Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 15/01/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Funcionário de laboratório é flagrado furtando idosa durante exame no Jardim Goiás

“Unimed Goiânia acumula déficit de R$ 374 milhões nos últimos dois anos”, diz manifesto

Maioria dos criadouros do Aedes está no lixo domiciliar, constata estudo

Hospital Araújo Jorge: pioneirismo e esperança na luta contra o câncer

Programa facilita identificação de crianças não vacinadas em 236 municípios

Dengue: Ministério da Saúde define estratégia de vacinação enquanto estados se mobilizam

O HOJE

Funcionário de laboratório é flagrado furtando idosa durante exame no Jardim Goiás

O homem de 43 anos foi flagrado pelas câmeras furtando R$200 reais da bolsa de uma idosa

Neste sábado (13/1), um técnico de laboratório clínico, de 43 anos, foi detido em flagrante pela Polícia Militar no Jardim Goiás, bairro de Goiânia. O indivíduo é acusado de furtar R$ 200 de uma idosa de 73 anos durante a coleta de material sanguíneo.

De acordo com informações da Polícia Militar, a vítima aceitou a ajuda do técnico para guardar sua bolsa durante o procedimento de coleta. Ao término da coleta, a idosa notou a falta do dinheiro em sua carteira e imediatamente comunicou o incidente à gerência do laboratório.

As câmeras de segurança do estabelecimento registraram o momento em que o funcionário pegou a bolsa da vítima. Ao perceber a aproximação da polícia, o homem tentou se desfazer da evidência, jogando o dinheiro no vaso sanitário e dando descarga.

Diante das evidências e confrontado pelas imagens, o técnico confessou a autoria do crime. Ele foi preso por furto qualificado por abuso de confiança. Além da prisão imediata, o indivíduo comprometeu-se a ressarcir a idosa pelo valor subtraído.

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JORNAL OPÇÃO

“Unimed Goiânia acumula déficit de R$ 374 milhões nos últimos dois anos”, diz manifesto

Em site recém lançado, chapa de oposição à atual gestão do plano em Goiânia mostra que enquanto outras Unimeds de porte semelhante encerram o ano com resultados positivos, a Unimed Goiânia acumula mais de R$ 374 milhões em resultados operacionais negativos desde 2021

Previstas para março deste ano, as eleições da Unimed Goiânia já movimentam médicos da categoria. Em site recém lançado, chapa de oposição à atual gestão levanta questionamentos sobre a eficiência da presidência da cooperativa. Ao apresentar dados comparativos, a chapa demonstra que enquanto outras Unimeds de porte semelhante, como Porto Alegre, Campinas e Belo Horizonte, encerram o ano com resultados positivos, a Unimed Goiânia acumula mais de R$ 374 milhões em resultados operacionais negativos desde 2021.

Confira o gráfico apresentado:

Procurada pelo Jornal Opção para responder sobre o suposto déficit, a Unimed Goiânia disse que “Cooperativa recebeu diversos prêmios pelo desempenho excepcional das áreas financeira e contábil, sendo frequentemente ranqueada entre as três melhores do país nessas áreas (…) Seguimos dedicados em administrar a Cooperativa com eficiência e compromisso, conforme demonstrado em todos os nossos balanços públicos”, informa a nota.

Por outro lado, o manifesto apresenta que a Unimed Goiânia foi a única a manter resultados negativos durante a pandemia, contrastando com a recuperação de outras cooperativas em 2023. O documento enfatiza que houve uma redução das aplicações financeiras, indicando que, se não fosse pela utilização dos rendimentos dessas aplicações para cobrir os resultados operacionais negativos, a situação seria ainda pior.

“O resultado operacional negativo e recorrente nos últimos dois anos mostra que nosso negócio não está sendo bem gerido e estamos sobrevivendo apenas com os rendimentos das aplicações financeiras”, diz o documento. Ao abordar as aplicações livres, o site aponta ainda que houve uma diminuição de R$ 45 milhões em relação a 2020, enquanto outras Unimeds experimentam crescimento de até 77%.

A cooperativa questiona essas informações e diz que é acompanhada por uma auditoria externa, realizada por uma das maiores e mais respeitadas empresas dessa área no mundo, a Moore e que não dá espaço para boataria e disputas políticas antecipadas. Além disso, escrevem que “os balanços são aprovados pela Assembleia Geral Ordinária, órgão máximo da Cooperativa, e também disponibilizados para os órgãos regulatórios do setor. As esferas responsáveis pela checagem e aprovação das contas confirmam que a Unimed Goiânia tem uma das administrações mais responsáveis do país, com números sólidos e exemplares para o Sistema Unimed”, informam em nota.

Reclamações dos usuários

A Unimed Goiânia figurou como a 14º operadora de saúde com mais reclamações no país, conforme levantamento da Agência Nacional de Saúde (ANS) apresentado em setembro do ano passado. Enquanto a taxa média de reclamações das 42 Unimeds do ranking está em 39,2%, entre janeiro e julho, em Goiânia, esse índice alcançou 76,7%.

No Brasil, pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) revela que as operadoras de planos de saúde lideraram as reclamações dos clientes em nove dos últimos 10 anos. Os motivos incluem reajustes nas mensalidades, falta de informações, demora em marcar exames ou consultas, além de incertezas contratuais. O cancelamento unilateral dos planos, privando os usuários de assistência, agora também preocupa.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) registra cerca de 900 reclamações diárias contra essas operadoras. Felipe Baeta, CEO da Piwi, corretora digital de planos de saúde, destaca a complexidade da relação, atribuindo-a a elementos conjunturais de mercado e um arcabouço regulatório confuso. Planos coletivos empresariais, representando 70% das contratações, são os mais afetados, enfrentando desafios regulatórios e entendimentos judiciais conflitantes.

Legislativo

Um projeto de lei na Câmara dos Deputados busca abordar essas queixas, compilando cerca de 270 projetos sobre o tema que tramitam há quase duas décadas. Contudo, cinco entidades representativas de operadoras alertam que o projeto pode ameaçar a sustentabilidade do setor, colocando em risco o atendimento a mais de 50 milhões de brasileiros.

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Maioria dos criadouros do Aedes está no lixo domiciliar, constata estudo

Situação acende alerta diante do alto índice de positividade para doenças transmitidas pelo Aedes e reforça necessidade de maior envolvimento popular no combate ao mosquito

O Governo de Goiás alerta a população e os gestores municipais a fazerem o descarte adequado do lixo produzido nas residências como forma de prevenir e minimizar os casos de doenças como dengue, chikungunya e zika. O Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) – estudo realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) nos domicílios de todo o território goiano – constatou que a maioria dos criadouros do inseto transmissor dessas doenças foi encontrada dentro das casas, mais precisamente no lixo armazenado, retirado e desprezado de maneira incorreta.

A superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, aponta a necessidade de um esforço conjunto envolvendo a população e os gestores municipais para a resolução do grave problema. “A iniciativa é simples e depende da disposição de todos os cidadãos e dos responsáveis pelas administrações municipais”, acentua. O levantamento mostra que os moradores, na maioria das vezes, fazem o descarte do lixo seco junto com líquido. O correto é fazer o descarte antes que aconteça o acúmulo de água, até que seja feito o recolhimento por parte do serviço de coleta urbana.

Qualquer recipiente que acumule água por mais de sete dias pode se tornar um criadouro do Aedes. Ainda segundo a superintendente, por isso as equipes de limpeza urbana devem fazer o manejo adequado para evitar que o local onde o lixo é depositado se transforme em um grande criadouro. Esse depósito deve ser monitorado constantemente com o uso de tecnologias adequadas.

Alerta de epidemia

Os dados da SES-GO mostram que no ano de 2023 foram confirmados 64.160 casos de dengue em Goiás; 2.274 de chikungunya e 29 de zika. Estudos mostram que está em circulação o vírus tipo 3 da dengue, mais agressivo, que já esteve presente no país há cerca de 15 anos. Esse fato acende o sinal de alerta para o risco de uma nova epidemia causada por esse sorotipo viral.

A SES-GO estruturou uma equipe de profissionais que tem como finalidade monitorar e desencadear ações oportunas em relação ao controle das arboviroses. Esse grupo, denominado Sala de Situação, trabalha com reuniões semanais para elencar os municípios prioritários, onde deverão ser reforçadas as ações de combate ao vetor.

Os principais sintomas de dengue são febre (por dois dias ou mais), dor nos olhos, dor muscular, prostração e indisposição generalizada. Outros sinais de alerta incluem tontura, diminuição da urina, vômito, dor abdominal e dificuldade para respirar. Nesses casos, a recomendação é buscar imediatamente o serviço de saúde.

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A REDAÇÃO

Hospital Araújo Jorge: pioneirismo e esperança na luta contra o câncer

Carolina Pessoni

Goiânia – Uma unidade de saúde que há 56 anos oferece tratamento especializado contra o câncer em Goiânia. Estamos falando do Hospital de Câncer Araújo Jorge (HAJ), localizado no Setor Universitário, região central da Capital. A unidade é pioneira não só no atendimento à saúde, mas também em fomentar esperança a pacientes de todo o Brasil.

A história do HAJ começa antes de sua fundação, com a criação da Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG). A ACCG foi constituída em janeiro de 1956 pelo médico alagoano Alberto Augusto de Araújo Jorge, com o apoio do Rotary Clube de Goiânia.
 

A Associação é a concretização do sonho de Araújo Jorge e funcionava em um pavilhão cedido pela Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, onde os atendimentos oncológicos eram realizados de forma precária. Em 1960 foi iniciada a construção da primeira unidade da ACCG, nomeada de Hospital de Câncer de Goiânia, no Setor Universitário.

Após mais de uma década de trabalho, foi inaugurada em março de 1967 a Fundação Hospital de Câncer de Goiânia, realizando mais um sonho do médico Araújo Jorge: o funcionamento de uma unidade hospitalar especializada em tratamento oncológico. O objetivo era que a unidade oferecesse assistência acessível à população carente, o que se mantém ainda hoje.
 

Somente em 1977, dez anos após a sua criação, o hospital recebeu o nome que carrega até hoje. A ACCG prestou uma homenagem ao criador da instituição, alterando o nome de Hospital de Câncer de Goiânia para Hospital Araújo Jorge. 

Ao longo dos anos, o HAJ se tornou referência em tratamento e combate ao câncer não só para Goiás, mas também para o Brasil. Foram implantadas residências médicas, instituto de ensino e pesquisa, além da inauguração do Núcleo de Assistência Social – que presta serviços para pacientes e familiares carentes atendidos pela instituição -, e da criação do Grupo de Apoio Paliativo ao Paciente Oncológico (Gappo), que oferece atendimento domiciliar aos pacientes fora das possibilidades terapêuticas.
 

Em 1998 foi inaugurada a ampliação da unidade. O novo prédio, com quatro andares, aumentou a capacidade de atendimento do hospital em aproximadamente 60% nos 6 mil metros quadrados de área construída.

Estrutura, atendimento e referência

Para o vice-presidente da ACCG, Alexandre Meneghini, a história do Hospital Araújo Jorge é um marco para Goiânia. “É o único hospital que atende unicamente câncer em Goiás, que realiza transplantes de medula, radioterapia e quimioterapia, e faz esse trabalho há mais de 50 anos. De fato, é um marco na saúde do Estado e mantém essa tradição de ser referência”, enfatiza.

O HAJ é o único Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) reconhecido pelo Ministério da Saúde, e único habilitado com Serviço de Oncologia Pediátrica em Goiás. São atendidos mais de 60 mil pacientes todos os anos – em 2023 foram 73.477 até novembro, sendo 89% pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Todos os anos, mais de 1 milhão de procedimentos são realizados, entre consultas, internações, cirurgias, sessões de quimioterapia, radioterapia e exames. Os números do HAJ dão a dimensão do atendimento prestado à população goiana. 
 

Em 2023, até o mês de novembro, foram realizados 10.791 procedimentos cirúrgicos, 175.986 aplicações de radioterapia, 92.890 aplicações de quimioterapias, 13.976 internações, 151.491 consultas médicas e quase meio milhão de refeições servidas.

Com uma equipe de cerca de 180 médicos especialistas em cancerologia, o atendimento é individualizado, dividido por serviços, de acordo com a região do corpo acometida pela doença. O paciente também tem acolhimento psicológico, atendimentos domiciliares, assistência multidisciplinar, orientação social, informações transparentes, além de tratamentos com novas tecnologias.

O atendimento multiprofissional é um dos destaques do HAJ, como explica Alexandre Meneghini. “O tratamento de câncer frequentemente é multimodal, com quimioterapia, radioterapia, cirurgias e plásticas reparadoras. Tudo isso é feito aqui pelo corpo clínico, um tratamento completo e reabilitação no mesmo lugar. Hoje somos o maior centro de reconstrução de mama (oncoplástica) de Goiás e um dos maiores do país. Recebemos alunos do mundo inteiro que vêm para aprender sobre reconstrução de mama em Goiânia.”

Outro diferencial do HAJ é o tratamento integral a crianças e adolescentes com câncer. Desde 1999 o setor de Oncologia Pediátrica passou a funcionar no quarto andar da unidade com um tratamento mais humanizado, com espaços exclusivos para quimioterapia, internação, consultórios, sala lúdica e atendimento psicológico e de assistência social.

É nesse setor que a “Fada Vitória” atua. A personagem surgiu a partir do desenho de uma paciente do HAJ e se tornou a fada madrinha da cura para crianças de 0 a 18 anos que são tratadas na unidade.
 

Atualmente, o HAJ é o único hospital em Goiás a ter um setor de Transplante de Medula Óssea que atende pelo SUS. O serviço foi inaugurado em 2000, quando realizou o primeiro transplante do tipo na região Centro-Oeste.

Em junho de 2023 foi realizada a ampliação dos leitos de Transplante de Medula Óssea. O local possui controle de pressão para que  microorganismos possam entrar nos quartos e atingirem os pacientes. Além disso, a temperatura é mais baixa e filtros de ar barram qualquer partícula, um cuidado com o paciente que está com a imunidade comprometida durante o tratamento.

O vice-presidente da ACCG destaca que a localização do hospital é “uma verdadeira joia”. “É muito fácil de encontrar. A população tem fácil acesso e chega com facilidade tremenda. Assim, a gente pode dar esse bom atendimento e boa acolhida para os pacientes, além de um tratamento”, acentua.
 

Alexandre Meneghini explica que o HAJ está se modernizando e profissionalizando a gestão para atender melhor a população. “Passamos por um processo árduo nos últimos dez anos e estamos bastante avançados nisso. A ideia é tornar a área administrativa mais eficiente e aumentar o investimento em tecnologia. É nossa luta diária e estamos nesse caminho”, sublinha.

Atualmente o hospital atua com a capacidade em alta: mais de 80% de ocupação. “Temos um planejamento de expansão física, já estamos com o projeto na Vigilância Sanitária e parceria com deputados e senadores para a destinação de emendas parlamentares para expandir o hospital. O nosso objetivo é dobrar a capacidade de atendimento no mesmo endereço”, arremata Meneghini.

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Programa facilita identificação de crianças não vacinadas em 236 municípios

O Programa Imuniza Goiás, sistema desenvolvido pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), chegou a 236 municípios. A ferramenta foi criada em dezembro de 2022 para facilitar a identificação de crianças não vacinadas até 2 anos, possibilitando rápida intervenção dos profissionais de saúde e contribuindo para a melhora dos índices de imunização.

“Essa iniciativa potencializa o trabalho nos municípios ao identificar crianças não vacinadas com detalhes como número de telefone, nome da criança, nome da mãe e endereço, possibilitando uma abordagem direta e eficaz. Estamos empenhados em buscar mais crianças para serem vacinadas e, como resultado, conseguimos elevar significativamente as coberturas vacinais”, explica a gerente de Imunização da SES, Joice Dorneles.

A expectativa para 2024 é de ampliar ainda mais a abordagem na busca por crianças não vacinadas, estendendo o alcance a todas as faixas etárias. “Nosso compromisso agora é sensibilizar os 10 municípios restantes a aderirem à ferramenta, garantindo uma busca abrangente de não vacinados”, ressalta.

Coberturas vacinais

Além do Programa Imuniza Goiás, o Estado adota uma série de estratégias para reverter o cenário das baixas coberturas vacinais, identificado não só em Goiás, mas em todo o país. Foi lançado em 2023 o Plano Estadual de Recuperação das Altas Coberturas Vacinais, batizado de “Vacina Mais, Goiás”, que estabelece ações voltadas para a melhoria dos índices de imunização no estado. A iniciativa está em sintonia com o Pacto Nacional pela Consciência Vacinal, projeto iniciado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). 

A Campanha Estadual de Multivacinação, voltada para crianças e adolescentes menores de 15 anos, também foi uma das ações desempenhadas em 2023 para melhorar os índices de imunização. A campanha foi realizada entre os dias 30 de setembro e 14 de outubro, com a oferta de 17 vacinas, que protegem contra 40 doenças distintas. Ao todo, mais de 84 mil crianças e adolescentes foram imunizados durante os 15 dias de ação. 

Outra estratégia foi a criação da lei que estabelece a obrigatoriedade de apresentação do Certificado de Vacinação no ato da matrícula escolar. O documento, instituído pela Lei nº 22.243/2023, abrange todos os estudantes de até 18 anos da educação infantil e dos ensinos fundamental e médio, das redes pública e privada. O Estado também atuou com a implantação das Atividades de Vacinação de Alta Qualidade (Avaq) do Ministério da Saúde (MS), por meio da Estratégia de Microplanejamento. Por meio da iniciativa, 1591 profissionais de saúde já foram capacitados. 

Todas essas ações melhoraram as coberturas vacinais do estado. A vacina tríplice viral, por exemplo, que estava com cobertura de 80,8% até agosto de 2023, está atualmente com índice de 83,75%. O imunizante contra a poliomielite (paralisia infantil), também passou de 73,70% para 77,31%. A vacina contra a Hepatite A, que até o primeiro semestre estava com cobertura de 69,30%, está hoje com índice de 74,31%. 

A gerente da SES lembra que, apesar da melhora, os índices ainda estão abaixo da meta preconizada pelo MS. “A maioria das vacinas previstas no Calendário Nacional de Vacinação Infantil tem cobertura esperada de 95%. Iremos reforçar as estratégias já adotadas para tentar melhorar esse quadro. Mas é necessário também que as pessoas entendam a importância desses imunizantes para a proteção não apenas das crianças, como de toda a população. São vacinas seguras e que há anos protegem contra doenças imunopreviníveis”, conclui.

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O GLOBO

Dengue: Ministério da Saúde define estratégia de vacinação enquanto estados se mobilizam


A estratégia de vacinação contra a dengue no país, prevista para começar em fevereiro, será norteada por uma reunião técnica hoje entre o Ministério da Saúde, a farmacêutica Takeda e entidades da sociedade civil. Face ao desafio da limitada capacidade de produção do laboratório, dois anos de recorde de mortes consecutivos pela doença e expectativa de até 5 milhões de casos em 2024, governo federal, estados e municípios tentam criar diferentes estratégias de combate à dengue.

O ministério anunciou a incorporação da Qdenga no Sistema Único de Saúde (SUS) no final de dezembro. A proposta de estratégia de vacinação que a fabricante sugeriu à pasta é imunizar apenas crianças de 4 anos e adultos de 55.

O ministério, contudo, avalia incluir mais idades na vacinação, conforme apurou o GLOBO. Também pesa uma orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de outubro, que orienta aplicar a nova vacina contra a dengue em crianças e adolescentes de 6 a 16 anos, considerando os locais de maior incidência da doença.

Dentro da previsão de doses distribuídas em 2024, de 5 milhões, privilegiar mais idades só funcionará havendo limitação regional. O plano do ministério é restringir a campanha aos municípios com transmissão elevada de dengue.

Em 2023, segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, os municípios do Sudeste, Sul e Centro-Oeste foram os mais afetados. O número de casos no último ano passou de 1,6 milhão, um aumento de 15,8% em relação a 2022, que registrou 1,3 milhão. Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Goiás foram os lugares com maior incidência da doença.

Entre os municípios com mais casos em 2023, seis se destacam e vão passar receber do ministério mosquitos que não transmitem a dengue para tentar conter a doença – estratégia conhecida como método Wolbachia. São eles: Natal (RN, Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC). Outras seis cidades já fazem parte do projeto e permanecerão: Campo Grande (MS), Petrolina (PE), Belo Horizonte (MG), Niterói (RJ) e Rio de Janeiro (RJ).

– O Centro-Oeste vai ficar em nível epidêmico. No Sudeste, atenção para Minas Gerais e Espírito Santo, com potencial epidêmico. No Sul, o Paraná tem potencial muito alto. Já o Nordeste terá um aumento, mas abaixo do limiar epidêmico – indicou a secretária nacional de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel.

O Ministério da Saúde e o InfoDengue, da Fiocruz, projetam que o número de casos da doença este ano no país deve variar 1,7 milhão entre 5 milhões, com uma média de 3 milhões. Será um salto enorme frente aos 1,6 milhão casos registrados no ano passado. Assim, estados nos quais há maior risco de disseminação começam a se movimentar.

Em Minas Gerais, por exemplo, o secretário de Saúde e também presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Fábio Baccheretti, afirmou que além da tradicional visita informativa às residências, há uma estratégia inovadora: o uso de drones com capacidade de dispensar larvicidas em pontos com água parada.

– Estamos fazendo uma capacitação grande de força-tarefa. Além disso, os municípios mineiros poderão usar drones capazes de fotografar as áreas de risco, onde pode haver água parada. Além de comunicar o município quais são esses locais, o aparelho pode jogar o larvicida (no pedaço) com uma faixa de erro de só 2 centímetros – afirmou Baccheretti. – É útil para locais de difícil acesso.

No Espírito Santo, o subsecretário de Vigilância em Saúde capixaba, Orlei Cardoso, diz que o plano para debelar uma crise é multisetorial.

– Para orientar sobre as arboviroses, conversamos com empresas e associações, e estamos falando também com lideranças evangélicas e católicas, pois elas têm uma amplitude muito grande junto à população – diz Orlei.

O governo do Paraná, estado da região Sul que levanta mais preocupação sobre o aumento de casos, diz ter investido para renovar os carros do tipo “fumacê”, cuja função é aspergir uma nuvem com capacidade inseticida nas áreas onde há maior disseminação do mosquito transmissor. A região também fortaleceu as equipes de rastreio de casos e de saúde da família.

– Insistimos na capacitação e também na remoção dos criatórios, com larvicida- afirmou Beto Preto, o secretário de Saúde do estado, que observa o crescimento de casos mesmo em municípios onde a dengue tradicionalmente não aparecia. – Também apostamos em tendas de hidratação para colaborar com os prontos atendimentos. Pois não há tratamento específico para a dengue, é preciso hidratar os pacientes e monitorá-los.

O Distrito Federal informou que conta com 800 profissionais ligados à vigilância ambiental que se dividem nas atividades das inspeções domiciliares o que inclui diversos tipos de terrenos abandonados, borracharias, ferro velho, floriculturas, em todos os dias úteis.

Goiás investiu em capacitação de profissionais (mais de 800) para o manejo clínico adequado da doença. O estado também montou uma sala de situação, que é um comitê de especialistas, com reuniões semanais para avaliar o cenário epidemiológico e definir estratégias de ação junto aos municípios prioritários, visando o controle destas doenças. O Rio Grande do Sul preparou um painel com dados públicos sobre a doença.

Mesmo estados como Rio de Janeiro e São Paulo – que não estão sob grande preocupação nesta temporada, assim como a região Nordeste – se movimentaram. O governo paulista emitiu um alerta em dezembro para que os municípios reforcem as ações de vigilância no começo deste ano informou Tatiana Lang D’Agostini, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE). No Rio, além da conscientização e do monitoramento, conta Mario Ribeiro, subsecretário de vigilância e atenção primária à saúde, o estado aposta em um estudo laboratorial de mosquitos recolhidos em áreas de risco para averiguar uma possível chegada do sorotipo 3 da doença. Uma variação rara até o ano passado, quando apareceu em Minas e em São Paulo.

Especialistas em saúde, contudo, alertam que qualquer movimentação de governo é limitada sem apoio da população. Estimativas chegam a sugerir que 90% dos criadouros de dengue estão em residências e áreas privadas – daí a necessidade que ocorra uma mobilização robusta. Além disso, é preciso que o sistema de saúde seja ágil para atender quadros com algum indicativo de gravidade.

Julio Croda, infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) conta que é preciso que as pessoas tenham atenção recorrente em suas residências.

– O ciclo do mosquito dura sete dias, entre ovo e mosquito. A cada semana é necessário revisitar, entender se tem ou não foco desse mosquito intradomiciliar – afirma Croda.

Os repasses do governo federal para o combate à dengue nos estados e municípios não acompanham a evolução da doença em cada local, o que pode fazer com que regiões onde houve explosão no número de casos em 2023 tenham menos recursos do que áreas onde há baixas taxas de transmissão.

Portaria do Ministério da Saúde publicada no fim de dezembro destinou R$ 256 milhões para os governos estaduais e municipais desenvolverem ações para combate e prevenção à dengue. Esses recursos são utilizados para contratação e treinamento de agentes que vão de casa em casa verificar focos de mosquitos, para compra de equipamentos e excursões de veículos que fazem fumacê.

Proporcionalmente ao tamanho de sua população, o estado mais beneficiado foi a Bahia, que terá o total de R$ 39,2 milhões, o equivalente a R$ 2,77 por habitante. Já no ranking dos estados onde houve maior aumento no número de casos em 2023, os baianos ocupam a 10ª posição. No ranking por número total de casos, os baianos são os oitavos.

O Espírito Santo, citado no alerta feito em conjunto pelo Ministério da Saúde e pela InfoDengue, da Fiocruz, é a unidade da federação que teve a maior alta de casos na comparação com 2022. Os governos estaduais e municipais, porém, receberão da Esplanada dos Ministérios média de R$ 1,62 por habitante para combater o mosquito da dengue, quase R$ 1,00 a menos que Alagoas, onde a taxa de infecções recuou 90,7%.

O ex-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) Carlos Lula diz que o componente político interfere na distribuição de recursos e que esse cálculo deve considerar não apenas a situação atual de cada região, mas também dados que indiquem a possibilidade de escalada nos casos:

– O governo apostou em distribuir menos dinheiro para os estados e mais para as cidades, que é onde se faz o enfrentamento de fato. Parece que aqueles que tiveram uma articulação política mais forte conseguiram assegurar mais verbas. Essa distribuição tem que ser feita de maneira inteligente, observando onde já merece atenção e também se antecipando para evitar focos em outras regiões.

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Assessoria de Comunicação