade.
O Entorno, inclusive, deve contar, a partir de amanhã, com o HCamp de Águas Lindas, primeiro a ser construído pela União a entrar em funcionamento, mais de um mês depois de ter sua obra concluída, e sem os 40 leitos de UTI que constavam no projeto original, além de outros 160 de enfermaria – o Ministério da Saúde, porém, não enviou os respiradores necessário para os casos mais graves. A unidade será inaugurada com 10 leitos de UTI, com aparelhos disponibilizados pela Secretaria Estadual de Saúde.
A inauguração terá a presença do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), conforme anunciado na terça-feira (2) pelo governador Ronaldo Caiado. A última vez que Bolsonaro e Caiado estiveram no local onde o hospital foi construído foi em 11 de abril, à época, acompanhados do então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que deixaria o governo uma semana depois.
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Cresce número de usuários de planos de saúde em Goiás
Em março, 5,2 mil pessoas aderiram ao serviço no Estado; aumento do desemprego e queda na renda devem impactar dados do setor a partir de abril
A chegada do coronavírus movimentou o mercado de planos de saúde em Goiás e no Brasil. Com o início da pandemia, em março, 5.237 novos beneficiários aderiram ao serviço, de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A melhora na economia no primeiro trimestre e a maior preocupação com a saúde fizeram com que os planos chegassem a 1,158 milhão de usuários no Estado, 2,4% mais que no mesmo período de 2019. Mas já existem indícios de que a situação pode ter mudado a partir de abril, com o aumento do desemprego e a queda na renda.
O Grupo América, do Sistema Hapvida, informa que cresceu 14% em usuários de plano de saúde no primeiro trimestre de 2020, em comparação ao mesmo período de 2019. O superintendente Nacional Comercial Empresarial do Sistema Hapvida, André Rosas, conta que o grupo já investiu mais de R$ 70 milhões na preparação da empresa para este novo cenário de combate à Covid-19. Uma das ações foi a implantação da teleconsulta, com foco em pacientes com suspeita da doença.
Para a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), a variação econômica do Brasil foi o principal motivo para a movimentação no número de beneficiários, pois o setor é impactado diretamente pelo número de empregos formais e renda da população. Mas a entidade lembra que os números da ANS são do primeiro trimestre do ano e, neste momento, a trajetória de recuperação econômica foi interrompida pela pandemia do coronavírus. "Houve uma brusca queda no Índice de Interesse por Planos de Saúde, desenvolvido pela Abramge com base em informações disponibilizadas pela ferramenta Google Trends. Em abril, o índice atingiu 71,7 pontos, o menor nível desde janeiro de 2018", ressalta a Abramge.
Com o isolamento social, em abril, a Unimed Goiânia registrou uma queda de 43% nas vendas em relação à média do primeiro trimestre do ano, no segmento pessoa física, e de 31% no caso de pessoa jurídica. Já em maio, a operadora registrou uma recuperação, com aumento de 50% sobre o mês anterior no segmento pessoa física.
prematuro
Para a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), ainda são prematuras quaisquer avaliações sobre os impactos da pandemia no mercado, assim como prognósticos para o setor neste ano. Segundo a FenaSaúde, as operadoras suspenderam, até 31 de julho, todos os reajustes de contratos de planos individuais, por adesão e empresariais com até 29 vidas. Além disso, continuam renegociando contratos, caso a caso, com seus contratantes.
André Rosa, da Hapvida, lembra que a recomposição desses valores temporariamente não cobrados ocorrerá de forma parcelada e gradual, nos últimos meses do de 2020.
Mas quem deixar de pagar as mensalidades pode ter o plano cortado. No dia 20 de abril, a ANS divulgou um termo de compromisso para as operadoras prometendo um aporte de até R$ 15 bilhões para auxiliar no combate à covid-19. Em contrapartida, elas deveriam manter a assistência aos inadimplentes, tanto de contrato individual, familiar ou coletivo com até 29 pessoas, até 30 de junho, mas apenas 9 empresas de pequeno porte assinaram o termo.
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Empresários cobram datas para retorno
Sem previsão da Prefeitura, comerciantes da capital reclamam de mudança no discurso do Paço sobre retomada gradual das atividades
Representantes do setor empresarial reclamam da falta de data para um retorno das atividades não essenciais em Goiânia por conta da pandemia de coronavírus. Na semana passada, a Prefeitura chegou a anunciar previsões após pressão do comércio para que a reabertura ocorresse em junho. Porém, mudou o discurso depois da reunião ordinária do Centro de Operações Emergenciais (COE), realizada na segunda-feira (1º).
Conforme nota divulgada para a imprensa, "o final da reunião ficou claro que os próximos 15 dias serão decisivos para que as atividades econômicas possam ser reiniciadas com segurança. Para isto, um plano de retomada responsável está sendo elaborado". O que pegou alguns segmentos de surpresa, pois esperavam poder voltar a partir da semana que vem.
A informação de que será preciso esperar mais até para ter alguma previsão foi repassada a representante das entidades empresariais e gerou indignação para o presidente da Associação Empresarial da Região da 44 (AER44), Jairo Gomes. "Não aceitamos e outras alternativas terão de vir para manter a data, vamos reabrir no dia 13 de junho", reafirma ao dizer que voltar atrás é atitude desrespeitosa da administração municipal.
Ele lembra que na última quinta-feira (28) reunião realizada no Paço Municipal entre integrantes do referido comitê e representantes de vários segmentos "ficou acordado uma data para o início da reabertura para cada setor". De outro lado, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) havia informado por nota que as "respectivas datas de reabertura do comércio estão condicionadas à situação epidemiológica na cidade".
"O prefeito sempre pregou ser um homem de palavra e a Prefeitura falta com a palavra neste momento", acusa Jairo ao reafirmar que as atividades das quase 17 mil lojas, que se preparavam para retomada, vão voltar no dia 13 de junho.
"Embora haja uma grande angústia do setor empresarial pela reabertura das atividades, devido as importantes perdas econômicas, sociais e emocionais que são consequência das quarentenas, cujo pleito é legítimo, neste momento em que se pode vislumbrar o fim da epidemia na cidade, é importante a união de todos", diz ainda a nota do COE que ressalta o objetivo de salvar vidas.
Nos bastidores, circula a informação de que a continuidade da reabertura na capital goiana pode ocorrer em 20 de julho, na previsão mais pessimista. Por conta do crescimento do número de casos da Covid-19. O comércio reaberto de forma irregular, bem como a presença de ambulantes em calçadas tornam o clima ainda mais quente entre empresários e Prefeitura.
"A informalidade está muito grande e isso preocupa, porque gera sentimento de impotência para os que cumprem o decreto e um sentimento de que uma desordem pode desencadear a qualquer momento", pontua o presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviço do Estado de Goiás (Acieg), Rubens Fileti. Segundo ele, além da falta de previsão atrapalhar os negócios, as divergências entre decretos e notas técnicas também dificultam o entendimento do empresariado, que está com muitas dúvidas.
As imobiliárias, por exemplo, tiveram a retomada permitida por decreto municipal publicado na sexta-feira (29). Só que nota técnica não permite o atendimento presencial, o que, conforme a Prefeitura, é uma particularidade que tem de ser seguida. Mesmo que o decreto não cite isso. O que não é o mesmo entendimento do setor.
Para Fileti, com a flexibilização maior em Aparecida de Goiânia, que permitirá a partir de hoje a reabertura dos shoppings, pode ocorrer uma evasão e isso deveria ser considerado também. Mas o município anunciou ontem que a partir de segunda (08) vai adotar um escalonamento regional – mantendo duas regiões fechadas por dia – para permitir o retorno das atividades, como tentativa de ampliar a taxa de isolamento.
Rio Verde limita horário do comércio
A Prefeitura de Rio Verde reduzirá o horário de funcionamento de estabelecimentos comerciais. Decreto, que está previsto para ser publicado hoje, definirá que somente farmácias e postos de combustíveis poderão funcionar após às 23 horas na cidade do sudoeste goiano.
Outra novidade para o município são multas para quem não usar máscaras. De acordo com o prefeito Paulo do Vale (DEM), a limitação do horário vai ocorrer por conta do "aumento do número de casos confirmados". A cidade chegou a 156 na última terça-feira (02) e registrou dois óbitos por conta da Covid-19.
A decisão de reduzir horário de funcionamento teria sido tomada porque "vai ajudar a medida em que favorece o isolamento social e induz as pessoas a só saírem de casa quando estritamente necessário", pontua. Mas se a taxa de ocupação dos leitos de enfermaria e UTI ultrapassar 50%, ele diz que irá "reduzir ainda mais a flexibilização das atividades econômicas". Até terça, as taxas estavam em 11,7% e 3%, respectivamente.
"Somente uma situação extrema pode levar a uma medida extrema. A regra é o equilíbrio e a análise com base em critérios científicos. A prioridade é a preservação da vida", diz. Desde o fim de abril houve retorno gradual de atividades não essenciais no município.
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Procura por remédios cresce 4 vezes
População continua indo a farmácias em busca de medicamentos que ainda não demonstraram, em testes científicos, prevenir ou tratar a doença causada pelo novo coronavírus. Farmacêuticos alertam sobre riscos graves para a saúde
Quase três meses após o início dos casos de Covid-19 em Goiás, a busca por um tratamento eficaz ou preventivo para a doença segue na população, que muitas vezes prefere adquirir e tomar medicamentos sem comprovação científica. A desinformação ou as informações contraditórias podem levar a um surto de doentes crônicos em razão da automedicação, alertam especialistas.
Em Goiânia, a reportagem verificou em 20 farmácias como estavam as vendas ou procuras por medicamentos que passam por protocolos de pesquisa contra a contaminação do novo coronavírus (Sars-CoV-2) ou mesmo aqueles de iniciativa do cliente para a doença. Em apenas uma a resposta foi que não houve aumento da procura e nas outras a busca pelos remédios aumentou até quatro vezes ao que se tinha antes da pandemia.
Farmacêuticos ou trabalhadores dos estabelecimentos ouvidos pelo POPULAR apontam que a cloroquina ou hidroxicloroquina ainda são os mais procurados pelas pessoas, muitas vezes como forma preventiva, ou seja, alegam não ter sintomas da Covid-19. No entanto, essa procura já foi maior no início da pandemia, chegando a zerar os estoques das farmácias quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não havia colocado a substância entre os itens controlados, que necessitam de prescrição médica.
"Aqui antes chegava a vencer a cloroquina, ninguém comprava, depois vendeu tudo de uma vez", conta a dona de uma farmácia do Setor Campinas.
Atualmente, a cloroquina perdeu espaço para a ivermectina, um remédio utilizado normalmente para combater piolhos, por exemplo. Isso porque em meados de maio foi publicado um estudo feito em laboratório, na Austrália, com este medicamento que constatou a destruição do Sars-CoV-2 em até 48 horas. No entanto, o mesmo resultado já foi conferido para outros vírus, como HIV, dengue e Zika, sem a manutenção da eficácia ao ser utilizada a medicação em seres humanos. O fato foi suficiente para que a população passasse a comprar o remédio. Há também aumento na procura pelas vitaminas C e D, com as indicações de que ambas aumentariam a resistência do organismo humano ao vírus.
Professora da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Goiás (UFG), Mércia Pandolfo Provin ressalta que a automedicação tem um risco natural, mas que em casos como destes medicamentos a situação é pior porque as reações adversas, com efeitos cardíacos, são mais perigosas. "Toda vez que a gente usa uma medicação temos que pensar no benefício que ela pode nos dar. Todo remédio tem um dano e a gente mede isso para dosar a medicação. Nesse caso, o paciente fica apenas com o risco, sem a chance do benefício", diz. Com isso, ela vê alto risco de parcela da população passar a ter doenças crônicas causadas pela automedicação.
A gerente de uma farmácia no Setor Rodoviário conta que chegou a ter procura de 20 caixas de ivermectina por um mesmo cliente e, agora, o estabelecimento limitou a compra a duas caixas por pessoa. Ocorre que a ivermectina é o único dos medicamentos apontados como capazes de destruir o novo coronavírus que não há controle para a venda, o que ampliou a corrida às farmácias, pois há o impedimento de adquirir a cloroquina e o antibiótico azitromicina.
Presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de Goiás (Sincofarma), João Aguiar Neto, que possui farmácia no Setor Santo Hilário, conta que as falas do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, sobre a cloroquina reforçou a procura pelo medicamento. Ele acredita que o aumento ou não desta procura sempre ocorre de acordo com a divulgação de determinadas informações. Depois desta alta houve diminuição por, segundo ele, falas de especialistas informando sobre a falta de comprovações científicas quanto ao uso do medicamento para a Covid-19. No seu estabelecimento, ele diz que a cloroquina tinha uma procura de quatro clientes por mês e que chegou a um pico de 150 no mesmo período no começo da pandemia. Com as regras para a aquisição do medicamento, a procura diminuiu, mas Aguiar Neto afirma que ainda há cerca de 70 clientes por mês querendo a medicação.
Correria nunca foi tão intensa, diz farmacêutica
A professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Mércia Pandolfo Provin, conta que sempre que há um risco de saúde, mesmo com surto de determinada doença, é natural que as pessoas procurem a prevenção ou o tratamento. "Sempre tem o pânico, mas nunca foi tão grande assim. Talvez porque nunca foi necessário esse isolamento também, mas com o H1N1 também teve pressão, tanto que no Brasil foi necessário regular o Tamiflu", afirma sobre o medicamento usado contra a Influenza A, que causou pandemia em 2009.
O farmacologista e diretor secretário do Conselho Regional de Farmácia de Goiás (CRF-GO), Daniel Jesus de Paula, diz que em uma medicação há não só a questão do tipo, mas também da posologia e o período de uso. "Quanto mais toma, mais perigo tem. Existe um ideal de quantidade, período, tipo e menor custo para a comunidade. Temos de lembrar que essa pessoa está tirando remédio de quem de fato precisa, são medicamentos já utilizados para outras doenças", reforça. Ele acredita que as discussões políticas têm descredenciado a questão científica para a Covid-19.
Até por isso, a Faculdade de Farmácia da UFG criou um centro de informação para a população, que funciona a partir do WhatsApp (3209-6297). No serviço, professores da área respondem dúvidas sobre a Covid-19. Mércia conta que a maior parte dos questionamentos tem sido sobre as formas de contaminação e, mais recentemente, de diagnóstico, devido a chegada dos testes rápidos às farmácias. "Mas a ideia surgiu por esses problemas de desinformação, dos efeitos colaterais dos medicamentos também", diz.
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Pai, mãe e filho morrem por Covtd-19 em Goiânia em 4 dias
Filho foi a primeira vítima do novo coronavírus, aos 42 anos, no dia 28. Depois morreu a mãe, aos 68, e o pai, aos 74. Apenas o casal sofria com comorbidades
Três pessoas da mesma família morreram em Goiânia depois de serem infectadas pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2). A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que o primeiro a falecer foi o filho de 42 anos, que não tinha nenhuma outra doença. Ele foi a óbito no dia 28 de maio. Um dia depois, morreu a mãe de 68 anos, que era cardiopata e diabética. No dia 1º de junho, faleceu o pai, 74 anos. Ele era diabético e tinha doença renal.
A SMS ressalta que este é um momento de extrema dor para a família, mas que mostra o quanto o novo coronavírus é agressivo. A pasta ainda faz alerta para o risco da infecção e que, por isso, é preciso manter o isolamento social, usar máscara em caso de precisar sair de casa e manter a distância das outras pessoas e não esquecer de higienizar as mãos com frequência.
A SMS ainda destaca que a responsabilidade pela disseminação do novo coronavírus é de todos. Na nota enviada pela pasta, diz que ainda é preciso ficar em casa, principalmente nas duas próximas semanas, que serão cruciais para a curva de contágio do Sars-CoV-2.
"É o comportamento de cada um, nos próximos 15 dias, que vai determinar quantas pessoas morrerão até o final de junho e início de julho quando, segundo estudo da UFG, deverá ocorrer o pico da doença em Goiânia", diz a nota.
Casos confirmados
Um dia após registrar o recorde de 198 casos confirmados da Covid-19, Goiânia teve 59 testes com o diagnóstico positivo para o novo agente do coronavírus nesta quarta-feira (3). Segundo o Informe Epidemiológico da SMS, a capital já registra 2.234 casos da doença.
Nas últimas 24 horas, mais duas mortes foram confirmadas na capital. Dessa forma, os óbitos acumulados chegam a 74. Entre as últimas vítimas fatais da Covid-19 em Goiânia estão três pessoas de uma mesma família: pai, mãe e filho.
O informe aponta também que Goiânia tem 190 pacientes internados pela doença na capital, sendo que 116 necessitaram de uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
Um dado positivo é que 698 pacientes já recuperaram ou estão curados da infecção. Dos 2.234 casos confirmados, 54% dos contaminados são do sexo feminino e 46% do masculino.
Em Goiânia, quase metade dos infectados (44%) tem entre 20 e 39 anos. Já 36% dos contaminados estão na faixa de 40 a 59 anos e 15% acima de 60 anos.
Catalão registra a Ia morte, enquanto Rio Verde, a 3°
Um idoso de 82 anos é a primeira morte por Covid-19 em Catalão, a 262 quilômetros de Goiânia. O óbito foi registrado na manhã desta quarta-feira (3) em um hospital particular, onde ele estava internado desde o dia 25 de maio. Segundo informações da Secretaria de Saúde, o homem possuía doença renal crônica. A pasta informou ainda que uma filha do idoso testou positivo para o novo coronaví-rus (Sars-CoV-2). O estado de saúde da mulher é considerado estável e ela está em isolamento domiciliar.
Segundo o último boletim, o município registra 66 casos confirmados, sendo 7 por meio do Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO) e 59 pelo de testes rápidos. Desse total, 31 já foram recuperados.
Em uma postagem no perfil da Prefeitura no Facebook, o secretário de Saúde, Velomar Rios, solicitou novamente aos catalanos, que façam o isolamento social e todo controle sanitário preconizado pela Organização Mundial da Saúde.
MAIS NO INTERIOR
Rio Verde, na Região Sudoeste de Goiás, registrou na noite desta terça-feira (2) a terceira morte por coronavírus. A vítima é um homem de 58 anos e apresentava sobrepeso e diabetes. Segundo o município, ele deu entrada na Unidade Covid-19 (UTIs) do Hospital Municipal Universitário da cidade na última segunda-feira (1°) com insuficiência respiratória. ASecretaria de Saúde do município informou que os f amiliares de todos os pacientes são monitorados e testados, principalmente os que apresentam sintomas.
Em boletim divulgado nesta terça-feira (2), o município informava 156 casos confirmados, 27 curados, 113 em isolamento, 14 internados e 2 mortes. Em relação aos casos suspeitos, a cidade registrava, até ontem, 90 casos suspeitos, sendo que 10 estavam em isolamento hospitalar e 90 em domiciliar. O município descartou 669 casos.
BALANÇO ESTADUAL
Goiás tem nesta quarta-feira (3), 4.589 casos confirmados do novo corona vírus, 296 a mais do que ontem. Com relação às mortes de pessoas depois de terem contraído o vírus SARS-Cov-2, o número passou de 151 para 159. Já os casos suspeitos ganharam mais 1.314 novos casos e passou de 24.157 para 25.471. Até agora Goiás já descartou outras 11.779 amostras de pessoas que fizeram teste e o resultado foi negativo.
Além dos 159 óbitos confirmados de Covid-19 em Goiás, ainda são investigadas outras 31 mortes que, até o momento, são consideradas suspeitas. Já foram descartadas 250 mortes suspeitas nos municípios goianos.
Neste boletim, Santo Antônio do Descoberto se tomou a sétima cidade a registrar oficialmente mais de 100 casos.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Em crise, Bolsonaro formaliza general como Ministro da Saúde
• A confirmação ocorre 19 dias depois da saída do então ministro, Nelson Teich, do governo • Até o fechamento desta edição, o Ministério da Saúde não havia divulgado o balanço de 24 horas dos casos e mortes de coronavírus no país
O presidente Jair Bolsonaro formalizou no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (3) o nome do general Eduardo Pazuello para exercer, interinamente, o cargo de ministro de Estado da Saúde. O decreto que nomeia Pazuello ministro interino também exonera o general do cargo anterior na pasta, o de secretário executivo.
A confirmaç&at