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DESTAQUES
Queiroga anuncia fim da emergência em saúde pública da covid-19 no Brasil
Hospitais privados ainda sofrem com consequências financeiras da pandemia
Goiás não registra nenhuma morte por covid-19 nas últimas 24 horas
Prefeitura de Goiânia realiza Conferência Municipal de Saúde Mental
Uso de Viagra pode aumentar risco de cegueira em até 85%, diz estudo
Santa Casa de Misericórdia de Goiânia suspende atendimentos eletivos amanhã
Sarampo volta a se tornar preocupação e chama a atenção das autoridades da Saúde no Brasil
Amil tem até hoje para esclarecer transferência de beneficiários
Plano de saúde está caro? Veja alternativas antes de abrir mão do benefício
Fim da emergência no Brasil contraria consenso na OMS e estratégia dos EUA
AGÊNCIA ESTADO
Queiroga anuncia fim da emergência em saúde pública da covid-19 no Brasil
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou na noite deste domingo (17/4) o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) da covid-19, decretada em fevereiro de 2020 pelo governo federal. Nos próximos dias, a pasta irá editar um ato regulamentando a decisão, anulando a portaria que ancorou as medidas de enfrentamento ao novo coronavírus no País.
O anúncio foi feito por Queiroga em cadeia nacional de rádio e TV, dois anos após o Brasil registrar o primeiro caso de covid. O ministro atribuiu a decisão à queda nos índices da doença e ao alcance da vacinação no País, que alcançou 73% da população. Ele ponderou que a mudança não significa o fim da pandemia do novo coronavírus e que ainda é preciso ficar “vigilante”.
“Graças à melhora do cenário epidemiológico, à ampla cobertura vacinal da população e à capacidade de assistência do SUS, temos hoje condições de anunciar o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, a Espin”, disse o ministro. O pronunciamento durou cerca de três minutos.
Até sábado, o Brasil registrou 662.011 mortos e 30.248.082 casos da doença. Conforme a Coluna do Estadão revelou, que o ministro estava escolhendo as palavras do pronunciamento junto a Bolsonaro e aliados. O presidente Jair Bolsonaro já queria o fim da emergência no país, mas Queiroga foi aconselhado por técnicos da pasta, principalmente após a demanda de Estados e municípios, a iniciar um período de transição.
A Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) permite uso emergencial de vacinas, compras de insumos sem licitação e outras regras. No total, 172 regras do Ministério da Saúde poderiam ser impactadas com o fim da emergência. O governo federal terá que editar uma norma para não causar um vácuo jurídico com a decisão.
“Esta medida, no entanto, não significa o fim da covid-19. Continuaremos a conviver com o vírus. O Ministério da Saúde permanece vigilante e preparado para adotar todas as ações necessárias para garantir a saúde dos brasileiros em total respeito à Constituição Federal”, disse o chefe da pasta.
Os governos regionais afirmam que precisam de um período de transição para comprar medicamentos e, principalmente, a vacina Coronavac, que ainda não têm o registro definitivo na Anvisa.
O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Nésio Fernandes, disse ao Broadcast que o fim do período emergencial é para comemorar, mas que essa decisão precisa de um período de transição de 90 dias. “É preciso demonstrar para a população que a pandemia ainda não acabou. Do contrário, ainda mais com o fim do uso de máscara, haverá o sentimento de que não há mais riscos”, disse.
Para ele, com a queda no número de internações e de casos, o “momento é de alegria”. “Mas precisamos de uma transição para avaliar o cenário para o segundo semestre”, comentou o presidente do Conass. No pronunciamento deste domingo, Queiroga também fez um balanço das ações do governo federal na pandemia e prestou solidariedade às famílias das vítimas.
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PORTAL MEDICINA S.A
Hospitais privados ainda sofrem com consequências financeiras da pandemia
A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) publicou o Observatório 2022 que apresenta dados inéditos do setor hospitalar. Dentre os indicadores e análises apresentados, os tópicos do anuário foram divididos em perfil clínico e epidemiológico, desempenho assistencial, desempenho institucional e hospitais não associados. Em cada tema, os dados são comparados com os de períodos anteriores, possibilitando, assim, que sejam feitas novas conclusões sobre o setor.
No que diz respeito à pandemia, foi mostrado que as taxas de letalidade de Covid-19 do primeiro bimestre de 2022 (10,52%) foram melhores em comparação ao mesmo período de 2021 (13,47%). Observou-se também que, após um ano de redução nas internações, as saídas hospitalares voltaram a crescer em 2021. Além disso, houve uma queda nas internações e mudança no mix de internações ao compararmos o primeiro trimestre de 2020 com o mesmo período em 2021, pois houve um aumento de 7,90 p.p. nas internações relacionadas a doenças infecciosas onde está classificado a Covid-19, e uma queda de 3,7 p.p. das internações relacionadas às doenças crônicas dos aparelhos digestivo e circulatório, e às doenças do sistema osteomuscular.
Ainda sobre a pandemia, a publicação permite a percepção de que, com a vacina, as saídas hospitalares de Covid-19 com alta devido a óbito diminuíram em 2021, principalmente no grupo de pessoas com 60 anos ou mais. Basicamente o que estamos vendo, principalmente nos países desenvolvidos ou de renda média alta, onde o Brasil se inclui, é justamente um momento em que, mesmo que tenhamos alguns picos de casos por conta de algumas variantes, ainda temos um número de casos graves ou de óbitos muito menor do que era visto antes do início da vacinação. Temos hoje uma maior estabilidade, explica André Medici.
Já nos indicadores de desempenho financeiro das instituições, ao compararmos dados de 2021 e 2022, foi mostrado que houve um aumento de 1,65 p.p. no valor das contas glosadas sobre a receita líquida dos hospitais, um aumento de 1,50 p.p. na taxa de absenteísmo, ainda bastante superiores aos valores encontrados em anos anteriores à pandemia. Na avaliação de Ary Ribeiro, esse resultado possivelmente tem como causa mais relevante o afastamento dos profissionais de saúde que contraíram a Covid-19.
A margem EBITDA passou de 8,04% (o pior resultado dos últimos 5 anos) em 2020 para 11,72% em 2021. Na avaliação da Anahp, apesar da leve recuperação, os hospitais ainda sofrem com as consequências financeiras da pandemia. A performance de 2020, que foi completamente fora da curva de crescimento, com certeza fará com que os hospitais ainda levem algum tempo para recuperar índices pré-pandemia, prevê Ribeiro.
No que diz respeito aos planos de saúde, ainda que o cenário inflacionário (aumento do IPCA de 10,06%) tenha prejudicado a renda da população em 2021, houve um aumento de 1,51 milhão de beneficiários ao compararmos com 2020, chegando assim em um total de 49 milhões. Esse aumento no número de beneficiários faz com que o patamar de 2021 se iguale ao de 2015, entretanto esse valor ainda não é o maior dos últimos anos, cabendo este lugar ao ano de 2014, com 50 milhões de beneficiários. Além disso, um dos motivos para esse crescimento mais recente se dá pelo aumento do mercado formal de trabalho também neste mesmo ano, complementa Ary Ribeiro.
Por fim, os dados e análises apresentadas permitiram a conclusão de que foram gerados 176,95 mil novos empregos formais no setor de saúde, dos quais 55,03 mil correspondem ao preenchimento de vagas em atividades de atendimento hospitalar. Em 2021, foi feito um ajuste no saldo de 2020, que foi de 91,61 mil vagas geradas no referido setor, com 67,37 mil delas em atividades de atendimento hospitalar. Estima-se que os hospitais mantiveram cerca de 1,93 milhão de vínculos de empregos formais em 2021.
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A REDAÇÃO
Goiás não registra nenhuma morte por covid-19 nas últimas 24 horas
Boletim da Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO) divulgado neste domingo (17/4) mostra que o Estado não registrou nenhuma morte por Covid-19 nas últimas 24 horas. No período, 13 novos casos da doença foram confirmados, elevando o número total para 1.315.231. Há ainda 769.051 casos suspeitos sendo monitorados.
Desde o início da pandemia, a doença matou 26.398 pessoas em Goiás, o que significa uma taxa de letalidade de 2,01%. Outras 318 mortes suspeitas estão sendo investigadas.
Vacinação
Nas últimas 24 horas, foram aplicadas 173 primeiras doses das vacinas contra Covid-19 em Goiás. Em relação à segunda dose e dose única, foram vacinadas 698 pessoas, enquanto outras 808 receberam a dose de reforço. Entre crianças de 5 a 11 anos, a SES-GO informa que 43,5% já receberam uma dose da vacina.
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Prefeitura de Goiânia realiza Conferência Municipal de Saúde Mental
Em parceria com o Conselho Municipal de Saúde, a Prefeitura de Goiânia realiza a 5ª Conferência Municipal de Saúde Mental nos dias 18, 19 e 20 de abril, sempre das 13 às 17 horas. O evento acontece no auditório da área V da PUC, localizado na Avenida Fued José Sebba, nº1184, Jardim Goiás.
Será o desfecho de discussões iniciadas em oito pré-conferências que aconteceram em 2021. Serão votadas propostas para as etapas regional e estadual que, por sua vez, contribuirão com as diretrizes que nortearão a Conferência Nacional. A realização deste evento atende a orientações dos Conselhos Nacional e Estadual de Saúde (CNS e CES).
“É um momento em que debatemos saúde mental e tiramos os principais pontos para as políticas públicas voltadas aos pacientes do SUS. O debate é sempre pautado por princípios com universalização, equidade e integralidade”, diz o secretário de Saúde de Goiânia, Durval Pedroso.
A diretora de Atenção Primária e Promoção à Saúde, Acácia Spirandelli, explica que a política de Saúde Mental proposta pelo SUS é organizada em uma rede. ” É a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e os serviços são preconizados para oferecer aos usuários do SUS um cuidado em liberdade, é isso que Goiânia pratica e é isso que precisamos garantir com as Conferências”, diz Acácia.
“A defesa do SUS exige ação política consistente e articulada para impedir o desmonte dos serviços preconizados, por meio da ampliação da representação dos sujeitos participantes, bem como melhorar a organização e a qualificação da participação de todos os segmentos da sociedade nas instâncias de deliberação da saúde”, destaca a presidente do CMS, Celidalva Bittencourt.
Propostas a serem votadas na 5ª CMSM
Eixo I – Cuidado em Liberdade como Garantia de Direito à Cidadania;
Eixo II – Gestão,Financiamento, Formação e Participação Social na Garantia de Serviços de Saúde Mental;
Eixo III- Política de Saúde Mental e os Princípios do SUS:Universalidade, Integralidade e Equidade;
Eixo IV – Impactos na Saúde Mental da População e os Desafios para o Cuidado Psicossocial durante e Pós-Pandemia.
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JORNAL OPÇÃO
Uso de Viagra pode aumentar risco de cegueira em até 85%, diz estudo
Por PH Mota
Veja o que especialistas goianos falam sobre pesquisa realizada com mais de 213 mil homens e constatou relação entre uso de medicamentos para disfunção erétil e condições ópticas graves
Para que uma pessoa possa enxergar, a luz que sai dos objetos passa pela córnea, tem o foco ajustado pela lente por trás dela e então chega até a retina, uma camada composta por fotorreceptores no fundo dos olhos. Aí, então, a luz recebida é convertida em sinais elétricos que viajam por meio de nervos ópticos até o cérebro, onde os sinais são interpretados em imagens. Qualquer problema nesse percurso pode gerar problemas de visão e, em casos graves ou sem tratamento, à cegueira.
Agora, pesquisadores da Universidade da Columbia Britânica, no Canadá, descobriram que o uso contínuo e prolongado de remédios para disfunção erétil, como o Viagra, pode aumentar em até 85% o risco para contrair doenças como descolamento de retina, oclusão venosa da retina (OVR), neuropatia óptica isquêmica (NOI), entre outras. Tanto OVR como NOI são condições marcadas por impedimento de fluxo sanguíneo para o nervo óptico. O diagnóstico de OVR, inclusive, é uma das principais causas de cegueira no mundo.
Para o estudo, publicado na revista científica JAMA Ophthalmology, no último 7 de abril, foram analisados 213 mil homens que consumiam regularmente medicamentos utilizados para o tratamento de disfunção erétil, como o Viagra (mais antigo e mais popular remédio utilizado nos casos). As análises dos pacientes foram comparadas com dados de 4,5 mil homens que não faziam uso regular do composto. A média de idade dos pacientes observados era de 64,6 anos.
Durante o período de observação, foram observados 278 casos de descolamento de retina, 628 casos de OVR e 240 casos de NOI, entre 1º de janeiro de 2006 e 31 de dezembro de 2020. Os pacientes que apresentaram os problemas tinham maior propensão a sofrer com condições crônicas de saúde, como hipertensão e diabetes, por exemplo. Mesmo controlando outros fatores de risco, o risco de problemas oculares, em média, foi 85% maior nos pacientes medicados. De forma específica, o risco de descolamento de retina cresceu em 158%, enquanto o OVR cresceu em 44% e o de NOI, 102%. Em números absolutos, isso indica cerca de 3,8 casos de descolamento, 8,5 de OVR e 3,2 de NOI, num grupo de 10 mil pessoas, por ano.
Resposta médica
Apesar do estudo ser recente, a novidade não chega a ser surpresa dentro do meio médico. De acordo com Fernando Cruvinel, médico urologista especialista em andrologia, nos últimos anos já eram percebidas possíveis relações no uso constante dessas medicações no aumento de casos de problemas oculares graves. “Já havia na comunidade científica relatos tentando fazer essas relações. O grande mérito desse estudo é que ele conseguiu reunir um grande número de homens pesquisados”, explica.
A discussão também já ocorria entre especialistas da visão, de acordo com Carlos Eduardo Gonçalves Pereira, oftalmologista mestre pela Universidade Federal de Goiás e especialista em retina. Segundo ele, os medicamentos para disfunção erétil ocupam o segundo lugar na lista que mais chama a atenção para efeitos colaterais em clínicas oftalmológicas. O primeiro lugar fica com medicamentos utilizados no tratamento contra o aumento da próstata.
Para o especialista, o principal alerta que o novo estudo acende é para o acúmulo de fatores de risco em pacientes que já sofrem com outras condições e podem vir a ter quadros gravados pelo uso dos medicamentos. “O próprio paciente que tem dificuldade de ereção já pode ter um fator de risco para desenvolver problemas oftalmológicos. Se ele tem isso, já tem o controle prejudicado da circulação e os remédios vão mexer justamente com isso. A grande questão é que o remédio surge com algo mais, somando-se a vários outros fatores de risco”, aponta. Ao mesmo tempo, Carlos Eduardo reconhece que o estudo gera a necessidade de novas observações, para que possam ser identificados os mecanismos que provocam esses danos. “Talvez até para conseguir fazer uma medicação contra disfunção erétil que não mexa com microvasculatura de outros locais do corpo”, sugere.
O aumento do risco, porém, não significa que pacientes em tratamento precisam interromper o consumo dos medicamentos contra a disfunção. Uma vez que se trata de um estudo epidemiológico, ainda não é possível estabelecer de forma absoluta as associações de causa e efeito entre os remédios e os problemas oculares. De acordo com o alerta do urologista Fernando Cruvinel, é preciso entender o organismo do paciente como um todo. “Não dá para estabelecer de forma definitiva a relação porque, hoje, as principais causas orgânicas de disfunção são doenças que provocam alterações nos pequenos vasos, como diabetes e pressão alta. Então as lesões nos vasos do pênis podem indicar lesões já presentes nos vasos oculares”.
Nesse sentido, ele chama a atenção para um paralelo com a famosa questão de quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha. “Será que o homem tem maior incidência de problemas oculares por estar usando os medicamentos ou usa os medicamentos porque já está com condições que levam a esses problemas?”, questiona. “Foi a medicação que fez isso ou foi a doença?”.
Saúde dos olhos
De acordo com o oftalmologista Carlos Eduardo, a maioria dos pacientes que apresentam sinais de OVR ou NOI já sofrem com algum problema crônico, como diabetes ou problemas cardiovasculares, algo que também é observado nos pacientes com problemas de ereção. Assim como acontece na transmissão de dados entre olhos e cérebro, o pênis tem os corpos cavernosos regados de sangue por mecanismos vasculares para poder ficar ereto. Por causa disso, ele explica que ao menor sinal de problema ligado a condições vasculares, é importante fazer check ups completos para analisar as áreas afetadas pelo abastecimento de sangue e evitar o avanço das condições nos olhos, evitando chances de cegueira. “A oclusão venosa, por exemplo, pode ser só de um ramo e não da veia central. Nesses casos, a chance de levar pra uma cegueira é menor, pois quanto mais distante do nervo central, menos risco”, explica o oftalmologista.
Ele também garante que as condições listadas pelo estudo não são consideradas tão comuns e possuem tratamento, quando acompanhadas de perto. Caso o paciente deixe passar muito tempo para buscar alternativas, o médico pode ficar com o tratamento limitado, mas quanto mais cedo ele for se consultar, mais chances terá de recuperação, “Já tive pacientes que chegaram a perder totalmente a visão, assim como também tive pacientes que voltaram com praticamente 100%. Dependendo do caso, ele pode ser recomendado para um cardiologista, por exemplo, para observar outras coisas que agravam o quadro ocular para ajudar no tratamento”, esclarece.
Outros estudos
Pesquisas anteriores a essa já apontavam a relação entre o uso dos medicamentos contra disfunção e problemas de saúde dos olhos. Em outubro de 2018, pesquisadores da Escola de Medicina Icahn no Monte Sinai, de Nova Iorque, publicaram um estudo de caso que concluía que o uso de altas doses de Viagra poderiam levar a danos significativos na visão, a longo prazo. Os estudiosos apresentaram a conclusão baseada no caso de um paciente de 31 anos que chegou ao atendimento de urgência de uma clínica por reclamações de visão avermelhada nos dois olhos por dois dias. O problema começou depois que ele consumiu medicamentos para disfunção erétil.
Em 2020, um outro relatório científico publicado na revista Frontiers in Neurology descreveu o caso de 17 homens saudáveis que procuraram atendimento médico depois de usarem remédios contra disfunção pela primeira vez. A princípio, a prescrição desse tipo de droga começa com a recomendação de doses de 50 mg, que podem ser elevadas ou reduzidas de acordo com a necessidade. Para todos os pacientes observados, entretanto, o consumo foi da quantidade mais alta recomendada, de 100 mg. Após o consumo, todos eles relataram incômodo na visão, entre sensibilidade à luz, embaçando, visão azulada e até mesmo perda da percepção de cores. De acordo com o relato da pesquisa, os sintomas persistiram mesmo após o fim do efeito dos medicamentos, tendo duração de até três semanas em alguns dos casos.
Uso recreativo
É por isso, inclusive, que os dois médicos demonstram a mesma preocupação em relação ao uso dos remédios contra disfunção erétil de forma causal e indiscriminada, sem indicação e acompanhamento médico. Para Fernando Cruvinel, a segunda conclusão a se observar sobre o estudo, “e talvez a mais importante”, pontua, é do uso abusivo e desnecessário do medicamento. “Todo remédio tem seus efeitos colaterais e complicações, e a gente tem visto cada vez mais o uso recreativo do indivíduo que não precisa.O estudo acende o alerta de que é uma medicação para ser usada por quem precisa, e não por quem quer ter expectativa irreal de desempenho sexual”, pontua o urologista.
Ele ainda alerta para os possíveis efeitos colaterais que podem surgir a partir do uso dos remédios, que podem surpreender quem não recebe a orientação de um profissional antes do uso. Sintomas como dores de cabeça, sensação de orelha e nariz quente, congestão nasal, dor muscular e dor no estômago podem aparecer para quaisquer pacientes. Apesar disso, o médico garante que nenhum deles é considerado grave e todos podem ser controlados a partir da administração da dosagem no tratamento, o que chama a atenção para a importância de fazer uso somente com acompanhamento de especialista.
Para piorar, casos de uso recreativo ou indiscriminado de remédios contra disfunção em pacientes com rendimento sexual considerados normais e saudáveis podem gerar impotência por dependência psicológica. “A gente observa um fenômeno comum que não é de dependência orgânica, mas de condicionamento que o homem cria por ter aprendido a precisar daquilo para entrar numa relação, então se ele não tem, mesmo sem precisar pode ficar inseguro e sofrer com o risco da falha”, explica.
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O HOJE
Santa Casa de Misericórdia de Goiânia suspende atendimentos eletivos amanhã
A Santa Casa de Misericórdia de Goiânia vai suspender, amanhã (19), todos os atendimentos eletivos – consultas, exames e cirurgias. Segundo informou o hospital, a paralisação, que será nacional e deve atingir todas as instituições de saúde filantrópicas do País, foi uma forma encontrada pelas mais de 2 mil Santas Casas brasileiras para mostrar à sociedade e ao poder público que elas enfrentam uma das piores crises de sua história e que, se nada for feito, a suspensão da assistência poderá ser definitiva, por total falta de condições de funcionamento dos hospitais.
A superintendente Geral do hospital, Irani Ribeiro de Moura, ressalta que não se trata de uma greve, mas de um pedido de socorro. De acordo com a Santa Casa, uma olhada rápida nos números já deixa clara a gravidade da crise enfrentada: nos últimos 28 anos, desde o início do Plano Real, a tabela Sistema Único de Saúde (SUS) e seus incentivos foi reajustada em média em 93,77%. No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 636,07%, o salário-mínimo 1.597,79% e o gás de cozinha 2.415,94%.
Este descompasso brutal representa R$ 10,9 bilhões de reais por ano de desequilíbrio econômico e financeiro na prestação de serviços ao SUS pelas filantrópicas. Neste cenário, Moura destaca que há uma enorme discrepância entre os valores recebidos e os custos da assistência prestada, principalmente à parcela mais carente da população que depende do SUS e representa mais de 95% dos atendimentos da Santa Casa.
Consulta por 6 reais
Com 85 anos de fundação, completados em 2021, a Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, que é o maior hospital da rede do SUS do Centro-Oeste, tem recorrido a empréstimos bancários e, consequentemente, aumentado o seu endividamento, para tentar fechar as contas mensais.
“A Santa Casa de Misericórdia de Goiânia é responsável por mais 70% do atendimento do SUS na capital. Somos o hospital de alta complexidade do município e trabalhamos para oferecer um atendimento de qualidade, pois a população merece ser bem atendida”, afirma.
A superintendente Geral destaca que, em contrapartida, a Santa Casa recebe do SUS R$ 6,23 por uma consulta médica. “Arredondamos esse valor para R$ 10 para pagar os médicos, mas continua irrisório por uma consulta com especialistas”, frisa Moura.
Aumentos e atrasos
Para agravar a situação gerada pela defasagem da tabela do SUS, a Santa Casa de Misericórdia de Goiânia ainda enfrenta o reajuste de medicamentos – teve produto cujo preço saltou de R$ 1,90 para R$ 245,00 na pandemia – e o atraso nos repasses dos pagamentos pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Isso porque o Governo Federal repassa os valores aos municípios 60 dias após a prestação dos serviços, mas, em Goiânia, os repasses ao hospital estão demorando mais de 100 dias.
“E todos os casos cirúrgicos que chegam judicializados à Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia são encaminhados à Santa Casa, sendo que nem todos temos condições de atender”, diz a superintendente, ressaltando que já comunicou esse fato à SMS, mas os encaminhamentos continuam sendo feitos. O resultado é que os pacientes que não podem ser atendidos são penalizados e a Santa Casa vira alvo de críticas na imprensa e na sociedade.
A reportagem questionou a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia sobre o assunto. Em nota, a Prefeitura de Goiânia, por meio da SMS afirmou que a Prefeitura de Goiânia tem feito um esforço concentrado para quitar, com recursos próprios, todos os contratos ou convênios com prestadores de serviços na área da saúde.
Segundo a pasta, os repasses junto à Santa Casa de Misericórdia de Goiânia foram colocados em dia, mas recentemente um problema no sistema do SUS levou a liberação de apenas uma parte dos recursos, o que provocou um mês de atraso. “A situação vem sendo discutida entre a Secretaria Municipal de Saúde e gestores da Santa Casa e caminha para uma solução”, destaca o comunicado.
Quebrando o silêncio
Segundo Moura, o hospital está sendo prejudicado por um problema que não é da instituição. “Estamos trabalhando além da nossa capacidade, estamos cofinanciando o SUS e isso é uma inversão de valores”, alerta. A superintendente Geral enfatiza ainda que se não houver políticas imediatas e consistentes e investimentos dos governos municipais, estaduais e federal nos hospitais filantrópicos, eles dificilmente vão sobreviver, deixando milhões de brasileiros sem assistência.
“É preciso rever a tabela do SUS e é preciso também mais investimento por parte dos governos federal, estaduais e municipais, afinal o SUS é um sistema tripartite e o fechamento dos hospitais filantrópicos provocaria um caos na saúde pública”, afirma Moura. Ela destaca ainda que os hospitais decidiram quebrar o silêncio e mostrar sua realidade à sociedade, ao poder público, aos pacientes e colaboradores neste grande movimento que acontece em abril.
Além da paralisação de amanhã, no dia 26 de abril, haverá uma grande mobilização das Santas Casas em Brasília. A meta é alertar sobre a crise e também para os impactos da aprovação do PL 2564/20, que tramita na Câmara Federal e fixa os pisos salariais dos profissionais de enfermagem.
As Santas Casas apoiam a melhoria da remuneração de todos os profissionais de saúde, mas, com esse PL, teriam impacto estimado em R$ 6,3 bilhões de reais por ano, sendo que este extraordinário montante financeiro não está ancorado em nenhuma espécie de fonte de financiamento, tornando insustentável seus funcionamentos e estabelecendo-se definitivamente a falência dos hospitais.
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Sarampo volta a se tornar preocupação e chama a atenção das autoridades da Saúde no Brasil
Por: Redação
Por Sabrina Vilela
O sarampo volta a chamar a atenção das autoridades da Saúde no Brasil. Apesar de existir vacina para essa doença, neste ano, até do dia 26 de março, foram registrados no País 98 casos suspeitos com 13 confirmados. Em Goiás, após 20 anos sem circulação do vírus, começaram a aparecer casos, a partir agosto de 2019 com o registro de cinco casos confirmados.
Esse surto que começou em 2019 durou até março de 2020, quando foram registrados 20 casos da doença no Estado, nos municípios de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Posse e Rialma. No ano passado foram 25 casos suspeitos e neste ano, até o momento dois casos foram notificados, mas ambos foram descartados.
Com relação ao índice de cobertura vacinal em Goiás, em 2019, antes do início da pandemia – quando no Estado foram confirmados cinco casos –, a cobertura da vacina de rotina para tríplice viral para crianças de 1 ano foi de 88,39%. No primeiro ano da pandemia, em 2020, o índice de cobertura caiu mais ainda e foi de 75,36%. No ano passado, o porcentual de vacinação foi de 76,66%. Em 2021, mais de 96 mil pessoas vacinaram contra o sarampo em Goiás.
Caderneta em dia
Especialistas destacam que a melhor forma para conseguir se livrar do sarampo é por meio da vacina que é aplicada ainda na infância. A maquiadora Sarah Brill, 24 anos, é mãe do Oliver, de 1 ano e 2 meses, faz parte do time de mães que se preocupa em deixar o cartão de vacinação do filho sempre atualizado. “Vacinar impede ele de pegar doenças. Eu sou a louca das vacinas, se tem vacina estou lá tomando e levando o Oliver”, brinca.
Sarah Brill explica que nunca teve medo de vacinar o filho porque acredita que essa é a melhor forma de mantê-lo protegido. “Tem tanta doença que foi erradicada por conta da vacina. Tem vacinas que mães se negam a levar o filho e tem doenças que estão ressurgindo”, conta.
A maquiadora alerta sobre a necessidade de se conscientizar os pais sobre as fake news, que acabam gerando medo na população sobre as reações causadas por vacinas. “Eu acho errado não levar para vacinar. Quem faz isso é por falta de informação mesmo. Se a pessoa for pesquisar os resultados positivos da vacinação vai ver que vale a pena. É melhor a reação da vacina do que pegar a doença”, completa.
Campanha de vacinação
Para prevenir contra o sarampo, o Ministério da Saúde divulgou que o Governo Federal realiza até o dia 3 de junho a Campanha Nacional contra o Sarampo 2022. Inicialmente a prioridade é crianças com menos de 5 anos e trabalhadores da saúde. A Superintendência de Vigilância em Saúde informa que será realizado o Dia D de Vacinação em 30 de abril.
Na primeira etapa que acontece até o dia 30 de abril serão prioridade os trabalhadores da Saúde. Na segunda etapa, de 30 de abril a 3 de junho de 2022, é a vez das crianças receberem as doses. Durante este período o horário de funcionamento dos postos será das 8h às 17h, sem interrupção do atendimento.
A campanha visa vacinar contra o sarampo as crianças de seis meses a menor de cinco anos de idade e Trabalhadores da Saúde. A meta é vacinar no mínimo 95% da população-alvo da campanha. Nessa campanha será utilizada a Vacina Tríplice Viral – sarampo, caxumba e rubéola – de forma indiscriminada em crianças e para os trabalhadores da saúde.
Em Goiás, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), promove até 3 de junho, simultaneamente, a 8ª Campanha Nacional de Seguimento e Vacinação de Trabalhadores da Saúde contra o Sarampo e a 24ª Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza. O Estado conta com 965 postos de vacinação fixos nos municípios e 1.860 profissionais envolvidos nas campanhas. Será utilizada a vacina tríplice viral contra sarampo, caxumba e rubéola.
Casos no Brasil
Segundo a Superintendência de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, em 2018, foram confirmados 9.325 casos de sarampo no Brasil, e 12 pessoas perderam suas vidas. Em 2019, foram 20.884 casos confirmados com 16 mortes. No primeiro ano da pandemia, 2020, foram registrados 8.444 casos da doença com dez óbitos. Já em 2021, foram 668 casos confirmados e dois óbitos no Brasil.
Por conta dos casos da enfermidade em 2018, quando ocorreu a reintrodução do vírus do sarampo no Brasil, e a manutenção da circulação da mesma cadeia de transmissão por mais de 12 meses consecutivos, o Brasil perdeu a certificação de país livre do Sarampo, o que significa um retrocesso em termos de saúde pública.
Sobre a doença
O sarampo é altamente transmissível, podendo cursar com sérias complicações e evoluir para óbito, por isso é necessário compreender a doença. O infectologista Robert Fabian Crespo Rosas explica que a enfermidade é “uma doença viral causada por um vírus RNA de alta transmissibilidade tanto por via aérea como por contato com fluidos e secreções do paciente infectado. Tem um período de incubação que varia de 7 a 12 dias”. Os sintomas do sarampo são febre, coriza, conjuntivite e manchas vermelhas pelo corpo, que podem facilmente se confundirem com outras doenças virais atuais.
O médico infectologista ressalta ainda que os sintomas mais comuns são febre, coriza, conjuntivite e manchas vermelhas pelo corpo. A taxa de transmissão da doença é de 12% a 18%. “Significa que cada caso confirmado é capaz de transmitir a doença para 12 a 18 indivíduos suscetíveis”, detalha Robert Fabian. A transmissão pode ocorrer por meio de gotículas com partículas virais no ar, principalmente em ambientes fechados.
A melhor forma para prevenir a doença é por meio da vacinação. “A vacina deve ser administrada a partir dos 9 meses e com reforço aos 18 meses. Quando a pessoa já está infectada ela deve ser mantida afastada de outras pessoas suscetíveis pois a doença e transmitida por via aérea e por contato”. Não existe nenhum antiviral específico para o tratamento da doença apenas medicamentos para febre e complicações.
De acordo com o especialista a gravidade do sarampo é comum para crianças menores de 5 anos e adultos acima de 30 anos. “Onde as complicações como cegueira, encefalite, diarreia e infecções bacterianas são mais frequentes”, explica as consequências.
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EXAME
Amil tem até hoje para esclarecer transferência de beneficiários
As operadoras de saúde Amil e APS têm até esta segunda-feira para apresentar suas manifestações à ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) a respeito da transferência da carteira de beneficiários com planos individuais de uma operadora para a outra. Após esse prazo, a ANS decidirá em definitivo se anula a autorização que permitiu essa transferência e se adotará outras medidas a respeito do caso.
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A carteira, que tem cerca de 340 mil beneficiários, havia sido transferida à operadora APS (Atenção Personalizada à Saude) no final do ano passado. A APS pertence ao mesmo grupo que controla a Amil, o UnitedHeath Group, gigante do setor de saúde com sede nos Estados Unidos.
O plano do UnitedHealth Group era transferir a carteira de planos individuais para a APS e depois se desfazer da APS, transferindo-a a um grupo investidor interessado em ingressar no setor de planos de saúde no Brasil.
Porém,  dia 4 de abril, uma medida cautelar da ANS determinou que a Amil reassuma  a carteira de planos individuais e se mantenha como responsável por ela. A Amil passou então a responder novamente pela carteira a partir do dia 6 de abril. Na decisão, a ANS deu um prazo para que as operadoras envolvidas se manifestem sobre o caso, que termina hoje.
A ANS afirma que, no pedido de autorização para transferência da carteira, a Amil declarou que se tratava de uma simples reorganização societária entre operadoras do mesmo grupo econômico. Disse ainda que garantiria qualquer necessidade de aporte financeiro para manter o equilíbrio econômico-financeiro da APS “enquanto Amil e APS integrarem o mesmo grupo econômico”.
No entanto, após o exame da documentação, a ANS verificou que a Amil já tinha definido a venda da APS. Isso, segundo a ANS, esvaziaria a garantia oferecida pela Amil em favor da APS. A ANS diz ainda que os compradores da APS não têm capacidade financeira suficiente para garantir o equilíbrio econômico-financeiro da empresa. E diz que a Amil omitiu fatos da agência reguladora.
A decisão da ANS foi vista como acertada por entidades de defesa do consumidor. A Amil não se manifestou sobre o caso.
Já a avaliação dos empresários interessados em adquirir a carteira é de que os 2,4 bilhões de reais de capital definidos no acordo com a Amil são suficientes para fazer a empresa funcionar. “Temos muito interesse em entender o que preocupa a agência nesse ponto, uma vez que o capital disponível, mesmo se tudo piorasse muito, duraria por muito tempo”, disse o executivo Henning von Koss, em entrevista a EXAME.
Terminado o prazo da ANS para que Amil e APS se manifestem, a transferência da carteira de beneficiários está mais perto de um desfecho.
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UOL NOTÍCIAS
Plano de saúde está caro? Veja alternativas antes de abrir mão do benefício
Ter plano de saúde no Brasil está difícil, por causa do custo. Quem tem um plano enfrenta dois tipos de reajuste. O primeiro é o anual, que incide em todos os contratos uma vez por ano, e o segundo é por idade e é aplicado o envelhecimento do cliente.
A expectativa do setor é que os planos individuais tenham reajuste de 16% neste ano. Mas o que fazer se o aumento pesar demais no bolso? Especialistas ouvidos pelo UOL dizem que existem algumas alternativas antes de abrir mão da assistência privada.
Negociar com a operadoraMatheus Falcão, analista do programa de Saúde do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), orienta que o cliente questione a operadora sobre o reajuste assim que perceber um aumento muito forte no preço da mensalidade.
“O consumidor precisa perguntar de onde veio o percentual do reajuste e usar o Código de Defesa do Consumidor a seu favor, principalmente sobre direito de informação. A tentativa aqui é fazer uma barganha com a operadora. Percebemos que em alguns casos dá para conseguir descontos na mensalidade nessa conversa”, afirma Falcão.
Nem sempre o consumidor vai conseguir negociar. Se isso não acontecer, a orientação é fazer uma denúncia nos órgãos de defesa do consumidor, como Procon.
Se ainda assim a situação não for resolvida, o próximo passo é entrar com um processo na Justiça. Os especialistas orientam que o consumidor não deixe de pagar o plano de saúde durante o período, a não ser que tenha alguma autorização da Justiça.
A lei permite que as operadoras suspendam a assistência depois de 60 dias com dívidas em atraso nos planos individuais.
“Os planos individuais só podem ser cancelados por inadimplência depois de 60 dias, e a operadora precisa comunicar o consumidor até o 50º dia. Nos planos coletivos, não existe uma regra na lei, precisa ver o que está no contrato”, afirma Rafael Robba, advogado do escritório Vilhena Silva.
Troca de plano de saúdeOutra alternativa é a portabilidade de carências, que significa que o consumidor pode trocar de plano de saúde sem nenhum tipo de restrição de cobertura (carência). A portabilidade tem algumas regras:
O plano atual deve ter sido contratado depois de 1º de janeiro de 1999 ou ter sido adaptado à Lei dos Planos de Saúde (Lei nº 9.656/98)O contrato deve estar ativo, ou seja, o plano atual não pode estar canceladoO beneficiário deve estar em dia com o pagamento das mensalidadesO beneficiário deve cumprir o prazo mínimo de permanência no plano. Na primeira portabilidade, são dois anos no plano de origem ou três se tiver cumprido a cobertura parcial temporária para uma doença ou lesão preexistente. Na segunda portabilidade, o prazo de permanência exigido é de pelo menos 1 ano ou 2 anos caso tenha feito portabilidade para o plano atual com coberturas não previstas no plano anteriorO plano de destino deve ter preço compatível com o seu plano atualOs documentos necessários para a portabilidade são comprovante de pagamento das três últimas mensalidades, comprovante do prazo de permanência, relatório de compatibilidade entre os planos (emitidos pelo Guia ANS de Planos de Saúde). Se o plano de destino for coletivo, deve apresentar o comprovante de que está apto para ingressar no plano.
Um ponto importante é que a compatibilidade considera o preço inicial de contratação do plano, ou seja, desconsidera os reajustes aplicados ao longo do tempo. Isso ajuda a aumentar a quantidade de planos que podem ser compatíveis na hora da portabilidade.
Apesar de algumas operadoras dificultarem a portabilidade para idosos ou com alguma doença pré-existente, Robba afirma que esse é um direito do consumidor, desde que cumpra todos os requisitos.
“É importante que o consumidor se documente sobre toda a tentativa de fazer a portabilidade. Se houver qualquer recusa da operadora, pode abrir uma reclamação na ANS ou na Justiça”, afirma Robba.
A operadora de destino tem até 10 dias para avaliar o pedido de portabilidade. A ANS orienta que o consumidor solicite o cancelamento do plano antigo em até cinco dias após o início do novo plano.
“Se você não solicitar o cancelamento nesse prazo, estará sujeito ao cumprimento de carências no novo plano por descumprimento das regras”, explica a ANS.
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Fim da emergência no Brasil contraria consenso na OMS e estratégia dos EUA
A decisão do governo brasileiro de decretar o fim da emergência nacional da covid-19 ocorre dias depois de uma reunião na qual os principais cientistas do mundo declararam, de forma unânime, que a pandemia ainda é uma realidade e que não é o momento de falar ainda do fim da emergência internacional. Ela ainda contraria a estratégia de Joe Biden, nos EUA, que acaba de ampliar por mais três meses medidas de controle e uso da máscara.
Para o Comitê de Emergência da OMS, a covid-19 ainda é “um evento extraordinário que continua a afetar negativamente a saúde das populações em todo o mundo, representa um risco contínuo de propagação internacional e interferência no tráfego internacional, e requer uma resposta internacional coordenada”. A decisão significa que, pelo menos pelos próximos três meses, não haverá uma alteração na posição da OMS e que a emergência internacional segue. Liderando mais de 30 especialistas, o presidente do Comitê, Didier Houssin, admitiu durante o encontro que está “preocupado com o crescente cansaço entre as comunidades em todo o mundo em resposta à pandemia e os desafios colocados pela falta de confiança na orientação científica e nos governos”.
No domingo, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou o fim da situação de emergência sanitária nacional devido à pandemia da covid-19. Ele afirmou que irá editar nos próximos dias um ato normativo para encerrar a Espin (Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional). No entanto, ressaltou que a medida não significa o fim da doença.
Fontes na OMS revelaram à coluna que a imprevisibilidade do vírus é o principal motivo da cautela da agência. “Ainda não se tem clareza sobre a evolução do vírus”, explicou uma fonte do alto escalão da agência.
A OMS respeita a soberania dos governos. Mas, menos de uma semana antes da decisão do Brasil, o Comitê da OMS reconheceu que o SARS-CoV-2 continua a ter uma evolução viral imprevisível, que é agravada por sua ampla circulação e intensa transmissão em humanos, bem como a introdução generalizada de infecções em uma série de espécies animais com potencial para o estabelecimento de reservatórios animais ».
“O SARS-COV-2 continua a causar altos níveis de morbidade e mortalidade, particularmente entre as populações humanas vulneráveis. Neste contexto, o Comitê levantou preocupações de que o uso inadequado de antivirais pode levar ao surgimento de variantes resistentes a drogas”, disse.
Os membros do Comitê reconheceram a capacidade nacional, regional e global de responder ao contexto pandêmico, mas “observaram com preocupação » que alguns governos “relaxaram » as medidas de controle e “reduziram os testes, impactando assim a capacidade global de monitorar a evolução do vírus”.
“O Comitê também observou com preocupação a inconsistência dos requisitos globais da COVID-19 para viagens internacionais e o impacto negativo que medidas inadequadas podem ter em todas as formas de viagens internacionais. Neste contexto, o Comitê observou que oferecer vacinação a grupos de alto risco de viajantes internacionais na chegada poderia ser considerado um meio de mitigar o risco de doença grave ou morte devido à COVID-19 entre esses indivíduos”, defendeu.
Nesse contexto, o Comitê enfatizou a importância de manter as medidas contra a covid para proteger as populações vulneráveis. “Os Estados Partes são aconselhados a ajustar regularmente suas estratégias de resposta, monitorando sua situação epidemiológica (inclusive através do uso de testes rápidos), avaliando sua capacidade do sistema de saúde”, insistiu.
Na avaliação dos cientistas, os governos precisam se preparar para “futuros cenários com a assistência da OMS e continuarem a utilizar de forma robusta as ferramentas essenciais (por exemplo, vacinas, terapêutica e diagnósticos)”.
Diante desse cenário, o Comitê concordou que a pandemia de COVID-19 continua sendo uma emergência global e aconselhou a OMS a manter tal status, o que foi seguida pela agência.
Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da organização, acatou a sugestão e emitiu uma nova série de recomendações aos governos.
Numa delas, a agência pede que às autoridades “reforçar a resposta nacional à pandemia da COVID-19, atualizando os planos nacionais de preparação e resposta, de acordo com as prioridades e cenários potenciais delineados no Plano Estratégico de Preparação e Resposta (SPRP) da OMS de 2022”.Biden amplia emergência em mais três mesesA decisão do governo de Jair Bolsonaro sobre a pandemia também contraria a direção que os EUA tomaram em relação à doença. Os dois países lideram em número de mortes pela covid-19.
Na quarta-feira passada, o governo americano decidiu ampliar por mais três meses a emergência sanitária, permitindo assim que os cidadãos possam continuar sendo testados e recebendo tratamento de forma gratuita.
Nos EUA, a emergência de saúde pública foi inicialmente declarada em janeiro de 2020. Desde então, ela é renovada a cada trimestre.
O governo tem pago por testes, vacinas e certos tratamentos. A Casa Branca ainda exigiu que os seguros cubram o custo total dos testes e vacinas, usando um financiamento de emergência de saúde pública.
Mas quando a emergência de saúde pública expirar, os planos terão de arcar sozinhos com certos custos. O temor é de que milhões de pessoas possam perder o acesso a certos serviços.
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Assessoria de Comunicação