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DESTAQUES
ChatGPT desmascara mitos sobre a segurança das vacinas
Programa pretende zerar fila de espera para ultrassonografias em Goiânia
Goiânia recebe mutirão de combate a diabetes
Alergias, vacinas e gravidez: quais situações impedem a realização de procedimentos estéticos faciais?
Rede Mater Dei lança Anuário de Excelência Clínica
Brasil é o segundo país em número de casos de síndrome de burnout
Entidades médicas cobram regras sanitárias em mutirões de cirurgias
MEDICINA S/A
ChatGPT desmascara mitos sobre a segurança das vacinas
Por Rubens de Fraga Júnior
O ChatGPT pode ajudar a aumentar a aceitação da vacina, desmascarando os mitos em torno de sua segurança, afirmam os autores de um estudo publicado na revista Human Vaccines & Immunotherapeutics. Os pesquisadores perguntaram à inteligência artificial (IA) as 50 perguntas mais frequentes sobre a vacina. Eles incluíram consultas baseadas em mitos e histórias falsas.
Os resultados mostram que o ChatGPT obteve uma pontuação média de 9 em 10 em termos de precisão. No resto do tempo estava correto, mas deixou algumas lacunas nas informações fornecidas, de acordo com o estudo.
Com base nessas descobertas, os especialistas que lideraram o estudo do grupo de investigação GenPoB, sediado no Instituto de Investigación Sanitaria (IDIS) – Hospital Clínico Universitário de Santiago de Compostela, afirmam que a ferramenta de IA é uma “fonte fiável de informação não técnica para o público”, especialmente para pessoas sem conhecimentos científicos especializados.
No entanto, as descobertas destacam algumas preocupações sobre a tecnologia, como o ChatGPT, alterar suas respostas em determinadas situações.
“No geral, o ChatGPT constrói uma narrativa alinhada com as evidências científicas disponíveis, desmascarando mitos que circulam nas redes sociais”, afirma o autor principal Antonio Salas, que além de liderar o grupo de pesquisa GenPoB, também é professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha.
“Assim, facilita potencialmente um aumento na aceitação da vacina. O ChatGPT pode detectar questões falsificadas relacionadas com vacinas e vacinação. A linguagem que esta IA utiliza não é demasiada técnica e, portanto, facilmente compreensível para o público, mas sem perder o rigor científico.
“Reconhecemos que a versão atual do ChatGPT não pode substituir evidências científicas ou de especialistas. Mas os resultados sugerem que poderia ser uma fonte confiável de informações para o público”.
Em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) listou a hesitação em vacinar entre as 10 principais ameaças à saúde global.
Durante a pandemia, a desinformação espalhada através das redes sociais contribuiu para a desconfiança do público na vacinação contra a Covid-19.
Os autores deste estudo incluem os do Hospital Clínico Universitário de Santiago, que a OMS designou como centro colaborador para segurança de vacinas em 2018.
Os investigadores do centro têm explorado mitos em torno da segurança das vacinas e de situações médicas que são falsamente consideradas uma razão para não ser vacinado. Estas preocupações equivocadas contribuem para a hesitação em vacinar.
Os autores do estudo decidiram testar a capacidade do ChatGPT de esclarecer os fatos e compartilhar informações precisas sobre a segurança da vacina contra Covid, de acordo com as evidências científicas atuais.
O ChatGPT permite que as pessoas tenham conversas e interações humanas com um assistente virtual. A tecnologia é muito fácil de usar, o que a torna acessível a uma ampla população.
No entanto, muitos governos estão preocupados com a possibilidade de o ChatGPT ser usado de forma fraudulenta em ambientes educacionais, como universidades.
O estudo foi desenhado para desafiar o chatbot, fazendo-lhe as perguntas mais frequentemente recebidas pelo centro colaborador da OMS em Santiago.
As consultas cobriram três temas. O primeiro foram os equívocos em torno da segurança, como a vacina da longa Covid. Em seguida vieram as falsas contraindicações – situações médicas em que a aplicação da vacina é segura, como em mulheres que amamentam.
As questões também se relacionavam com as verdadeiras contraindicações – uma condição de saúde em que a vacina não deveria ser usada – e casos em que os médicos devem tomar precauções, por exemplo, um paciente com inflamação do músculo cardíaco.
Em seguida, os especialistas analisaram as respostas e classificaram-nas em termos de veracidade e precisão em relação às evidências científicas atuais e às recomendações da OMS e de outras agências internacionais.
Os autores dizem que isto foi importante porque os algoritmos criados pelas redes sociais e pelos motores de busca na internet são muitas vezes baseados nas preferências habituais de um indivíduo. Isto pode levar a “respostas tendenciosas ou erradas”, acrescentam.
Os resultados mostraram que a maioria das questões foi respondida corretamente com uma pontuação média de 9 em 10, definida como “excelente” ou “bom”. As respostas aos três temas das perguntas foram em média 85,5%.
O ChatGPT forneceu respostas corretas às dúvidas que surgiram de mitos genuínos sobre vacinas e àquelas consideradas nas diretrizes de recomendação clínica como contraindicações falsas ou verdadeiras.
No entanto, a equipe de investigação destaca as desvantagens do ChatGPT no fornecimento de informações sobre vacinas.
O professor Salas, especialista em genética humana, conclui: “O ChatGPT fornece respostas diferentes se a pergunta for repetida ‘com alguns segundos de atraso’. Outra preocupação que temos visto é que esta ferramenta de IA, na sua versão atual, também poderia ser treinada para fornecer respostas não alinhadas com as evidências científicas”.
O especialista ainda afirma que se pode ‘torturar’ o sistema de tal forma que ele forneça a resposta desejada. “Isto também é verdade para outros contextos diferentes das vacinas. Por exemplo, pode ser possível fazer com que o chatbot se alinhe com narrativas absurdas como a teoria da Terra plana, negar as alterações climáticas, ou opor-se à teoria da evolução, apenas para dar alguns exemplos”.
Além disso, de acordo com ele, é importante observar que essas respostas não são o comportamento padrão do ChatGPT. Dessa forma, os resultados em relação à segurança da vacina podem provavelmente ser extrapolados para muitos outros mitos e pseudociências.
Fonte: Chatting with ChatGPT to learn about safety of COVID-19 vaccines- a perspective, Human Vaccines & Immunotherapeutics (2023). DOI: 10.1080/21645515.2023.2235200.
*Rubens de Fraga Júnior é Professor de Gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR) e médico especialista em Geriatria e Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG)
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A REDAÇÃO
Programa pretende zerar fila de espera para ultrassonografias em Goiânia
Zerar a fila de espera para ultrassonografias, dos mais variados tipos, em Goiânia. Com esse objetivo, e de olho nas 120 mil solicitações que vem se acumulando desde a pandemia de covid-19, quando os procedimentos eletivos foram suspensos, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) lança, nesta terça-feira (7/11), um programa cujo foco é ofertar o exame nos horários mais ociosos, especialmente à noite.
Batizada de Corujão de Ultrassonografia, a iniciativa será divulgada com mais detalhes pelo prefeito Rogério Cruz, a partir das 10h, no Salão Nobre do Paço Municipal. “O programa terá duas fases. A primeira já começa agora, com o contato com cada paciente para saber se ainda precisa fazer o exame. Também vamos publicar um edital de chamamento para os prestadores que irão participar do programa”, explica o chefe do Executivo municipal. Para atender às solicitações de ultrassonografia, a SMS deve buscar parcerias com outros prestadores.
“A rede de prestadores que temos não consegue atender a todo esse volume de pedidos acumulados, então estamos indo atrás de mais parceiros, inclusive aqueles que conseguem realizar uma quantidade maior de exames, como é o caso do Hospital Albert Einstein”, explica Rogério.
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Goiânia recebe mutirão de combate a diabetes
Evento busca atingir mais de três mil pessoas com atendimento médico e exames gratuitos
Goiânia recebe no dia 15 de novembro, das 8h às 12h, o 8º Mutirão do Diabetes e Feira da Saúde, na Fundação Banco de Olhos de Goiás (Fubog). O evento, que irá atender pessoas com diabetes, tem como principal objetivo realizar a mobilização em prol da vida e pelo combate da doença, considerada como uma das mais silenciosas e mortais do mundo. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, só no Brasil, existem mais de 15 milhões de pessoas vivendo com a enfermidade, o que representa 6,9% da população nacional.
O 8º Mutirão do Diabetes e Feira da Saúde é realizado pela Fundação Banco de Olhos em parceria com a Liga Acadêmica de Diabetes (LAD), da Universidade Federal de Goiás (UFG), com apoio da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC). Desta vez, os organizadores almejam atender mais de 3 mil pessoas durante as quatro horas de programação. Além de diagnosticar a doença, também serão promovidas orientações e educação de saúde para a sociedade.
Nos casos em que forem constatadas alterações na retina devido a doença, os pacientes serão encaminhados para realizar, de maneira gratuita os exames exames de fundo de olho, sangue, urina, eletrocardiograma, eco doppler das carótidas, fotocoagulação a laser da retina, e doppler dos tornozelos e pés. Com isso será possível prevenir a cegueira, amputação dos pés, hemodiálise, AVC, derrame cerebral, infarto e até a morte súbita.
Estarão presentes endocrinologistas, cardiologistas, cirurgiões vasculares, ortopedistas, nefrologistas, oftalmologistas e nutricionistas, além de 500 estudantes, voluntários, da área da saúde da UFG, PUC e UniRV. O evento conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRV), Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), Sociedade Goiana de Oftalmologia (SGO), Unimed, Laboratório Núcleo, Latinofarma, Gbio, Bayer e Genom.
Exames de fundo de olho
Como o olho é o único órgão do corpo que tem transparência para examinar a microcirculação sanguínea, durante o Mutirão serão feitos exames de fundo de olho para classificação dos pacientes em baixo risco e alto risco de doença vascular, infarto do coração, acidente vascular cerebral (AVC), doença dos rins e do pé diabético.
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O HOJE
Alergias, vacinas e gravidez: quais situações impedem a realização de procedimentos estéticos faciais?
Antes da realização de qualquer intervenção, é de suma importância que o profissional realize uma anamnese detalhada
A saúde do paciente é o primeiro quesito a ser levado em consideração quando se fala em procedimentos estéticos faciais. Antes da realização de qualquer intervenção, é de suma importância que o profissional realize uma anamnese detalhada. Essa etapa envolve a coleta de informações sobre a saúde, histórico médico e desejos estéticos do paciente antes do início do planejamento do que será feito.
“É a anamnese que vai decidir se o paciente está apto ou não a realizar o procedimento”, explica Luise Albuquerque, dentista especialista em harmonização orofacial. Por meio dela, é possível descobrir se o paciente possui alguma alergia ou outros contra indicativos à execução dos procedimentos. “Doenças autoimunes, dificuldades na cicatrização, uso de medicamentos controlados. Todos esses fatores são levantados através da anamnese, e determinam a conduta pré e pós-intervenção”, destaca Luise.
Existem ainda algumas situações que impedem a realização de qualquer procedimento facial, como a gravidez. “Durante o período da gestação, em função da segurança da mãe e do bebê, todo tratamento deve ser suspenso”, pontua a profissional. A aplicação de vacinas recentes também é outro fator determinante que pode causar a suspenção temporária de intervenções estéticas, já que a baixa da imunidade causada pela vacina pode trazer complicações. “Além de alterar a imunidade, vacinas como a antitetânica confrontam o componente de ação da toxina botulínica, anulando seu resultado. Nestes casos, o ideal é aguardar 6 meses após a vacina antes da aplicação da toxina”, esclarece Luise.
Alergias a anestésicos e medicamentos também são identificados através da anamnese, facilitando a substituição por outros ativos que não causem reações no paciente. “Existem ainda alguns casos específicos, como alergias à picada de abelha, que devem ser levadas em consideração caso algum dia seja realizada a remoção de preenchedores faciais. Alergias à albumina, proteína presente no ovo, irão determinar o típico de toxina botulínica aplicada”, acrescenta a profissional.
A especialista completa salientando que por esses e outros motivos a comunicação paciente-profissional é tão imprescindível. “É importante sempre buscar profissionais que se preocupem com um levantamento detalhado de todas as informações do paciente antes do início de qualquer tratamento. Mais do que buscar beleza, o profissional deve priorizar a saúde”, finaliza.
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O TEMPO
Rede Mater Dei lança Anuário de Excelência Clínica
A Rede Mater Dei de Saúde, uma das maiores redes de hospitais do país, e a A3Data, consultoria especializada em dados e inteligência artificial, estiveram em outubro no CONAHP 2023 – Congresso Nacional de Hospitais Privados, em um stand, compartilhando conhecimento com a comunidade médica e hospitalar.
O Anuário de Excelência Clínica, o primeiro da Rede Mater Dei, foi lançado com a presença da Diretoria.
Os resultados apresentados na publicação foram auditados externamente, pela Fundação Educacional Lucas Machado (Feluma), e demonstram como a Rede entrega desfechos médicos acima da média, considerando evidências científicas nacionais e internacionais.
Excelência
O presidente da Rede Mater Dei, Henrique Salvador, explica que a excelência clínica não é apenas uma meta a ser alcançada, mas uma estratégia fundamental para impulsionar a eficiência e a perenidade da saúde suplementar.
“Para isso, a Rede Mater Dei está constantemente buscando aprimorar sua Governança Clínica, promovendo a integração de tecnologia e implementando práticas sólidas de gestão. Essas iniciativas têm permitido que a instituição se destaque como uma referência no setor, oferecendo cuidados de alta qualidade, valor agregado e promovendo a excelência no tratamento”, destaca Salvador.
Estratégia
Ainda no Conahp, a Rede Mater Dei de Saúde conquistou o primeiro lugar com o trabalho “Prontuário Inteligente: uma estratégia de tornar o prontuário eletrônico mais integrado, usual e seguro”.
Esse foi um dos 15 cases desenvolvidos no ambiente hospitalar da Rede Mater Dei de Saúde e apresentados no Congresso. É um projeto que traz mais tecnologia e melhoria da usabilidade do prontuário.
Com isso, a Mater Dei agrega inteligência de dados à segurança, deixando a equipe médica e assistencial com mais tempo disponível para a dedicação aos pacientes e o calor humano das relações.
Hospitais
Com 43 anos, a Rede Mater Dei tem dez hospitais noo Brasil nos Estados de Minas Gerais, Bahia, Goiás e Pará.
A primeira unidade, o Hospital Mater Dei Santo Agostinho, foi inaugurada em 1º de junho de 1980 por seu fundador José Salvador Silva.
Desde 2011, seu filho, o médico Henrique Salvador, comanda a Rede Mater Dei, que tem 12 unidades, sendo dez hospitais. São mais de 10,2 mil colaboradores e mais de 2.700 leitos, e a estrutura não vai parar de crescer com mais expansões e aquisições de hospitais.
A próxima expansão será em Nova Lima (MG). Em 2024, a rede mineira inaugura o Mater Dei Nova Lima, com 110 leitos.
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PORTAL AB
Brasil é o segundo país em número de casos de síndrome de burnout
Conhecida popularmente por “esgotamento profissional”, a síndrome de burnout é um problema de saúde mental que afeta um número crescente de trabalhadores em todo o mundo. Hoje, o mundo tem olhares atentos para essa comorbidade. Tanto que foi classificada como doença ocupacional pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde o início de 2022.
Num recorte mais geográfico da doença, o Brasil é um protagonista de filme de terror. Isso porque, um estudo da International Stress Management Association (Isma) revelou que o país ocupa o segundo lugar em número de casos diagnosticados, superado apenas pelo Japão, onde 70% da população é afetada pelo problema.
Esse mal é caracterizado por um estado de exaustão física e emocional devido a altos níveis de estresse no ambiente de trabalho. A síndrome de burnout pode causar uma série de sintomas debilitantes, incluindo fadiga constante, despersonalização, falta de motivação e um sentimento de ineficácia no trabalho.
Ainda que os casos estejam crescentes e alarmantes, existe no Brasil apoio para a população que sofre da doença. O advogado Thayan Fernando Ferreira, especialista em direito de saúde e direito público, membro da comissão de direito-médico da OAB/MG e diretor do escritório Ferreira Cruz Advogados, esclarece o amparo que esses pacientes podem receber.
“No SUS, indivíduos com síndrome de burnout podem receber tratamento psicológico e psiquiátrico, incluindo sessões de terapia, orientação sobre o manejo do estresse e, quando necessário, medicação. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) também desempenham um papel importante ao oferecer suporte a pacientes com transtornos mentais, incluindo o burnout”, explica o especialista.
Além disso, existem leis que protegem os direitos dos trabalhadores e ajudam a garantir que aqueles que sofrem de burnout recebam o apoio de que precisam. “A Lei 13.352/2016, por exemplo, assegura que a síndrome de burnout seja considerada uma doença ocupacional, possibilitando a concessão de benefícios previdenciários aos afetados. Isso significa que os trabalhadores que desenvolvem burnout devido às condições de trabalho têm direito a licença médica e auxílio-doença. Outra legislação relevante é a Norma Regulamentadora 17 (NR-17), que trata da ergonomia no ambiente de trabalho e visa criar condições mais saudáveis e seguras para os funcionários, contribuindo assim para a prevenção do burnout”, completa.
Outro estudo realizado pela International Stress Management Association (ISMA) revelou que aproximadamente 23% dos trabalhadores em todo o mundo vivem em algum estágio de acometimento. Além disso, dados do Instituto Nacional de Saúde e Segurança Ocupacional dos Estados Unidos (NIOSH) apontam que os custos associados ao burnout, incluindo cuidados médicos, absenteísmo e perda de produtividade, chegam a bilhões de dólares anualmente.
“Essas pesquisas demonstram a importância de reconhecer e abordar a síndrome de burnout nas empresas, promovendo ambientes de trabalho saudáveis e estratégias de gerenciamento de estresse. Além disso, indivíduos devem estar cientes dos sinais de burnout e buscar ajuda quando necessário para evitar as consequências físicas e mentais dessa condição”, indica Thayan.
Para o advogado, é importante que os afetados pela síndrome de burnout saibam dos recursos disponíveis no SUS e de seus direitos sob as leis brasileiras. “O apoio do sistema de saúde e a proteção legal são essenciais para ajudar aqueles que enfrentam essa condição a se recuperarem e a retornarem a uma vida profissional mais equilibrada e saudável”, finaliza.
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AGÊNCIA BRASIL
Entidades médicas cobram regras sanitárias em mutirões de cirurgias
Depois que 104 de um total de 141 pacientes foram infectados por um fungo durante mutirão de cirurgias de catarata no Amapá, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia e a Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa alertaram para a necessidade de “respeito rigoroso” às normas sanitárias e aos padrões de qualidade dos serviços de saúde.
Em nota à população, as entidades destacam que a realização de atendimentos em grande volume ou mutirões tem sido adotada por gestores de saúde em estados e municípios como solução à demanda represada e demonstram preocupação em relação à eficácia e à segurança de procedimentos oftalmológicos invasivos.
O conselho e a associação recomendam que o atendimento oftalmológico em regime de mutirão seja feito prioritariamente em estabelecimentos com histórico de prestação desse tipo de serviço na região de saúde que o necessita e não em unidades móveis ou com o uso de estruturas temporárias ou estabelecimentos não médico-hospitalares adaptados e que o modelo assistencial do tipo mutirão só seja ofertado por equipes e empresas de outros estados após a comprovação documentada da incapacidade ou da falta de interesse das unidades oftalmológicas da região a ser coberta em atender a demanda nas mesmas condições contratuais.
As entidades lembram que os procedimentos clínicos e/ou cirúrgicos devem ser feitos por médicos que tenham registro de qualificação de especialista em oftalmologia e que, durante o procedimento, a vigilância sanitária dos estados e municípios monitore rigorosamente as atividades realizadas, assegurando que todas as exigências técnicas e operacionais sejam cumpridas.
Além disso, as duas entidades lembram que, após os procedimentos cirúrgicos, é preciso que a equipe responsável acompanhe os pacientes por até 30 dias, sendo obrigatória a comunicação imediata à vigilância sanitária de eventos adversos e, em caso de infecção, que o mutirão seja interrompido até a apuração da causa e a tomada de providências para evitar novos ocorrências.
Os eventos adversos relacionados a mutirões têm que ser de notificação compulsória por quaisquer oftalmologistas nos seis meses subsequentes à realização dos procedimentos. “A adoção dessas medidas é fundamental para que casos como os registrados recentemente no Amapá, e já ocorridos em outros estados, não voltem a acontecer”, acrescentam as duas instituições.
Entenda
O fungo Fusarium foi responsável pela infecção de 104 de um total de 141 pacientes que participaram de um mutirão de cirurgias contra catarata no Amapá no início de setembro. De acordo com a Secretaria de Saúde do Amapá, o fungo provocou um quadro de endoftalmite, tipo raro de infecção produzido pela ação de microrganismos que penetram na parte interna do olho, como tecidos, fluidos e estrutura. Alguns pacientes relatam ter ficado cegos após o procedimento.
O mutirão faz parte do Programa Mais Visão, que recebe emenda parlamentar e é executado por uma empresa contratada para prestação do serviço por meio de convênio entre o estado e o Centro de Promoção Humana Frei Daniel de Samarate (Capuchinhos). O programa teve início em 2020 no Amapá e, de acordo com os Capuchinhos, já realizou mais de 100 mil atendimentos, sendo a maior demanda por cirurgias de catarata (50 mil).
“A Secretaria de Estado da Saúde repassa os recursos federais para a entidade, que por sua vez, contrata uma empresa terceirizada responsável pelos procedimentos aos pacientes. O último repasse feito pelo convênio foi em setembro”, informou a secretaria, por meio de nota. “O estado entende que a trajetória do Mais Visão ajudou milhares de pessoas com casos bem-sucedidos e com inúmeros relatos de retorno total da visão. Ainda assim, diante do ocorrido, os Capuchinhos paralisaram os atendimentos imediatamente após os primeiros relatos de infecção e, no dia 6 de outubro, o programa foi suspenso.”
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Assessoria de Comunicação