Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 31/07/20

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Prescrição médica de hidroxicloroquina aumenta 863,34%
As healthtechs ganharam espaço na pandemia de covid-19
Bolsonaro defende Pazuello e diz que gestão de Mandetta foi uma desgraça
Covid-19: Goiás registra 2.674 novos casos e 72 mortes em 24 horas
Mais de 13 mil casos de dengue foram notificados em Goiânia
Governo quer aumentar testagem em massa da Covid-19 em Goiás
De médico a paciente: infectologista conta sua experiência ao ser infectado pelo novo coronavírus
Após morte de MC Atrevida, especialistas alertam sobre cuidados com procedimento estético e preços 'em conta'

FOLHA DE S.PAULO

Prescrição médica de hidroxicloroquina aumenta 863,34%

Raquel Lopes

A prescrição médica de cloro quina e hidroxicloroquina disparou no Brasil em meio à pandemia de Covid-19, mesmo sem eficácia comprovada do medicamento para tratar a doença, segundo levantamento do CFF (Conselho Federal de Farmácia).
Nos primeiros cinco meses de 2020, o crescimento foi de 676,89% para a cloroquina e 863,34% para a hidroxicloroquina em comparação com o mesmo período de 2019.
A cloroquina passou de 238 para 1.849 prescrições nos cinco primeiros meses deste ano. Já a hidroxicloroquina saltou de 1.978 para 19.055 em 2020.
O levantamento teve como base a plataforma Memed, usada por médicos para fazer prescrição digital. No ano passado, o sistema contava com 60 mil médicos cadastrados. Neste ano, a plataforma tem 120 mil profissionais.
Assim como a prescrição, a venda disparou nas farmácias do Brasil. Houve aumento de 49% na comercialização da hidroxicloroquina de janeiro a junho deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram462.722 unidades em 2019 ante 693.206 em 2020.
Por causa da alta das vendas, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu, em março deste ano, enquadrar a hidroxicloroquina e a cloroquina como medicamentos de controle especial.
Outros dois medicamentos passaram a ser controlados na pandemia: a nitazoxanida e o vermífugo ivermectina.
Houve também crescimento significativo tanto de prescrição quanto de venda desses medicamentos.
A prescrição de ivermectina cresceu 1.921,04% nos cinco primeiros meses do ano e a venda aumentou 297,7% no primeiro semestre. Já a nitazoxanida teve aumento na prescrição de 42.256,52% e de 12,6% na venda.
A partir da mudança, a entrega ou venda desses quatro medicamento nas farmácias e drogarias só pode ser feita para pessoas com a receita especial, para que uma via fique retida no estabelecimento.
Todos os medicamentos têm sido amplamente divulgados por supostamente auxiliar no tratamento da Covid-19, embora ainda não existam estudos conclusivos.
Wellington Barros, consultor do CFF, disse que é preocupante o crescimento das vendas. Segundo ele, tanto prescrições como automedicação acabam ocorrendo.
"O fenômeno do que esta acontecendo é chamado de medicalização social; ele se potencializa em momentos de emergência em saúde pública diante das preocupações e ansiedade", disse Barros.
Para ele, o farmacêutico precisa desempenhar um papel de educador, auxiliando o paciente a procurar um médico, alertando sobre os riscos e dosagens dos medicamentos. Já quando há prescrição, o profissional deve garantir a qualidade e a segurança.
Indicadas originalmente para malária, artrite e lúpus, a hidroxicloroquina e a cloroquina vêm sendo alvo de forte procura nas farmácias desde que o Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, passou a defender o medicamento para a Covid-19.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) seguiu a mesma linha e, inclusive, tomou o medicamento quando foi diagnosticado com o vírus.
Diversas entidades já se manifestaram contrárias ao uso. Em documento divulgado pela Sociedade Brasileira de Infectologia afirma que "é urgente e necessário que a hi droxicloroquina seja abandonada no tratamento de qualquer fase da Covid-19
A orientação ocorreu um dia após dois estudos mostrarem que a cloro quina não tem efeito em pacientes em quadros iniciais do novo coronavírus. Isso já havia sido demonstrado em outras publicações no caso de pacientes graves.
Enquanto entidades recuam das orientações, o Ministério da Saúde dobra a aposta no medicamento. Recentemente, a pasta decidiu estender a possibilidade de oferta do remédio para gestantes e crianças.
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REVISTA EXAME
As healthtechs ganharam espaço na pandemia de covid-19

A mudança de cenário fez com que os investimentos de capital de risco nas startups de saúde dessem um salto
A pandemia de covid-19 causou uma revolução no setor de saúde. As empresas viram sua rotina virar de cabeça para baixo em tempo recorde e tiveram de se digitalizar para atender pacientes à distância em poucas semanas.
A mudança de cenário fez com que os investimentos de capital de risco nas startups de saúde dessem um salto. A consultoria americana Startup Health estima que, nos primeiros seis meses de 2020, foram feitos 377 aportes em healthtechs no mundo todo, totalizando 9,1 bilhões de dólares. O número é 18% maior do que o valor investido no mesmo período do ano passado.
No Brasil, a situação é parecida. De acordo com os dados da brasileira Distrito, consultoria que faz a ponte entre grandes empresas e startups e promove eventos na área de inovação, os investimentos em healthtechs no país chegaram a 52 milhões de dólares até junho de 2020.
O valor é 37% superior aos investimentos realizados em todo o ano passado (38 milhões de reais). "O momento é positivo para as startups de saúde no Brasil. Por aqui, são criadas duas healthtechs por semana, e essa velocidade está aumentando, bem como os investimentos", afirma Gustavo Araújo, cofundador da Distrito. Com a adoção de novas tecnologias, a expectativa é que o setor reconheça os benefícios da digitalização, que pode ajudar a vencer desafios como o tradicionalismo e a burocracia.
Quando começou a quarentena, o Conselho Federal de Medicina aprovou a realização de atendimentos médicos à distância. Em apenas nove dias, o Dr. Consulta colocou em funcionamento seu serviço de telemedicina. Entre os 1.400 médicos da startup, 300 atendem por canais digitais. Das mais de 50.000 teleconsultas realizadas desde março, as especialidades mais procuradas foram psiquiatria, clínica médica, dermatologia, ginecologia e urologia.
A maioria dos pacientes (54%) tem 45 anos ou mais. "Pretendemos manter a telemedicina, especialmente para retornos e recorrências. Quando há um problema crônico, por exemplo, a consulta pode ser feita via internet", diz Renato Velloso, presidente do Dr. Consulta. No longo prazo, a empresa quer mudar a forma de encarar a saúde. "Nossa visão é que haverá um monitoramento constante da saúde. As pessoas irão ao médico para se manter saudáveis, e não só quando estiverem doentes", afirma Thomaz Srougi, um dos fundadores do Dr. Consulta. Para isso, a empresa usa a análise de dados para manter a agenda dos médicos ocupada 85% do tempo.
O médico contrata o serviço e cria uma assinatura digital, e o paciente recebe a prescrição dos remédios por mensagem de texto. É uma visão um tanto quanto futurista para alguns, mas já é uma realidade presente em consultórios pelo Brasil. A Memed, healthtech focada em prescrições online, viu o número de cadastros de médicos em sua plataforma crescer de 18.000, em 2019, para uma média de 15.000 novos inscritos por mês.
O número de farmácias que aceitam a forma de prescrição digital também saiu de zero para 30.000 em apenas três meses. O crescimento fez a startup aumentar o quadro de funcionários de 20 para 50 pessoas.
A Memed é uma empresa familiar fundada em 2012 por Ricardo Moraes, seus dois irmãos, René e Rafael, e o primo, Marcel Ribeiro, em Avaré, no interior de São Paulo. "O intuito era digitalizar as prescrições médicas, e a gente entendia que existia uma oportunidade muito grande em um mercado pouco explorado", diz Ricardo, presidente da empresa.
O momento, para ele, é importante para crescer. "A pandemia escancarou os problemas da saúde. Acho que esse é um legado que não tem como voltar atrás", diz.
Nem todas as healthtechs tiveram uma curva crescente logo no começo da crise. Foi o caso da GnTech, criada em 2011. A ideia do psiquiatra e presidente, Guido May, era realizar exames farmacogenéticos para transtornos e doenças além dos psiquiátricos e do câncer.
Esse tipo de teste identifica os remédios mais indicados com base no DNA de cada indivíduo, o que reduz os efeitos colaterais. Com a pandemia, foi preciso acelerar os planos. Os testes, que antes eram analisados em laboratórios do Hospital Israelita Albert Einstein, tiveram de ser paralisados.
A solução foi adiantar a construção de um laboratório próprio prevista só para 2021. "A pandemia nos forçou a acelerar o cronograma", diz Paula May, diretora executiva da empresa. Para atacar também o vírus, em junho a GnTech incluiu a covid-19 em seu rol de testes. Com a novidade, as vendas aumentaram 50% em um mês.
Fundada em 2011 e baseada em Florianópolis, a Neoprospecta é uma startup especializada em analisar o genoma de microrganismos que começou fazendo o sequenciamento de microbioma intestinal em pacientes para evitar infecções hospitalares. A especialização permitiu a expansão dos negócios em pouco tempo graças à captação de 16 milhões de reais em investimentos, incluindo um aporte do Hospital Israelita Albert Einstein.
Em 2019, os fundadores criaram também a startup BiomeHub para atender especificamente o segmento hospitalar, enquanto a Neoprospecta se concentrou na análise de microrganismos para empresas do ramo alimentício, como Marfrig, BRF e Vigor. Somadas, as duas empresas (Neoprospecta e BiomeHub) tiveram faturamento de 5 milhões de reais em 2019 e a projeção é chegar a 20 milhões de reais em 2020.
Diante da crise do novo coronavírus, a startup criou uma solução para acelerar os testes de infecção pelo vírus. Funciona assim: são coletadas duas amostras de cada pessoa. É feito um primeiro exame e, se detectada a presença do novo coronavírus, uma análise mais aprofundada é realizada na amostra que indicou a infecção pelo vírus, de modo a evitar falso diagnóstico positivo.
O teste acusa a presença do coronavírus mesmo em pacientes que ainda não desenvolveram anticorpos para combatê-lo, o que pode ajudar a reduzir a propagação do vírus. Segundo a empresa, os testes são feitos 16 vezes mais rapidamente do que os exames comuns de PCR e com custo de 50 reais por pessoa, um quinto do valor cobrado normalmente.
Até julho, mais de 100.000 pessoas já haviam feito os testes da Neoprospecta. "Usamos a genômica e a bioinformática para ajudar empresas e instituições de saúde a tomar decisões relacionadas a microrganismos. Com a covid-19, foi um pulo para adaptar nossa tecnologia para aproveitar essa janela de oportunidade com nossa experiência", disse Luiz Fernando Oliveira, presidente e fundador da empresa.
A startup Carefy visa resolver um dos maiores problemas dos hospitais: a gestão de internação de pacientes. Com um software, a companhia permite visualizar os dados de cada pessoa para que a gestão de leitos seja mais eficiente.
Em menos de três anos, dados de mais de 200.000 internações de 170.000 pacientes foram gerenciados por hospitais que utilizam a solução, como o Grupo São Francisco, de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo – onde a startup está sediada.
Em 2020, a Carefy estima que vai triplicar o faturamento.
Quando a covid-19 chegou ao Brasil, a startup criou uma ferramenta para auxiliar na triagem. "Em duas semanas, criamos um mecanismo de busca em que o hospital pesquisa 'febre e tosse' e vê uma lista de pacientes. Assim, as pessoas com suspeita de covid-19 podem ser monitoradas de forma mais inteligente", diz Erika Monteiro, uma das fundadoras da Carefy.
Para agilizar o diagnóstico de pacientes com covid-19, a tecnologia é uma poderosa aliada. A Maida Health, de Fortaleza, aliou-se ao Ministério da Saúde para utilizar inteligência artificial e analisar quadros suspeitos de covid-19.
A startup, que pertence à empresa de saúde suplementar Hapvida, identifica com algoritmos os sinais típicos da infecção pelo novo coronavírus em exames de raios X e tomografia computadorizada de tórax.
A solução de inteligência artificial é uma alternativa aos exames de sangue e de saliva e é oferecida gratuitamente a hospitais para auxiliar no diagnóstico e na triagem de pacientes. "O dado de saúde é um ativo de primeira grandeza, e esse é um dos aprendizados mais importantes da pandemia. Se tivéssemos mais dados qualificados e integrados, não em silos como estão hoje, teríamos lidado melhor com o coronavírus", afirma Ney Paranaguá, presidente da Maida Health.
Desde o início da pandemia, a Hapvida oferece também um serviço de telemedicina. Em três meses, a companhia realizou mais de 40.000 atendimentos.
Como administrar, do ponto de vista de uma empresa, os planos de saúde dos funcionários? Foi essa a questão que a Gesto tentou responder ao ser fundada, em 2002, por um médico e uma engenheira. Em 2010, a empresa foi a primeira no Brasil a lançar uma tecnologia capaz de fazer a gestão de planos de saúde.
Para Fabiana Salles, presidente e fundadora, a empresa já estava bem preparada para lidar com a pandemia. "O custo do plano de saúde e a experiência do beneficiário são dores muito grandes para os empregadores. Com a pandemia, o problema ficou ainda mais gritante", diz Salles. "Fazer boas escolhas, usar a inteligência e otimizar ao máximo o benefício virou mais do que uma necessidade", diz.
A fundadora acredita que as healthtechs venham para sanar uma deficiência presente no setor de saúde. "Essas empresas trazem uma solução para problemas que nem as instituições privadas nem o SUS conseguem resolver. Elas otimizam todos os serviços de saúde. As healthtechs estão criando pontes em um sistema que é muito fragmentado e cheio de deficiências", diz.
A Hi Technologies começou como muitas outras startups: quando dois universitários se uniram para inovar em determinado setor. Em 2004, o foco da empresa era um software para monitorar o quadro dos pacientes nos hospitais.
O segundo produto, um oxímetro de pulso utilizado para medir a oxigenação, foi lançado em seguida, no mesmo ano, e exportado para 15 países. Desde então a healthtech, que começou com um investimento de 2.500 reais dos fundadores, segue em expansão.
Em 2016, com o investimento da fabricante brasileira Positivo, os empresários fundaram o Hilab, que tem como principal produto os exames de sangue vendidos em farmácia. "Queríamos ser o menor laboratório em todos os lugares", diz Marcus Vinícius Figueredo, presidente da startup. Em 2020, o Hilab adicionou um teste rápido para a covid-19 em seu catálogo. "Antes da pandemia, nós estávamos em 250 cidades do país. Agora estamos em mais de 800", afirma.
O Hilab conta ainda com investimentos da americana Qualcomm e da gestora de capital de risco Monashees. "Houve a fase das fintechs, a fase das startups de transporte, e agora é o nosso momento", afirma Figueredo.
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REUTERS
Bolsonaro defende Pazuello e diz que gestão de Mandetta foi uma desgraça

BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro fez nesta quinta-feira uma dura crítica à gestão de Luiz Henrique Mandetta à frente do Ministério da Saúde e a chamou de "desgraça", ao mesmo tempo em que defendeu o ministro interino da pasta, general Eduardo Pazuello.
"Tivemos lá um médico, um primeiro médico lá, olha a desgraça que foi", disse Bolsonaro, em transmissão ao vivo pelas redes sociais, ao iniciar um comentário a respeito da gestão de Pazuello, que tem sido criticado por levar militares para o ministério durante a pandemia de Covid-19.
Mandetta foi demitido por Bolsonaro em abril após uma série de desentendimentos com o presidente a respeito da gestão federal em relação ao combate ao novo coronavírus, em especial as políticas do ministério em defesa do distanciamento social.
O ex-ministro sempre defendeu um foco maior nas medidas de isolamento social, enquanto o presidente fazia uma defesa enfática para a retomada da atividade econômica.
As declarações contundentes de Bolsonaro sobre o ex-ministro ocorrem depois de Mandetta ter admitido em entrevista que pode ser candidato a presidente em 2022.
Na transmissão, Bolsonaro disse que a gestão de Nelson Teich, que sucedeu Mandetta, foi muito rápida e que, por "questão de foro íntimo", ele resolveu sair com menos de um mês.
Teich deixou o cargo em maio por não querer avalizar, como cobrado por Bolsonaro, uma ampliação do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento do Covid-19. As duas drogas não têm eficácia comprovada para a doença.
Após fazer uma digressão sobre a atuação de Pazuello como militar na organização da Olimpíada do Rio e na operação em Roraima para receber refugiados venezuleanos, Bolsonaro elogiou o trabalho que vem sendo feito pelo interino à frente da pasta da Saúde.
"Ele está fazendo agora um excepcional trabalho", disse. O presidente afirmou que Pazuello tem atendido a quase todas as solicitações feitas por Estados e municípios, e o defendeu das críticas por ter levado 15 militares para compor a equipe dele no ministério. "É a equipe dele, por coincidência são militares", disse.
"O pessoal tem que ver se o ministério está dando errado, aí tudo bem: não interessa se o cara é militar, se é paisano, não interessa quem quer que seja. Ou bota a casa em ordem, ou dá o lugar para outro", reforçou.
O presidente também fez um convite durante a transmissão ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), para viajar ao Vale do Ribeira no helicóptero da Presidência.
Adversário político do presidente e duro crítico das medidas federais durante a pandemia, Doria é tido como possível adversário de Bolsonaro em uma eventual disputa ao Palácio do Planalto em 2022.
Bolsonaro disse que só não viajaria ao local se a região estiver sendo considerada como zona vermelha pelo governo estadual – foco de grande contágio do Covid-19.
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A REDAÇÃO

Covid-19: Goiás registra 2.674 novos casos e 72 mortes em 24 horas
Estado totaliza 1.606 óbitos pela doença | 30.07.20 – 15:58

Goiânia – Boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) na tarde desta quinta-feira (30/7) aponta 2.674 novos casos da covid-19 e 72 mortes pela doença nas últimas 24 horas.

Com os novos registros, o Estado chega à marca de 66.059 casos confirmados, com 58.186 pessoas recuperadas e o total de 1.606 óbitos.

Ainda de acordo com o boletim de SES-GO, há em Goiás 126.273 casos suspeitos em investigação. Outros 56.427 já foram descartados.

Além dos 1.606 óbitos confirmados até o momento, o que significa uma taxa de letalidade de 2,43%, há 63 óbitos suspeitos que estão em investigação. Já foram descartadas 820 mortes suspeitas nos municípios goianos.

"Os boletins são elaborados a partir dos dados inseridos nos sistemas e-SUS VE e SIVEP Gripe, do Ministério da Saúde, pelas diversas instituições de saúde cadastradas no Estado, conforme endereço de residência informado pelos usuários", informou a SES-GO.

"Os dados podem ser alterados para mais ou para menos conforme investigação das Vigilâncias Epidemiológicas Municipais e atualização das fichas de notificações pelos municípios nos sistemas oficiais. Diante de eventuais inconsistências nos números, estes serão atualizados a partir das correções feitas pelas cidades nos sistemas de notificação", acrescentou a pasta.
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TV ANHANGUERA

Mais de 13 mil casos de dengue foram notificados em Goiânia
https://globoplay.globo.com/v/8739952/programa/
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Governo quer aumentar testagem em massa da Covid-19 em Goiás
https://globoplay.globo.com/v/8740021/programa/
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JORNAL OPÇÃO

De médico a paciente: infectologista conta sua experiência ao ser infectado pelo novo coronavírus

Por Lívia Barbosa

Referência em Goiás, Boaventura Braz de Queiroz critica uso da hidroxicloroquina e de kits com medicamentos sem embasamento científico para o tratamento da Covid-19

O médico Boaventura Braz de Queiroz, referência em infectologia em Goiás, participou de uma live para compartilhar sua experiência ao ser infectado pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2). Na transmissão, o médico lamentou o fato de a doença ter saído do campo da saúde para tornar-se alvo de um debate político. “A politização da pandemia é muito prejudicial, a meu ver, para o enfrentamento que deveria reunir a área da saúde em torno de um mesmo objetivo”, disse.
Boaventura tem uma trajetória de cuidados com seus pacientes há mais de três décadas. E, desde o registro dos primeiros casos de Covid-19 no Estado, está na linha de frente, prestando assistência a quem precisa. Mas, no final de junho, o médico viu-se na condição de paciente e passou sete dias em isolamento domiciliar e outros sete hospitalizados. “Em um sábado eu estava muito bem e no domingo comecei a sentir uma indisposição e dor no corpo intensa”, descreveu o médico que também apresentou febre.
Na segunda-feira, Boaventura fez o teste PCR, considerado padrão ouro para diagnóstico de Covid-19. O médico passou os sete dias seguintes em isolamento domiciliar. “Fiquei fechado em um quarto, saindo somente para ir ao banheiro”, relatou ao detalhar que durante esse tempo usou um oxímetro para monitorar o nível de saturação de hemoglobina por oxigênio. Neste processo, o médico tentou tomar o maior volume de líquido possível, como agua e isotônicos, para garantir sustentação, pois sentia falta de apetite. 
“No oitavo dia senti que precisava ser internado, peguei meu carro e fui para o hospital”, contou o infectologista ao revelar que sentiu muita angústia e insegurança. “Desde o primeiro momento tomei conhecimento do protocolo americano e que foi adequado à nossa região pela UFG, muito bem embasado”, afirmou Boaventura ao comentar o protocolo adotado em seu tratamento.
Essa situação que estamos vivendo hoje de distribuição de kits é uma tristeza
O médico alerta que ainda não existe uma droga eficiente contra Covid-19. “Não temos um antiviral capaz de eliminar o vírus caso ele seja tomado no início da doença. Essa situação que estamos vivendo hoje de distribuição de kits é uma tristeza. Estão usando uma verba que já é curta no país para a saúde em tratamentos sem nenhuma base científica até o momento. Algumas inclusive, como a hidroxicloroquina, apresentam evidências de que não tem qualquer benefício ao paciente. São estudos americanos, chineses e brasileiros”, explica Boaventura.
Boaventura fez uso de plasma convalescente em seu tratamento. “É uma opção terapêutica, isso não fazia parte do protocolo mas eu fiz a opção pelo uso junto com a minha médica. Infelizmente é um procedimento caro, que o convênio não paga. Ou não estava pagando até o momento em que precisei então foi uma decisão pessoal”, contou. Ao responder um questionamento sobre o uso da cloroquina por médicos, Boaventura lembrou do fator desespero. “Vai entrar na lata de lixo da história”, resumiu.
“Pessoalmente, por saber o pouco que podemos fazer contra esse vírus a angústia e insegurança são muito grandes”, comentou o médico ao revelar que muitas vezes repensou sua vida. Questionado sobre ao uso da azitromicina, o médico destacou que seu uso não é para todos. Já em relação ao corticoide, o médico disse que é parte do protocolo mas que existe o momento certo para seu uso, que deve ser orientado pelo médico que acompanha cada caso. Confira a live na íntegra aqui.: https://www.youtube.com/watch?v=l-_0rMcBlUk
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O GLOBO

Após morte de MC Atrevida, especialistas alertam sobre cuidados com procedimento estético e preços 'em conta'

RIO – A morte precoce da funkeira Fernanda Rodrigues, conhecida como MC Atrevida, de 43 anos, voltou a ligar o alerta para os cuidados ao realizar um procedimento estético. Moradora da comunidade do Dendê, na Ilha do Governador, a carioca fez uma lipoescultura, também chamada de hidrolipo, para retirar gordura das costas e injetar nos glúteos, no dia 16 de julho, em uma clínica em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio. Após dez dias, ela foi internada no Hospital Evandro Freire, na Ilha, mas não resistiu e morreu na segunda-feira, dia 27. Especialistas ouvidos pelo GLOBO alertam sobre a necessidade de avaliar o local e as credenciais do médico que irá fazer a cirurgia, junto a entidades do setor, como Conselho Regional de Medicina e à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
A lipoescultura é uma variante do aperfeiçoamento da lipoaspiração. Em síntese, o processo consiste em retirada de gordura de um determinado sítio corporal, e a injeção (enxerto) desta gordura em outra área do corpo. O presidente da SBCP, o cirurgião plástico Dênis Calazans, explica quais são os procedimentos imprescindíveis antes de realizar este tipo de operação.
– É necessário uma avaliação pré-anestésica, realizar exames sanguíneos (hemograma, coagulograma, glicemia, sódio, potássio, ureia, creatinina), fazer uma avaliação cardiológica e uma ultrassonografia do abdômen (para os casos de lipoaspiração no abdômen). O pós-operatório também pede uma grande coparticipação do próprio paciente em seguir criteriosamente as recomendações médicas, que são próprias de cada profissional e técnica realizada – afirma Calazans.
Os riscos estão presentes em qualquer procedimento cirúrgico. No entanto, quando se fala em plástica a atenção aumenta. Nas redes sociais, há muitas ofertas de procedimentos mais baratos ou com pacotes de vantagens, o que muitas vezes pode se tornar uma grande dor de cabeça.
No caso da MC Atrevida, a sua vida foi tirada. A funkeira desembolsou R$ 3 mil para realizar a sonhada lipoescultura. Sentiu dor durante os dez dias inteiros após o procedimento, não foi reavaliada e apenas trocou mensagens com a dona da clínica, Wania Tavares, que se orgulha de ter feito mais de 20 procedimentos e se autointitula "Rainha das Plásticas". A mulher já relatou que teve problemas nas duas primeiras abdominoplastia que realizou, há mais de dez anos.
O laudo da morte de MC Atrevida aponta que ela teve septicemia subcutânea, que culminou em uma infecção generalizada causada por inflamação na pele. Para o cirurgião plástico carioca Renato Cazaes, o paciente precisa avaliar quanto vale a sua vida antes de marcar a cirurgia.
– Quando uma plástica dá errado, o dano é permanente, independente se for menor ou maior. Durante a cirurgia, você está entregando o seu maior patrimônio, que é a a tua vida nas mãos do médico. Às vezes, gastar um pouco mais pode evitar. Ela deve ter pagado o valor mediano, entre R$ 2 mil e R$ 3 mil. Eu cobro, no mínimo R$ 5 mil ou 6 mil. Mas quando for muito barato, tem que desconfiar – opina Cazaes.
A lipoescultura sempre vem acompanhada de dor, segundo o Cazaes, mas que permanece intensa entre três e cinco dias em 70% dos pacientes. Após esse período, entre cinco e oito dias depois da cirurgia, é realizada uma consulta de retorno para ver como está a situação do procedimento e da pessoa. MC Atrevida não teve essa consulta de retorno e só ouviu da dona da clínica que era "normal sentir tanta dor". Conforme o médico, "uma dor por tanto tempo e estranha precisa ser avaliada".
– Uma das obrigações após realizar uma cirurgia é disponibilizar o telefone celular para que a pessoa possa te contactar quando precisar. No meu caso, ainda deixo o telefone de mais dois cirurgiões que trabalham comigo e que também indico para avaliar. É um cuidado essencial no pós-operatório – diz Cazaes.
Outra orientação importante é checar as informações de quem vai lhe operar. Quando médicos e clínicas mostram fotos antes de depois, você precisa desconfiar, porque o Conselho Federal de Medicina proíbe o compartilhamento dessas imagens. A maioria desses sites publica como forma de marketing. Por isso, a orientação é sempre conferir se o médico é qualificado e habilitado.
– Estamos em uma época em que as mídias sociais impõem a população uma avalanche de informações que, por vezes, instiga atitudes de impulso. O número de seguidores ou 'likes' em determinado perfil profissional em área da saúde não é um atestado de competência e idoneidade. É sempre importante que se atente para o fato que uma cirurgia plástica é um tratamento médico, e como tal, deve ser bem pensada e orientada e conduzida por um médico – diz o presidente da SBCP, Dênis Calazans.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação