Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 04/08/20

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

País dobra oferta de UTIs, mas futuro de leitos é incerto
OMS alerta que vacina pode não se tornar realidade
Com a pandemia, leitos de UTI aumentam 45% no País
Artigo – O que a vacina BCG tem a ensinar para a Covid
Florianópolis sedia projeto-piloto nacional de atenção primária à saúde
Relaxar a quarentena cedo expõe as pessoas a riscos, dizem pesquisadores
Covid-19: Goiás registra 19 mortes em 24 horas e total de óbitos vai a 1.716
SES-GO pede desqualificação de OS que administra HCamps em duas cidades

CORREIO BRAZILIENSE
País dobra oferta de UTIs, mas futuro de leitos é incerto
Covid-19 provocou a habilitação de mais de 21 mil unidades de terapia intensiva entre fevereiro e junho. CFM estima, no entanto, que 30% das vagas – destinadas exclusivamente ao enfrentamento do vírus – serão fechados após pandemia

BRUNA LIMA
Em meio à pandemia, o número de unidades de terapia intensiva (UTIs) aumentou, de fevereiro a junho, em mais de 21 mil leitos, distribuídos entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e a rede privada. Com o salto nas habilitações, o Brasil praticamente dobrou a oferta na comparação com os dados de 2011, passando de 34.082 para 66.786 leitos de emergência. Mesmo com o incremento, o país sofre com infraestrutura insuficiente para acolher pacientes com outras doenças. Levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) indica que 30% das novas unidades são exclusivamente destinadas para enfrentamento à covid-19 e, portanto, podem estar com os dias contados.
Com a explosão de habilitações para tratar pacientes infectados pelo novo coronavírus, atualmente há quase 45% de leitos de UTI a mais do que no início do ano. Ao desconsiderar os leitos exclusivos para a covid-19, entre junho de 2011 e junho 2020, o Brasil aumentou em 38% as estruturas para atender a casos críticos, passando de 34.082 para 46.961. "A gente continua tendo uma população que vai adoecendo, continua tendo necessidade do atendimento crítico e que está com nível inferior à demanda. Temos várias situações de pronto-socorro superlotado com pacientes críticos aguardando leito de terapia intensiva e que, muitas vezes, ficam em locais inadequados, levando as sequelas quando não acabam evoluindo a óbito por falta de uma estrutura", explica o primeiro-secretário do CFM, Hideraldo Cabeça.
Ao colocar na balança o aumento populacional da última década, somado ao crescimento do percentual de população idosa e maior recorrência de pacientes politraumáticos graves, o número é insuficiente, influenciando diretamente na quantidade de demandas judiciais por leitos. Segundo dados da Justiça Federal, até 2019, mais de 1,5 milhão de processos relacionados à saúde tramitavam no país.
Para Cabeça, os leitos criados nos últimos meses aliviariam essa defasagem, mas, por serem, em sua maioria, temporários, o CFM prevê o fechamento e, consequentemente, a permanência do quadro de desigualdade na distribuição dos leitos de UTIs. "Vem-se tentando buscar, ao longo de anos, uma melhoria [no incremento de UTI] porque é necessário uma correlação entre proporção de leitos ofertados e número de pacientes existentes no Brasil. A gente vê com bons olhos esse aumento, mas mesmo assim não é suficiente. Dos leitos de covid criados, 20% estão em hospital de campanha e não poderão se manter, porque foram colocados em locais improvisados como campo de futebol, ginásios esportivos", problematiza.
Proporção
A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) preconiza como proporção ideal um índice de um a três leitos de UTI para cada 10 mil habitantes. Se consideradas as redes pública e privada, a quantidade de unidades de emergência representa, em média, no Brasil, atualmente, 2,2 leitos para cada grupo de 10 mil habitantes.
No entanto, há um problema vigente a ser considerado nessa equação: a desigualdade no acesso aos leitos de UTI disponíveis entre o sistema SUS e o não SUS. As ofertas estão divididas meio a meio, mas enquanto quase 80% da população depende, exclusivamente, da rede SUS, apenas 20% têm acesso à rede suplementar. Logo, proporcionalmente, o SUS conta com apenas 1,1 leito de UTI para cada grupo de 10 mil habitantes, enquanto a rede suplementar tem cinco unidades para cada 10 mil beneficiários de planos de saúde.
Em um recorte estadual, mais da metade das unidades da federação não possui leitos de UTI suficientes. Em todos os estados do Norte (exceto Rondônia), além de Alagoas, Bahia, Ceará, Mato Grosso, Maranhão, Piauí, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte, os índices variam de 0,44 leito por grupo de 10 mil habitantes (caso do Amapá) a 0,96 (Rio Grande do Norte). Ao todo 14 estados apresentam, na rede pública, uma proporção de leitos de UTI não recomendada pelos especialistas em medicina intensiva.
Outras quatro unidades federativas têm indicadores abaixo da média nacional nesse segmento. São elas: Goiás, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Sergipe. O estudo do CFM também chama a atenção para a distribuição geográfica dos leitos. Só o Sudeste concentra 24.621 (52%) das unidades de terapia intensiva de todo o país; 46% do total de leitos públicos e 59%, dos privados. Já o Norte tem a menor proporção: apenas 2.489 (5%) de todos os leitos; 6% dos leitos públicos e 4%,dos privados.
"Existe uma desproporção de dados tanto quando a gente avalia leitos SUS para não SUS, assim como quando a gente avalia a distribuição dentro do cenário nacional. Nesse sentido, o CFM vai fazer um alerta. Aproveitemos esse momento para ter esse olhar, verificar que estamos ainda carentes e não tem cabimento termos prontos-socorros e UPAs lotados, havendo necessidade de atendimento para paciente específico crítico e ele não estar no local adequado para esse tratamento", finaliza Cabeça.
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OMS alerta que vacina pode não se tornar realidade

Segundo o diretor-geral da agência, 'não existe bala de prata no momento e talvez nunca exista'; declaração preocupa especialistas
Mílibi Arruda/Ludimila Honorato

O diretor-geral da Organização Mundial Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou ontem que vacina e cura para a covid-19 podem não se tornar realidade.
De acordo com a entidade, há 164 vacinas em desenvolvimento: 25 estão em fase clínica e 139 em pré-clínica.
"Não existe bala de prata no momento e talvez nunca exista", disse o diretor-geral. Ele acrescentou que, no momento, há imunizações na última fase de testes, mas existe a possibilidade de que nenhuma delas ofereça proteção. "Há preocupação de que talvez não tenhamos uma vacina que funcione. Ou que a proteção oferecida possa durar apenas alguns meses, nada mais." Tedros declarou que não é possível saber como tudo ficará até que se concluam os testes. No entanto, disse que ainda existe esperança e os estudos estão sendo desenvolvidos a uma velocidade sem precedentes. Ele também esclareceu que a maioria da população permanece vulnerável à infecção mesmo em países que lidaram com surtos graves.
No geral, segundo a organização, estudos sorológicos mostram que menos de 10% desenvolveram anticorpos contra o vírus, indicando que tiveram a doença. A prevalência pode ser maior em meio a alguns grupos, como profissionais de saúde.
A OMS, mais uma vez, reforçou a necessidade de aplicar o conjunto das medidas disponíveis que funcionam para suprimir a transmissão do novo coronavírus até que haja uma vacina ou remédio. A organização indica que países façam a identificação dos casos, rastreamento de contatos e isolamento de quem está infectado.
Para indivíduos, recomendase o distanciamento social, a higienização das mãos com constância, o uso de máscaras onde apropriado e cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir. "Se fizermos tudo, se adotarmos uma abordagem abrangente, podemos mudar isso", afirmou o diretor-geral.
Na sexta-feira, o comitê de emergência da agência se reuniu e manteve a categoria de emergência global de saúde pública para a pandemia. Ontem, o diretor-geral relembrou que é a primeira vez que acontece um surto mundial de um coronavírus que "combina dois fatores perigosos: se espalha rápido e, ao mesmo tempo, mata".
Letalidade. A líder técnica de resposta à doença da OMS, Maria Van Kerkhove, afirmou que 0,6% das pessoas infectadas por coronavírus morrem. "Pode parecer que não é muito. Mas é um número bem alto, se você pensar num vírus que se transmite com facilidade", disse após falar sobre os estudos científicos que chegaram a essa média. O diretor do programa de emergência da agência, Michael Ryan, acrescentou que a taxa da influenza A, responsável pela pandemia de 2009, era muito menor, com uma morte a cada 10 mil doentes.
Embora a porcentagem de mortes entre os casos diagnosticados seja maior, quase 4% â são 17,5 milhões de infecções e 680 mil óbitos registrados no mundo â, Maria esclareceu que a letalidade real da covid-19 deve ser menor porque muitos casos leves não são detectados.
Especialistas. A declaração do diretor-geral da OMS lançou um ar de pessimismo sobre as centenas de testes sendo realizados em busca de uma imunização para a doença.
Para Flávio da Fonseca, virologista da Universidade Federal de Minas Gerais, a posição já foi considerada antes e é bastante cautelosa. "Temos no momento várias vacinas candidatas que estão em fase clínica, algumas em fase 3. A fala vem em cima da questão de ser teste e a taxa de sucesso das que entram em fase clínica, em humanos, é de 10%", diz o especialista.
Com base nessa proporção histórica, ele diz acreditar que teremos uma vacina, mas existe um temor de a taxa de insucesso ser maior pelas circunstâncias em que a produção de um imunizante está sendo feita.
A infectologista Nancy Bellei, pesquisadora na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), diz que a declaração do diretor da OMS preocupa, uma vez que, ao longo da pandemia, a entidade tem recuado em algumas manifestações. "A OMS tem pecado um pouco nesse sentido", avalia.
Vacinas costumam demorar dez anos ou mais entre o início das avaliações e a distribuição.
Fonseca menciona que a mais rápida até hoje foi a de ebola, feita em cinco anos.
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AGÊNCIA ESTADO
Com a pandemia, leitos de UTI aumentam 45% no País

Foram criados 19,8 mil novos lugares, além dos 45,4 mil já existentes, dos quais 52% estavam no Sudeste
Mateus Vargas / BRASÍLIA

O País criou 19,8 mil leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivos para tratamento da covid-19 durante a pandemia, um salto de cerca de 45% em relação às 45,4 mil unidades que funcionavam antes da doença. Segundo levantamento do Conselho Federal de Medicina, no entanto, o aumento se deu de forma desigual na rede privada e no Sistema Único de Saúde (SUS).
Até fevereiro as unidades eram divididas praticamente da mesma forma entre a rede do SUS e a estrutura privada e suplementar, que atende 22% da população. Cerca de 44% dessas UTIs exclusivas para covid19 foram criadas na rede pública (8.764) e as demais estão vinculadas ao setor privado e suplementar (11.061).
Para o levantamento, o CFM utilizou dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde. A oferta nessa área já vinha crescendo desde 2011.
O conselho aponta que, antes da pandemia, 14 Estados ofertavam menos leitos de UTI do que o recomendado por especialistas, ou seja, de 1 a 3 unidades a cada 10 mil habitantes. Só o Sudeste concentrava 52% das unidades da rede pública até o começo do ano. "Já tínhamos o sistema à beira do caos em muitos lugares. Com a pandemia, aconteceu uma catástrofe", afirma Donizetti Giamberardino, primeiro vice-presidente do CFM.
"Em Estados onde a rede era insuficiente, esperamos que sejam mantidos os leitos." O conselho estima, no entanto, que cerca de 20% dos leitos criados no SUS operam em hospitais de campanha â cujas estruturas já começam a ser desmontadas em lugares como Manaus e São Paulo. Hoje, no País, 30% dos leitos de UTI são exclusivos para tratamento da covid19. Em seis Estados esses espaços representam mais de 40% da oferta total de unidades para tratamento de pacientes graves, independentemente da doença. O maior porcentual , de 46%, está no Piauí. Em São Paulo, são 29% dos leitos.
O CFM aponta ainda que 96% dos espaços criados para pacientes graves da pandemia são de atendimento adulto e sete Estados sequer têm leitos pediátricos desse tipo no SUS: Acre, Amapá, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas e Sergipe.
Procurado para comentar o levantamento, o Ministério da Saúde não se manifestou â mas informou ontem, em entrevista, que financia 11.353 leitos exclusivos da covid-19 no Brasil.
Cada um recebe uma diária no valor de R$ 1.600.
Para o CFM, a diferença de número de leitos financiados pelo governo federal daqueles apresentados no levantamento se explica porque os dados do cadastro nacional estarem disponíveis apenas até junho.

Foco no vírus
30% é o total, hoje, de leitos de UTI exclusivos para tratamento de covid-19 em todo o Brasil
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O GLOBO
Artigo – O que a vacina BCG tem a ensinar para a Covid

Há uma bela história de sucesso com tratamentos medicamentosos para viroses crônicas, como hepatite C e Aids, e, em contrapartida, um histórico fracasso em relação a vacinas para elas. Por outro lado, para as viroses agudas, a melhor solução demonstrada, sem dúvida, são as vacinas, e isso é o que fez a diferença na morbimortalidade no último século, aí compondo como exemplos a febre amarela, o sarampo, e sobretudo as viroses comuns da infância.
Verba:
A vacina BCG (bacilo de Calmette e Guérin) tem o nome de seus criadores, seguidores do grande Louis Pasteur. Foi introduzida no Brasil em 1920, por uma doação do Instituto Pasteur de Lille. Usada para a prevenção de formas graves e disseminadas de tuberculose, estima-se que ela confira uma proteção de 80%. Até o final da década de 60 foi aplicada em formulação oral, e posteriormente por via intradérmica. Por força de normativa do Ministério da Saúde, tornou-se obrigatória para todo recém-nascido, com mais de 2 quilos, a partir de 1976, e faz parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI) no SUS. Produzida pela Fundação Ataulpho de Paiva, até 2017, foi reconhecida como vacina de referência pela Organização Mundial da Saúde, inclusive pela baixa taxa de efeitos adversos que produz, comparada com outras. Teve porém sua linha de produção regular interrompida temporariamente, para ajustes de não conformidades nas normas de fabricação, período em que está sendo usada no país uma vacina BCG proveniente da Índia. Até então, o Brasil imunizara mais de 95% com uma cepa única, chamada BCG Moreau Rio de Janeiro, e até hoje mais de 100 milhões de pessoas já foram vacinadas com a BCG no país.
Desequilíbrio:
É usada também para o tratamento local do câncer superficial de bexiga. Exatamente por conta de seu papel importante como modulador do sistema imunológico, tem sido estudada em diversas situações ligadas à imunidade celular e, na presente pandemia pela Covid-19, revelou sua nova capacidade, como uma vacina que poderia ensinar o sistema imunológico humano a prevenir ou amenizar a infecção pelo Sars-Cov-2. Estudos ecológicos têm sido publicados comparando casos e mortes em países que não têm políticas de vacinação com BCG (como Estados Unidos, Itália, Líbano), países que tiveram e as interromperam (como China, Irlanda França, Finlândia) e os que têm regularmente, como o Brasil. Fatores culturais, étnicos e outros que possam criar vieses de análise têm que ser considerados nessas observações A hipótese primária levantada é de que a vacinação com BCG seria capaz de predizer o achatamento da curva de disseminação da Covid-19 nos países que a aplicam como norma, e ter um efeito benéfico ou protetor de agravamento em profissionais de saúde. Entre as indagações relativas à progressão da Covid-19 no mundo, pesquisas aceleradas cogitam ainda se há uma relação direta nos países onde a vacinação BCG é mandatória e houve menos casos da doença, como recentemente relatado em estudo da Universidade de Michigan. Aguardemos os resultados dos estudos prospectivos que ora se iniciam, inclusive no Brasil. Não há portanto, até o momento, justificativa alguma para que adolescentes, adultos ou idosos procurem receber vacina BCG, com objetivo de se prevenir contra a presente epidemia.
OMS:
Neste grave e modificador momento em que vivemos, com a empatia como pano de fundo, e o bem comum como um fim, só cabe a melhor racionalidade, sem falsas esperanças ou apostas especulativas. Em que pesem suas razões para cautela nas conclusões, a ciência continuará a fazer a sua parte.

Por Margareth Dalcolmo
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NSC TOTAL
Florianópolis sedia projeto-piloto nacional de atenção primária à saúde

A Grande Florianópolis foi escolhida pela Bradesco Saúde e a Mediservice, empresas do Bradesco Seguros, para sediar o projeto-piloto nacional do Programa de Atenção Primária à Saúde (APS). Ele será desenvolvido em parceria com a Qualirede, da Capital, por meio da Clínica APS. O lançamento será nesta terça-feira pela diretoria das empresas, em evento virtual a lideranças da área da saúde.
Pelo programa, 30 mil segurados receberão acompanhamento médico em modelo de atendimento semelhante ao do Programa Saúde da Família, que foi inspirado no sistema inglês, exemplo internacional de sucesso em medicina preventiva. O objetivo é acompanhar o histórico dos pacientes, fazer controle de doenças crônicas e prevenção à saúde. O programa terá uma equipe médica para cada 2,5 mil vidas e um sistema de inteligência artificial que acompanhará as informações para fazer alertas. A expectativa das duas empresas é de que com a gravidade da pandemia, as pessoas tenham mais interesse em aderir ao programa.
De acordo com o superintendente de Gestão da Rede Referência da Bradesco Saúde, Paulo Cesar Prado Junior, há algum tempo a empresa tinha plano para desenvolver um programa de saúde preventiva. Está colocando a ideia em prática porque viu na Qualirede um prestador que pode entregar uma assistência diferenciada, voltada para o cuidado central do paciente.
– A escolha de Florianópolis para testar esse modelo é muito interessante porque temos na cidade uma condição de saúde até superior à média do país. Temos perto de 30 mil vidas na região metropolitana. Não é um número gigantesco, mas também não é tão pequeno que impede de ter os resultados do modelo num prazo necessário – explicou Prado Junior.
A cultura de saúde preventiva da Qualirede e a experiência da Clínica APS foram importantes na definição dessa parceria com a Saúde Bradesco. De acordo com André Machado Junior, diretor de Mercado da Qualirede, dados de uma das clínicas de atenção primária da empresa mostraram redução média de desperdícios de 30%. Isso foi possível com uma gestão melhor de exames e evitando procedimentos cirúrgicos sem necessidade.
Quando se fala em medicina preventiva, as referências são da Organização Mundial da Saúde (OMS). A entidade informa que o atendimento primário permite solucionar 80% das necessidades de atendimento médico da maioria da população, além de reduzir o número de internações em 17%. O esforço da medicina preventiva visa que as pessoas tenham vida longa, mas sem problemas graves de saúde.
– Se a gente olhar dados brasileiros, 40% da população adulta tem uma ou mais doenças crônicas instaladas. E as próprias doenças crônicas têm sido o principal fator de óbito de Covid-19. Do total, 72% das mortes estão relacionadas a isso. Se a gente cuidar das pessoas em todas as fases da vida, parar de olhar a queixa do momento, a chance de eu fazer com que ela viva melhor, com mais qualidade de vida é muito mais alta – argumenta André Junior.
Depois de Florianópolis, as próximas cidades que receberão o Programa de Atenção Primária à Saúde serão São Paulo, Salvador e Belo Horizonte. Conforme Prado Junior, em Santa Catarina o município de Joinville pode ser contemplado numa próxima fase porque é onde a Bradesco Saúde atende mais vidas e a Qualirede conta com unidade na cidade.
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FOLHA DE S.PAULO

Relaxar a quarentena cedo expõe as pessoas a riscos, dizem pesquisadores
Grupo critica estratégia dos estados e defende mais testes e isolamento contra pandemia

Ricardo Balthazar

são paulo O relaxamento da quarentena, sem uma estratégia para realização detestes em larga escala e outras medidas para controlar a transmissão do coronavírus, expõe a população brasileira a riscos muito elevados, diz um grupo de pesquisadores que monitora as ações de enfrentamento da pandemia.
Ligado à Rede de Pesquisa Solidária, que reúne instituições públicas e privadas, o grupo considera prematura a decisão da maioria dos estados de afrouxar as medidas de distanciamento social e defende mudanças nas políticas adotadas. O país deve atingir em breve a marca de 100 mil mortes por Covid 19.
"Será muito difícil retomar a economia se continuarmos com um número tão alto de mortes", diz a cientista política Lorena Barberia, da USP uma das coordenadoras do grupo. "Os riscos ainda são muito grandes para que as pessoas voltem às ruas e as empresas voltem a investir"
Dados compilados pelos pesquisadores, extraídos dos boletins dos estados, mostram que a maioria decidiu relaxar a quarentena quando as estatísticas ainda indicavam níveis de contágio elevados, conforme os critérios adotados pelo Instituto de Saúde Global da Universidade Harvard, dos Estados Unidos.
Entre 19 e 25 de julho, 15 estados ainda apresentavam risco alto, com mais de 25 novas infecções por 100 mil habitantes por dia, segundo o levantamento. Outros 11 tinham risco moderado alto, com mais de 10 e menos de 25 novos casos por grupo de 100 mil, entre eles São Paulo e Rio de janeiro.
Dados reunidos pelos pesquisadores sobre os testes realizados pelos estados indicam que eles estão longe de alcançar a escala que pode dar às autoridades segurança para a flexibilização das medidas de distanciamento social, se forem seguidas as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com a OMS, só deveríam relaxar a quarentena os países em que os exames alcançarem uma taxa de positividade de 5%, e se ela for mantida nesse patamar durante pelo menos duas sema nas – ou seja, países em que somente 5 de cada 100 testes realizados no período derem resultado positivo.
Embora a maioria dos estados tenha aumentado os investimentos na realização de exames nos últimos meses, nenhum atingiu esse nível de segurança. A taxa de positividade dos testes realizados em São Paulo era de 14% em 22 de julho, segundo os pesquisadores. Em Goiás, era de 40%.
"Os números indicam que só estamos testando para confirmar os casos mais graves, sem usar os exames para rastrear o contágio e identificar pessoas infectadas para isolá-las", afirma Tatiane Moraes de Souza, da Fundação Oswaldo Cruz, ligada ao Ministério da Saúde, uma das pesquisadoras do grupo.
Parte do problema é que os estados têm investido pouco em testes do tipo RT-PCR, que permitem identificar a presença do vírus nos estágios em que ele é mais ativo no organismo. Somente nove estados destinaram mais de metade dos recursos aplicados em testes a esse tipo de exame, diz o grupo.
A maioria tem preferido testes sorológicos, que detectam a presença de anticorpos em pessoas que tiveram algum contato com o vírus, mas não ajudam a rastrear outros casos de infecção. Somente seis estados têm usado os testes como instrumentos de vigilância epidemiológica, segundo os pesquisadores.
Na maioria dos estados, o número de mortes cansadas pela Covid-19 foi maior em junho do que em maio. Mesmo assim, quase todos começaram a flexibilizar as medidas de distanciamento social em junho, autorizando a reabertura do comércio e de outras atividades, mas mantendo restrições a aglomerações.
Somente Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul aumentaram o grau de rigidez da quarentena nesse período, de acordo com os pesquisadores. "A adesão da po pulação às medidas de isolamento é menor hoje do que no início da pandemia, mesmo nos estados onde a rigidez aumentou", diz Barberia.
Para o grupo, os estados só conseguirão controlara transmissão se investirem mais recursos na realização de testes, adotando medidas para identificar e isolar os infectados, e aumentarem a rigidez da quarentena em vez de relaxá-la, fiscalizando o cumprimento das medidas de segurança.
A Rede de Pesquisa Solidária reúne dezenas de pesquisadores de instituições acadêmicas, como a USP e o Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento). Desde abril, eles produzem boletins sema nais com seus estudos. Os trabalhos estão disponíveis no site da iniciativa.
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A REDAÇÃO

Covid-19: Goiás registra 19 mortes em 24 horas e total de óbitos vai a 1.716
Sistema de atualização de dados está instável |
Adriana Marinelli

Goiânia – Goiás registrou 19 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas e o total de óbitos pela doença chega a 1.716, segundo boletim da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) divulgado na tarde desta segunda-feira (3/8). Além dos mais de 1,7 mil óbitos confirmados, o que significa uma taxa de letalidade de 2,44%, há em Goiás 69 óbitos suspeitos que estão em investigação. Já foram descartadas 856 mortes suspeitas nos municípios goianos.

Entre domingo (2/8) e esta segunda-feira (3), foram notificados 105 novos casos do novo coronavírus em Goiás. No entanto, conforme foi informado pela SES-GO, a pasta identificou, durante a madrugada, uma instabilidade no e-SUS, sistema de notificação de casos do Ministério da Saúde. "A situação já foi informada ao Governo Federal. Esse fator contribuiu para a pequena oscilação no número de novos casos registrados nas últimas 24 horas", justificou. Ou seja, o número real de notificações é superior ao informado pelo sistema.

Com a atualização das últimas 24 horas, o Estado soma 70.252 casos confirmados da covid-19. Destes, há o registro de 63.164 de pessoas recuperadas. No Estado, há 130.743 casos suspeitos em investigação. Outros 59.728 já foram descartados.
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SES-GO pede desqualificação de OS que administra HCamps em duas cidades
Adriana Marinelli

Goiânia – A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informou, nesta segunda-feira (03/08), que o Instituto dos Lagos-Rio, Organização Social (OS) resonsável pela gestão de dois Hospitais de Campanha no Estado, não está cumprindo o que foi estipulado em contrato. Por isso, conforme destacou em nota, a SES-GO pediu a desqualificação da OS. O Instituto dos Lagos-Rio administra atualmente os Hospitais de Campanha de Águas Lindas, no Entorno do Distrito Federal, e de São Luís de Montes de Belos.

"Enquanto o pedido segue os trâmites administrativos, a OS continua à frente das unidades de saúde que gerencia no Estado, sob monitoramento da SES-GO e sem prejuízos ao atendimento da população", informou a SES-GO. "Por reiteradas vezes, a SES-GO emitiu notificações formais, sob pena de rescisão, para a OS regularizar a situação dos contratos", completou.

Veja a nota na íntegra:
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) comunica, publicamente, sobre o interesse de desqualificar o Instituto dos Lagos-Rio como organização social de saúde (OS) apta a atuar no Estado. Enquanto o pedido segue os trâmites administrativos, a OS continua à frente das unidades de saúde que gerencia no Estado, sob monitoramento da SES-GO e sem prejuízos ao atendimento da população.

Ao longo dos últimos meses, a instituição vem descumprindo suas obrigações contratuais. Por reiteradas vezes, a SES-GO emitiu notificações formais, sob pena de rescisão, para a OS regularizar a situação dos contratos.

Os acordos feitos de início, para abertura e de disponibilização dos leitos contratados, foram descumpridos, o que demonstra que o trato para com o poder público é de total desrespeito e falta de colaboração.

Essas atitudes não condizem com uma saudável parceria com o Estado, comprometendo a prestação de serviços, além do risco de gerar ônus aos cofres públicos. Tal postura e descomprometimento são incompatíveis com uma saúde pública de qualidade, sobretudo, no momento atual em que o mundo enfrenta a pandemia da Covid-19.

Constituem motivos para o pedido de desqualificação da entidade, a inobservância dos dispositivos da Lei nº 15.503, que dispõe sobre a qualificação de entidades como organizações sociais estaduais, disciplina o procedimento de chamamento e seleção públicos e dá outras providências.

Por fim, a SES-GO informa que o pedido de desqualificação seguirá todos os trâmites necessários, inclusive com direito de ampla defesa, para que, a partir disso, o Poder Executivo emita a decisão. Qualquer transição necessária nos contratos de gestão da pasta com as organizações sociais será realizada de forma responsável, tranquila e respeitosa para com os trabalhadores e com a população.

O jornal A Redação tentou contato com o Instituto dos Lagos-Rio, por meio dos contatos disponibilizados no site. No entanto, as ligações não foram atendidas.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação