Um levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) com base em dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde, aponta que entre julho de 2010 e julho de 2014 o Brasil perdeu mais de 14,7 mil leitos de internação. Pediatria, psiquiatria e obstetrícia foram as áreas mais comprometidas, de acordo com o estudo.
Neste período, apenas na região Centro-Oeste, foram desativados mais de 1,3 mil leitos destinados a pacientes que precisam permanecer num hospital por mais de 24 horas. Em julho de 2010, a região dispunha de 26.164 leitos de internação para uso exclusivo do Sistema Único de Saúde (SUS), número que caiu para 24.858 em julho deste ano – queda de quase um leito ao dia.
Em números absolutos, Goiás foi o que mais sofreu com a redução. O Estado teve 1.337 leitos desativados desde julho de 2010. Goiânia, apesar do aumento de 15 leitos cirúrgicos, registrou uma perda de 487 leitos em outras áreas. Na sequência, aparece o Distrito Federal, com menos 209 leitos. Mato Grosso do Sul desativou 52 leitos no período e Mato Grosso apresentou alta, com o aumento de 292 leitos, contrabalanceando o resultado final da região. Dentre as especialidades mais afetadas no período na região Centro-Oeste estão a pediatria (-612 leitos), obstetrícia (-250) e leitos clínicos (-199). Clique nos links e confira os indicadores das especialidades nos Estados e capitais.
Ministério da Saúde contesta informações do CFM
Em nota divulgada logo após a publicação da pesquisa do CFM sobre disponibilidade de leitos no SUS, o Ministério da Saúde afirmou que a redução de leitos hospitalares e sua substituição pela atenção ambulatorial ou domiciliar é uma tendência mundial, particularmente em algumas áreas nas quais o avanço da medicina propiciou ou uma redução significativa do tempo de permanência hospitalar ou que o tratamento possa ser realizado em hospitais-dia, ambulatórios ou em domicílio.
O Ministério da Saúde ressalta que tem desenvolvido estratégias para o aumento de leitos em áreas fundamentais, como a Rede de Urgência e Emergência, Rede Cegonha e Programa Melhor em Casa. Com essas ações, segundo o órgão, foram criados, nos últimos três anos, 17.786 novos leitos hospitalares e extra-hospitalares na rede pública de saúde. São leitos em serviços de urgência e emergência, em UPA 24h, em UTI, leitos clínicos e obstétricos e na rede especializada de saúde mental. (Com informações: CFM e Ministério da Saúde)