Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 11/07/20 Parte 1

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES
Lacen Goiás diminui em 72% a quantidade de testes de coronavírus após equipamento estragar
Saúde de Mineiros distribui kits com ivermectina e vitaminas a moradores
Editorial – Sob pane em pleno voo
Artigo – O uso político das incertezas da medicina
Os motivos para a epidemia ainda estar vencendo a guerra
Uso de kit Covid gera confronto entre médicos
SES-GO passa a divulgar total de recuperados
Enterros aumentam 4 vezes
Ocupação em hospitais privados bate novo recorde
Estado fica com R$ 15 de cada R$ 100 para Goiás
Prefeitura define o que reabre
Prefeitura define o que reabre
Hospital Regional de Itumbiara abre mais 10 leitos de UTI
Caiado prepara Saúde para o pico da Covid: "Vamos vencer essa guerra"
Governo de Goiás ativa mais 62 leitos para combater coronavírus
Goiás ultrapassa 35 mil casos e 800 mortos
Estado diz que leitos para Covid devem saltar de 521 para 1,2 mil em julho
Cresce demanda por testes da Covid na rede privada, em Goiânia


TV ANHANGUERA
Lacen Goiás diminui em 72% a quantidade de testes de coronavírus após equipamento estragar
http://linearclipping.com.br/cfm/site/m012/noticia.asp?cd_noticia=77845924
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Saúde de Mineiros distribui kits com ivermectina e vitaminas a moradores
http://linearclipping.com.br/cfm/site/m012/noticia.asp?cd_noticia=77844071
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O POPULAR

Editorial – Sob pane em pleno voo

A pandemia trouxe desafios que todos, inclusive os mais experimentados cientistas, precisaram responder enquanto aprendiam.

Nesse processo de construção coletiva do conhecimento, quando o saber incipiente circula mais velozmente e já com aspecto de verdade consolidada, as metáforas se impõem como ferramenta para compreensão do novo.
Quando, no início deste fatídico 2020, o novo coronavírus se espalhou, aturdindo as autoridades de saúde mundo afora, o chamamento à responsabilidade veio nessa figura de linguagem: "o avião estragou em pleno voo e estamos buscando conserto com ele ainda no ar". A despeito da força dessa simbologia, os passageiros dessa aeronave em pane se comportaram de maneira diferente, seja por negação da gravidade, seja pelo tédio do enfrentamento.

Como o avião avariado ainda não aterrissou, é fundamental inventariar o conhecimento acumulado até aqui e o sucesso na aplicação prática deste.
É esse o propósito da reportagem principal dessa edição. Ao consolidar as medidas tomadas por Goiás em quatro meses de batalha contra o Sars CoV-2, é possível avaliar erros e acertos para, se nos permitem a metáfora, obter um pouso seguro.
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Artigo – O uso político das incertezas da medicina

A pandemia da Covid-19 elevou o nível de tensão social a parâmetros desconhecidos da sociedade atual. A vida como ela era, uma vulgar mas irresistível paráfrase do genial Nelson Rodrigues, evaporou-se como por encanto com a chegada do novo coronavírus ao nosso convívio. A nova "vida como ela é" assemelha-se a uma distopia e suscita os piores sentimentos, desde os mais óbvios, como o medo, a tristeza e a ansiedade, ou os mais nocivos, como a negação e a transgressão das novas regras sociais e sanitárias.


Em entrevista a este jornal, a presidente da Sociedade Goiana de Infectologia, Christiane Kobal, desabafou: "A população brasileira já estava envolta na falta de credibilidade da imprensa, agora também não acredita na classe médica. Eu entendo que, quando uma pessoa está em pânico, passa a tomar atitudes descabidas, fora do raciocínio lógico. Mesmo pessoas que não são leigas estão em pânico. Estamos vivendo em uma situação de caos." A infectologista apontou como agravante dessa patologia social a transformação de uma doença infecciosa grave (a Covid) numa doença política.

As polêmicas sobre as incertezas da medicina existem desde priscas eras. Já nos tempos de Hipócrates (460 a.C. a 377 a.C.) a medicina sempre conviveu com o fato de ser uma atividade "indiciária", como a definiu o historiador italiano Carlo Ginzburg. A medicina hipocrática surgiu da atenta observação e do registro minucioso dos sintomas, sem conseguir, contudo, atingir o exato rigor científico em função de dois fatores, de acordo com o mesmo historiador: 1) em cada indivíduo, a doença assume características diferentes; e 2) o conhecimento das moléstias permanecia indireto, indiciário, pois o corpo vivo é inatingível.

Assim a medicina sobreviveu a mais de dois milênios com suas imprecisões e chegou a um patamar mais elevado de ciência com a certificação das academias científicas da sociedade moderna. A palavra do médico ganhou credibilidade porque, supostamente alicerçava-se em um saber científico, passível de questionamento, é bem verdade, mas aceito se confirmado por uma segunda ou terceira opinião médica.

A politização da atual pandemia abala esse alicerce e, é preciso ressaltar, com a ajuda dos próprios médicos. Desde que a cloroquina perdeu o status de remédio milagroso para a cura da Covid – o Hospital Albert Einstein foi a última instituição de respeito a recomendar a seus médicos a suspensão da prescrição do medicamento a pacientes infectados pelo coronavírus -, outras drogas emergiram do anonimato.

Assim o antibiótico Azitromicina e o parasitário Ivermectina ascenderam ao modismo pela suposta (e não comprovada) capacidade de prevenir a infecção da Covid. Com a chancela de médicos, integraram o "kit Covid" que há cerca de duas semanas passou a ser distribuído em Goiás, inclusive por prefeituras, como as de Trindade e de Ceres, e por um drive thru montado na Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, em Aparecida de Goiânia.

Em uma de suas entrevistas nesta semana, o secretário de Saúde, Ismael Alexandrino, lembrou a contribuição do efeito placebo para a cura de um paciente, pois a confiança nos procedimentos médicos liberam hormônios do bem-estar e combatem radicais livres, contribuindo para a melhora do organismo. Apesar disso, observou que a medicina que se ensina nas faculdades não é essa e alertou: "Mesmo em um momento crítico de enfrentamento de uma pandemia e diante das dificuldades sociais, se há alguém que não pode perder a razão é a comunidade científica".

Todavia, parte desta comunidade perdeu o bom senso e com a complacência de associações médicas. Se os próprios médicos abrem mão da validação da ciência como um dos sustentáculos de sua atividade e se baseiam na mera experiência pessoal, considerada a pior das evidências científicas, como manterão a confiança da sociedade futura nessa milenar profissão? A pandemia passará, mas deixará vítimas pelo caminho e uma delas poderá ser a medicina que se reaproxima perigosamente do curandeirismo e do charlatanismo. CILEIDE ALVES

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Os motivos para a epidemia ainda estar vencendo a guerra

Especialistas e gestores ouvidos pelo POPULAR falam sobre os principais pontos que mantêm o novo coronavírus avançando numa velocidade preocupante em Goiás

Quatro meses depois dos primeiros casos confirmados do novo coronavírus, Goiás chega perto das mil mortes e mais de 35 mil contaminados confirmados. Não se conseguiu manter o isolamento social, alto apenas na segunda quinzena de março, os números não param de crescer e os leitos críticos já estão quase lotados, com fila no sistema de regulação e casos de morte sem conseguir internação.

A reportagem conversou com especialistas e gestores para tentar entender o que deu de errado para Goiás estar perdendo para o vírus. Entre os motivos apontados: falta de rastreamento, uso inadequado de testes, descaso do Governo Federal, quarentena curta e no momento errado.

"A gente parou muito cedo e não segurou. Se a gente soubesse que não ia segurar, era melhor esperar um pouco (para parar). Agora ficou pior: liberar (atividades econômicas) quando está crescendo (curva de óbitos)", avalia o professor José Alexandre Felizola Diniz Filho, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Goiás (UFG).

No entanto, o pesquisador lembra que mesmo parando mais no início, esse isolamento evitou milhares de internações e mortes. Ele defende que seria possível controlar a pandemia se o isolamento tivesse se mantido alto por mais tempo, associado a rastreamento mais agressivo de contatos de casos confirmados e suspeitos.

Outro fator apontado por Felizola é a mensagem errada que o decreto do dia 19 de abril passou, que permitia a abertura de algumas atividades. A flexibilização de algumas sem parecer técnico, como igreja, gerou discussão na época. "Ficou claro que não era muito técnico, gerou ciúmes no comércio. 'Por que o meu não pode abrir e o seu pode?'. O objetivo não ficou claro. O objetivo da equipe que trabalhou neste decreto era segurar a onda para manter a quarentena."

A falta de apoio do Governo Federal nas medidas de distanciamento social é um fator negativo bastante citado por gestores e especialistas. "A partir do dia que o presidente foi na mídia e disse que era uma gripezinha, acabou. Ninguém controlou mais ninguém", aponta a presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Goiás (Cosems), Verônica Savatin, que conhece de perto a realidade do interior e cidades pequenas.

Ela, que também é secretária municipal de saúde em Chapadão do Céu, diz que a falta de alinhamento entre Governo Federal, Estadual e Municipal deixou a população perdida, sem saber no que acreditar. Verônica também avalia que a população não esperava que as medidas de isolamento iam durar tanto tempo e que acabou assumindo o risco de descumprir.

A epidemiologista e professora da Faculdade de Medicina da UFG, Erika Silveira, lembra que nos países com poucos óbitos, a pandemia tem sido controlada com a junção de uma rede hospitalar ampla e eficiente, isolamento social, rastreamento dos casos e contatos dos casos. No entanto, para que essas medidas tivessem sucesso, seria necessário um Ministério da Saúde atuante, que é o que não ocorre atualmente, na avaliação da professora.

"A população tende a seguir um governo que dá diretrizes com segurança e confiabilidade. Mas a gente está de um jeito que cada hora fala uma coisa. A população fica sem saber o que seguir", avalia Erika.
Um dos pilares do combate ao Covid-19 é a testagem. Recentemente a Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstrou preocupação com a pouca testagem do Brasil. O país fez exames em cerca de 2,15% da população, enquanto em Goiás a média foi de 1,06%, segundo dados do G1 coletado nas secretarias estaduais.

No entanto, o professor e pesquisador do IPTSP da UFG, João Bosco Siqueira Junior, que vem trabalhando em inquéritos sorológicos, lembra que faltou deixar claro como testar e quando testar. "Testar, testar, testar com teste rápido não resolve nada. Tem saber como testar com os testes disponíveis", explica o pesquisador.

Um exemplo dessa falta de qualidade foi a diferença de assertividade do teste rápido feito com sangue capilar (ponta do dedo) e sangue venoso (centrifugado e retirado o soro). O laudo brasileiro que atesta a qualidade desses testes não explicava essa diferença, fazendo com que ele fosse usado de forma errada.
João Bosco compara com avaliações de testes feitas na Inglaterra, muito mais detalhadas que a brasileira. "É fundamental ter avaliação dos testes que você tem", pontua.

"Grande pulo do gato não é apenas abrir leitos", diz superintendente
O Estado e a Prefeitura de Goiânia vêm abrindo cada vez mais novos leitos para pacientes com Covid-19, mas ainda assim a ocupação deles se mantém alta. Só da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da capital são 150 leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) são 179 até agora. Em abril, os órgãos prometiam 102 e 270 respectivamente.

Nesta semana, o secretário Estadual de Saúde chegou a afirmar que "expandimos o que precisávamos de estrutura de saúde". No entanto, em reunião interna na última quarta-feira (8), representantes da SES-GO, da SMS e dos hospitais privados alertaram que é preocupante a expectativa da população de uma abertura constante de mais leitos para conter a pandemia, sem se lembrar da importância do distanciamento social.

"O grande pulo do gato não é apenas abrir leitos, é fazer controle, monitoramento do paciente para que não tenha quadro agravado", avalia a superintendente de Regulação e Políticas Públicas da SMS de Goiânia, Andréia Alcântara. Ela é responsável por acompanhar as solicitações de leitos que chegam de pacientes Covid-19 ou com suspeita em Goiânia.

Andréia defende que não se deve condicionar a abertura de comércio à abertura de leitos, nem considerar o fracasso e sucesso do combate à pandemia a partir dos leitos. "Por mais que se aumentem leitos, isso não pode ser fator condicionante para que se desacredite das medidas de controle da disseminação do vírus. Mesmo que neste momento tivesse 300 leitos desocupados, não daria direito de desacreditar que esta doença mata", enfatiza a superintendente.

Pesquisa da UFG que prevê que mortes podem chegar a 18 mil dependendo da diminuição do isolamento social até setembro é feita em cenário hipotético de leitos de internação infinitos.
SES-GO

Enquanto a ocupação dos leitos ameaça chegar a 100%, municípios do interior que dependem das vagas reguladas pelo Estado já têm enfrentado demora para conseguir UTI para pacientes com Covid-19, mesmo com o sistema dizendo que ainda há algumas vagas.

"A divergência no tempo de espera e taxa de leito é gritante e a gente não consegue entender", lamenta Verônica Savatin, presidente do Conselho de Secretaria Municipais de Saúde (Cosems-GO).

O Estado tem apontado erros no encaminhamento de pacientes para UTI sem necessidade, mas Verônica entende que isso pode até acontecer, mas que a maioria dos municípios tem leitos de enfermaria para os casos menos graves. A SES-GO informou recentemente que deve ser mais rigorosa no pedido de informações sobre os pacientes que pedem vaga, para ter uma noção melhor do estado de saúde de cada um.
Estado promete mais rastreamento

A falta de testagem e rastreamento de contatos são fatores apontados por especialistas para não conseguir controlar o novo coronavírus. O professor José Alexandre Felizola defende uma política mais agressiva de rastreamento, com o isolamento de todos os contatos da pessoa contaminada, inclusive com subsídio como atestado mesmo sem sintomas, até passar o risco de transmissão. "Isso foi feito no início em Goiânia, em escala muito pequena".

A Secretaria Municipal de Goiânia faz um trabalho de Telemedicina com contatos intradomiciliares dos casos em monitorados e investigação de surtos, como o que ocorreu no Ceasa. No entanto, as perguntas são feitas por telefone por uma secretária eletrônica e são mais voltadas ao paciente diagnosticado.
Já a Central de Orientação do Estado já registrou 1.629 Telessaúde, sendo que 1.413 monitoramentos foram finalizados. No entanto, há uma expectativa de implementação do rastreamento de contatos com a ajuda de técnicos da Fiocruz.

Felizola defende que é possível fazer a o rastreamento mesmo com a escassez e demora dos resultados de testes RT-PCR, que identificam o vírus, fazendo o isolamento dos contatos de casos suspeitos. Apesar de perder a agilidade e tempo.

Verônica Savatin, presidente do Cosems-GO, diz que a maioria dos municípios tem feito o rastreamento, que é mais viável quando há menos casos confirmados. No entanto, ela explica que a demora para o resultado do teste prejudica no convencimento da população. "Eu não consigo a sensibilização dessa pessoa sem resultado."

Segundo Verônica, como os testes RT-PCR feitos no laboratório público são poucos, os municípios tem recorrido a rede privada. Ela avalia que mais de 90% das prefeituras compraram testes rápidos e cerca de 30% adquiriram PCR. A gestora explica que os outros 70% só não adquirem porque não tem. "Vários tentaram e laboratórios não estão tendo capacidade instalada para atender"

A expectativa, segundo João Bosco, são testes rápidos que identificam o vírus no início da doença, que estão chegando no mercado brasileiro, mas ainda é precisa atestar a qualidade deles. Os testes rápidos atuais identificam anticorpos, quando o paciente já tem a doença há mais tempo ou até já se curou.
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Uso de kit Covid gera confronto entre médicos

A pandemia do novo coronavírus despertou um confronto entre médicos. De um lado os que defendem o tratamento de casos iniciais da Covid-19 com remédios sem comprovação de eficácia, como a cloroquina, a hidroxicloroquina associada ou não à azitromicina, a ivermectina, além de vitaminas, no que já é chamado de "kit Covid". Do outro, profissionais que alegam não haver comprovação científica das medicações.

A polarização tem se acirrado com a defesa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que insiste no uso da hidroxicloroquina, antes e depois de divulgar na terça (7) que está com Covid-19.
Não existe medicamento com eficácia comprovada em nenhuma fase da doença do novo coronavírus, que já infectou mais de 12 milhões de pessoas no mundo.

A cidade de Florianópolis (SC) é o retrato da polarização em torno do "kit Covid". Circulam na cidade dois manifestos médicos: um com 210 assinaturas de profissionais pedindo que os medicamentos sem eficácia comprovada sejam prescritos nas fases iniciais da doença, e outro, com 680 nomes (370 de SC e 310 de outros Estados), não recomendando o uso das terapias na infecção pelo novo coronavírus.

O grupo favorável ao kit reconhece que não existem fortes evidências científicas sobre benefícios do tratamento precoce. "Mas este momento exige que façamos o tratamento conforme o que temos de evidências disponíveis", diz a carta em defesa do uso dos medicamentos, que foi entregue ao governo do Estado.

Já o grupo contrário, que tem entre os signatários associações de bioética, de virologia e de saúde coletiva, alerta que, além da falta de comprovação na Covid, o uso da hidroxicloroquina traz riscos de arritmias e parada cardíaca.
Lembra também que cerca de 80% das pessoas com a doença terão apenas sintomas leves e moderados, independentemente do tratamento prescrito no início da doença. A ideia do grupo é torná-lo um movimento nacional de resistência ao uso de terapias sem evidência durante a pandemia.

O Ministério da Saúde regulamentou o uso da hidroxicloroquina, mas hospitais como o Albert Einstein (SP) recomendam que os médicos não receitem a medicação. A orientação veio após o FDA (agência americana que regula os fármacos) ter revogado o uso para tratamento da Covid-19.

Jurandir Frutuoso, secretário executivo do Conass (Conselho Nacional de Secretários da Saúde), diz que, desde o início da pandemia, este confronto sobre o uso medicações sem evidência tem preocupado muito os gestores de saúde. "Seu maior dano foi embotar a discussão sobre o essencial na pandemia."

Estudo liderado pelo cardiologista Luis Claudio Correia e publicado no Journal of Evidence-Basead Health Care, vinculado à Escola Bahiana de Medicina, mostra que há um "efeito pandêmico" por trás destas decisões médicas irracionais.

Foram ouvidos 370 médicos sobre a prescrição da hidroxicloroquina para Covid-19. A propensão em prescrevê-la foi alta, variou entre 37% a 89%, de acordo com a gravidade da doença.

"Isso representa uma fragilidade cognitiva de nossa sociedade. É utópico querer Medicina baseada em evidências sem uma sociedade baseada em evidências. No fundo, as pessoas não são contra ciência, na verdade a sociedade não entende o que é ciência e seu papel do processo de tomada de decisão."
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SES-GO passa a divulgar total de recuperados

Pela primeira vez, a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) divulgou nesta sexta-feira (10), no boletim epide-miológico e no Painel Covid-19, o número de pacientes recuperados do novo coronaví-rus (Sars-CoV-2). Os dados mostram que, dos 35.191 pacientes infectados, 9.790 se recuperaram do vírus. Isso quer dizer que 27,8% das pessoas acometidas pela doença no Estado estão recuperadas.

Além da recuperação, a taxa de letalidade da Covid-19 em Goiás também passará a ser divulgada diariamente. O boletim detalha que 807 mortes ocorreram em decorrência do novo coronavírus, o que significa uma taxa de letalidade de 2,29%. Há 51 óbitos suspeitos que estão em investigação e j á foram descartadas 531 mortes suspeitas nos municípios goianos.

Em Goiás, segundo a SES-GO, existem 83.371 casos suspeitos em investigação e outros 39.123 já foram descartados. A pasta informa que os dados podem ser alterados para mais ou para menos.
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Enterros aumentam 4 vezes

Desde meados de junho, funerárias passaram a fazer de 5 a 8 sepultamentos por dia na capital dentro das exigências sanitárias de suspeitos pelo novo coronavírus, em maio eram 1 ou 2


Desde meados de junho, em média, as funerárias em Goiânia começaram a fazer entre 5 e 8 sepultamentos diários de corpos dentro dos protocolos sanitários para casos suspeitos de Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2). De acordo com levantamento feito pelo POPULAR junto a funerárias, até o mês de maio, a média era de 1 ou 2 enterros nestas condições, com dias na semana em que sequer havia a ocorrência. Agora, o protocolo, no qual não ocorre velório e os agentes funerários devem usar roupas e equipamentos de segurança específicos, ocorre todos os dias e em número relevante. No entanto, não foi verificado, na prática dos cemitérios, um aumento geral no número de mortes em relação ao período pré-pandemia.

Na tarde desta sexta-feira, a reportagem do POPULAR esteve por 35 minutos em um cemitério da capital e verificou dois enterros no protocolo para Covid.
Representante de Goiás no Comitê Nacional de Crise do Segmento Funerário para o enfrentamento do Coronavírus, Wanderley Rodrigues, confirma que houve, de fato, um aumento nos sepultamentos de corpos suspeitos da doença. "Como é um processo com cuidados maiores, com maior participação de pessoas, de agentes funerários, a gente tem visto mesmo um aumento. Mas é curioso que não se percebe um aumento de mortes em geral", diz. Ele também afirma que, a princípio, as medidas de isolamento social não justificariam a manutenção geral do número, já que, em tese, com menor circulação de pessoas poderia ocorrer redução de mortes de acidentes, por exemplo, e que estariam, estatisticamente, sendo substituídas pelas ocorrências da doença viral.

Rodrigues conta que até maio havia percebido uma redução de casos relativos a doenças respiratórias, e mesmo pneumonia. "Agora que estamos no inverno, era de se esperar um aumento de óbitos com estas causas, mas ainda não analisamos o caso. A impressão, mas só impressão mesmo, é que pode estar ocorrendo isso, de ter trocado para Covid, por precaução mesmo", afirma. Por outro lado, a data em que se inicia uma maior frequência de sepultamentos dentro do protocolo de Covid coincide com o aumento de óbitos confirmados da doença pelo Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO).

Entre o dia 1º deste mês e o fim da tarde desta sexta-feira (10), a SES-GO registrou, de acordo com o site do órgão, 360 óbitos, o que totaliza 835 vítimas da doença no Estado desde o começo da pandemia. Para se ter uma ideia da velocidade dos novos óbitos, em todo o mês de junho se registrou 351 mortes pela doença. A escalada se deu especialmente com o falecimento de pacientes que começaram a ter sintomas da doença na primeira semana de junho, ainda segundo a SES-GO. Foram 60 mortes de pessoas que tiveram os casos notificados na última semana de maio e, na semana seguinte, o número chegou a 112 e desde então, sempre ficou acima dos 100 óbitos semanais.

Biólogo e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), José Alexandre Felizola Diniz Filho, que participa do grupo da instituição que realiza as modelagens com projeções da Covid-19 no Estado, acredita, no entanto, que ainda entrarão nos boletins óbitos relativos a esta última semana de maio. "Normalmente demora uns dez dias para confirmarem. Hoje, entre os primeiros sintomas e o óbito, em média, são 15 dias, mas ainda temos os trâmites burocráticos, podemos dizer que chega a 20 dias desde os sintomas."
Os pesquisadores têm avaliado o tempo de dobra do número de óbitos e, em Goiás, temos uma média de 15 dias para que isso ocorra. Se mantiver neste ritmo, nos próximos dez dias, Goiás superará 1,2 mil óbitos.

SES-GO afirma não ter subnotificação de óbitos

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), em resposta ao POPULAR, discorda "que exista subnotificação do número de óbitos no Estado". Segundo a pasta, em uma reunião com técnicos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na última semana concluiu-se que os dados de mortes por Covid-19 em Goiás são fidedignos.
Os pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), que trabalham na modelagem da progressão da doença do Estado, na última nota técnica publicada pelo grupo, declarou que existe uma demora entre a ocorrência do óbito, a confirmação nas secretarias municipais e até a inserção dos dados nos boletins da SES-GO.

A prova disto seria justamente um maior número de óbitos informado nos boletins municipais do que aquele publicado no informe da SES-GO de um mesmo dia. Não há uma certeza, no entanto, quanto ao período que cada município leva até repassar os dados mais atuais para o Estado.
Para o professor José Alexandre Felizola Diniz Filho há de se esperar pelo menos mais 20% da quantidade de óbitos anunciada atualmente. "Ainda temos casos de óbitos inseridos no boletim de pacientes com os primeiros sintomas na semana 22 (a última de maio)", diz.

A SES-GO confirma a existência de subnotificação no número de casos da doença, "pois há pessoas infectadas e que ainda não foram diagnosticadas". "Mas de óbitos não, visto que toda morte é registrada a partir de um atestado de óbito. Muitas vezes, esse documento atesta a morte suspeita por Covid-19, mas após investigação e com o exame diagnóstico, o resultado é negativo", informa.

A nota enviada pela secretaria, explica que, "em relação ao diagnóstico, exames de óbitos e casos graves são priorizados no Lacen-GO desde o início da pandemia". Os casos inconclusivos são avaliados por "um comitê de óbitos para análise detalhada". A SES-GO confirma que a atualização dos casos deve ser monitorada e realizada pelas secretarias municipais de Saúde.
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Ocupação em hospitais privados bate novo recorde
Boletim divulgado pela Ahpaceg apresenta maior número de internados suspeitos e confirmados e de utilização de leitos de UTI nas unidades filiadas

Uma semana após a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) informar uma lotação temporária dos então 131 leitos de UTI adulto para casos de Covid-19 nas unidades filiadas, o novo boletim divulgado pela entidade mostra novos números recordes, inclusive o de lotação dos leitos de UTI.

O total de internados com suspeita ou confirmação da doença subiu 22,2%, indo de 238 para 291 em leitos de UTI e enfermaria, o maior número desde o início da epidemia. O total de leitos de UTI adulto subiu neste período de 144 para 149, mas o de internados nestas vagas, de acordo com os boletins fornecidos diariamente pela Ahpaceg, subiu de 120 para 134.

Minutos após a divulgação do boletim do dia 3, a associação encaminhou uma mensagem para o Centro de Operações de Emergências para Enfrentamento do Novo Coronavírus (COE) estadual informando que todos os leitos de UTI adulto – 131 na época – estavam ocupados. Entretanto, no boletim divulgado no dia seguinte, o número de internados adultos em UTI estava em 100 e o de altas totais (UTI e enfermaria) estava em 25.

A reportagem tentou no dia falar com o presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, mas ele informou que qualquer comunicação seria feita apenas às autoridades. A recusa em falar com à imprensa foi motivada, segundo ele, pela comoção causada no dia 20 de maio quando ele informou ao POPULAR que os leitos para casos suspeitos estavam lotados e no dia seguinte deu uma coletiva recuando na informação, dizendo que houve um mal-entendido em relação a um áudio enviado a um deputado federal também no dia 20.

A Ahpaceg é a única entidade que divulga boletins com informações sobre o número de internações por Covid-19 na rede filiada e faz isso diariamente desde o fim de março. São 22 instituições filiadas em Goiânia, Aparecida, Anápolis, Catalão e Rio Verde.

Há algumas semanas, o presidente da Ahpaceg passou a integrar e participar das reuniões do COE estadual, nas quais manifesta preocupação com o aumento da demanda na rede particular em Goiânia.

Desde o dia 1º de julho, o número de internados em UTI nas unidades filiadas à Ahpaceg é superior a 100. No dia 10 de junho, um mês atrás, eram 51 pacientes nesta situação. Agora já são 135 (um em UTI infantil – a associação só passou a separador os tipos de leitos de UTI do dia 4 de julho para cá).
Até o dia 23 de junho, os filiados da Ahpaceg tinham 100 leitos de UTI disponíveis para Covid-19. Atualmente já são 164, sendo 15 deles para pacientes infantis. Dos 149 leitos de UTI adulto, 112 estão em Goiânia e o restante nas outras cidades.

Leitos conveniados
Além dos leitos dos filiados da Ahpaceg, os únicos da rede particular que dão para monitorar por estarem públicos são os conveniados com a rede municipal de Goiânia que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS). São ao todo cinco hospitais privados e um filantrópico que oferecem ao todo 81 leitos de UTI atualmente. No começo da noite desta sexta-feira (10), havia apenas 4 vagas disponíveis, com a taxa de ocupação em 96%. Das seis unidades, quatro estavam lotadas.

Ocupação segue acima de 90% na rede municipal

Mesmo com aumento do número de leitos de UTI para Covid-19, a rede municipal de Goiânia segue enfrentando problemas com a alta taxa de ocupação. Em uma semana, houve o acréscimo de 13 vagas, o que representa um crescimento de 10%, mas a ocupação neste período subiu de 85,4% para 93,2% no começo da noite desta sexta-feira.

No dia 8, a Prefeitura comemorava o fato de ter conseguido ampliar de 40 para 150 o total de leitos de UTI desde 20 de maio e os de enfermaria de 37 para 197. Neste período, até mesmo o Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC), cuja previsão inicial era de um limite de 50 leitos de UTI, viu sua capacidade aumentada para 60.
Porém, conforme levantamento do POPULAR, que acompanha o total de vagas desde abril, no dia 20 de maio a taxa de ocupação na rede municipal estava em 77,5%, com 31 das 40 vagas preenchidas.
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Estado fica com R$ 15 de cada R$ 100 para Goiás

COMBATE AO CORONAVÍRUS O governo goiano recebeu da União RS 52,6 milhões e os municípios, R$ 306 milhões; Goiânia ganhou mais do que a gestão estadual, R$ 75 milhões

A cada R$ 100 repassados pelo governo federal para o combate ao coronavírus em Goiás, menos de R$ 15 foram para o caixa do Estado. O restante foi repassado diretamente aos municípios. A proporção de distribuição para a gestão estadual (14,67%) é uma das menores do País, perdendo apenas para Alagoas (13,8%) e Mato Grosso do Sul (14%).

O governo goiano recebeu R$ 52,6 milhões e os municípios do Estado, R$ 306 milhões, considerando os repasses diretos e exclusivos para o enfrentamento da pandemia. Goiânia recebeu mais do que a gestão estadual, R$ 75 milhões.
Os dados são do Siga Brasil, sistema de informações sobre orçamento público federal disponibilizado pelo site do Senado. O maior volume de recursos partiu do Ministério da Saúde, destinados ao fortalecimento da rede hospitalar e de atenção primária no combate à doença. A pasta informou ao POPULAR que repassou R$ 284,4 milhões a Goiás exclusivos para o enfrentamento à Covid-19, sendo R$ 232,4 milhões aos municípios e R$ 52 milhões à administração estadual.

O Estado é responsável por oito hospitais de campanha, em Goiânia e no interior, sendo seis já com disponibilidade de unidades de terapia intensiva (UTIs) e dois ainda em instalação. O governo estadual afirma que os R$ 52 milhões foram aplicados integralmente no custeio (manutenção) dos Hcamps.

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) afirma que a diferença na distribuição da saúde ocorre por conta da gestão plena dos municípios. Das 246 cidades goianas, 238 têm habilitação para gestão plena e, portanto, recebem diretamente os recursos. "Isso nos deixa de certa forma tranquilos porque, além do repasse constitucional, o Estado fica desonerado de passar mais verba extra aos municípios. Temos recebido muitos pedidos de compra de teste rápido, por exemplo, e conseguimos monitorar se a cidade já recebeu recursos suficientes", diz o secretário Ismael Alexandrino.

Pela gestão plena, são os municípios que regulam as unidades e não o Estado. No caso da capital, é a administração estadual que concentra a maioria dos hospitais, mas o município recebe a verba. Não há hospitais municipais em Goiânia, apenas duas maternidades.

Questionado sobre os critérios de distribuição e a diferença da proporção de Goiás em relação aos demais Estados, o Ministério da Saúde informou ao POPULAR que, para definir o valor a ser destinado para cada município, são considerados o tamanho da população e a média de recursos transferidos para atenção hospitalar e atenção básica no ano passado.

Já para a distribuição de recursos aos Estados, além do critério populacional, é considerado o número de leitos de UTIs registrado nos planos de contingência preparados pelos próprios entes federativos e a taxa de incidência da Covid-19 por 100 mil habitantes, segundo o Ministério da Saúde. "É importante ressaltar que o SUS funciona com a articulação das ações entre governo federal, Estados e municípios. Sendo assim, cada esfera tem autonomia para tomar decisões que estão sob a sua gestão", afirmou a pasta do governo federal.

Nos bastidores, há queixas de técnicos da saúde da gestão estadual de que haveria também um componente político na distribuição. Eles citam desde a visão mais municipalista do ex-ministro Henrique Mandetta, que havia sido secretário municipal de Saúde e foi o responsável pela elaboração do planejamento de repartição dos recursos, até o rompimento passageiro do ex-governador Ronaldo Caiado (DEM) com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), além do embate do presidente com governadores e prefeitos em relação ao isolamento e demais medidas de combate ao coronavírus.
Há também críticas de que, com o repasse direto aos municípios, há menos fiscalização e controle sobre a destinação. "O município recebe mais, pode não aplicar bem o recurso e manda pacientes para os hospitais estaduais, que têm UTI e o custeio muito mais caro, mas com menos verba", diz um médico da gestão estadual que prefere não se identificar para evitar atritos com prefeitos.

O governo estadual informou, por meio da Secretaria de Comunicação, que não há previsão de elevar os valores repassados fundo a fundo na área da saúde porque a transferência "depende de decisão do governo federal".
Área social

Além dos recursos do Ministério da Saúde, o levantamento do Siga Brasil também considera repasses aos municípios por parte do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, destinados a "ações de proteção aos segmentos da população que pertencem aos grupos com maior risco de morte em face do coronavírus, tais como idosos, crianças e adolescentes, mulheres, deficientes, povos e comunidades tradicionais e, também, de outras minorias sociais, como as pessoas LGTI+ e em situação de rua".
Repasses totais a Goiás chegam a R$ l,21 biIhão

No conjunto mais amplo de repasses do governo federal – incluindo recursos para saúde e assistência social, compensação de perdas do Fundo de Participação dos Estados e dos Municípios (F-PE e FPM) e as parcelas do programa de socorro aos entes federativos aprovado pelo Congresso em maio -, o total transferido a Goiás foi de R$ 1,21 bilhão (veja quadro), sendo R$ 505 milhões para a gestão estadual e RS 708 milhões aos municípios, segundo os dados do Siga Brasil, sistema de acompanhamento do Orçamento da União.

Da primeira parcela do programa de socorro, entraram no caixa do Estado RS 282 milhões, que têm destinação livre, como compensação da queda de arrecadação provocada pela crise, e outros 39 milhões para saúde e assistência social. A segunda parcela de R$ 282 milhões será depositada no dia 13.

O programa prevê outras duas parcelas mensais. De FPE, Goiás recebeu R$ 131 milhões, segundo o Siga Brasil, e contará com uma nova parcela nos próximos dias. O valor ainda não está fechado, segundo a Secretaria Estadual de Economia, porque depende da variação observada no mês anterior em relação ao mesmo período de 2019.

Ainda no bolo que veio para a gestão estadual, estão os RS 52 milhões do Ministério da Saúde. A Secretaria de Comunicação informou que todo o valor foi destinado ao custeio de hospitais, com manutenção e compra de equipamentos das unidades de saúde. A Secom não apresentou detalhamento da destinação dos RS 39 milhões para assistência social e saúde.

O Portal da Transparência do Estado informa que a gestão estadual aplicou (despesas pagas) R$ 92,3 milhões de RS 256 milhões previstos em dispensas de licitação ou pregões – ou seja, apenas 36% – para o combate à pande-mia.
O valor inclui recursos de todas as fontes (próprios e do governo federal). A maior parte dos recursos, cerca de RS 75 milhões, foi para as organizações sociais responsáveis pela gestão dos hospitais de campanha.

PREFEITURA
A Prefeitura de Goiânia usou R$ 31 milhões dos R$ 75 milhões enviados pela União para o enfrentamento da Covid-19. Os dados são do Portal da Transparência do município. A maioria dos recursos para a pandemia na capital são originários do governo federal, com baixo porcentual de aplicação de verba própria
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Prefeitura define o que reabre


QUARENTENA íris Rezende e Ronaldo Caiado devem assinar juntos, na segunda-feira, decretos municipal e estadual para flexibilização do funcionamento de atividades não essenciais

O fim da quarentena intermitente em Goiânia ocorrerá na terça-feira (14) com a reabertura de lojas, shoppings, Região da Rua 44 e, pela primeira vez, a lista das liberações incluirá restaurantes, bares, academias e eventos esportivos com portões fechados para o público. Atividades que estavam até então proibidas por conta da pandemia de coronavírus.

Isso porque decreto estadual previsto para ser publicado na segunda-feira (13), conforme apurou O POPULAR, deve liberar essas reaberturas (academias, bares e jogos) com protocolos de segurança. Conforme o prefeito Iris Rezende (MDB) já havia adiantado, a Prefeitura de Goiânia seguirá o documento e as regras que constam nele e foram acertadas em conjunto.
Porém, ainda há atividades que ficarão de fora e devem demorar um pouco mais para voltar a receber público. Eventos, boates, cinemas e outros locais de maior aglomeração estão entre eles. Enquanto isso, especificamente na capital, as feiras especiais, como a Feira Hippie, devem ser incluídas na lista de espera, mas com uma previsão para abertura posterior.
O decreto municipal, com todas as definições e protocolos de segurança – que têm a promessa de serem rígidos para não impulsionar o número de casos de Covid-19 -, será assinado pelo prefeito na segunda-feira. A previsão é de que isso ocorra ao lado do governador Ronaldo Caiado (DEM), quando este também assinará o novo documento estadual para a fase de flexibilização das regras de isolamento social adotadas em Goiás.
Há atividades como é o caso de academias e bares, que estão suspensas por mais de 120 dias. Por isso, regras específicas são definidas. Horário de funcionamento para bares e restaurantes e capacidade de atendimento reduzida para 50% estão entre os pontos. Para as igrejas, também deve ocorrer limitações para as atividades religiosas presenciais.
Na tarde de ontem, em reunião de representantes do Estado e do município, ocorreu definição em conjunto sobre os segmentos que vão voltar e parte das regras para a retomada que, desta vez, não terá data de fechamento. De outro lado, caso o número de casos de Covid-19 aumente, não está descartada uma revisão nessas decisões.
Durante o final de semana, equipe técnica do município ainda trabalhará para finalizar detalhes que envolvem o horário de funcionamento. A possibilidade de escalonamento também não foi excluída. Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalha, Ciência e Tecnologia (Sedetec), Walison Moreira, houve preocupação de alinhar as definições e elas envolvem ideias diversas, como possibilidade de plano de mobilidade corporativa para reduzir a aglomeração do transporte coletivo.
"Restaurantes vão reabrir, mas a grande maioria tem self-service e, por isso, pensamos em duas alternativas. Uma é colocar uma pessoa para servir e outra é o empresário fornecer luvas plásticas para os clientes se servirem. Mas a luva é barata para alguns e para outros não. Sei disso porque criamos um diálogo, para ter um protocolo viável e aumentar segurança", descreve sobre como a elaboração envolve consulta ao setor privado.
A preocupação, conforme informa, é que os protocolos sejam rígidos, mas com a garantia de que sejam aplicados na prática. "Isso é muito difícil de definir sem conversar. Conversei com bares e restaurantes o quanto cada regra é viável, é um trabalho muito detalhado."
Outra preocupação que cita é de mitigar a insegurança jurídica para evitar ou diminuir a possibilidade de ações judiciais, que poderiam fechar novamente as atividades. "O mais importante nesse caso é ter um decreto bem feito, de forma coordenada. Prefeito e governador estão alinhados e pensando parecido", afirma.
Para o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Goiás (Abrasel Goiás), Fernando Jorge, essa consulta é bem avaliada. Ele cita que houve preocupação com a limitação do horário noturno, que é quando importante parte do segmento, como pizzarias, funcionam. "Eles nos entenderam e agora aguardamos para saber se o funcionamento poderá ocorrer até às 22 horas ou meia-noite. Aguardamos para conhecer esses detalhes para conversar com os trabalhadores e iniciar a recuperação do nosso setor que foi penalizado."
O que os empresários já sabem, segundo ele, é que haverá restrição de 50% do público, afastamento de mesas, proteção reforçada com máscaras e álcool em gel e as partes de entretenimento, shows e brinquedoteca não retornam de imediato.
Sem muito tempo para preparar o retorno, é esperado que essa retomada ocorra aos poucos. Pois, ao mesmo tempo em que há empresários receosos com o vai e vem de decisões, alguns precisam ainda realizar as adequações. O mesmo vale para as academias. Até a possibilidade de ter horários específicos pode ocorrer, mas neste caso para ampliar o tempo e assim contribuir para diminuir a aglomeração e reduzir o impacto econômico. Porque há possibilidade
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DIÁRIO DA MANHÃ

Hospital Regional de Itumbiara abre mais 10 leitos de UTI

O Hospital Regional de Itumbiara São Marcos colocou na tarde dessa sexta-feira, 10, mais 10 leitos de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e completa a primeira etapa de funcionamento da unidade no enfrentamento ao Covid-19. A unidade é peça fundamental na estratégia da Secretaria Estadual de Saúde para tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus, principalmente nessa fase em que o Estado entra em uma fase crítica com a pandemia.

O diretor geral do hospital, Ricardo Bricídio, comandou as equipes de coordenadores que prepararam a ala do primeiro andar para receber pacientes. "Contamos com equipamentos novos e modernos, profissionais capacitados e empenhados em prestar o melhor serviço de saúde no enfrentamento a essa infecção que tem assolado a humanidade", resumiu.

O Hospital Regional de Itumbiara tem recebido pacientes de cidades diversas, atendendo as necessidades de vagas para tratamento de pacientes com diagnóstico confirmado de Covid-19. Desde sua inauguração, no dia 30 de junho e entrada em funcionamento no dia 3 desse mês a unidade recebeu pacientes para internação em leitos de UTI de cidades distantes, como Iporá, Senador Canedo, Santa Helena e Bonfinópolis.

A previsão dos gestores é de que em breve outros leitos sejam disponibilizados para tratar pacientes. A infecção do Covid-19 cresceu de forma exponencial nos últimos dias e preocupa as autoridades de saúde. "Seremos uma ferramenta importante nessa luta para vencer o novo coronavírus", finalizou o diretor.
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Caiado prepara Saúde para o pico da Covid: "Vamos vencer essa guerra"

O governador Ronaldo Caiado liderou uma reunião, por videoconferência, com 300 profissionais da área da saúde de todo o Estado de Goiás na manhã desta sexta-feira (10/07) para conclamar, de forma direta e clara, que médicos, enfermeiros, maqueiros, e demais membros da equipe multidisciplinar, além de gestores e demais pessoas envolvidas com a assistência à saúde, trabalhem a rede pública como um organismo vivo e integrado para o enfrentamento da pandemia da Covid-19. O foco é, nas palavras do governador e médico, "fazer a melhor medicina que o Estado pode dar ao cidadão", sobretudo, a partir de agora, quando Goiás deve experimentar o pico de casos da doença.

]"Estarei 24 horas à disposição para esse enfrentamento e, podem ter certeza, vamos vencer essa guerra e será a maior vitória que vou contabilizar no meu currículo de vida", projetou Caiado. A meta do governador e médico é garantir a assistência à saúde de qualidade e humanitário a todos e que seja o Estado com menor número percentual de mortes. "Estamos diante de um momento crucial e o suporte que os 7,2 milhões de goianos têm são vocês", reconheceu e pediu: "Vamos nos engajar ao máximo. Nós já estamos tomando medidas para poder o mais rápido possível diagnosticar o maior número de cidadãos contaminados, fazer este rastreamento e isolar essas pessoas."

Do ponto de vista da gestão, o governador relatou o fortalecimento estrutural da rede – com a regionalização da saúde promovida em tempo recorde, abertura de leitos dedicados e estruturação de hospitais de campanha – e anunciou a ampliação da testagem em massa a partir de convênio que está sendo firmado com o Instituto Butantan, de São Paulo, e o programa Todos Pela Saúde, do Banco Itaú em parceria com outros órgãos.

O Estado está fazendo o levantamento de 60 municípios estratégicos com maior risco e intensidade de contaminação, onde deverão ser aplicados estes testes. "Conseguimos que o instituto se comprometesse conosco a fazer um maior número de testes RT-PCR, e, com isso, poderemos isolar as famílias que estão em contato com os contaminados", relatou Caiado.

Municípios e universidades também devem se mobilizar e se integrar, ainda mais, à estrutura do Estado nessa guerra contra o coronavírus. O governador pretende que agentes comunitários e assistentes sociais destas cidades sejam capacitados e participem da coleta do material. "A UFG já está alinhada conosco e vamos pedir a outras universidades que tenham cursos de enfermagem e medicina que nos cedam voluntários para colaborar", explicou. Em paralelo, será promovido o acompanhamento dos contaminados, outra ação conjunta. "O Hospital Sírio Libanês vai nos disponibilizar um aplicativo para localizar quem tem o resultado positivo para podermos monitorá-lo."

Durante a reunião, o governador abriu espaço para que representantes de cada uma das unidades estaduais pudesse fazer um breve 'raio-x' da situação local: número de leitos em operação, nível de ocupação, rotatividade e expectativa de ampliação. Também determinou a realização de um mapeamento diário, o que é fundamental, conforme explicou, para que a rede possa promover a transferência de pessoas, de acordo com o estado clínico do paciente e a disponibilidade de leitos em outras unidades. "É importante mapear para saber melhor o que fazer, se há pacientes que podem, por exemplo, sair de hospitais dedicados e ir para hospitais de retaguarda", salientou.

Em sua fala, o secretário de Saúde, Ismael Alexandrino, destacou que tudo o que estava ao alcance da gestão, com relação à estruturação das unidades e treinamento profissional foi realizado e continuará a ser intensificado pelo Governo de Goiás. "Não tenho dúvidas que superaremos isso tudo, agradeço e peço motivação para que nesse momento estejamos unidos, de unhas e dentes, corpo, alma e coração como guerreiros e trabalhadores em prol da vida. Guerrearemos com as armas que temos, mas o principal somos nós [o capital humano]."

Ismael pediu aos participantes da reunião que levassem as mensagens de agradecimento e de orientação do governador às suas equipes. "Estamos em 300 participantes e somos mais de 30 mil profissionais de saúde no Estado. Aqui tem gente de todas as macrorregiões, que trabalham em todas as nossas unidades, levem para suas equipes esse sentimento de agradecimento e motivação. Estamos convictos de que vamos superar", disse.
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Governo de Goiás ativa mais 62 leitos para combater coronavírus

De 30 de junho a 9 de julho, o Governo de Goiás instalou mais 62 novos leitos exclusivos para o tratamento do coronavírus em todo Estado.
Desses, informa a Secretaria de Saúde, 15 são de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), totalizando 179 leitos para pacientes graves.
No mesmo período, o número de enfermarias também teve aumento de 47, chegando a 342 leitos simples.

Na semana passada, o governo estadual adquiriu 50 novos respiradores, avaliados em mais de R$ 3 milhões, o que fortaleceu a implantação dos novos leitos. A expansão no quantitativo de UTIs ocorreu em Trindade, Luziânia, Águas Lindas, Itumbiara e Jataí. Já as de enfermarias, em Trindade, Itumbiara e Jataí.

Para estruturar e colocar em operação os hospitais de campanha, o Governo de Goiás sancionou lei destinando R$ 351 milhões. O valor já vem sendo aplicado pela administração no aparelhamento das unidades. E os investimentos do Estado para ampliar a rede de assistência aos infectados pelo coronavírus não param. Ainda está prevista a ativação de outros leitos de UTI e enfermaria, que devem alcançar, até o final deste mês, um total de 1.200 leitos.

Isolamento
Mas o investimento na saúde não é suficiente sem a participação da população em uma das estratégias mais eficiente contra a doença, que o distanciamento social. Em Goiás está valendo a chamada quarentena intermitente, em que o comércio e o setor de serviços intercalam as atividades com 14 dias de fechamento e 14 de abertura. "Dessa forma, tenho condições de diminuir a disseminação [do vírus], e a estrutura hospitalar pode suportar a demanda", reforça Ronaldo Caiado.
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