Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 01/09/23

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Cremego se posiciona “radicalmente contra” liberação do porte de maconha

Artigo – As novas leis e a medicina

Goiânia sedia projeto de rastreamento precoce do câncer de mama

Governo de Goiás lança campanha sobre doação de órgãos e tecidos

Justiça determina improcedente ação do MP em acusação milionária na aquisição de remédios pela SMS

Goianos relatam superação de doenças com canabidiol, substância da maconha

Cremego se posiciona contra descriminalização da maconha

Torcedor fanático do Santos, Faustão recebe coração de são-paulino, revela primo de doador

Paciente de clínica clandestina onde 50 pessoas foram resgatadas com desnutrição e graves ferimentos fala das condições do local: ‘Lá é um inferno’

Vacinação brasileira é modelo para o mundo, mas enfrenta desafios

Tecnologia para tratar câncer de pele é aprovado para uso no SUS

A REDAÇÃO

Cremego se posiciona “radicalmente contra” liberação do porte de maconha

Em nota assinada pelo presidente Fernando Pacéli Neves de Siqueira, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) se posicionou “radicalmente contra” a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal no Brasil. O tema está em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) e o placar está com 5 votos favoráveis e um contrário à descriminalização. A votação foi suspensa após pedidos de vista.
 
No texto divulgado nesta quinta-feira (31/8), o Conselho considera o uso da maconha “uma ameaça grave à saúde pública” e argumenta que “estudos científicos demonstram que não há dose de consumo segura e que o uso da maconha”. Ainda na nota, o Cremego defende que a droga causa “uma série de efeitos adversos à saúde, incluindo prejuízos cognitivos, riscos respiratórios e implicações psiquiátricas significativas”.

A nota pode ser conferida na íntegra abaixo.

Cremego manifesta-se radicalmente contra a liberação do porte e uso da maconha no Brasil
 
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), cumprindo o seu compromisso primordial de proteger a saúde e bem-estar da população, vem a público manifestar-se radicalmente contra a liberação do porte e uso da maconha no Brasil.
 
Em julgamento no Supremo Tribunal Federal, em debate no Congresso Nacional e já defendida em moção do Conselho Nacional de Saúde, a liberação do porte de maconha para consumo pessoal é uma ameaça grave à saúde pública.
 
Estudos científicos demonstram que não há dose de consumo segura e que o uso da maconha está associado a uma série de efeitos adversos à saúde, incluindo prejuízos cognitivos, riscos respiratórios e implicações psiquiátricas significativas.
 
A literatura médica estabelece uma associação sólida entre o uso de maconha, especialmente em idades jovens, e o aumento no risco de desenvolvimento de esquizofrenia – uma grave doença mental, que afeta o pensamento, a percepção e o comportamento – em indivíduos geneticamente predispostos.
 
O aumento do quadro depressivo entre os brasileiros, o crescimento alarmante dos índices de suicídio entre a nossa população e as deficiências na assistência à saúde mental no Brasil já são motivos mais do que suficientes para a rejeição de qualquer proposta de legalização da droga no País.
 
Essa proposta está na contramão do momento que vivemos e que exige a proteção da população, a melhoria dos serviços de saúde e a conscientização dos brasileiros sobre o autocuidado e, não, o aceite da introdução na sociedade de mais uma substância com risco comprovado.
 
Apelos de pequenos grupos envoltos em interesses escusos não podem justificar a adoção de uma medida que ameaça o futuro do País.
 
Portanto, diante das evidências acumuladas sobre os riscos da maconha para a saúde mental e física da população, conclamamos as autoridades competentes a considerarem cuidadosamente as implicações desta substância antes da tomada de decisões relacionadas à liberação de seu porte e uso.
 
Fernando Pacéli Neves de Siqueira – Presidente do Cremego

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Artigo – As novas leis e a medicina

Na semana passada, nos deparamos com a sanção de uma lei que garante às mulheres o direito à presença de um acompanhante durante atendimentos médico-hospitalares, inclusive procedimentos cirúrgicos. Esse é apenas um exemplo da enxurrada de leis sancionadas e projetos apresentados diariamente em Goiás que nos causam preocupações legítimas sobre os potenciais efeitos negativos na qualidade do atendimento médico e na segurança dos pacientes. 

A intenção por trás dessas medidas pode até ser nobre, mas é crucial considerar atentamente as consequências práticas antes de implementá-las. Porém, surpreendentemente, o que temos visto é que a voz da classe médica, que possui conhecimento técnico e experiência direta, é deixada de lado durante o processo de elaboração e aprovação das leis.

Voltando ao exemplo inicial, embora a presença de um acompanhante no centro cirúrgico possa ser vista como uma forma de proporcionar segurança e apoio emocional às pacientes, na prática ela representa riscos significativos à pessoa que será operada.

Basta observar que a presença de um acompanhante no ambiente esterilizado de um centro cirúrgico introduz um elemento de risco de infecção. O acompanhante leigo na área da saúde também pode não estar preparado para assistir os procedimentos ou lidar com intercorrências comuns em cirurgias, dispersando a concentração da equipe médica. 

E mais: a aplicação dessa e de outras leis que impactam o trabalho dos médicos e o funcionamento das unidades de saúde tem um custo, cuja fonte de cobertura não é determinada. Ou seja, os legisladores não definem quem irá ressarcir o hospital pelo custo extra com a paramentação do acompanhante, por exemplo.

Assim, a obrigatoriedade de cumprimento de algumas dessas leis pode resultar em falta de recursos, sobrecarga de trabalho e dificuldades operacionais nos hospitais e isso, por sua vez, pode afetar negativamente a qualidade dos cuidados de saúde oferecidos aos pacientes, levando, em casos extremos, a consequências fatais.

A falta de compreensão das complexidades inerentes à prestação de cuidados de saúde fica evidente em algumas propostas em tramitação no legislativo municipal e estadual. Como sanar esse problema? É simples! Basta consultar as entidades médicas e hospitalares.

O Cremego está de portas abertas para contribuir com deputados e vereadores e ajudá-los na construção de leis que melhorem a assistência à população. É só nos procurarem para que possamos, juntos, cessar esse ciclo de leis inexequíveis e mal concebidas que podem, inadvertidamente, comprometer a saúde e até mesmo a vida dos pacientes que deveriam proteger.

*Fernando Pacéli Neves de Siqueira é médico pediatra e presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego)

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Goiânia sedia projeto de rastreamento precoce do câncer de mama

Com foco no rastreamento precoce do câncer de mama, o Hospital e Maternidade Dona Iris sediou, nesta quinta-feira (31/8), o início de um projeto pioneiro no Brasil. Na ocasião, como parte do programa Goiânia Sempre Rosa, ocorreu a conclusão da capacitação de profissionais de saúde que trabalham na linha de frente, como médicos e enfermeiros, quando o assunto é a detecção da neoplasia a partir dos 40 anos. A cerimônia contou com a presença do prefeito, Rogério Cruz; da primeira-dama, Thelma Cruz; e do secretário municipal, Durval Pedroso. 

A capacitação, segundo o prefeito Rogério, reforça o compromisso da atual gestão municipal com a garantia  do acesso das mulheres aos serviços de saúde. “A partir dessa iniciativa, a nossa rede de acolhimento contará com mais 40 profissionais aptos a identificar possíveis casos da doença”, disse. 

A iniciativa foi direcionada a médicos, enfermeiros e Agentes Comunitários de Saúde (ACS). O ciclo visa aprimorar os protocolos e agilizar o acesso a exames fundamentais, como a mamografia e ultrassonografia de mama. Com a formação, 100% da rede de Goiânia está preparada para o diagnóstico do câncer. 

O evento foi marcado pela defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), um dos sistemas públicos mais robustos e inclusivos do mundo. Rogério Cruz compartilhou com os formandos o processo de tratamento e cura da doença vivenciada por sua mãe, Marizes Cruz.

“Ela foi diagnosticada com câncer de mama ainda no início da doença e passou pelo tratamento. Com o apoio de profissionais como vocês, ela foi curada. Por isso, é motivo de orgulho participar desse momento que prepara as pessoas para cuidar das pessoas” disse. “E tudo isso é possível porque temos um sistema único de saúde abrangente e robusto, que se fortalece a cada dia”, acrescentou. 


Secretário de Saúde da capital, Durval Pedroso também defendeu o SUS e as ações desenvolvidas pela Prefeitura de Goiânia para melhorar os serviços de Atenção Primária. A primeira-dama Thelma Cruz comentou sobre os resultados conquistados no programa Goiânia Sempre Rosa, como a capacitação dos profissionais, e reforçou a importância dos “trabalhos sociais para ampliar a rede de proteção à saúde das mulheres”. 

A melhoria do sistema público de saúde também foi defendida pelo médico Ivo Santos Souza, que atua na USF Vila Mutirão e participou da formação. “A capacitação foi muito esclarecedora e Goiânia está sendo pioneira no rastreamento do câncer de mama a partir dos 40 anos. Isso é um marco para quem defende saúde pública de qualidade”, disse.

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Governo de Goiás lança campanha sobre doação de órgãos e tecidos

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), realiza uma série de ações na campanha Setembro Verde, criada para intensificar ações de educação, informação e sensibilização da população sobre doação de órgãos e tecidos para transplante. O lançamento será nesta sexta-feira (1º/9), às 9h, no auditório do Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG), com a presença do secretário estadual da Saúde, Sérgio Vencio. O evento vai contar com apresentação especial da banda do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, seguida de depoimentos de um receptor de órgãos e uma família doadora.

Na programação da campanha está agendado o 2º Pedal pela Vida, no dia 17, às 8h, com participação especial de Patrícia Fonseca, triatleta transplantada de coração. No dia 19, às 9h, no plenário da Assembleia Legislativa, haverá homenagem aos parceiros envolvidos na doação e transplante em Goiás e, no dia 27, Dia Nacional da Doação de Órgãos, será realizada blitz com motoristas e entrega de material informativo, na Rua 94, Setor Sul, em parceria com o Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran).

Desde 2017, início das cirurgias de transplante no HGG, até agosto deste ano, 805 transplantes renais foram realizados na unidade, 104 deles apenas em 2022, o que representa 92% dos 113 procedimentos registrados no Estado, além de 45 transplantes de fígado. Esses números colocam o HGG entre os dez maiores centros transplantadores de rins no Brasil, segundo dados do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).

“O Governo de Goiás investiu recursos para que o hospital pudesse ter uma unidade de referência que hoje faz transplantes de rins, fígado, pâncreas, rim-pâncreas e medula óssea”, explica Sérgio Vencio. “A secretaria está viabilizando uma parceria com a Universidade Federal de Goiás para capacitar médicos na captação de córneas, uma das principais demandas no estado”, adianta.

A gerente da Central de Transplantes, Katiuscia Freitas, ressalta que, apesar de o Estado promover atividades durante todo o ano, o mês de setembro foi escolhido, nacionalmente, para intensificar essas ações. “Essa transformação cultural, que é falar abertamente sobre a doação de órgãos, é muito importante para promover o tema e alertar a população. Tanto que, no ano passado, tivemos um aumento no número de doações e transplantes logo após o período da campanha”, afirma Katiuscia.

Mobilização

De janeiro a junho de 2023, foram realizados 474 transplantes de órgãos e tecidos em Goiás, um aumento de 47,5% em relação a 2022. Esse total envolve 87 rins, 3 fígados, 334 córneas, 17 transplantes de medula óssea e 5 musculoesquelético, captados de 69 doadores, beneficiando receptores que aguardavam na fila de transplantes em Goiás e de outros Estados.

“Precisamos evoluir na aceitação da família e, consequentemente, diminuir o tempo de espera para o transplante”, defende a gerente de Transplantes. “Além disso, a lista de espera, hoje, é a maior da história brasileira, com mais de 65 mil pessoas aguardando. Isso só será possível à medida que falarmos sobre o tema”, alertou Katiuscia.

Ainda segundo a gerente, o grande desafio para o aumento dos transplantes continua sendo a recusa familiar, que chega a 63,4%, por decisões que envolvem desconhecimento, mitos e tabus em torno do tema. “Por esse motivo, é importante sensibilizar a população sobre o assunto, tendo em vista que quem decide pela doação é a família”, explica.

Também como ações pelo Setembro Verde, estão previstas a iluminação de fachadas de órgãos públicos e privados, parcerias com shoppings centers e times de futebol (Atlético Goianiense, Goiás Esporte Clube e Vila Nova), e palestras solicitadas para o período (hospitais, escolas e empresas).


Programação do Setembro Verde:

1/9 – Abertura da Campanha de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes, no auditório do Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG), a partir das 9h.

17/9 – 2º Pedal pela Vida – A partir das 8h. Expectativa de participação de cerca de 300 profissionais da saúde, parceiros e comunidade. O percurso será de ida e volta, entre o Parque Areião, Jardim Goiás e Parque Vaca Brava. Haverá participação especial de Patrícia Fonseca, triatleta transplantada de coração, palestrante motivacional e fundadora do Instituto Sou Doador. Haverá ainda distribuição de kit e sorteio de brindes aos inscritos.

19/9 – Homenagem aos parceiros da doação e transplante em Goiás. A partir das 9h, no Plenário da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), com entrega de certificado de reconhecimento para cem representantes de hospitais, empresas, laboratórios e parceiros para receberem certificado de reconhecimento.

27/9 – Dia Nacional da Doação de Órgãos, Ação na Rua 94, Setor Sul, com blitz para motoristas e entrega de folder, esclarecendo sobre mitos e verdades aos motoristas em parceria com o Detran. Haverá ainda uma mobilização com as regionais de saúde, com divulgação e sensibilização junto aos gestores municipais.

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JORNAL OPÇÃO

Justiça determina improcedente ação do MP em acusação milionária na aquisição de remédios pela SMS

De acordo com o MPGO, o ex-gestor da pasta, o médico Elias Rassi, o ex-assessor de Planejamento da SMS e da Santa Casa, Ségio Norio Nakamura, e o ex-diretor-geral do hospital, Sérgio Antônio Machado, teriam causado um rombo de R$ 2 milhões no convênio 006/2011, firmado há mais de 10 anos entre a secretaria e a Santa Casa de Misericórdia de Goiânia

A 3ª Vara da Fazenda Pública Municipal e Registros Públicos de Goiânia determinou nesta quinta-feira, 31, improcedente a ação do Ministério Público de Goiás (MPGO) que acusava supostas irregularidades na aquisição de medicamentos pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

De acordo com o MPGO, o ex-gestor da pasta, o médico Elias Rassi, o ex-assessor de Planejamento da SMS e da Santa Casa, Sérgio Norio Nakamura, e o ex-diretor-geral do hospital, Sérgio Antônio Machado, teriam causado um rombo de R$ 2 milhões no convênio 006/2011, firmado há mais de 10 anos entre a secretaria e a Santa Casa de Misericórdia de Goiânia.

Porém, a juíza que determinou a improcedência argumentou que “não há nos autos evidências de perda patrimonial efetiva do ente municipal ou mesmo a liberação ilegal de verba pública ou mesmo a sua aplicação irregular”.

“Ora, diante das provas existentes nos autos, é possível comprovar que a aquisição de medicamento e insumos na forma relatada pelo Ministério Público ocorreu a fim de que as atividades de ensino do hospital escola, e consequentemente a prestação do serviço de saúde à população da região noroeste de Goiânia fosse devidamente prestada, sem paralisações”, completou a magistrada.

Para ela, os recursos do convênio foram aplicados corretamente, como previsto no contrato firmado, o que “descaracteriza eventual ato de improbidade”.

Elias Rassi deixou a gestão da Secretaria de Saúde de Goiânia há 12 anos e a ação do MP tramitou por sete anos. A decisão ainda é passível de recurso ao Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO).

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Goianos relatam superação de doenças com canabidiol, substância da maconha

Suellen Gonçalves, de 38 anos, e Paulo Camargo, 63, compartilham suas experiências com o medicamento que mudou suas vidas

No ano de 2022, a moradora de Goiânia Suellen Gonçalves, de 38 anos, recebeu um segundo diagnóstico de Covid-19. Ela precisou de hospitalização que durou aproximadamente uma semana. A doença progrediu e afetou gravemente 75% de seus pulmões, resultando em diversas sequelas tanto no âmbito neurológico quanto físico.

O desenrolar dessa situação levou Suellen a desenvolver várias complicações de saúde que continuaram a afetá-la nos meses seguintes. Entre essas complicações, foi diagnosticada com fibromialgia, uma condição caracterizada por dores intensas em diversas partes do corpo.

Suellen revela que sua saúde ficou notavelmente enfraquecida devido a esse conjunto de acontecimentos. “A Covid-19 deixou várias sequelas neurológicas. Afetou minha memória, ansiedade, falta de atenção, alteração no sono e dores nas articulações”, afirma a professora.

Conforme relatado por ela, a dor crônica tornava a execução de atividades simples do dia a dia mais desafiadora. “A fibromialgia me condicionou a fortes dores em todas as partes do meu corpo, mas, principalmente, no pescoço, ombros, cotovelos, punhos, mãos e dedos.”

Um ano após passar por diversos tratamentos, incluindo medicamentos controlados, sessões de acupuntura e fisioterapia, a educadora recebeu recomendação médica para iniciar o uso do óleo de canabidiol.

“Ele tem sido muito importante no meu tratamento de dor crônica. Com efeito analgésico, tem me ajudado a reduzir as percepções das dores, proporcionando um alívio nos pontos de inflamações. Ele contribuiu bastante para uma melhor qualidade de vida. E hoje me sinto mais disposta, sem problemas de insônia, ansiedade e com uma melhora significativa no meu humor”, comenta Suellen.

Para ela, a utilização de CBD foi fundamental para retomar as atividades cotidianas. “Após o tratamento, voltei a dar aula, a praticar exercícios físicos regularmente (musculação), onde percebi a redução do estresse, a melhoria da qualidade do sono e melhora na autoestima”, celebra a profissional de educação física.

Suellen relata ainda que o procedimento resultou em uma sensação de calma profunda, além de uma notável melhoria na capacidade de concentração e direcionamento de atenção. “Sou imensamente feliz e digo que as pessoas precisam conhecer os benefícios do CDB e encontrar um alívio para tamanho desconforto com esse transtorno com dores generalizadas. É uma doença crônica, que afeta pra valer a qualidade de vida, incapacitando com cansaço, insônia e estresse crônico”, conclui.

Paulo Camargo, de 63 anos, sofreu dois Acidentes Vasculares Cerebrais em fevereiro de 2022. Como resultado, o lado esquerdo do corpo do empresário ficou paralisado devido aos derrames, o que causou dificuldades significativas em sua mobilidade. Consequentemente, ele dependeu de uma cadeira de rodas para se locomover durante quase um ano.

A partir de janeiro, Paulo começou a utilizar o canabidiol, conforme prescrito pelo médico que monitora sua condição clínica. Ele relata que sua qualidade de vida experimentou melhorias notáveis desde então. Entre os avanços significativos, está a sua capacidade de voltar a caminhar sem a necessidade de assistência.

“Cada dia, era uma surpresa! Foram dois AVCs, um isquêmico e outro hemorrágico. Passei 21 dias na UTI. Não tomava banho e nem trocava roupa sozinho. Não andava sem auxílio de bengala! Depois do medicamento, faço tudo sozinho e a bengala e a cadeira de rodas estão encostadas!”, afirma o paciente.

Conforme relatado pelo empresário, ele desfruta de consideravelmente maior autonomia desde que começou a utilizar a medicação.

“Eu tô tomando o CBD há cerca de seis meses e mudou minha vida. Hoje consigo realizar tarefas do dia a dia sozinho. Faço limpeza da casa, faço comida, resolvo meus negócios bancário, odontológicos e até assistência aos meus clientes. O próximo passo é renovar a carteira profissional e comprar um carro. Também quero voltar à faculdade para terminar meu curso de direito”, celebra Paulo.

Segundo o Dr. Flavio Geraldes Alves, que é o presidente da Associação Pan-Americana de Medicina Canabinoide (APMC) e atua como consultor médico na NuNature Labs, que produz canabidiol, o medicamento se destaca como uma abordagem terapêutica altamente eficaz no tratamento de situações como fibromialgia e dores crônicas.

“O canabidiol atua muito bem nessas patologias inflamatórias. Ele tem um potencial analgésico e anti-inflamatório muito importante. Então, geralmente nesses casos costumamos ter boas respostas com o uso do do óleo”, explica o médico.

O especialista também menciona que existem múltiplos estudos que atestam a eficácia do canabidiol no manejo da fibromialgia.

“Ele atua, para além da dor e da inflamação, diretamente em receptores da serotonina, sendo um potencial ansiolítico e antidepressivo, o que melhora a qualidade de vida dos pacientes. Então, o tratamento com CBD é interessante porque, além de ser anti-inflamatório, ele atua na regulação da ansiedade, depressão e outros sintomas que podem ser desencadeados pelas dores crônicas”, afirma.

Ainda conforme Dr. Flávio Geraldes Alves, o canabidiol possui potencial para desempenhar um papel significativo em situações pós-AVC.

“É uma excelente opção terapêutica. O CBD pode auxiliar na recuperação neurológica desse paciente. Outra questão muito comum, os pacientes por terem essas condições debilitantes, podem desenvolver ansiedade ou depressão por perderem os movimentos. Então, o canabidiol tem esse potencial de melhorar a saúde mental e a qualidade de vida”, explica.

O doutor ainda acrescenta que o tratamento também tem efeito sobre a espasticidade, que resulta em dor crônica e restringe ainda mais a amplitude dos movimentos.

“Lesões neurológicas podem desenvolver sequelas motoras, como a espasticidade. O Canabidiol Full Spectrum, que contém o THC, pode ajudar nessa espasticidade e na dor que essa sequela pode causar”, afirma o Dr. Flávio.

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TRIBUNA DO PLANALTO

Cremego se posiciona contra descriminalização da maconha

Em nota, o Conselho considera o uso da maconha “uma ameaça grave à saúde pública”


O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) se posicionou “radicalmente contra” a descriminalização da maconha na Brasil. O tema está em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) e o placar está com 5 votos favoráveis e um contrário à descriminalização. A votação foi suspensa após pedidos de vista.

No texto divulgado nesta quinta-feira (31), o Conselho considera o uso da maconha “uma ameaça grave à saúde pública” e argumenta que “estudos científicos demonstram que não há dose de consumo segura e que o uso da maconha”.

Confira a nota na íntegra:

Cremego manifesta-se radicalmente contra a liberação do porte e uso da maconha no Brasil

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), cumprindo o seu compromisso primordial de proteger a saúde e bem-estar da população, vem a público manifestar-se radicalmente contra a liberação do porte e uso da maconha no Brasil.

Em julgamento no Supremo Tribunal Federal, em debate no Congresso Nacional e já defendida em moção do Conselho Nacional de Saúde, a liberação do porte de maconha para consumo pessoal é uma ameaça grave à saúde pública.

Estudos científicos demonstram que não há dose de consumo segura e que o uso da maconha está associado a uma série de efeitos adversos à saúde, incluindo prejuízos cognitivos, riscos respiratórios e implicações psiquiátricas significativas.

A literatura médica estabelece uma associação sólida entre o uso de maconha, especialmente em idades jovens, e o aumento no risco de desenvolvimento de esquizofrenia – uma grave doença mental, que afeta o pensamento, a percepção e o comportamento – em indivíduos geneticamente predispostos.

O aumento do quadro depressivo entre os brasileiros, o crescimento alarmante dos índices de suicídio entre a nossa população e as deficiências na assistência à saúde mental no Brasil já são motivos mais do que suficientes para a rejeição de qualquer proposta de legalização da droga no País.

Essa proposta está na contramão do momento que vivemos e que exige a proteção da população, a melhoria dos serviços de saúde e a conscientização dos brasileiros sobre o autocuidado e, não, o aceite da introdução na sociedade de mais uma substância com risco comprovado.

Apelos de pequenos grupos envoltos em interesses escusos não podem justificar a adoção de uma medida que ameaça o futuro do País.

Portanto, diante das evidências acumuladas sobre os riscos da maconha para a saúde mental e física da população, conclamamos as autoridades competentes a considerarem cuidadosamente as implicações desta substância antes da tomada de decisões relacionadas à liberação de seu porte e uso.

Fernando Pacéli Neves de Siqueira – Presidente do Cremego

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PORTAL G1

Torcedor fanático do Santos, Faustão recebe coração de são-paulino, revela primo de doador

Jogador de futebol de várzea Fábio Cordeiro da Silva morreu após sofrer um AVC em Santos, no litoral de São Paulo. O coração dele hoje bate no peito do apresentador.

O coração que hoje bate no peito de Faustão, torcedor do Santos Futebol Clube, é são-paulino. O doador do órgão, Fábio Cordeiro da Silva, que morreu em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) era torcedor do tricolor paulista, conforme apurado pelo g1 nesta sexta-feira (1º).

Segundo André Batista da Silva, o primo Fábio torcia para o São Paulo desde a infância, assim como ele. Apesar da paixão de ambos pelo tricolor, a família é de Santos, no litoral de São Paulo, terra do clube alvinegro — o jogador de várzea morava em Mongaguá, também no litoral paulista.

“Podemos dizer que o Faustão, que é santista, hoje tem um coração são-paulino”, apontou André Batista ao g1.

Fábio e o São Paulo

André, de 41 anos, lembrou ter ‘influenciado’ o parente, que tinha 35, a torcer pelo São Paulo quando ainda eram crianças. O tricolor também é o time do coração de Flavio Cordeiro da Silva, irmão de Fábio, e do primo Adriano Pereira.

“Vem desde a infância, com os primos e o irmão. Somos todos são-paulinos”, comentou André.

Fábio era jogador de futebol de várzea no litoral paulista e, segundo André, a família também sempre manteve laços com o esporte. “Jogávamos futebol de areia, praticávamos surfe e vôlei de praia. Sempre fomos muito ligados ao esporte na Baixada Santista”.

Faustão e o Santos FC

Repórter esportivo durante a ‘era Pelé’ no Santos FC, Faustão é torcedor do clube alvinegro. Um registro dos dois, inclusive, foi publicado pelo filho do apresentador, João Silva, nas redes sociais.

Faustão também foi flagrado na arquibancada do Maracanã durante a final da Copa Libertadores da América entre Santos FC e Palmeiras, em janeiro de 2021.

O coração transplantado para o apresentador, inclusive, saiu de Santos (SP). O helicóptero que transportou o órgão até o Hospital Albert Einstein, na capital paulista, levantou voo do campo da Portuguesa Santista, outro clube de futebol da cidade.

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Paciente de clínica clandestina onde 50 pessoas foram resgatadas com desnutrição e graves ferimentos fala das condições do local: ‘Lá é um inferno’

Homem se disse aliviado após ter sido resgatado. Operação de resgate foi feita pela Polícia Civil de Goiás.

Por Maiara Dal Bosco, g1 Goiás

Um dos resgatados pela Polícia Civil (PC) de uma clínica clandestina em Anápolis, na última terça-feira (29), definiu o local, em que 50 vítimas estavam, como um inferno. Em entrevista à TV Anhanguera, o homem afirmou estar aliviado por ter sido resgatado do local.

“Tinha gente pra bater nos outros. Lá é um inferno. Eu nunca vi um trem daquele. É o pior lugar que já estive na minha vida” afirmou.

Outra vítima resgatada, um homem de 53 anos, contou sobre o que viveu no local.

“Fui recebido a murro. Me jogaram lá dentro igual se joga um bicho. Fiquei muitos dias lá, e estou começando a tossir, sei que é costela quebrada”, afirmou.

O homem de 53 anos também se disse aliviado por ter saído da clínica. “Eu ficava molhado a noite inteira. Me jogavam garrafas de água, às vezes balde [de água]. Eu tremia a noite inteira”, contou.

Entenda o caso

A Polícia Civil (PC) resgatou, nesta terça-feira (29), 50 pessoas, entre elas idosos, menores e pessoas com deficiência, vítimas de maus-tratos, tortura e cárcere privado. De acordo com Manoel Vanderic, delegado à frente do caso, o local onde as vítimas foram encontradas, se trata de uma clínica clandestina, na zona rural de Anápolis.

Os donos do local são um casal de pastores de uma igreja no município. A pastora e outros quatro funcionários, investigados por agredir as vítimas, foram presos. Segundo a Polícia Civil, todos responderão por tortura e cárcere privados qualificados e foram recolhidos na cadeia pública, com exceção do pastor, que fugiu durante a diligência e segue sendo procurado.

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AGÊNCIA BRASIL

Vacinação brasileira é modelo para o mundo, mas enfrenta desafios

Programa Nacional de Imunizações completa 50 anos este mês

Prevenir contra o sarampo uma criança da Terra Indígena Bacurizinho, no Maranhão. Vacinar contra a pneumonia um idoso acamado em casa, no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro. Proteger da raiva um adolescente ferido por um morcego silvestre na zona da mata mineira. Imunizar um bebê contra o tétano ainda na barriga da mãe.

Aplicar centenas de milhões de doses de vacinas por ano em mais de 5 mil municípios. Fazer tudo isso de forma gratuita e segura foi o que tornou o Programa Nacional de Imunizações [PNI] do Brasil o maior do mundo e uma referência até mesmo para países desenvolvidos. 

Há 50 anos, o PNI cumpre a ambiciosa missão de vacinar uma enorme população dispersa num território continental chamado Brasil, profundamente marcado pela diversidade de culturas e cenários, e também pela desigualdade de condições de vida. Ao longo do mês de setembro, a Agência Brasil vai relembrar as conquistas dessas cinco décadas, discutir os desafios do futuro e destacar a importância das vacinas para a saúde coletiva do povo brasileiro e da humanidade.

Apesar de ser considerado o maior programa de vacinação público e gratuito do mundo, com 20 vacinas que eliminaram doenças importantes como a poliomielite, o tétano neonatal e a rubéola congênita, o programa completa meio século de vida lutando para reverter retrocessos que levaram as coberturas vacinais de volta aos níveis dos anos de 1980. Pesquisadores veem com otimismo o novo momento vivido pelo programa, mas apontam que há um longo caminho a ser percorrido.

Referência global

“Nós, os brasileiros do PNI [Programa Nacional de Imunizações], fomos solicitados a dar cursos no Suriname, recebemos técnicos de Angola para serem capacitados aqui. Estabelecemos cooperação técnica com Estados Unidos, México, Guiana Francesa, Argentina, Paraguai, Uruguai, Venezuela, Bolívia, Colômbia, Peru, Israel, Angola, Filipinas. Fizemos doações para Uruguai, Paraguai, República Dominicana, Bolívia e Argentina”.

O trecho, retirado do livro comemorativo dos 30 anos do PNI, organizado pelo Ministério da Saúde, deixa claro o destaque internacional do Brasil no setor de imunizações. O ano era 2003, e a imunização no país exibia elevados percentuais ano após ano, o que levou à eliminação do tétano neonatal, da rubéola congênita e do sarampo do país nos anos seguintes. Desde 2015, porém, uma queda considerável na busca pela vacinação fez com que o país revivesse o medo de doenças que ele já tinha vencido: o sarampo retornou em 2018, e a volta da pólio é considerada uma ameaça de alto risco.

A chefe de saúde do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Luciana Phebo, classifica o programa como uma referência global, principalmente para países com renda média e baixa e semelhanças socioeconômicas com o Brasil. 

“É um programa de referência não só para a América Latina, mas para países da África também. E o Unicef, junto com a OMS [Organização Mundial da Saúde], tem também essa função de levar boas práticas do Brasil para outros países de contextos semelhantes. O PNI não é só importante para o Brasil, é importante para todo o mundo”. 

Luciana Phebo destaca que o Brasil dispõe de ferramentas importantes que criaram as condições para um programa tão bem sucedido, como um sistema público e universal de saúde, instituições com tecnologia para produzir vacinas, e uma rede de atenção básica que ainda pode melhorar, mas que conta com um alcance relevante para chegar a quem precisa das vacinas.

“O SUS [Sistema Único de Saúde] é extraordinário, está acima do que acontece no mundo e até mesmo em países desenvolvidos, com a capilaridade, com uma gestão unificada, com o Ministério da Saúde chegando aos municípios mais remotos e a todo o território nacional, que é vastíssimo. Poucos países têm essa estrutura.”

As quedas nas coberturas vacinais observadas desde 2015, porém, acenderam um sinal de alerta para autoridades sanitárias do Brasil e do exterior, e a possibilidade de que doenças eliminadas do país retornem causa preocupação. 

“Com a pandemia, essa redução se agravou e, no período pós-pandêmico, acontece uma pequena melhora, a curva começa a tomar uma outra direção, mas essa resposta tem que ser acelerada. E ainda não teve a aceleração necessária para garantir que não haja reintrodução de doenças como a poliomielite ou surtos de sarampo que poderão voltar a acontecer”.

Reconstrução progressiva

Em entrevista à Agência Brasil, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, destaca que o governo tem atuado para reestabelecer o protagonismo do programa e a confiança da sociedade no Ministério da Saúde enquanto autoridade sanitária nacional. Apesar de considerar que o desafio está sendo vencido, ela lembra que a reconstrução será progressiva e levará tempo.

“Quando começamos a avançar com maior expressão, a partir de fins da década de 1980, o mundo ficou impressionado com nossa capacidade de engajar a população, de estabelecer essa relação de confiança com a vacinação. A experiência bem-sucedida e a proteção contra diversas doenças, perceptíveis nos dados de redução e eliminação dessas doenças, reforçaram essa confiança que precisamos hoje recuperar”, reforçou.

“Reconquistar as altas coberturas vacinais, portanto, em um segundo momento, pode voltar a nos colocar em uma posição de referência que nos faça contribuir mais no enfrentamento ao negacionismo e à hesitação vacinal. Nosso objetivo é voltar a ser exemplo para o mundo. Retomar essa posição de referência internacional e mobilizá-la na nossa cooperação com outros países, incluindo a vacinação, é nossa prioridade.”

SUS

Consultora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e ex-coordenadora do PNI, Carla Domingues destaca que o programa se fortaleceu porque foi considerado uma política de Estado, tendo se estruturado desde a ditadura militar e passado por diferentes governos democráticos. A robustez conquistada, porém, veio principalmente na década de 1990, a partir da criação do Sistema Único de Saúde (SUS).

“O PNI foi um exemplo de sucesso porque todos os princípios do SUS foram efetivamente consolidados. Começando pela universalidade, que define que todas as vacinas cheguem a toda a população brasileira, seja ela dos grandes centros, cidades médias, população ribeirinha ou indígena”, afirma Carla Domingues, que esteve à frente do programa brasileiro por 13 anos.

“A história de sucesso vai até 2016. Hoje, infelizmente, nossos indicadores estão sendo comparados a países como Haiti e Venezuela. Infelizmente, deixamos de ser modelo. O grande desafio é voltar a estabelecer essa confiança que a gente teve por mais de quatro décadas, com a população brasileira sendo responsável e comparecendo aos postos de vacinação”.

Um ponto importante que o PNI introduziu no país, explica a especialista, foi a participação dos estados e municípios nas políticas de imunização, com atribuições definidas para cada uma das esferas do governo. A compra centralizada e em larga escala de vacinas para todo o país por parte do governo federal, também garantida a partir do programa, foi essencial para que todas as populações pudessem ser vacinadas, independentemente da saúde financeira ou prioridade orçamentária de seus estados.

“Até a década de 1970, os programas da varíola, da pólio e da rubéola faziam suas compras, e não havia uma política nacional de aquisição de vacinas. E para doenças como sarampo, difteria, tétano e coqueluche, os estados que tinham recursos faziam programas estaduais. Isso não tinha impacto para a eliminação das doenças. Com compras centralizadas, distribuição e aplicação descentralizadas, garantia de fornecimento e toda uma cadeia de transporte e logística, você conseguiu implementar essa política de vacinação”.

Calendários para todos

Toda essa estrutura permitiu que o programa saísse das quatro vacinas ofertadas na década de 1970 para 20 vacinas disponíveis hoje, com calendários para crianças, adolescentes, adultos, gestantes e campanhas de grande porte como a vacinação anual contra o Influenza.

Esses motivos fizeram com que o Brasil sempre fosse convidado a apresentar suas experiências nas reuniões da Organização Pan-Americana de Saúde, lembra Carla Domingues, que acrescenta que o país também implementou de forma célere as recomendações e os compromissos debatidos no organismo internacional.

“O Brasil serviu de modelo quando a organização mostrava os casos de sucesso e, principalmente, pelos desafios, sendo um país tão grande, com populações tão dispersas e em condições geográficas tão diferentes.”

A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Monica Levi, concorda que, apesar de cada país ter suas características, o Brasil era um modelo. Ela destaca que, da mesma forma, outras experiências internacionais podem agregar estratégias no enfrentamento de desafios, como o antivacinismo. 

“O Brasil é um país que serve de modelo por ter um êxito nas coberturas vacinais por vários e vários anos, o que não é mais uma realidade agora”, conta Mônica.

“É importante ver como outros países enfrentaram as crises de confiança e conseguiram contornar a situação. Mas o que acontece em um país em termos de hesitação vacinal nem sempre é o mesmo que em outros”, afirma a especialista apontado exemplos como o Japão e a Austrália, que enfrentaram fortes movimentos antivacina contra o imunização anti-HPV. 

A SBIm, a Fundação Oswaldo Cruz e o Ministério da Saúde têm trabalhado juntos em um projeto de reversão das baixas coberturas vacinais que obteve bons resultados no Amapá e na Paraíba, envolvendo as comunidades e os líderes comunitários na mobilização pró-vacinas. Esses resultados têm norteado as campanhas de multivacinação que devem chegar a todos os estados até o fim do ano.

“Já vejo melhora, mas não para todas as vacinas. Sou otimista e acredito que vamos conseguir recuperar nossa cobertura vacinal e voltar a ser como éramos antes. Já tivemos uma melhora em 2022, mas ainda não estamos perto de atingir o que a gente precisa. Ainda tem muito trabalho pela frente”. 

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Tecnologia para tratar câncer de pele é aprovado para uso no SUS

Foco é o carcinoma basocelular em fase inicial de tratamento

Pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) com o tipo de câncer de pele mais comum vão ter um novo tratamento desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP). A tecnologia 100% nacional promete um tratamento rápido, com menos desconforto e foi aprovado para uso na saúde pública. 

Uma casquinha no nariz foi como a dona de casa Helena Pontieri Morales descobriu a lesão de câncer de pele no rosto. Ela passou por um tratamento de terapia fotodinâmica, que está revolucionando a dermatologia no país. A inovação permite que pacientes como ela não precisem mais passar por cirurgia. 

“Só deu uma queimadinha e pronto”, conta Helena sobre o procedimento a laser.

O tratamento é oferecido gratuitamente no Hospital Amaral Carvalho, na cidade de Jaú, no interior paulista, um dos 70 centros de estudos que utilizam a terapia. As lesões que podem ser tratadas são as não melanoma, que respondem pela maioria dos casos de câncer de pele entre os brasileiros.

“O foco do nosso projeto é o carcinoma basocelular em fase inicial de tratamento, uma lesão pequena, com subtipo histológico específico para ser contemplado, para receber a terapia fotodinâmica”, explica a dermatologista Ana Gabriela Sálvio. 

Esse aparelho já tratou mais de 5 mil lesões e está presente em nove países da América Latina. O custo do tratamento gira em torno de R$ 200 a R$ 300 por lesão de pele com até um centímetro.

Após ter esta pomada absorvida pela pele, o paciente passa por uma terapia fotodinâmica, que mata as células cancerígenas. Em apenas duas sessões, de apenas 20 minutos, mais de 90% dos pacientes já podem sair curados.

A terapia é desenvolvida há 20 anos pela USP de São Carlos. O Brasil é considerado o país que mais investiu na técnica fotodinâmica no mundo, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Foram mais de R$ 10 milhões, com incentivos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Ministério da Saúde e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

“Um dos grandes desafios do Brasil é colocar a inovação brasileira no nível de produção científica. Somos o 13º país em produção de ciência no mundo, mas o 54º país em inovação de novos produtos, sistemas e soluções para o mundo real. Este exemplo aqui de São Carlos é a ciência básica sendo transformada em inovação e um produto que soluciona um problema do SUS”, avalia Celso Pansera, presidente da Finep.

O tratamento já está disponível há cerca de 10 anos no sistema privado. Com o desenvolvimento de uma tecnologia nacional, em julho deste ano, o aparelho foi aprovado para uso no SUS.

“É um sucesso muito grande. Como é uma técnica relativamente barata e conveniente, fácil, que não exige grande infraestrutura, ela é especialmente adequada para o Sistema Único de Saúde, que precisa disponibilizar para um número muito grande de pessoas da sociedade”, aponta o pesquisador Vanderlei Salvador Bagnato, do Instituto Física São Carlos, da USP.

O Ministério da Saúde foi procurado pela TV Brasil para saber quando a tecnologia vai estar disponível no SUS, mas não houve resposta.

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Assessoria de Comunicação