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DESTAQUES
Dois meses após o primeiro caso de varíola do macaco no Brasil, planos de saúde ainda não cobrem exame
Dona do TikTok compra uma das maiores redes de hospitais da China
Pacheco marca para o fim de agosto votação que trata do rol taxativo
Covid: vacina adaptada já aguarda aprovação
NotreDame Intermédica: trabalhadores denunciam abusos em hospital de BH
Saúde financeira é a que mais preocupa no Brasil
Novo vírus infecta 35 pessoas na China
Pacientes imunocomprometidos ou com infecções fúngicas terão novas opções de tratamento pelo SUS
Unidades de saúde devem adequar a remuneração mínima da enfermagem
1 em cada 10 pacientes sofre dano hospitalar e 70% dos eventos não são comunicados
Polícia apreende 900 ampolas de anestésicos em Goiânia
Pacientes reclamam de demora no atendimento no Hospital das Clínicas em Goiânia
Águas Lindas de Goiás confirma primeiro caso de varíola dos macacos
Covid-19: Goiás confirma 2.355 novos casos 15 mortes em 24 horas
Pesquisadores da UFG desenvolvem novo teste para varíola dos macacos
PORTAL R7
Dois meses após o primeiro caso de varíola do macaco no Brasil, planos de saúde ainda não cobrem exame
Faz dois meses que a varíola do macaco (monkeypox) chegou ao Brasil, e praticamente todos os exames que confirmaram os mais de 2.300 casos foram feitos em apenas quatro laboratórios do SUS. Até hoje, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) não incluiu esse teste no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, o que o mantém fora da cobertura dos planos de saúde.
Questionada pelo R7, a agência justifica que “o oferecimento do referido teste diagnóstico na rede privada de saúde ainda é incipiente” e que muitos dos kits ainda precisam ser aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Alguns laboratórios privados já oferecem o exame para detecção do vírus monkeypox, mediante solicitação médica, mas o procedimento chega a custar entre R$ 500 e R$ 650 (a depender do prazo de entrega do resultado).
Um grande número de beneficiários de planos de saúde poderia realizar o exame na rede privada, mas não há interesse do setor em assumir mais essa despesa, na avaliação do advogado José Luiz de Oliveira Jr., sócio do escritório O&S Advogados.
“O SUS precisa ser defendido, mas ele realmente está abarrotado e está realizando um serviço que poderia ser equalizado com as empresas [de planos de saúde]”.
Ele entende que a demora da ANS em incluir o exame no rol de procedimentos beneficia somente as operadoras de planos de saúde e diz que seria importante que a agência reguladora estivesse alinhada com as necessidades dos consumidores.
A lentidão da ANS vai na contramão da proposta defendida no fim de semana pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de ampliar a rede de testagem.
Até a semana passada, apenas oito laboratórios públicos processavam todos os exames de monkeypox do país: Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais/Fundação Ezequiel Dias, Laboratório Central de Saúde Pública de São Paulo/Instituto Adolfo Lutz, Laboratório de Biologia Molecular de Vírus do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Laboratório de Enterovírus da Fiocruz/RJ, Instituto Evandro Chagas/PA, Fiocruz/AM, Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública) do DF e Laboratório Central do RS.
Oliveira Jr. acrescenta que “não é razoável” o Brasil ser o sexto país do mundo em número de casos de varíola do macaco e não ter até agora uma rede estruturada que inclua SUS e serviços privados para enfrentar a ameaça.
“Deveríamos ter aprendido com o plano de contingência da própria Covid. […] Temos a possibilidade de erradicar isso o quanto antes, mas não é feito por questões que são até de interesse político e econômico. Esses interesses deixam a população exposta”, afirma.
O teste para detecção do vírus monkeypox é feito a partir da coleta, com um swab (cotonete estéril) , de material das lesões de pele ou de mucosa.
Em um Plano de Contingência, o Ministério da Saúde prevê o teste em indivíduos sem essas erupções, desde que sejam “contato de caso confirmado que inicie com quadro de febre e linfonodomegalia [inchaço de linfonodos]”.
Nestes casos, a coleta se dará também por swab da orofaringe e da região anal.
Essas amostras são enviadas ao laboratórios e processadas em um exame de RT-PCR, mesma tecnologia dos testes de Covid-19 e que buscam material genético do vírus.
Recomendações
Para as pessoas que tenham diagnóstico confirmado ou suspeita de infecção pelo vírus monkeypox, as recomendações dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA incluem:
Isolar-se em casa desde o início dos sintomas, especialmente após o surgimento de lesões na pele.
Evitar contato próximo ou físico com pessoas e animais.
Cobrir as lesões e utilizar máscara bem ajustada ao rosto sempre que precisar se deslocar a um serviço médico.
Não compartilhar itens como talheres, roupas de cama e toalhas.
Evitar contato íntimo, incluindo sexual, com outras pessoas.
Lavar frequentemente as mãos com água e sabão, especialmente após tocar nas erupções cutâneas.
O período de isolamento só pode ser suspenso quando todas as lesões tiverem secado e uma nova camada de pele nascido nas áreas afetadas. Em casos que transcorrem normalmente, esse período pode variar entre 15 e 28 dias.
Estou com sintomas de varíola do macaco, o que devo fazer? Tire esta e outras dúvidas
O cenário da varíola do macaco nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte é de transmissão comunitária, o que significa que qualquer pessoa pode ser infectada pelo vírus monkeypox. Nesse contexto, o Ministério da Saúde orienta as pessoas a procurarem atendimento médico em uma UBS (unidade básica de saúde) da sua região ao apresentarem os sintomas característicos da doença
Quais são os primeiros sintomas da varíola do macaco? Nos primeiros dias, os sintomas mais comuns da infecção são febre, dor de cabeça, inchaço dos gânglios linfáticos (popularmente conhecido como íngua), cansaço intenso, dores musculares e nas costas. As lesões na pele costumam aparecer entre o primeiro e o quinto dia após a febre e, no surto atual, podem se concentrar na região genital e/ou perianal. “[A varíola do macaco tem uma] forma clínica diferente de se manifestar em cada pessoa, algumas têm lesão só na região genital, outras podem ter no couro cabeludo, em outra parte do corpo, não é algo uniforme”, explica o infectologista José Ângelo Lindoso, coordenador do Grupo de Doenças Negligenciadas do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo
NIAID
Quando devo fazer o teste? O exame para diagnóstico da varíola do macaco é o PCR – a mesma técnica usada para a Covid – e só pode ser feito após o aparecimento das lesões, segundo o infectologista. Antes disso, o paciente é classificado como um caso suspeito ou provável da doença, segundo as definições do Ministério da Saúde. “No momento, ainda não tem nenhum outro método de diagnóstico disponível, como colher o exame de sangue”, afirma Lindoso
Qual é o tratamento para a varíola do macaco? Não há um tratamento específico para a doença, conforme explica o infectologista. Para tratar os sintomas, o paciente recebe medicação, como um antitérmico para reduzir a febre ou analgésico para as dores. Também não há nenhum medicamento disponível para tratar ou reduzir as lesões na pele
Por quanto tempo se transmite o vírus após o fim dos sintomas? O infectologista afirma que ainda não se sabe por quanto tempo o monkeypox pode ser transmitido mesmo após o desaparecimento das lesões, meio por onde a contaminação ocorre de forma mais eficaz. “O que temos de recomendação é que enquanto as lesões não estiverem revitalizadas ainda há risco de transmissão, e a pessoa tem que ficar em isolamento”, afirma Lindoso
Qual é o grupo de risco para casos graves de varíola do macaco? As pessoas mais vulneráveis a complicações pela infecção causada pelo vírus monkeypox são crianças, gestantes e imunocomprometidos. Para o restante da população, a doença não apresenta alto grau de complexidade, com exceção dos quadros em que há um grande número de lesões na pele, o que pode levar a infecções secundárias, assim como lesões de mucosas anais e na uretra. No Brasil, a primeira morte por varíola do macaco registrada foi de um homem imunocomprometido
O que devo fazer caso o diagnóstico de varíola do macaco seja confirmado? O R7 teve acesso a recomendações do Instituto de Infectologia Emílio Ribas que servem para casos confirmados e suspeitos e que vão ao encontro das orientações do Ministério da Saúde. Veja a seguir: – Usar máscara cirúrgica perto de outras pessoas e se houver sintomas respiratórios como tosse, falta de ar e dor na garganta; – Evitar contato com animais, inclusive animais de estimação; – Cobrir as feridas da pele com uso de mangas longas ou calças compridas para minimizar o risco de contato com outras pessoas; – Permanecer em área separada dos demais moradores da residências, inclusive durante as refeições, e manter as janelas abertas; – Lavar a escova de dentes após o uso com água e detergente neutro, secá-la e guardá-la separadamente; – Higienizar as mãos com água e sabão ou com álcool 70% antes e depois do contato com secreção da lesão e fluidos; – Higienizar as áreas próximas (superfícies) e o ambiente diariamente com água e sabão/detergente, álcool 70% ou hipoclorito de sódio 0,1% a 0,5%; – Higienizar o banheiro após cada uso (vide orientações acima); – Higienizar as mãos com água e sabão ou com álcool 70% depois do contato com as roupas, lençóis, toalha de banho ou superfícies próximas; – As pessoas que residem no domicílio deverão higienizar as mãos após contato com o paciente, objetos e roupas utilizadas pelo paciente; – As roupas devem ser separadas com cuidado para não haver contato direto com o material contaminado. Não sacudi-las, para evitar dispersar partículas infecciosas; – Lavar roupas de cama, toalhas, roupas de uso individual separadas em máquina de lavar ou em tanque com água e sabão. Alvejante (água sanitária) pode ser adicionado, mas não é necessário; – Pratos e outros talheres não podem ser compartilhados e deverão ser devidamente lavados com água e sabão; – Os resíduos contaminados, como curativos e bandagens, deverão ser descartados em saco plástico no lixo domiciliar; – O isolamento deve ser mantido até que todas as feridas tenham formado crosta e se desprendido naturalmente, por um período de cerca de 3 a 4 semanas; – Não ter contato com pessoas imunocomprometidas até que todas as crostas desapareçam. A interrupção do isolamento durante a doença só deverá ocorrer se houver necessidade de avaliação presencial em serviços de saúde; – Não manter relação sexual durante o isolamento e utilizar preservativo durante 3 meses após o diagnóstico
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PORTAL TERRA
Dona do TikTok compra uma das maiores redes de hospitais da China
A gigante adquiriu a Amcare Health que conta com hospitais em Pequim e Shenzhen por cerca de US$ 1,5 bilhão, aumentando sua presença no setor de saúde
A ByteDance expandiu seu portfólio de serviços com a aquisição de uma das principais redes de hospitais da China, a Amcare Healthcare, pelo valor de US_jobs(data.conteudo)nbsp;1,5 bilhões (R$ 7,7 bilhões), marcando um dos maiores acordos de uma big tech nacional, desde a repressão da internet naquele país.
A Amcare Healthcare foi fundada em Pequim no ano de 2006 e administra hospitais femininos e infantis nas cidades de Pequim e Shenzhen. Em 2020, a empresa obteve uma licença do governo para operações de fertilização in vitro após adquirir um hospital em Pequim.
Segundo o banco de dados de empresas privadas e públicas sediadas na China, Qichacha, duas subsidiárias da ByteDance já possuem uma participação combinada de 100% na rede de hospitais.
O campo da saúde não é uma novidade para a ByteDance, a big tech conta com o seu próprio app de saúde, Xiaohe, voltado para consultas online, hospitalares e serviços de bem-estar, assim como as concorrentes domésticas Alibaba Health Information Technology Ltd. e Ping An Healthcare and Technology.
Em 2020, a dona do TikTok também investiu em uma startup de biotecnologia especializada na descoberta de novos medicamentos, Shuimu BioSciences e na empresa que realiza síntese de DNA, Songuo Medical.
A mais nova aquisição da ByteDance mostra que a gigante provavelmente busca se expandir para novas áreas, visto que o setor de entretenimento online tem sido alvo constante de Pequim — que tem criado novas regulamentações para a área de tecnologia para conter a “expansão desordenada de capital” no final de 2020.
Com a aquisição, a dona da rede social que popularizou o formato de vídeos curtos se une a outras big techs, como Apple e Amazon, que exploram cada vez mais maneiras de digitalizar o setor de saúde tradicional e popularizar a telemedicina.
A demanda por serviços de saúde na Internet disparou em meio à pandemia de Covid-19. No auge da crise de saúde pública na China no início deste ano, consultas online gratuitas oferecidas por provedores ajudaram a aliviar a pressão sobre os hospitais locais e a tranquilizar os pacientes.
Segundo a empresa de pesquisa de mercado norte-americana Frost & Sullivan, o mercado de telemedicina da China deve atingir 198 bilhões de yuans (R$ 150,2 bilhões) até 2025, bem acima dos 22 bilhões de yuans (R$ 16,7 bilhões) em 2020 — aumento promovido pela pandemia.
Atualmente os investimentos da ByteDance abrangem setores que incluem o metaverso, educação, robôs de limpeza até café, porém a empresa reduziu seus investimentos após o aumento da pressão das autoridades sob os negócios das empresas de tecnologia chinesas.
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VALOR ONLINE
Pacheco marca para o fim de agosto votação que trata do rol taxativo
Para presidente do Senado é importante sessão de debates para ouvir a sociedade e os segmentos envolvidos 1 de 1 Pacheco: para presidente do Senado é importante sessão de debates para ouvir a sociedade e os segmentos envolvidos – Foto: Pedro Gontijo/Senado Federal O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidiu agendar para o fim de agosto a votação do projeto que trata da obrigação dos planos de saúde de cobrirem tratamentos que não estejam previstos pela Agência Nacional de Saúde (ANS) – o chamado rol taxativo.
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O GLOBO
Covid: vacina adaptada já aguarda aprovação
BioNTech e Pfizer comunicaram que imunizante para mais recentes subvariantes da Ômicron pode ser lançado até outubro. Resultados de estudos da versão anterior, para BA.l, foram enviados a reguladores europeus
A farmacêutica BioNTech e sua parceira americana Pfizer informaram, nesta semana, que começaram a fabricar vacinas “bivalentes” de Covid-19, atualizadas e projetadas para proteger contra as mais recentes subvariantes BA.4 e BA.5 do coronavírus. A empresa disse que pode lançar os imunizantes até outubro se receber aprovação regulatória.
Elas se juntam a outros fabricantes de vacina como a Moderna, que tentam criar formas avançadas e atualizadas de imunizantes para proteger contra as novas cepas do coronavírus. A ideia é que as duas novas versões protejam contra as variantes mais recentes, além das sublinhagens anteriores.
O primeiro imunizante tem como alvo a subvariante BA.l da Ômicron. Os dados do estudo clínico sobre sua segurança e eficácia foram enviados em julho para a aprovação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA). Os resultados da pesquisa foram satisfatórios ao mostrar a produção de anticorpos neutralizantes mais altos contra a sublinhagem. A segunda vacina, desenvolvida para atacar as subvariantes BA.4 e BA.5, começará a ser testada este mês.
Para agilizar o processo de aprovação das versões atualizadas, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora americana de medicamentos, afirmou que os fabricantes de vacina não precisam enviar dados novos de ensaios clínicos para as vacinas adaptadas BA.4/BA.5, pois ela aprovará as vacinas modificadas usando dados clínicos dos estudos da vacina para BA.l.
Entretanto, a Agência Europeia de Medicamentos não seguirá a mesma conduta. O órgão comunicou que exigirá dos fabricantes de vacina todos os dados clínicos para cada uma das fórmulas atualizadas para combater novas variantes do coronavírus.
VERSÃO DA MODERNA
A Moderna anunciou no mês passado que havia testado um reforço bivalente que produzia anticorpos neutralizantes mais altos contra as subvariantes BA.l e BA.4/BA.5. No entanto, nenhum esforço contra as novas variantes foi aprovado ainda.
Em junho, a FDA pediu, em comunicado, que as fabricantes de vacina mantivessem sua composição atual, ou seja, que previnem contra formas graves da Covid-19, enquanto adicionavam componentes extras que pudessem proteger contra as cepas BA.4/BA.5.
Alguns especialistas sustentam que as versões adaptadas de vacinas contra a Covid-19 sejam uma ampla aposta epidemiológica apenas quando os atuais imunizantes se provarem ineficazes na prevenção de quadros mais graves da doença, como hospitalizações e mortes.
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REDE BRASIL
NotreDame Intermédica: trabalhadores denunciam abusos em hospital de BH
São Paulo – Trabalhadores entregaram hoje (9) documento com mais de 100 assinaturas denunciando abusos em Hospital Lifecenter, de Belo Horizonte, ligado ao gigante brasileiro dos planos de saúde, Grupo NotreDame Intermédica (GNDI). O relatório aponta sobrecarga, pressões e outros problemas decorrentes da aquisição da instituição histórica em dezembro de 2020. Depois disso, a operadora acabou ainda incorporada pelo operadora Hapvida, compondo um mega-conglomerado privado de saúde. Segundo relatos, desde então a nova gestão implementou diversos cortes e mudanças que atingiram os funcionários e, por consequência, o atendimento aos pacientes.
Segundo a auxiliar de rouparia Cleusa Lopes, diretora do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de BH e Região (Sindeess), desde a compra houve muitas demissões. Assim, falta pessoal em vários setores e os funcionários vivem sob pressão.
“Os profissionais de enfermagem estão lutando para dar o atendimento necessário, pela situação de sobrecarga. Supervisores reclamam não ter tempo nem equipe para treinar novos funcionários”, disse a dirigente, que trabalha há 13 anos no hospital.
Técnicos de enfermagem, incluindo aqueles que trabalham no Pronto Atendimento, na Unidade de Terapia Intensiva e no Bloco Cirúrgico, reclamam que não há substitutos para os que precisam faltar, estão em licença médica ou tiram férias. Para se ter uma ideia da situação, há dois técnicos para atender 18 pacientes.
Isso porque houve cancelamento do contrato entre o hospital e um laboratório. E técnicos de enfermagem têm de cobrir tarefas anteriormente realizadas por técnicos de laboratório. Por exemplo, coleta de sangue e atualização de prontuários em programas de computador específicos, entre outras atividades.
Para completar, os funcionários do Hospital Lifecenter reivindicam um canal para atendimento de recursos humanos. O atendimento presencial, eliminado com a compra pelo Grupo NotreDame Intermédica, em dezembro de 2020, foi substituído por atendimento informatizado. Vários trabalhadores apontam problemas relacionados a essa transição, incluindo o pagamento de férias, adicional noturno e acesso ao plano de saúde dos funcionários.
Lideranças do Sindeess relatam várias tentativas frustradas de chegar a um acordo com a empresa. Segundo o sindicato, não houve interesse da Hapvida Intermédica em buscar soluções em conjunto contra os abusos no hospital da empresa de planos de saúde. Maria Josefina Souza da Silva, funcionária do hospital e dirigente do Sindeess, afirmou que “os funcionários do Hospital Lifecenter são dedicados ao seu trabalho e a cuidar da população de Belo Horizonte. Mas ficam arrasados ao ver o impacto desses problemas para uma instituição que sempre foi referência na cidade.
Nós, no Sindeess e na UNI, exigimos uma negociação séria para resolver a situação de sobrecarga e outros problemas que os nossos associados estão enfrentando no hospital. Para que eles possam trabalhar com dignidade e prestar o melhor atendimento possível para os seus pacientes”, disse. O Sindeess representa mais de 30.000 profissionais da saúde na região. A UNI Global Union é uma entidade sindical internacional que reúne organizações de trabalhadores do setor de serviços, inclusive de saúde.
A Hapvida ficou famosa em todo o país depois de levar multa de R$ 468 mil do Ministério Público do Ceará em 2021. A empresa impôs aos médicos conveniados que receitassem o chamado kit covid aos pacientes com covid-19. A prescrição ocorreu mesmo após a OMS ter declarado a ineficácia da hidrocloroquina contra a doença.
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SITE BARRA
Saúde financeira é a que mais preocupa no Brasil
A saúde financeira é o principal motivo de preocupação dos brasileiros. Uma pesquisa feita pelo Instituto FSB, encomendada pela SulAmérica, revela que, em 2022, 63% das pessoas entrevistadas acham necessário diminuir os gastos, e 49% enfrentam dificuldades econômicas.
A diretora de Marketing da SulAmérica, Simone Cesena, avalia que o cenário reforça a importância de as pessoas passarem a se programar melhor financeiramente, com um orçamento equilibrado entre a renda e a despesa. Para ela, contextos como o da pandemia podem agravar ainda mais a saúde financeira dos indivíduos.
“Antigamente, quando falávamos em ter saúde, vinha muito na nossa cabeça a questão de não estar doente. Depois de tudo o que viemos passando, queremos muito mais do que só não estar doente. Quanto à saúde financeira, vemos os desafios que o mundo está enfrentando. E percebemos que, hoje, a educação financeira e de saúde, é algo que está sendo levado mais a sério. Por exemplo, fomos pegos de surpresa pela pandemia. Imagina a situação para quem não tinha reserva financeira”, considera.
A pesquisa revela, ainda, que, em 2021, 4 em cada 10 brasileiros estavam mais preocupados com a saúde financeira do que com as saúdes física e emocional.
Saúde emocional preocupa mais do que a saúde física
Mesmo com saúde financeira em destaque entre as preocupações, existe também um sinal de alerta para a saúde emocional. A pesquisa mostra que, a cada 10 brasileiros, 6 dizem que agora estão cuidando mais da saúde e do bem-estar do que durante o auge da pandemia. No entanto, a saúde emocional piorou para 48% dos entrevistados, devido aos efeitos da pandemia, e 54% afirmam que a saúde emocional é a segunda maior causa de preocupação.
De acordo com a pesquisa, a chamada geração Z (nascidos entre 1990 e 2010) foi a que se mostrou mais vulnerável quanto ao surgimento de sintomas e sentimentos no último ano. A ansiedade faz parte do cotidiano de 62% dos jovens em 2022, aumento de 6% em relação a 2021 (56%). A insônia também é uma realidade para 45% dos jovens.
“A geração Z está sofrendo um pouco mais do que as outras. Então, vemos que existe uma diferença geracional de comportamento em relação à saúde emocional. Por outro lado, está muito mais no nosso cotidiano falar sobre esse assunto. Logo, percebemos que todos os tratamentos, como os terapêuticos, em todas as gerações, viraram algo que está mais no nosso dia a dia”, avalia Simone Cesena.
A estudante Victoria de Arruda tem 21 anos e mora em São Paulo. Ela sofre de ansiedade desde muito nova, e faz tratamento com psiquiatra há um ano e meio. Ela afirma que a internet, principalmente as redes sociais, potencializam as crises.
“Além do fato de a ansiedade ser uma preocupação constante, acaba sendo cansativo emocionalmente, e também fico fisicamente cansada. Então, muitas vezes não consigo me concentrar nas coisas que tenho que fazer, porque tive uma crise de ansiedade ou os sintomas estão muito fortes. Tudo isso acaba me esgotando física e emocionalmente”, relata.
O levantamento também mostra que a saúde física aparece em terceiro lugar entre as principais preocupações de 51% dos brasileiros entrevistados.
“Percebemos um impacto grande no sobrepeso e obesidade das pessoas. Além disso, a própria ansiedade e a insônia também foram problemas identificados relacionados aos demais. Quando se fala em sobrepeso, é importante se cuidar mais, ficar atento à alimentação e praticar exercícios físicos, por exemplo. Tudo isso vai impactar positivamente nas saúdes física e mental”, destaca Simone Cesena.
Com o intuito de cuidar da saúde mental e emocional, mais de 60% dos que responderam à pesquisa têm como hábito ouvir música, 45% fazem atividades relacionadas à espiritualidade ou religião, enquanto 42% descansam ou fazem relaxamento. Somente 9% disseram fazer terapia. Ao serem questionados acerca de hábitos regulares de cuidados com a saúde física, 62% revelaram ter baixa ou nenhuma frequência de atividades.
A pesquisa foi realizada no mês de maio. A amostra contou com duas mil entrevistas por abordagem online, nas 27 unidades federativas. O levantamento avaliou questões referentes às saúdes física, emocional e financeira dos participantes. A margem de erro no total da amostra e? de 2 pp, com intervalo de confiança de 95%.
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CORREIO BRAZILIENSE
Novo vírus infecta 35 pessoas na China
O Langya causa sintomas como febre, dores musculares e cansaço e é acompanhado por cientistas desde 2018, antes da descoberta do causador da covid. Segundo a equipe, não há evidências da transmissão do patógeno entre humanos
Gabriella Tiscoski
Quando a pandemia da covid-19 foi decretada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em março de 2020, há quase dois anos, um grupo de pesquisadores já acompanhava, também na China, a evolução de um vírus que começava a infectar humanos. Agora, em um estudo publicado no New England Journal of Medicine, o grupo anuncia que o novo patógeno, o Langya henipavirus (LayV), foi identificado em 35 pessoas nas províncias de Shandong e Henan, causando alguns sintomas similares à primeira fase da covid-19, como febre alta, cansaço e tosse.
Os pesquisadores, liderados por Xiao-Ai Zhang e Hao Li, ambos do Instituto de Microbiologia e Epidemiologia de Pequim, informaram que as amostras coletadas no estudo eram muito pequenas para determinar se há ou não a transmissão de humanos para humanos, mas eles não descartam essa hipótese. No artigo, ressaltam que se trata de uma “descoberta que merece investigação adicional para entender melhor a doença humana associada”, sinalizando a importância de se manter em alerta para evitar uma nova epidemia. A opinião é compartilhada por Werciley Júnior, coordenador de infectologia do Hospital Santa Lúcia, em Brasília. “O novo vírus está restrito a regiões da China, mas pode chegar a outras partes do mundo”, justifica.
Segundo autoridades de saúde chinesas, os pacientes não tiveram contato próximo entre eles, o que sinaliza que as infecções humanas podem ser esporádicas. A equipe acompanhou, entre abril de 2018 e agosto de 2021, pacientes de hospitais populares da China, com o intuito de realizar triagens em doenças zoonóticas (transmitidas de animais para humanos) suspeitas. Pessoas com febre aguda (acima de 38°C) e um histórico de exposição animal dentro de um mês antes do início das complicações foram recrutadas para o estudo.
Exames de sangue e de secreções da garganta indicaram o novo vírus. Existem outros dois patógenos do mesmo gênero — o Hendra henipavirus (HeV) e o Nipah henipavirus (NiV) –, que têm alto grau de letalidade em casos de infecção grave. Nos casos apresentados no New England Journal of Medicine, não houve óbitos nem complicações críticas. Os sintomas apresentados pelos infectados foram febre (100% dos pacientes), fadiga (54%), tosse (50%), anorexia (50%), dores musculares (46%), náusea (38%), cefaleia (35%) e vômitos (35%).
Após a identificação do LayV, a equipe fez uma investigação epidemiológica dos pacientes infectados e seus familiares de contato próximo por meio de um questionário padrão, que incluía dados demográficos e doenças de base preexistentes, além do histórico de exposição antes do início de doenças. Assim, a equipe constatou que a transmissão pode ter ocorrido por animais ou frutas infectados.
Selvagens e domésticos
Testes em 25 espécies de animais selvagens sugerem que o musaranho — um mamífero parecido com camundongos — pode ser um reservatório natural do LayV. Há também casos de infecções em animais domésticos, como cães, e cabras de alguns infectados. Análises do genoma do vírus indicam que ele tem uma organização genômica idêntica à de outros henipavírus, que, como indicam o artigo, são “conhecidos por infectar humanos e causar doenças fatais”.
É a primeira vez que o LayV é identificado em humanos. Por isso, não há tratamento específico para essa infecção. No caso dos outros henipavírus, há terapias em investigação. Pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, publicaram, em março, na revista Science, que descobriram detalhes sobre como o Nipah e o Hendra atacam as células e as respostas imunes que tentam combater essa infecção, abrindo espaço para novas frentes terapêuticas, incluindo vacinas.
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GAZETA WEB
Pacientes imunocomprometidos ou com infecções fúngicas terão novas opções de tratamento pelo SUS
O Ministério da Saúde incorporou novos medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de pacientes imunocomprometidos e com infecções fúngicas. As novas tecnologias (Anidulafungina, Voriconazol e Isavuconazol), avaliadas e recomendadas pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), serão disponibilizadas nos próximos meses na rede pública.
Os pacientes imunocomprometidos são aqueles cujos mecanismos de defesa (sistema imunológico) estão comprometidos. É comum em pacientes oncológicos, soropositivos ou transplantados. Grupo considerado extremamente de risco são os pacientes com transplante recente de medula óssea. Até vírus brandos, que causam pequenas gripes, podem desencadear quadros mais graves, como pneumonias.
Fungos são um dos quatro grupos de organismos infecciosos, que incluem bactérias, vírus e parasitas. Infecções por fungos são as invasões dos tecidos por uma ou mais espécies e variam de superficiais, da pele, até mais profundas, de órgãos e do sangue (septicemia) ou doenças sistêmicas. Alguns fungos são oportunistas, afetam apenas pessoas imunodeprimidas. Outros são patogênicos, que adoecem o paciente independentemente do estado do seu sistema imunológico.
Anidulafungina
Para tratamento de pacientes com candidemia e outras formas de candidíase invasiva. Trata-se de um agente antifúngico administrado na veia, que possui ação contra um amplo espectro de espécies do gênero Candida.
A candidíase engloba um conjunto de infecções que podem se manifestar tanto de forma localizada, como na boca e/ou faringe (candidíase orofaríngea), quanto de forma disseminada. Esta última inclui infecções de corrente sanguínea e de outros tecidos, como o sistema nervoso central, coração, olhos, ossos, peritônio (membrana que recobre a parede do abdômen e a superfície dos órgãos ali localizados), fígado e outros.
A cada ano, a candidíase invasiva afeta mais de 250 mil pessoas em todo o mundo e causa mais de 50 mil mortes. No Brasil, dados apontam para a ocorrência de 2,5 casos de candidemia para cada mil internações hospitalares. Estudo recente realizado no Paraná e publicado em 2021 verificou 2,7 casos de candidemia para cada mil pacientes por dia e 1,2 episódios para cada mil internações.
Voriconazol
Para tratamento de pacientes com aspergilose invasiva, doença causada por espécies de fungos do gênero Aspergillus e que se manifesta nas vias aéreas e pulmões, podendo envolver outros órgãos, causando infecção do sistema nervoso central, do trato gastrointestinal, olhos, pele, revestimento interno do coração e até mesmo se disseminar por todo o organismo. Os sintomas incluem febre, calafrios, choque, delírio e coágulos sanguíneos. Pode ocorrer também dificuldade de respirar, insuficiência renal e do fígado (nesse caso, a pele e os olhos ficam amarelados devido ao mau funcionamento do órgão).
Para tratamento de pacientes com aspergilose invasiva, doença causada por espécies de fungos do gênero Aspergillus e que se manifesta nas vias aéreas e pulmões, podendo envolver outros órgãos, causando infecção do sistema nervoso central, do trato gastrointestinal, olhos, pele, revestimento interno do coração e até mesmo se disseminar por todo o organismo. Os sintomas incluem febre, calafrios, choque, delírio e coágulos sanguíneos. Pode ocorrer também dificuldade de respirar, insuficiência renal e do fígado (nesse caso, a pele e os olhos ficam amarelados devido ao mau funcionamento do órgão).
Estima-se que ocorram por ano no Brasil 12 casos de infecção invasiva por fungos do gênero Aspergillus para cada milhão de habitantes. O voriconazol é um agente que combate diversos tipos de fungos, sendo empregado no tratamento da aspergilose invasiva e de várias outras infecções fúngicas. Quanto mais cedo se inicia o tratamento melhores são as chances de recuperação.
Isavuconazol
Para tratamento da fase de consolidação de pacientes diagnosticados com todas as formas de mucormicose. Essa é uma infecção rara, com alta taxas de letalidade, que afeta principalmente pessoas com imunidade comprometida, vítimas de traumas com perfuração de alguma parte do corpo, pessoas com alto índice de ferro no sangue, pacientes com diabetes ou câncer nas células sanguíneas ou que já tenham realizado transplante de órgãos.
Para tratamento da fase de consolidação de pacientes diagnosticados com todas as formas de mucormicose. Essa é uma infecção rara, com alta taxas de letalidade, que afeta principalmente pessoas com imunidade comprometida, vítimas de traumas com perfuração de alguma parte do corpo, pessoas com alto índice de ferro no sangue, pacientes com diabetes ou câncer nas células sanguíneas ou que já tenham realizado transplante de órgãos.
O isavuconazol é um medicamento que age eliminando ou paralisando o crescimento de diversos tipos de fungos, incluindo os da ordem Mucorales. É indicado para tratamento da mucormicose e da aspergilose invasiva.
O tratamento da mucormicose consiste em administração imediata de medicamentos antifúngicos, composta por duas fases: a de indução (ataque) e a de consolidação (manutenção). A fase de indução dura em média 4 semanas e o medicamento indicado é a anfotericina B. A depender das condições clínicas do paciente, podem ser recomendadas cirurgias para remoção dos tecidos que foram atingidos pelo fungo.
A fase de consolidação se caracteriza por um período de manutenção do tratamento, quando existe o controle da doença e tem duração média de aproximadamente seis meses. Nessa fase, apesar de ser possível continuar o tratamento com anfotericina B, o isavuconazol é o tratamento recomendado.
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MEDICINA S/A
Unidades de saúde devem adequar a remuneração mínima da enfermagem
Após a Proposta de Emenda à Constituição do piso da enfermagem (PEC 11/22) ser publicada no Diário Oficial da União (DOU), as unidades de saúde deverão adequar o pagamento mínimo da classe. A Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem) apoia a medida, que fixa em R$ 4.750 o piso salarial de enfermeiros e reajusta a remuneração de técnicos, auxiliares e parteiras.
Até então, não haviam salários base para esses profissionais. É um avanço necessário, dada a desigualdade salarial que hoje enfrentam e a incompatibilidade com a sua luta diária, especialmente neste período em que atuaram na linha de frente desta guerra travada contra o coronavírus, expostos à depressão, ansiedade e estresse pós-traumático. Conceder essa reparação é uma questão de justiça, afirma o presidente da Anadem, Raul Canal.
A Anadem acompanha desde o início a tramitação da proposta que prevê o piso salarial fixo e tem feito contínua mobilização em prol de mais melhorias nas condições de trabalho dos enfermeiros: defende suporte estrutural e psicológico para a categoria, auxílio indenizatório para profissionais de saúde vítimas da Covid-19 e redução da carga horária dos enfermeiros para 30 horas.
O artigo que estabelecia reajuste de salários com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi vetado. A PEC 11/22 surgiu para dar sustentação constitucional ao PL 2564/20, aprovado na Câmara e no Senado. O texto fixa a remuneração equivalente a 70% do piso nacional como mínimo para técnicos de enfermagem. Para auxiliares de enfermagem e parteiras, o valor será equivalente a 50%.
Novos pisos
Enfermeiros: R$ 4.750
Técnicos de enfermagem: R$ 3.325
Auxiliares de enfermagem: R$ 2.375
Parteiras: R$ 2.375
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1 em cada 10 pacientes sofre dano hospitalar e 70% dos eventos não são comunicados
Estima-se que 1 em cada 10 pacientes sofra algum dano ao receber cuidados hospitalares. O que representa, a cada ano, 134 milhões de eventos adversos em hospitais de países de baixa e média renda devido a cuidados em saúde inseguros, resultando em 2,6 milhões de mortes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Com o predomínio persistente de elevado número de incidentes no cuidado de saúde com danos para os pacientes, os profissionais de saúde relutam em falar abertamente sobre o assunto e compartilhar informações relevantes com os pacientes. Portanto, é de extrema relevância e urgência tratar do disclosure, explica Aline Albuquerque, professora, pesquisadora e coordenadora do grupo temático de trabalho Jurídico da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente SOBRASP que traz o tema à tona em seu congresso anual, em setembro.
Segundo Aline, embora seja intuitivamente perceptível que os pacientes tenham esse direito, pesquisas apontam que apenas 30% dos eventos adversos são revelados pelos profissionais de saúde a quem mais importa.
Profissionais da saúde têm o dever de informar aos pacientes e familiares de forma transparente e empática quaisquer danos assistenciais que possam acontecer, ainda que muitas vezes o conhecimento sobre o ocorrido possa ser traumático, diz a coordenadora. Por isso mesmo, o momento do disclosure requer cautela e preparo emocional, para que o diálogo seja honesto, empático e oportuno; também requer atenção para que a situação não se agrave e não haja uma ruptura drástica na relação de confiança construída entre os profissionais de saúde, pacientes e a instituição.
Aline destaca que o disclosure é um elemento-chave da resposta precoce e da investigação de incidentes de segurança do paciente. Eventos adversos acontecem durante um procedimento ou um tratamento e não devem ser omitidos, completa. O disclosure está associado à garantia do direito à informação, do direito de acesso ao prontuário, do direito à reparação integral e do direito à confidencialidade das informações pessoais A prática é própria de uma cultura que promove a qualidade e a segurança do paciente.
A baixa Literacia para a Saúde também é entrave
A Literacia para a Saúde (LS) é outro tema que será discutido no congresso da SOBRASP em setembro. Em linhas gerais, a LS envolve a motivação e as competências pessoais que permitem ao indivíduo acessar, compreender, avaliar e decidir sobre as questões de saúde em seu cotidiano.
Sendo assim, conclui-se que o paciente com baixa LS perde muito em qualidade de assistência. Ou seja, além de não saber como agir adequadamente diante das necessidades de sua própria saúde, muitas das vezes nem sabe como mover-se nas diversas instâncias dos serviços de saúde, diz Claudia Corrêa, coordenadora do grupo temático de trabalho em Odontologia da SOBRASP e cirurgiã-dentista.
É muito importante que os profissionais da saúde trabalhem para o aumento da LS de seu paciente. Para isso, entre outras coisas, é imprescindível uma comunicação efetiva que atente para o uso de jargões ou linguagens próprias da saúde com os pacientes e seus familiares. Não importa o nível de escolaridade ou instrução, em determinado momento a pessoa pode ser exposta a informações difíceis de serem assimiladas rapidamente, ou porque foram ouvidas pela primeira vez ou porque são muito complexas. É preciso que sejam passadas com muita paciência e numa linguagem clara e acessível ao ouvinte, além de termos a certeza de que houve a compreensão correta, destaca Cláudia.
Segundo ela, não é porque o paciente acena que sim, com a cabeça, que ele realmente compreendeu todas as informações. Ele pode dizer sim por vergonha, por pressa ou para não incomodar o profissional de saúde, explica.
A especialista detalha, ainda, que a baixa LS pode afetar diretamente a saúde das pessoas. Se o paciente não sabe onde procurar informações confiáveis, não se interessa por compreender o curso da doença que lhe acomete ou por entender o tratamento, não saberá quando deve buscar atendimento no caso de uma intercorrência no uso de um medicamento, por exemplo. Assim, ele não estará adequadamente inserido no cuidado em saúde e não se apropria de todos os recursos com os quais poderia contar a fim de contribuir consigo mesmo, ou com algum de seus entes queridos, no percurso da assistência, completa Cláudia.
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TV ANHANGUERA
Polícia apreende 900 ampolas de anestésicos em Goiânia
https://globoplay.globo.com/v/10833437/
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Pacientes reclamam de demora no atendimento no Hospital das Clínicas em Goiânia
https://globoplay.globo.com/v/10833444/
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A REDAÇÃO
Águas Lindas de Goiás confirma primeiro caso de varíola dos macacos
Caroline Louise
Goiânia – Águas Lindas de Goiás registrou o primeiro caso de varíola dos macacos no município, segundo boletim divulgado nesta terça-feira (9/8) pela Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO). Além disso, os dados confirmam duas novas infecções pela doença no território goiano nas últimas 24 horas, sendo mais um em Goiânia, que contabiliza 44 casos.
Até o momento, Goiás registra 53 confirmações da varíola dos macacos. De acordo com a SES-GO, já são 182 casos suspeitos da doença no Estado. Todos os pacientes são homens com idades entre 23 e 43 anos.
Cidades com confirmações da varíola dos macacos:
Goiânia (44)
Itaberaí (1)
Luziânia (1)
Inhumas (1)
Águas Lindas de Goiás (1)
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Covid-19: Goiás confirma 2.355 novos casos 15 mortes em 24 horas
Goiânia – Goiás registrou e 2.355 novos casos e 15 mortes provocadas pela doença nas últimas 24 horas. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (9/8) pela Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO). Com as atualizações, o território goiano soma 1.647.036 infecções e 27.251 óbitos.
A pasta ainda investiga 868.948 casos e 205 mortes para avaliar se há relação com o novo coronavírus. No Estado, a taxa de letalidade do vírus é de 1,65%.
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Pesquisadores da UFG desenvolvem novo teste para varíola dos macacos
Goiânia – Pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) desenvolveram um teste para a varíola dos macacos com insumos 100% nacionais e capaz de detectar o vírus logo no início dos sintomas. A técnica foi a mesma utilizada anteriormente para criar o teste da covid-19 e do zika vírus. O teste Lamp detecta o DNA do vírus, amplificando o material genético de maneira simples, rápida e barata. Pelos cálculos dos pesquisadores, os reagentes para um exame ficariam em cerca de R$ 3.
Tal qual o teste da covid-19, a solução muda de cor no caso da presença do DNA do vírus. O indicador fica amarelo em caso de detecção. O teste é rápido, feito em aproximadamente 40 minutos, com equipamentos simples de laboratório. O teste foi desenvolvido a partir de uma amostra enviada pelo Laboratório de Virologia Clínica e Molecular da Universidade de São Paulo (USP). A professora do Instituto de Química da UFG e coordenadora da pesquisa, Gabriela Duarte, disse que a melhor amostra para o teste é a retirada do líquido da pústula, que são as erupções da pele, mas também é possível encontrar o vírus na urina, sangue e esperma, embora não tão concentrados.
O teste foi desenvolvido em três semanas e agora vai para a etapa de validação com um grande número de amostras e comparação com o teste padrão ouro que é o PCR. O exame também detecta o vírus logo no início dos sintomas, o que agiliza o diagnóstico. A professora da UFG, Gabriela Duarte, disse que uma das dificuldades atuais da pesquisa, que também ocorreu no caso do teste da covid-19, é conseguir o painel de amostras dos pacientes para a pesquisa. “Só a partir dessas amostras é possível validar o teste. Depois disso dependerá das autoridades de saúde investimento para desenvolvimento e aplicação, para que possa ser utilizado pela população”, afirma.
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Assessoria de Comunicação