Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 18/05/22

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Ato põe 1,8 mil cruzes na Esplanada dos Ministérios, para pedir auxílio a santas casas e hospitais filantrópicos

Com grande número de casos, saúde descarta possibilidade de falta de testes para dengueapvida aprova recompra de até 400 mi de ações

Hapvida: queda de 16% ontem, hoje com alta de 8%; o que está acontecendo?

Falta de remédio é principal problema para 25% dos hospitais privados de SP

“Na saúde, o que funciona parece não dar voto”, diz Antônio Britto

BP, Fleury e Bradesco anunciam nova empresa de oncologia

Estudo aponta que pegar Covid eleva risco de doença cardíaca em 63%

Covid-19: Goiás registra 1,7 mil casos e 18 mortes em 24 horas 

Falsa biomédica presa atraía clientes para procedimentos estéticos por meio das redes sociais

PORTAL G1

Ato põe 1,8 mil cruzes na Esplanada dos Ministérios, para pedir auxílio a santas casas e hospitais filantrópicos

1 de 2 Grupo põe 1,8 mil cruzes na Esplanada dos Ministérios, para pedir auxílio a santas casas e hospitais filantrópicos – Foto: TV Globo/Reprodução

Grupo põe 1,8 mil cruzes na Esplanada dos Ministérios, para pedir auxílio a santas casas e hospitais filantrópicos – Foto: TV Globo/Reprodução

A Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Brasil (CMB) fez uma manifestação, na manhã desta quarta-feira (18), em Brasília. A entidade colocou 1,8 mil cruzes no gramado central da Esplanada dos Ministérios, para chamar atenção sobre as dificuldades financeiras vividas pelas instituições.

A CMB afirma que as santas casas e os hospitais filantrópicos estão passando por um “colapso financeiro” nos últimos anos. Segundo a entidade, Segundo a CMB, 60% das operações desses hospitais são remuneradas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

No entanto, alegam que os valores repassados pelo governo não são suficientes para cobrir os gastos. O g1 questionou o Ministério da Saúde sobre a situação mas, até a última atualização desta reportagem, não tinha recebido resposta.

2 de 2 Grupo põe 1,8 mil cruzes na Esplanada dos Ministérios, para pedir auxílio a santas casas e hospitais filantrópicos – Foto: TV Globo/Reprodução

Grupo põe 1,8 mil cruzes na Esplanada dos Ministérios, para pedir auxílio a santas casas e hospitais filantrópicos – Foto: TV Globo/Reprodução

Segundo a CMB, que representa 1.824 hospitais, desde o início do Plano Real, a tabela e os incentivos pagos às entidades foram reajustados em 93,77%. No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 636,07%; o salário mínimo, 1.597,79%; e o gás de cozinha, 2.415,94%.

O diretor-geral da confederação, Mário César Homsi Bernardes, diz que há um “descompasso” na remuneração da prestação de serviços ao SUS. Segundo o gestor, a medida gera um desequilíbrio econômico e financeiro de R$ 10,9 bilhões ao ano, e leva os hospitais filantrópicos a endividamento.

“Isso vem provocando o sucateamento das estruturas físicas e tecnológicas, e riscos na assistência ao paciente. Sem contar com a falta de recursos para cobrir os custos da mão-de-obra hospitalar e de materiais e medicamentos, em especial neste momento durante e pós-pandemia”, afirma.

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O HOJE

Com grande número de casos, saúde descarta possibilidade de falta de testes para dengue

Em Goiás foram notificados 73.652 casos da doença. Pelo menos 7 estados e o Distrito Federal relatam falta de exames para detecção da doença

Por Ítallo Antkiewicz e Sabrina Vilela

Apesar do aumento dos casos de Dengue em Goiás, não há riscos de faltar testes para detecção da doença em hospitais e postos de saúde, como ocorreu em outros estados. O Brasil registrou mais de 654,8 mil casos notificados da doença. Já o Estado apontou 73.652 casos da doença. Entre os municípios que mais tiveram casos estão Goiânia, que apresenta maior incidência, com 37.913 ocorrências, seguido por Aparecida de Goiânia com 10.885, Anápolis com 6.116, e Rio Verde com 5.680.

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informou que o Laboratório de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO) dispõe de 225 testes PCR fornecidos pelo Ministério da Saúde (MS), que estão sendo utilizados nesta semana, com outros adquiridos pelo Estado, e está prevista a chegada de nova remessa de testes moleculares também esta semana.

Ao mesmo tempo, o Lacen-GO tem em aberto compra de insumos próprios, até mesmo para tipificar a dengue (DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4). De acordo com a SES-GO, os kits de testes moleculares têm sido enviados pelo Ministério da Saúde com periodicidade mensal ou semanal (em casos de pedidos urgentes).

“Esse fornecimento é vinculado às solicitações da unidade. Em maio, o Lacen-GO recebeu importante quantitativo de testes sorológicos para dengue e, atualmente, tem em estoque mais de 6 mil testes. Dessa forma, não há risco de falta em curto prazo, para sorologia. A demanda de amostras está se estabilizando e dando sinais de diminuição, o que indica que os estoques de sorologia para dengue no Lacen podem durar até julho”, pontua a pasta.

Rede particular

No pronto-atendimento do plano de saúde privado Unimed Goiás, a procura diária por testagem para a doença cresceu sete vezes em relação ao mesmo período do ano passado.

Em nota, a rede afirmou que o abastecimento dos insumos laboratoriais específicos para o teste NS1 é constante e generalizado em função da alta demanda dos casos de Dengue na região nos últimos dias e que não houve atraso na entrega dos fornecedores deste insumo para todos os laboratórios.

“Os pacientes com sintomas de Dengue estão sendo submetidos aos testes capazes de confirmar o diagnóstico e de orientar os tratamentos, tais como hemograma e testes de anticorpos, que seriam suficientes para orientar a conduta clínica, sendo o exame NS1 de natureza apenas complementar (confirmação diagnóstica)”, afirma trecho da nota.

Importância do teste

O teste rápido para Dengue auxilia no rastreamento, em caso de suspeita da doença, para pessoas com sintomas sugestivos ou sob risco. É um exame de detecção qualitativa e simultânea de anticorpos IgG, IgM e/ou do antígeno do vírus da Dengue NS1 dos quatro sorotipos.

O infectologista Robert Fabian Crespo Rosas, e professor de Medicina, explica que o teste é fundamental para diferenciar doenças que têm sintomas semelhantes à dengue. “O teste está facilitando a conduta médica nos casos duvidosos. Principalmente quando o resultado é positivo, pois permite iniciar o tratamento com segurança. Após o diagnóstico, o tratamento deve ser logo iniciado, mas o ideal mesmo é evitar ao máximo a doença por meio de prevenção (uso de repelentes, evitar acúmulo de água parada, colocar areia em vasos de plantas e tela nas janelas, etc).”, afirma.

Segundo o infectologista, os testes sorológicos ou de pesquisa de antígenos do vírus da Dengue não permitem detectar novas variantes. “Para realizar a detecção de variantes ou sorotipos da Dengue são utilizados os testes de biologia molecular (PCR)”, pontua.

Rosa ressalta que a Dengue se manifesta por tipos e intensidades diferentes, então, ao contraí-la, a pessoa pode lidar tanto com a sua forma mais branda quanto com a mais perigosa. “Um dos problemas da doença é que a fase leve pode evoluir para a mais complicada, caso não seja tratada o quanto antes. Por isso, uma simples suspeita já deve ser o suficiente para que o paciente procure um médico”, explica.

“Todo paciente com suspeita de dengue, precisa ser avaliado por um médico via exame físico. Neste exame, será possível determinar a gravidade do caso do paciente (isto é, se este apresenta sinais de alarme ou choque). Por meio dessa avaliação, ele terá uma classificação de risco de A a D, baseada em seus sinais e sintomas, considerando A o menor risco e D o maior risco”, afirma o infectologista.

Ele explica ainda que os testes sorológicos têm como objetivo identificar anticorpos em sangue de indivíduos doentes.”Para tal efeito são realizados estudos in vitro com cultura de células infectadas pelos diferentes subtipos do vírus da Dengue (den-1; den-2; den-3; den-4). O próximo passo é expor essa cultura celular com o soro de pacientes suspeitos de Dengue”, detalha o especialista.

Segundo ele, se o soro desses pacientes conter anticorpos contra a dengue, esses anticorpos se ligam às partículas virais presentes. Sendo assim, resultado positivo para infecção pelo vírus da Dengue.

Goiás registra mais mortes por Dengue neste ano do que em 2021

A quantidade de mortes por Dengue em Goiás neste ano já supera o quantitativo total registrado ao longo de 2021. Após pouco mais de cinco meses de 2022, o Estado notificou 36 óbitos pela doença, enquanto foram confirmados 33 em todo o ano passado. Há ainda 127 mortes suspeitas de ter alguma relação com a dengue, todas registradas entre janeiro e maio, segundo os dados da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO).

De acordo com os números contabilizados pela pasta, a quantidade de casos de dengue triplicou se compararmos as semanas 1 e 18 do último ano e do ano atual. Em 2021, no respectivo período, foram notificadas 36.462 infecções, enquanto neste ano, já são mais de 145 mil infectados pela doença no Estado. Mais de 110 municípios goianos possuem grau de risco considerado alto, de acordo com o Mapa de Incidência da dengue disponibilizado pela SES-GO.

De acordo com a superintendente em Vigilância de Saúde, Flúvia Amorim, até maio deste ano foram no total 36 mortes confirmadas. “O número de óbitos é bem maior que o do ano passado. Estamos nesse exato momento com 36 óbitos confirmados no 127 em investigação. No ano passado inteiro nós tivemos 33 óbitos confirmados”, afirma.

O último boletim da dengue da SES-GO mostra os dados obtidos entre 2 de janeiro e 7 de maio deste ano. O levantamento indica que Goiás teve aumento de 300,09% de casos confirmados e notificados em comparação com o mesmo período do ano passado.

Neste período em Goiás, foram 73.645 confirmados e 145.879 notificados, conforme o boletim. Veja abaixo as cidades com mais casos notificados de dengue, conforme boletim da SES.

A superintendente informou que em maio do ano passado a secretaria emitiu um alerta para as cidades goianas sobre uma possível epidemia. “Emitimos um alerta para todos os gestores municipais para que eles se atentassem a uma possível ocorrência de epidemia e de surtos de dengue e chikungunya e, infelizmente, estamos vendo que isso se concretizou em 2022”, afirma.

Conforme boletim epidemiológico do Ministério da Saúde (MS), Goiás tem cerca de cinco vezes mais casos de dengue por 100 mil habitantes que a média nacional. A informação é do boletim divulgado no dia 6 de maio deste ano, com dados levantados até a semana 17 de junho de 2022.

Segundo o levantamento, a cada 100 mil moradores de Goiás, 1.556,7 mil têm ou tiveram dengue este ano, segundo O órgão indica que essa incidência é de cerca de cinco vezes maior do que a média em todo o Brasil, que é de 307 diagnósticos para cada grupo do mesmo número de pessoas.

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ISTOÉ

Hapvida aprova recompra de até 400 mi de ações

Por Andre Romani

SÃO PAULO (Reuters) – O conselho de administração do grupo de saúde Hapvida aprovou um novo programa de recompra de até 400 milhões de ações em até 18 meses, disse a empresa em fato relevante nesta quarta-feira.

A medida tem como objetivo atender ao futuro exercício dos planos de remuneração baseado em ações a executivos da companhia e maximizar a geração de valor a acionistas, disse a Hapvida.

O novo programa substitui e dá continuidade a um anterior aprovado pela Hapvida “de modo a refletir o incremento do seu número de ações em circulação após a incorporação da Notre Dame Intermédica”.

Assim, as até 400 milhões de ações já incluem os papéis comprados no âmbito do programa anterior, que envolvia a recompra de até 100 milhões de ações.

O anúncio ocorre após as ações da Hapvida despencarem 16,8% na terça-feira, a maior queda do papel desde sua estreia na bolsa em 2018, diante de reação negativa do mercado à divulgação de prejuízo líquido no primeiro trimestre pela empresa.

A Hapvida acrescentou no comunicado que o novo programa prevê a possibilidade de contratação de instrumentos derivativos com liquidação financeira referenciados em ações, que poderá envolver operações de ‘equity swap’ tendo como contraparte instituições financeiras.

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UOL

Hapvida: queda de 16% ontem, hoje com alta de 8%; o que está acontecendo?

Depois de fechar o pregão de ontem (17) com baixa de 16,84% — a maior desde sua estreia na Bolsa, em 2018 –, as ações da operadora de serviços de saúde Hapvida (HAPV3) estão entre as maiores altas desta quarta-feira (18). Por volta das 13h50 (horário de Brasília), elas subiam 8,59%, chegando a R$ 7,08.

O motivo da inversão é que a operadora anunciou um novo programa de recompra de ações, que substitui e dá continuidade ao programa aprovado na assembleia geral extraordinária de 15 de outubro de 2022.

O que é recompra de ações? E diante dessa oscilação no preço da ação, vale a pena investir na Hapvida? Confira o que dizem os especialistas consultados pelo UOL abaixo.

Vale lembrar que recompra de ações é quando a empresa decide investir em si mesma — o que costuma ser visto com bons olhos pelo mercado.

O número de ações em circulação após a incorporação da Notre Dame Intermédica aumentou substancialmente a base acionária da Hapvida.

Então, a quantidade de ações que poderão ser adquiridas agora passa de 100 milhões para 400 milhões. O novo programa terá duração de até 18 meses a partir de então.

Vale a pena comprar ações da Hapvida?

Para o Goldman Sachs a recomendação é neutra: quem tem deve ficar com a ação, e quem não tem, não compra.

O banco ressalta que, no primeiro trimestre deste ano, a empresa teve maiores despesas e custos não operacionais que levaram a um prejuízo antes dos impostos de R$ 204 milhões.

“Além disso, a margem do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização caiu 9 pontos percentuais o comparativo trimestral para 5,9% – seu nível mais baixo de todos os tempos”, declarou o Goldman Sachs, relatório.

Mas o BTG recomenda a compra, acreditando em um preço-alvo de R$ 12 por ação. A XP também, esperando que a fusão com o Grupo Notre Dame crie sinergias e redução de custos.

Este material é exclusivamente informativo, e não recomendação de investimento. Aplicações de risco estão sujeitas a perdas. Rentabilidade do passado não garante rentabilidade futura.

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Falta de remédio é principal problema para 25% dos hospitais privados de SP

Um em cada quatro (25%) hospitais privados do Estado de São Paulo diz que a falta ou dificuldade para compra de remédios é o principal problema enfrentado hoje, segundo pesquisa do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios de São Paulo (SindHosp), feita de 29 de abril a 12 de maio.

Farmácias e centros médicos, públicos e particulares, relatam a escassez de medicamentos. Entre os motivos apontados, estão os sucessivos “lockdowns” na China e a guerra na Ucrânia, que afetaram a cadeia de fornecimento. A crise prejudica o trabalho dos profissionais de saúde e o atendimento de pacientes e leva até ao adiamento de cirurgias eletivas (não urgentes).

Outros 30% dos hospitais ouvidos pelo SindHosp relataram a alta de preços como principal problema. No total, foram ouvidos 76 unidades particulares – responsáveis por 1.518 leitos de UTI e 5.725 leitos clínicos – entrevistadas pela entidade. Conforme a pesquisa, só 14% dos hospitais não enfrentam problemas com estoque ou a aquisição de medicamentos.

Os itens em falta ou com estoque abaixo do nível de segurança mais citados são Dipirona (em 25% dos hospitais), Dramin B6 (18%) e Neostgmina (17%).

Veja a lista completa de medicamentos em falta mais citados pelos hospitais ouvidos pelo SindHosp (entre aqueles centros médicos que relataram problemas para compra):

– Dipirona (24,5%).

– Dramin (18,4%).

– Neostagmina (16,7%).

– Soro (9,5%).

– Imunoglobina (4,5%).

– Aminoglicosídeos (3,3%).

– Anestésicos em geral (3,3%).

– Ocitocina (3,3%).

– Celestone soluspan (0,6%).

– Meetronisadol (0,6%).

– Purisole (0,6%).

– Soro fisiológico (0,6%).

Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, diz que a falta de medicamentos, materiais e equipamentos de saúde ficou evidenciada desde o início da pandemia de covid-19 e defende a importância de definir a área da saúde como prioridade. Segundo ele, é preciso reduzir a dependência de matéria-prima externa para produção de fármacos.

Gestores do SUS falam em piora do cenário

A falta de medicamentos afeta também os hospitais municipais geridos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O problema acontece desde o fim do ano passado, mas se agravou nas últimas semanas, segundo o Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado (Consems-SP).

O órgão afirma que a situação já exigiu o adiamento de cirurgias e procedimentos. Levantamento do Cosems paulista apontou como causas a desorganização do sistema de produção depois da pandemia, falta de insumos, matéria-prima e embalagens, e aumento da demanda.

A região do ABC paulista é uma das que mais sofrem com o desabastecimento e a lista de remédios faltantes nos hospitais já ultrapassa 43 itens. Entre eles está o soro fisiológico, medicamento básico em hospitais. Secretária de Guararema, na Grande São Paulo, Adriana Martins aponta o cenário crítico diante da falta de soro de 500 ml.

O mesmo problema é relatado pela diretora do Hospital das Clínicas de Mauá, Adlin de Nazaré Santana Savino Veduato. “Além disso, não conseguimos adquirir outros medicamentos básicos. E quando encontramos, os valores são altos. Estamos restringindo bastante o uso de medicamentos e, se a falta de abastecimento permanecer, teremos problemas com procedimentos cirúrgicos”, afirma.

Peregrinação em farmácias

Peregrinação por farmácias e postos de saúde e gastos fora dos planos, com remédios alternativos, entraram na rotina de pacientes de doenças crônicas, como Parkinson e lúpus, segundo mostrou o Estadão no início do mês. Vítimas do desabastecimento no setor farmacêutico, eles relatam dores e dificuldades para se locomover.

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PODER 360

BP, Fleury e Bradesco anunciam nova empresa de oncologia

Os grupos Fleury, Bradesco Seguros e a BP (Beneficência Portuguesa de São Paulo) divulgaram na 3ª feira (17.mai.2022) a criação de uma empresa especializada em tratamento de câncer. O investimento previsto é de R$ 678 milhões nos próximos 5 anos.

A BP tem um Centro de Oncologia e Hematologia e a operação permitirá expandir o atendimento para diversas cidades brasileiras. Segundo o anúncio, a quantia será aplicada em clínicas oncológicas e centros de tratamento de alta complexidade.publicidade

A CEO da BP, Denise Soares, afirma que o acordo “ratifica a estratégia da instituição de expandir os negócios e ter presença geográfica em âmbito nacional”.

O Bradesco também controla 30% da Fleury. Diretor geral da Atlântica Hospitais e Participações, responsável pela gestão e investimentos do Bradesco Seguros, Carlos Marinelli diz que o grupo está “entusiasmado” com a parceria.

“Estamos muito entusiasmados com essa iniciativa, que visa à oferta de valor, ao cuidado coordenado, à atuação em abrangência nacional e a uma jornada integrada e digital sob a ótica das necessidades do paciente oncológico. A união de grandes nomes do setor proporciona o acesso a serviços de referência em saúde para uma parcela cada vez maior da sociedade”, declarou no LinkedIn.

O acordo só será concretizado depois de aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e BC (Banco Central).

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“Na saúde, o que funciona parece não dar voto”, diz Antônio Britto

Pouco mais de 2 anos se passaram desde o início da pandemia da covid-19, um período que, diante de tragédias, colapsos e perda de mais de 660 mil vidas no país, aguçou a percepção do brasileiro sobre a área da saúde. As fases críticas das ondas de contágio não só abriram o olhar da população para as urgências e demandas, como também exigiram e ainda exigem um apurado senso de escuta por partes dos gestores para identificar as necessidades dos usuários.

O diagnóstico é da Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados), que realizou a pesquisa “O que pensam os brasileiros sobre a saúde no Brasil?”, iniciativa integrante da campanha “2022: o ano de ouvir a saúde”, também lançada pela entidade em 2022. Na avaliação do diretor-executivo da Anahp, Antônio Britto, a atual conjuntura e os resultados do estudo, feito em parceria com o PoderData -empresa de pesquisa do Poder360-, evidenciam ser premissa básica unir esforços para a prestação de uma assistência mais qualificada, tanto na saúde pública quanto na saúde suplementar, integrando as 2 frentes a fim de evitar chagas tão ou mais profundas em cenários futuros. Leia a revista com os principais dados da pesquisa (baixe aqui).publicidade

“A Anahp reafirma que é um enorme equívoco alguém pensar que no Brasil poderá haver sistema de saúde sem o fortalecimento do SUS (Sistema Único de Saúde). De outra parte, parece também extremamente equivocado alguém pensar que o país poderá oferecer saúde apenas com o sistema público. O nosso sistema é, na teoria e na prática, um sistema que precisa entrosar e integrar o público e o privado”, destacou Antônio Britto.

Esse aprendizado, acrescenta Britto, pode preparar as estruturas sanitárias para as próximas pandemias, com empenhos que precisam ser articulados em todos os níveis de governo. “Em 2022, o ano que marca a saída da pandemia e ao mesmo tempo a realização de uma eleição ampla no Brasil, é essencial que se discuta mais e melhor sobre saúde. A pesquisa oferece dados, elementos e opiniões que ajudam políticos e candidatos de 2022 a discutirem com mais profundidade o que acontece na saúde no Brasil e, especialmente, o que a pandemia mostrou de forma muito clara”.

Nessa perspectiva, é imperativo quebrar paradigmas e repreender posturas meramente eleitoreiras, defende: “Grande parte do que é necessário em saúde não precisa de tijolo. O que realmente funciona em saúde parece que não dá voto, e o que dá voto parece que não dá saúde”.

O estudo da Anahp/PoderData aponta, entre outros números, que 4 entre 10 (43%) brasileiros reprovam a saúde no país. Outros 45% consideram os serviços regulares e apenas 9% sinalizam aprovação, classificando-os como bons ou ótimos; 3% não souberam responder. Ainda de acordo com a pesquisa, divulgada nesta 4ª feira (18.mai.22) na Feira Hospitalar, em São Paulo, metade da população quer que o próximo governo priorize os “investimentos em tecnologia e inovação” e a distribuição de “mais medicamentos gratuitos”. Os 2 itens foram mencionados, respectivamente, por 28% e 22% dos 3.056 entrevistados, usuários da saúde pública e da saúde suplementar nas 27 unidades da Federação, ouvidos entre 1º e 8 de abril.

Leia a entrevista:

Poder360 – A Anahp lançou a campanha “2022: o ano de ouvir a saúde”. Por que é urgente para o Brasil pensar a saúde a partir de uma visão de presente e de futuro, que foi o foco da pesquisa integrante dessa mobilização?

Antônio Britto – Estamos saindo da pior crise sanitária da história do Brasil e da humanidade. Para nós, da Anahp, não parece sensato que se saia da crise sem aprender com ela, nem que o ano termine sem que haja uma solução sobre o que aprendemos. Tomar boas iniciativas é honrar as quase 700 mil pessoas mortas durante a pandemia.

Esse aprendizado pode nos preparar para as próximas pandemias. Em 2022, o ano que marca a saída da pandemia de covid-19 e, ao mesmo tempo, a realização de uma eleição ampla no Brasil, é essencial que se discuta mais e melhor sobre saúde.

Com base nessa premissa, a Anahp lançou uma campanha defendendo que 2022 precisa ser o ano de ouvir a saúde. E a pesquisa (realizada pela Anahp em parceria com o Poder360) é parte dessa campanha, para oferecer dados, elementos e opiniões que ajudem políticos e candidatos de 2022 a discutirem com mais profundidade o que acontece na saúde no Brasil e, especialmente, o que a pandemia mostrou de forma muito clara.

A Anahp, embora seja uma representante dos hospitais privados, tem se posicionado publicamente também em defesa da valorização do SUS. Quais as mudanças mais urgentes percebidas pela entidade em relação à gestão do Sistema? De que forma é possível convergir esforços para fortalecer a saúde pública?

A Anahp fica muito à vontade, por ser uma entidade representante dos hospitais privados, para reafirmar que é um enorme equívoco alguém pensar que no Brasil poderá haver sistema de saúde sem o fortalecimento do Sistema Único de Saúde. O SUS é essencial para garantir acesso e dignidade assistencial no Brasil.

De outra parte, parece também extremamente equivocado alguém pensar que o país poderá oferecer saúde apenas com o sistema público. O nosso sistema é, na teoria e na prática, um sistema que precisa entrosar, integrar os aspectos público e privado.

Veja o que aconteceu na pandemia. Na hora do sufoco, durante o trabalho nos hospitais de campanha, por exemplo, ninguém ficou perguntando se o profissional ou o equipamento eram do público ou do privado.

Precisamos transferir aquilo que se fez no sufoco para uma política. Se em determinado lugar existe uma facilidade privada que pode oferecer determinado serviço, não faz sentido colocar o público para competir com o privado. E a recíproca também é verdadeira.

Na pesquisa da Anahp/PoderData, os usuários da saúde pública e suplementar mostraram seus descontentamentos e anseios e sinalizaram também os benefícios nos atendimentos. O cenário de pandemia aguçou a percepção da população sobre esses serviços? Ou os dados levantados seriam semelhantes se tivessem sido apurados em um período pré-pandêmico?

A pandemia fortaleceu a valorização do SUS. Ela alterou 2 aspectos importantes. O 1º deles é que, obviamente, aumentou em milhares de vezes a preocupação da população com o sistema de saúde. O brasileiro sai da pandemia com mais conhecimento sobre o sistema de saúde, sobre as partes boas e as partes ruins. Ele hoje se sente mais participante das discussões sobre saúde. Até porque questões como equipamentos, presença de médicos e importância da vacinação foram sofridamente assuntos principais em todos os lugares 24 horas por dia durante os últimos 2 anos.

E a 2ª consequência é a valorização do sistema de saúde. Quem sempre teve o plano de saúde valoriza a importância do sistema privado, dos hospitais privados. Agora, a valorização do SUS se tornou um dos fatos importantes também.

Portanto, entendo que, se esta pesquisa tivesse sido feita antes da pandemia, provavelmente a valorização do SUS seria menor, assim como também seria menor o nível de conhecimento por parte das pessoas sobre as peculiaridades do Sistema.

Os últimos 2 anos foram marcados por uma intensa revolução em diversos setores. A saúde foi uma das áreas mais desafiadas diante dos aumentos de casos de covid-19. O Brasil conseguiu conciliar avanços positivos nesse período, mesmo com políticas de inovação deficientes?

A pandemia não mostrou problemas que não eram conhecidos no sistema de saúde. O que ela fez foi aflorar esses problemas de uma forma muito mais intensa, mais sentida, mais divulgada. A questão da inovação é um excelente exemplo disso. Somos um país que desperdiça talentos e não produz inovação na medida do que poderia e do que precisa.

Isso ficou muito claro durante a pandemia. Ficamos muito dependentes de outros países para acessar descobertas feitas, principalmente, em relação às vacinas. Políticas mais estáveis e mais inteligentes em matéria de inovação poderiam ter permitido inclusive que saísse do Brasil a descoberta do processo de uma nova vacina.

A capacidade dos nossos cientistas, que é reconhecida mundialmente, e a nossa capacidade de fabricação, em exemplos como Fiocruz e Butantan, infelizmente não são apropriadas de políticas públicas e de interesse privado que ampliem o nível de inovação. Por consequência, dependemos sempre dos chamados grandes insumos: as vacinas, os principais medicamentos, a maioria dos equipamentos.

Um dos desafios do país na saúde é definir uma política de inovação. O Brasil não vai ser o 1º país do mundo autossuficiente. Ninguém vai produzir tudo o que precisa. Mas o país precisa selecionar alguns itens e aplicar de forma constante e segura.

Ainda falando sobre a inovação, quais os itens mais urgentes para a realidade brasileira na área da saúde?

Equipamentos. Existe uma indústria nacional que já tem uma determinada capacidade instalada e que pode avançar mais na produção de boa parte dos equipamentos. Precisamos chamar as grandes empresas mundiais para desenvolver planos a fim de que elas não só ampliem a presença no Brasil, mas também transfiram tecnologia. Ou seja, a pandemia ressaltou algo que já tínhamos conhecimento: atrasamos muito em matéria de inovação.

Há 2 lugares hoje para o Brasil. Há um lugar para quem inova em alguns inventos e há um para se posicionar como dependente e comprador. O Brasil tem de escolher se quer ficar no 1º ou no 2º lugar.

Quando se trata de acesso ao sistema privado, a renda média dos trabalhadores retira a possibilidade de muitos aderirem ao plano de saúde. Como esse problema socioeconômico também impacta o financiamento das atividades privadas? O que o Brasil precisa fazer para estimular a sustentabilidade do setor privado e, consequentemente, aliviar a demanda do SUS?

O futuro do setor de saúde suplementar vai depender do futuro do Brasil. Não há como ampliar o sistema de saúde suplementar se não ampliarmos o emprego e a renda. 70% dos planos de saúde existentes no Brasil são contratados por empresas que os oferecem aos funcionários. Se a economia brasileira e o volume de empregos, de salários e de renda não crescerem, de onde as pessoas e as empresas vão retirar os recursos para ampliar o número de assistidos pelo plano de saúde?

A saúde suplementar está com o seu futuro rigorosamente amarrado ao futuro do Brasil, em termos de economia, emprego e renda. O que pode acontecer de melhor para aumentar a saúde suplementar? Um número maior de pessoas com emprego e renda. O que pode acontecer de pior? É o que acontece durante as crises econômicas, em que, diminuindo emprego e renda, há redução imediata de pessoas com plano de saúde.

Claro que este é um caminho difícil, e existem outras coisas a serem resolvidas, como a questão da tributação e a necessidade de aumentar a multiplicidade de produtos, elevando a competitividade no setor. Hoje, apesar de tudo, o número ainda é reduzido.

Há outro ponto muito importante para nós, da Anahp: não adianta elevar o número de produtos de planos de saúde contratados pelos brasileiros se não houver preocupação em assistência digna e qualificada.

A gestão da saúde envolve também medicina preventiva, atendimento primário e acompanhamento de pacientes crônicos. Esse é um caminho para reduzir custos de atendimentos de emergência ou ocorrência de casos mais graves? Por que o Brasil tem avançado tão pouco nesses aspectos em relação a outros países?

Estes são alguns dos dados mais tristes e mais preocupantes desta pesquisa, 85% dos usuários da saúde suplementar não participam de iniciativas preventivas por meio dos planos de saúde, e 71% dos usuários do SUS não fazem atividade de prevenção, segundo estudo realizado pela Anahp em parceria com o PoderData.

Se não começarmos muito rapidamente a investir e a dar importância para a prevenção, a corrida para oferecer saúde de qualidade vai ser perdida neste que é um país onde aumenta assustadoramente o número de pessoas com doenças crônicas e onde felizmente cresce a longevidade da população.

Não há país no mundo que consiga conviver com um altíssimo número de idosos e de pessoas com doenças crônicas. Os países estão tentando reduzir o problema na base, na origem, diminuindo o número de pessoas doentes.

A pesquisa mostra: não é que o brasileiro seja simplesmente preguiçoso e não queira fazer ginástica, combater a obesidade É que não são ofertados sistemas de prevenção. O Brasil, num determinado período, enfrentou e derrotou a questão do tabagismo. Hoje não existem políticas públicas para enfrentar a pressão alta, a obesidade, o uso demasiado de sal e de açúcar e o sedentarismo.

Outro ponto é que os sistemas de saúde não têm estímulos para fazer sistemas de prevenção. Ao contrário. Como existe a portabilidade, os planos raciocinam muito pensando no curto prazo. Não se interessam em fazer um programa para melhorar a saúde do usuário se este pode a qualquer momento migrar para outro plano.

Estamos sem políticas públicas e estímulos para que sejam oferecidos programas consistentes e continuados na prevenção e na promoção da saúde, o que é lamentável.

Quais os países que são referência na frente da medicina preventiva?

Há esforços preventivos bem-sucedidos em alguns países da Europa, sobretudo nos nórdicos. Temos especialmente, em termos de prevenção e promoção à saúde, coisas interessantíssimas acontecendo, unindo saúde digital e prevenção. É o caso de Israel.

Da mesma forma que hoje se acompanha a situação em cada rua e os carros no trânsito, há equipamentos digitais que vão permitindo acompanhar a saúde das pessoas, com inteligência artificial, de forma preditiva, passando a prever o que vai acontecer. O Brasil está muito atrasado em relação a isso.

A pesquisa, realizada pela Anahp em parceria com o PoderData, mostra que a qualidade dos médicos é o fator mais decisivo para os usuários da saúde suplementar na hora de escolher um hospital (43% apontaram esse item). O processo de formação profissional está alinhado à realidade brasileira ou mostra-se deficitário?

Estamos caminhando para 620 mil médicos neste ano. Desse total, em torno de 220 mil têm especialização. São enormes e crescentes as dúvidas sobre a qualidade e a atualização dos médicos que estão saindo das faculdades.

Vamos nos perguntar: quantas faculdades de Medicina estão preparando o médico para a nova realidade, para a inteligência artificial, para a robótica, para o monitoramento a distância, para a telessaúde? O mundo está fazendo telessaúde. Na Ucrânia, os soldados feridos são atendidos pela telemedicina. O profissional deve ser preparado para essa nova realidade.

Então, a resposta para a pergunta é não. A maioria das faculdades brasileiras não está preparando o profissional, salvo as honrosas exceções de sempre. Do ponto de vista da qualificação, o esforço bem intencionado de abrir escolas não vem acompanhado da qualificação dessas instituições.

O Brasil precisa repensar a questão da formação do médico. Vejo com muita alegria o esforço do CFM (Conselho Federal de Medicina), e o que a AMB (Associação Médica Brasileira) vem fazendo nessa discussão, com participações muito interessantes.

Não se resolverá a distribuição de médicos somente aumentando o número desses profissionais. O que impede um médico de ir para uma pequena cidade do interior é o fato de as condições de vida, o exercício da medicina e as condições salariais, muitas vezes, não valerem a pena no local. O Brasil forma cada vez mais médicos, mas eles se concentram nas grandes cidades, e o problema continua. A formação e a distribuição dos médicos me parecem um capítulo mal escrito da nossa história no sistema de saúde.

Quais os principais erros do gestor público ao lidar com a área da saúde? Quais paradigmas devem ser quebrados para garantirmos acesso de qualidade para a população?

Nós estamos sofrendo no Brasil as consequências ruins da falta de políticas de médio e longo prazo. Qualquer pessoa que assuma um cargo público na área da saúde e diga que vai fazer, em 1 ou 2 anos, mudanças profundas ou está enganada ou está querendo enganar os outros. Não existe o que pode dar certo em saúde se não for um esforço repetido ao longo do tempo de forma persistente e continuada.

Não se muda o hábito de tabagismo, não se cria uma rede bem resolutiva de serviços assistenciais em 1 ou 2 anos, ao sabor da próxima eleição. Há um problema: o que interessa como moeda política é a inauguração do posto. Parece que tem de ter tijolo para dar voto. Mas a verdade é que grande parte do que se precisa em saúde não precisa de tijolo.

O que realmente funciona em saúde parece que não dá voto, e o que dá voto parece que não dá saúde.

Se uma nova pandemia, de outra doença, se instalasse no país, estaríamos prontos para combatê-la com mais eficácia em razão do know-how adquirido com as ondas de contágio do novo coronavírus ou retrocederíamos nesse embate, pois as marcas da última crise ainda não foram atenuadas a contento?

Se olharmos para os profissionais de saúde, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, se olharmos para os hospitais públicos e privados, eu posso lhe garantir que eles estão hoje muito mais bem qualificados e muito mais bem preparados do que antes. Se olharmos para os gestores públicos, eu espero que eles tenham aprendido lições durante esse festival de horrores a que o país assistiu.

Eu espero, então, que o setor que detenha a liderança dos processos, nos governos federal, estaduais e municipais, tenha também aprendido lições com a pandemia. Por isso, é muito importante que esta eleição ponha a saúde no topo das discussões.

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O ESTADO DE S.PAULO

Artigo – O SUS precisa ser financiado e emagrecer o País

O fato de o Sistema Único de Saúde (SUS) ser subfinanciado desde sua criação não culpabiliza sumariamente governos de outrora ou o atual. A equação é rude e os componentes são complexos. Contudo, maltrata-nos sua agonia orçamentária de arrimos frágeis e flerte contínuo com o caos, sem qualquer pauta vigente e significante de discussão.

Aceitemos, porém, que, a despeito da míngua financeira, o SUS e suas vertentes carecem de mecanismos auditáveis de eficácia, que servirão para validá-lo perante as necessárias solicitações de recursos, além do que cederão elementos mensuráveis e impedientes de contestações.

Em outra observação de maiúscula importância está a necessidade de corrigir grave erro estratégico, condicionado por paradigma sem sustentação científica, que serviu e serve para prospectar o mercado futuro de medicamentos e materiais hospitalares, sem nos proteger de inquietantes padecimentos.

Desdenhada por quase um século e até há pouco compreendida como resultante de deslizes pessoais, a obesidade foi apresentada pela maioria dos profissionais de saúde ? e por alguns, infelizmente, ainda o é ? como opção revogável de conduta.

Plurifatorial em suas origens, uma vez estabelecido o ganho ponderal, nossos sistemas gestores cerebrais são readequados para novos padrões de ingestas calóricas, num moto-contínuo eventualmente interrompido, mas raramente revertido.

O Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas e Agravos não Transmissíveis no Brasil 20112022, do Ministério da Saúde, tem a intenção de minimizar o derretimento de verbas e melhorar significativamente os índices de saúde do País. Mas, em seu mais recente balanço, ao tempo de sua apresentação prospectada para o período 2021-2030, embora com meta pouco audaciosa, o quesito obesidade expressou o equívoco colossal ao qual me refiro, perpetuado a cada colegiado.

Pretendia-se apenas manter o porcentual de 15,1% de obesos na população adulta, mas em 2019 alcançávamos 20,3%, enquanto dados mais recentes fornecidos pelo IBGE apontam a obesidade com prevalência de ao menos 26,8% nesta imensa fração populacional.

Embora sejam corretas as orientações que estimulam a prática de exercícios físicos e a escolha de alimentos saudáveis, contemplá-las como condutas únicas para emagrecimento é inocente, para não dizer inútil, pois são ditames imprescindíveis para impedir a obesidade, talvez sua progressão, e não para tratá-la.

Em sua derivação mais apoteótica está o diabetes tipo 2, patologia na qual 80% de seus portadores são obesos. A potencial reversão da evolução diabética obtida com a perda ponderal precoce demonstra a inegável relação criador e criatura.

Observássemos somente os gastos contemplando algumas complicações vasculares com forte patrocínio do diabetes, veríamos escoando pelo ralo gigantescos montantes no tratamento de coronariopatias, acidentes vasculares cerebrais, insuficiências renais, cegueira e inúmeros outros distúrbios.

Mas a aptidão para a geração de negócios da obesidade é interminável, avançando para a deflagração de cânceres exigentes de quimioterapias milionárias, doenças articulares que suplicam próteses de preços exorbitantes e disfunções respiratórias solucionadas por aparelhos de assistência ventilatória cuja aquisição demanda vultosas cifras.

Em apontamento providencial, anoto que alguns municípios adequam seus setores de captação e atendimento de emergência para solucionarem, com drogas trombolíticas, casos de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral isquêmico em curso, embora com preços estratosféricos; além de vidas, têm o propósito de salvar musculaturas cardíacas e tecidos cerebrais.

Não incomoda o custo brutal destes programas nem tão pouco as enormes despesas ambulatoriais e hospitalares na condução de todas as complicações, já estabelecidas, decorrentes da obesidade. Causa espanto, porém, que para os 40 milhões de brasileiros obesos reste apenas aguardar pelas desastrosas consequências e torcer para que tenham soluções pagáveis, por eles ou pelo poder público.

É evidente que o embate deve ser principiado pelo combate às causas deflagradoras, no que serão especialmente protegidos crianças e adolescentes, contudo, diante desta doença estabelecida, seu enfrentamento deve ser contundente, sobretudo médico, com tratamento farmacológico quando possível e cirúrgico quando necessário, sem que sejam dispensadas as mudanças comportamentais e dietéticas, naquilo que seja executável.

Embora eu refaça essa súplica reiteradamente, o faço de vários observatórios, no que pretendo alertar que o SUS implora justo, urgente e robusto financiamento, mas esta honrosa instituição, que nos orgulha em seus predicados, tem mostrado imperdoável inoperância diante da pandêmica obesidade.

Esta inoperante estratégia compromete o SUS em suas causas, mas a inobservância contábil faz pior, arrisca sua existência!

Antônio Carlos do Nascimento

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O ATUAL

Estudo aponta que pegar Covid eleva risco de doença cardíaca em 63%

Mesmo que o fim da pandemia pareça cada vez mais próximo, a Covid-19 deixa para o sistema de saúde brasileiro uma herança indesejada: o aumento da incidência de doenças cardiovasculares, causado pela contaminação do vírus.

Em consultórios e hospitais, os médicos se deparam com um número alto de casos – que atribuem tanto a efeitos diretos (sequelas da infecção) quanto a indiretos (mais sedentarismo e mudanças de hábitos) da pandemia.

Com a situação incomum, grupos bolsonaristas aproveitam os relatos para questionar complicações das vacinas, mas médicos dizem que não há nenhuma relação demonstrada neste caso.

Uma pesquisa realizada por pesquisadores da Universidade de Washington publicado na revista científica Nature em fevereiro, demonstrou que pacientes que foram infectados pelo coronavírus têm mais chances de apresentar infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, embolia do pulmão, trombose, disritmias, doenças isquêmicas e outros males relacionados ao coração.

No geral, o risco é de 63%. Mas cada doença específica tem uma porcentagem de aumento:

Miocardia: 438%

Embolismo pulmonar: 193%

Parada cardíaca: 145%

Pericardite: 85%

Falha cardíaca: 72%

Disritmias cardíacas: 69%

Infarto: 63%

Qualquer mal cardiovascular: 63% (até aqueles que tiveram covid leve);

AVC: 52%

O estudo fez uma comparação entre os dados de 153 mil pessoas infectadas pela doença com milhões de outros pacientes que não haviam contraído covid-19. Depois de 12 meses, aqueles que tiveram coronavírus apresentaram mais complicações cardíacas, independentemente de idade, doenças prévias ou outras variáveis – como o nível de ‘intensidade’ da contaminação pelo vírus da covid.

Em entrevista ao Jornal Poder360, Viviane Cordeiro Veiga, pesquisadora e coordenadora de UTI do hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. Ela diz que a covid-19 não é só uma doença respiratória.

“Tem de tirar da cabeça que afeta só o pulmão. É uma doença dos vasos, de uma inflamação sistêmica”, afirma.

No Brasil, as doenças cardíacas já lideravam a lista de causas de morte, mesmo antes da pandemia. Isso ocorre porque o envelhecimento da população, que aumenta a quantidade de pessoas portadoras de fatores de risco, levou esse tipo de doença a estar no topo das causas de morte.

De acordo com um cálculo do Ministério da Saúde, houve o aumento de 4% das mortes por doenças cardiovasculares durante a pandemia, em comparação à série histórica. O número considera as causas básicas e associadas ao óbito.

Carlos Pastore, diretor da Eletrocardiografia do Incor (Instituto do Coração da USP) e professor da Universidade de São Paulo, afirma que as sequelas cardíacas foram vistas principalmente em pacientes com covid-19 que ficaram muito tempo internados.

Como a Covid influencia o surgimento de doenças cardiovasculares?

Primeiro, o vírus ataca e danifica células do sistema cardiovascular. O próprio músculo do coração pode ficar inflamado e comprometido.

Depois, quando o vírus causa acúmulo de fluido atrapalhando os pulmões, a corrente sanguínea recebe menos oxigênio. Com isso, o coração acelera, o que pode provocar danos no tecido cardíaco e morte de células cardíacas.

Em seguida, as superfícies internas de veias e artérias podem ser afetadas pela infecção do coronavírus. Inflamação de pequenos vasos podem causar obstrução e prejudicar o fluxo de sangue para outras partes do corpo.

Há também a questão da mudança de hábito: pessoas que se tornaram mais sedentárias durante a pandemia aumentam a predisposição a sofrer males cardíacos. Falta de exercícios e de mobilidade durante as fases de maior restrição, piora na alimentação e aumento do tabagismo são fatores de risco para essas doenças.

De uma maneira geral, durante os momentos de sobrecarga do sistema de saúde público brasileiro, doentes e pessoas com fatores de risco deixaram de fazer acompanhamento periódico. Muitas vezes, isso se deu para evitar exposição a ambientes com aglomeração.

Por fim, por conta da sobrecarga do sistema de saúde, com o foco na covid-19, havia menos profissionais de saúde e estrutura para atendimento disponível para as outras doenças. Houve redução dos cuidados na atenção primária à saúde. Cirurgias foram adiadas.

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A REDAÇÃO

Covid-19: Goiás registra 1,7 mil casos e 18 mortes em 24 horas 

Ludymila Siqueira

Goiânia – Goiás registrou 1.799 novos casos da covid-19 e 18 mortes em decorrência da doença nas últimas 24 horas. É o que aponta o boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) na tarde desta terça-feira (17/5). Com as atualizações, o Estado soma 1.350.352 infecções e 26.581 óbitos provocados pela covid-19.

Ainda de acordo com a pasta, outros 768.425 casos e 290 mortes estão em investigação para saber se há alguma ligação com o novo coronavírus. Taxa de letalidade do vírus no território goiano é de 1,97%.

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O HOJE

Falsa biomédica presa atraía clientes para procedimentos estéticos por meio das redes sociais

A falsa Biomédica Hozana Carneiro Ximenes, foi presa em Manaus nesta quinta-feira (10/3), acusada de deformar pacientes em procedimentos estéticos clandestinos. A mulher exercia o papel de biomédica mesmo sem a formação e atraía clientes cobrando um valor muito abaixo do mercado. Hozana teria deformado várias pessoas com os procedimentos mal-sucedidos, e até o momento 10 pessoas denunciaram a profissional clandestina. De acordo com a Polícia Civil do Amazonas, ela na verdade é formada em matemática.

Hozana não possui nenhum curso ou registro profissional que a permita realizar procedimentos estéticos. Mesmo assim, Hozana atuou com estética em várias clínicas de Manaus. Ainda de acordo com investigação da polícia, a falsa esteticista cobrava muito abaixo do preço de mercado. Procedimentos que custariam R$ 15 mil seriam oferecidos por cerca de R$ 3 mil por Hozana.

A prisão ocorreu no bairro Novo Israel, na Zona Norte de Manaus. Agora, a suspeita responderá pelos crimes de estelionato, lesão corporal grave e falsificação de documento público. Ela será encaminhada à Central de Recebimento e Triagem (CRT), onde ficará à disposição do Poder Judiciário.

O delegado Gesson Aguiar, que está respondendo interinamente pelo 10º DIP, reforçou que a falsa biomédica já havia sido demitida várias vezes e a investigação começou após 10 boletins de ocorrência de clientes deformadas. A mulher já havia trabalhado em várias clínicas da cidade, “pois sempre que dava algum problema ela era demitida, mas já buscava outra clínica para trabalhar”, contou. 

A autoridade policial relatou que as vítimas apresentaram as documentações das clínicas dos procedimentos estéticos para comprovar a veracidade da denúncia, bem como os documentos dos hospitais em que elas foram internadas devido aos resultados do tratamento ilegal.

“Como a infratora alegou que era formada em Biomedicina e que tinha estudado em uma faculdade particular da capital, nós entramos em contato com a instituição de ensino superior e fomos informados que Hozana nunca tinha passado por lá”, esclareceu Aguiar.

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Assessoria de Comunicação