O Grupo de Estudos da Norma Regulamentadora Número 32 (NR-32) do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Sindhoesg) realizou, no dia 23 de novembro, mais uma reunião para debater a segurança e a saúde dos trabalhadores e pacientes dos hospitais filiados. O tema discutido pelos técnicos neste encontro foi o uso de luvas cirúrgicas e luvas de procedimento, de acordo com as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A reunião foi coordenada pela enfermeira Luciene Paiva da Silva Potenciano, especialista em Enfermagem do Trabalho e Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), palestrante do Instituto Francisco Ludovico (IFL) e coordenadora do Grupo de Estudo NR-32 do Sindhoesg. Ela destacou as recomendações para o uso consciente das luvas em serviços de saúde, que preveem que as luvas sejam usadas nos procedimentos corretos sem desprezar a necessidade da higienização das mãos. “É necessário fazer a higienização das mãos antes e depois retirar a luva, mas sempre pensando em usar em momentos indicados pela CCIH”, pontuou.
Luciene Paiva observou que em muitos estabelecimentos de saúde os profissionais estão usando as luvas de forma indiscriminada. “Observamos que está acontecendo um gasto elevado por que os profissionais não estão sabendo usar as luvas de forma consciente”, comentou. A coordenadora defendeu a importância de que todos os colaboradores tenham o indicativo dos momentos nos quais o uso das luvas é indicado ou dispensado para que não ocorram desperdícios desnecessários de material e um aumento da despesa com este insumo.
Para Luciene Paiva, faltam informações para adequar o uso de luvas e essa orientação deve ser repassada pela CCIH ao profissional. Ela lembrou que em acompanhamento de pacientes em isolamento de contato, por exemplo, é recomendável o uso da luva, porém caso o profissional apenas entre no quarto deste paciente sem que realize qualquer procedimento já será dispensável o uso da luva e do capote. “O profissional deve conhecer quais são os momentos certos de usar e pensar em economia, em ter o devido cuidado para que não haja desperdício de material”, orientou.
A enfermeira Meire Lúcia Ribeiro, do quadro de profissionais de saúde do Hospital Ortopédico de Goiânia (HOG), entende que há um excesso no uso de luvas nos estabelecimentos de saúde. Ela acredita que há atualmente uma maior preocupação ambiental em relação ao descarte destes materiais e defende que o uso consciente é uma saída para reduzir custos e os impactos do descarte deste tipo de insumo no meio ambiente. “O uso da luva tem o seu momento, é preciso conscientizar os profissionais para que seja usada no procedimento correto e na hora certa”, acrescentou.
Meire Lúcia elogiou a iniciativa do Sindhoesg em levar informações aos profissionais dos estabelecimentos filiados para que o trabalho de conscientização em relação ao uso das luvas atinja o máximo possível de colaboradores. “Há uma rotatividade de profissionais de enfermagem e é necessário que os novos colaboradores estejam alinhados com as informações que podem colaborar para um uso mais consciente dos insumos”, disse.
Antibióticos
Na reunião também foram discutidas com as participantes as novas recomendações Vigilância Sanitária em relação à prescrição de antibióticos. “São indicações para quando se deve prescrever o antibiótico, em quais casos é preciso fazer uma cultura para isso, entre outras medidas”, explicou Luciene Paiva. A coordenadora do Grupo de Estudos NR-32 do Sindhoesg lembrou que as infecções são classificadas como eventos adversos e por isso a prescrição do antibiótico deve ser feita com muita cautela.
Outro tema tratado na reunião foi a nova norma técnica “Práticas seguras para prevenção e retenção não intencional de objetos após a realização de procedimento cirúrgico em serviços de saúde”, que recomenda a notificação imediata de eventos adversos após a realização de cirurgias nos estabelecimentos de saúde. A próxima reunião do Grupo de Estudo NR-32 do Sindhoesg já está agendada para o dia 7 de dezembro para discutir o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Profilaxia Pós-exposição (PEP) de Risco à Infecção pelo HIV, IST e Hepatites Virais – Ministério da Saúde.
Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás