Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 07/08/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Menino faz cirurgia no cérebro para controlar doença do olho de tigre

Médica que levou bebê de hospital tentou comprar recém-nascida na Bahia, diz polícia

Greve dos funcionários do Hapvida expõe problemas internos do plano de saúde

O aumento das filas cirúrgicas e o modelo de cirurgia ambulatorial

Casos de dengue no inverno em 2024 já superam o registrado em toda a estação no ano passado

METRÓPOLES

Menino faz cirurgia no cérebro para controlar doença do olho de tigre

Doença que causa rigidez dos músculos e dores semelhantes à cãibras constantes foi controlada com cirurgia inovadora feita em Goiânia

Nos últimos três anos, a vida do pequeno Luan Cardoso Oliveira, de 10 anos, era de dores constantes, 24 horas por dia. Ele tem uma doença extremamente rara, a síndrome de Hallervorden-Spatz, que afeta o cérebro formando uma espécie de olho de felino que aparece nos exames de imagem — por isso, a condição ficou conhecida como “doença do olho de tigre”.

A síndrome é uma doença neurodegenerativa genética e rara que foi descrita pela primeira vez em 1992. Ela altera a forma como o corpo processa o ferro, gerando substâncias tóxicas responsáveis por um descontrole dos movimentos e dores semelhantes a cãibras o tempo inteiro.

No caso de Luan, a torsão do corpo causava até um comprometimento do desenvolvimento cardíaco, já que seu corpo ficava excessivamente arqueado para trás.

O diagnóstico só veio aos sete anos. Desde pequeno, o menino tinha uma leve dificuldade para falar e caminhar, o que levou os médicos a suspeitarem de um autismo leve. O quadro, porém, começou a piorar e a família descobriu que Luan tinha a doença através de exames de imagem.

“Ele começou a regredir e fomos atrás para entender o que estava acontecendo. O médico que deu o diagnóstico falou que não tinha nada a ser feito por ele, eram só remédios paliativos e ele ia morrer assim. Não aceitamos, fomos pesquisar até achar a cirurgia que podia ajudar ele”, conta Edilene Araujo, mãe do pequeno.

A família começou a arrecadar dinheiro em uma campanha de financiamento coletivo para custear uma cirurgia que controlasse os sintomas do menino. O procedimento inovador só tinha sido feito no Brasil uma única vez, em 2021, pela mesma equipe que fez a cirurgia de Luan em 21 de julho no Instituto de Neurologia de Goiânia (ING).

Após uma mobilização nas redes sociais, a família conseguiu reunir R$ 660 mil para pagar a cirurgia. “Foi mais de um ano e meio de campanha, da gente indo para a internet todos os dias pedir ajuda. Esse valor é muito, muito alto e lutamos até conquistar”, celebra a mãe do menino.

Como a cirurgia controla a doença do olho de tigre

O procedimento durou cerca de 11 horas. Ele foi chefiado pela neurocirurgiã goiana Ana Maria Moura e, com auxílio de outros 14 profissionais, foram instalados dois eletrodos no cérebro do menino.

Estes eletrodos funcionam como uma espécie de marcapasso cerebral, controlando os impulsos elétricos do cérebro e ajudando a modular os sinais da doença. O tratamento com estimulação cerebral profunda (DBS, em inglês) é feito também para tratamento de outras condições, como o Parkinson, mas ele é mais complicado para controle da doença do olho de tigre.

“Embora seja usado o mesmo material das cirurgias do Parkinson, é preciso colocar os eletrodos em uma outra região do cérebro. Enquanto os sintomas da demência são controlados na área cerebral chamada de núcleo subtalâmico, os da síndrome do Luan precisam chegar no globo pálido interno, que tem um acesso bastante desafiador”, explica a médica.

A melhora do quadro do menino foi praticamente imediata após o procedimento. Luan conseguiu se sentar e até dançou com a equipe médica. “Estamos muito otimistas quanto à melhora na qualidade de vida do Luan e continuaremos acompanhando seu progresso de perto”, completa Ana Maria.

O garoto ainda tem pela frente um período de recuperação e reabilitação que deve ser feito de perto. Por isso, a família se mudou momentaneamente da Bahia para Goiânia, onde deverá ficar por mais dois meses, pelo menos.

Embora controle os movimentos e aumente a qualidade de vida do paciente, o procedimento não é considerado uma cura para a condição, que continua sendo desafiadora. Devem ser feitos ajustes periódicos dos eletrodos de acordo com a evolução do paciente, e o tratamento deve ser combinado com uma reabilitação multidisciplinar envolvendo fisioterapia, fonoterapia e psicologia, entre outros.

https://www.metropoles.com/saude/cirurgia-doenca-do-olho-de-tigre

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PORTAL G1

Médica que levou bebê de hospital tentou comprar recém-nascida na Bahia, diz polícia

Cláudia Soares Alves, de 42 anos, está presa e foi indiciada pelos crimes de falsidade ideológica e tráfico de pessoas. Segundo a polícia, ela também forjou uma gravidez e tentava conseguir uma adoção ilegal.

médica Cláudia Soares Alves, de 42 anos, que levou uma bebê de um hospital de Uberlândia para Itumbiara tentou oferecer pagamento para pegar crianças ilegalmente na Bahia, segundo a polícia. A Polícia Civil concluiu o caso e a indiciou pelos crimes de falsidade ideológica e tráfico de pessoas.

“Ela foi até o estado da Bahia, quatro dias antes de levar a criança de Uberlândia. Por lá, ela procurou insistentemente famílias vulneráveis, pessoas pobres, que teriam interesse de ceder um recém nascido, mediante remuneração”, disse o delegado Anderson Pelágio.

Ao g1, a defesa de Cláudia disse que o processo está em segredo de justiça e que independentemente do teor do indiciamento ou até mesmo de eventual denuncia acredita que a questão será resolvida no procedimento de insanidade da acusada que já está em andamento.

Anteriormente, o advogado Vladimir Rezende, responsável pela defesa da médica, explicou que a cliente tem transtorno bipolar e, no momento dos fatos, se encontrava em crise psicótica, não tendo capacidade de discernir sobre o que estava fazendo.

O crime aconteceu dia 24 de julho e Cláudia está presa preventivamente. Conforme a polícia, ela também forjou uma gravidez e tentava conseguir uma adoção ilegal.

A investigação envolveu a Polícia Civil de Itumbiara e também a Polícia Civil de Uberlândia. Em uma coletiva, realizada nesta terça-feira (6), o delegado Anderson explicou detalhes da conclusão do caso.

Falsa gravidez

A Polícia Civil divulgou que Cláudia premeditou o crime há meses e que desde maio deste ano ela divulgava para parentes e amigos que estava grávida, e chegou até a comprar um enxoval de bebê.

O delegado contou ainda que ela conseguiu um documento que mostrava que estava grávida com um biomédico, de forma irregular, com base em um exame de gravidez de farmácia. A polícia concluiu que neste período Cláudia não estava grávida.

“O biomédico foi ouvido e disse que já era conhecido dela há anos. Ela ligou para ele, contou que estava grávida após fazer um teste e queria um laudo de exame de sangue como se ela estivesse ido ao laboratório. Daí, ele fez na confiança”, contou o delegado.

Crimes

A polícia concluiu que Cláudia entrou no hospital usando um nome falso e com o crachá da universidade onde ela era professora universitária. “Ela teria livre acesso só com base nesse crachá, mas mesmo assim ela usou essa fraude de se passar por pediatra e anunciou um nome que não é dela, era um nome fictício”, disse o delegado.

A investigação disse que antes de Cláudia levar a vítima dos pais, ela chegou a ir até alguns quartos do hospital, mas voltava ao perceber que não havia crianças meninas, que era o que ela desejava. “Ela conseguiu enganar os pais dizendo que iria ministrar o leite dela e a retirou do hospital. Depois disso, ela fugiu para Itumbiara, onde foi presa”, contou Anderson.

Anderson explicou que no início do caso, Cláudia foi autuada por sequestro porque a polícia não tinha certeza da finalidade. No caso dela, o delegado explicou que o sequestro foi uma ferramenta que ela utilizou para depois fazer a adoção ilegal, ou seja, foi uma etapa do do crime.

“Ela sequestrou essa criança, levou para Itumbiara, acolheu essa criança que já configura o crime de tráfico de pessoas, que exige que ela faça esse acolhimento. Além disso, ela utilizou de fraude para entrar no hospital e enganar os pais para levar a recém-nascida. Então, o tráfico de pessoas é um crime mais grave com uma finalidade específica, absorve o crime de sequestro tem restrição de liberdade”, disse.

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O HOJE

Greve dos funcionários do Hapvida expõe problemas internos do plano de saúde

A decisão é uma resposta às reivindicações não atendidas pela empresa, como o cumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho instituída pelo MTE

Os funcionários do plano de saúde Hapvida estão com os serviços paralisados desde o dia primeiro de agosto e segue até a empresa dar um posicionamento. Durante este período, os serviços essenciais serão mantidos em operação mínima (30%), de acordo com as normas legais, para garantir a segurança e o atendimento de urgência aos pacientes. 

A decisão é uma resposta às reivindicações não atendidas pela empresa. Após a paralisação que ocorreu no feriado de Corpus Christi, no dia 30 de junho, os trabalhadores solicitaram o cumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), já homologada no site do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

A técnica de enfermagem, Laura Silva, que também está na Hapvida há cinco anos, expressou sua frustração com a situação atual. “Estamos aqui para cuidar dos nossos pacientes, mas também precisamos ser cuidados. Sem o devido reajuste salarial, ficamos desmotivados e preocupados com o nosso próprio futuro”, desabafa.

A empresa prometeu que cumpriria a exigência, mas não foi o que aconteceu e os funcionários foram surpreendidos no contracheque deste mês de agosto, com a ausência total do primeiro pela empresa.

Ana Souza, Enfermeira, trabalha na Hapvida há seis anos e, durante todo esse tempo, viu a demanda de pacientes aumentar, mas isso não reflete no salário. “Precisamos de um aumento salarial para continuarmos oferecendo um atendimento de qualidade”, comenta.

Carlos Mendes, Técnico de Enfermagem, trabalha no Hapvida há quatro anos e diz estar desanimado. “O custo de vida está subindo, mas nossos salários permanecem os mesmos. Temos que lidar com a pressão constante, sobrecarga de trabalho e ainda enfrentar condições que muitas vezes são precárias”, lamenta.

“O aumento salarial não é um luxo, é uma necessidade para garantir que possamos continuar desempenhando nosso papel de forma eficaz e digna”, finaliza.

Com os salários abaixo do mercado, muitas vezes a jornada extra impacta diretamente nas condições de trabalho e no bem-estar dos profissionais de saúde, o que prejudica a assistência ao paciente, segundo os colaboradores, que atualmente recebem R$ 1500,31.

Mariana Lima, Técnica de Enfermagem, se sente desvalorizada pela empresa. “Estamos sempre à disposição, lidando com emergências e trabalhando além do horário. A falta de reajuste salarial afeta não só nossa motivação, mas também nossa capacidade de continuar oferecendo o melhor atendimento possível aos nossos pacientes”, afirma, ao destacar que o reajuste salarial é uma questão de justiça e reconhecimento.

O recepcionista João Ferreira, que trabalha na empresa há três anos , destaca que ver de perto a dedicação de todos os profissionais que trabalham na concessionária, mas lamenta que a remuneração não acompanha essa dedicação. “Estamos lutando por um salário que nos permita viver com dignidade e que reconheça a importância do nosso trabalho na cadeia de atendimento à saúde”, salienta.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do plano de saúde Hapvida para entender como está o funcionamento e atendimento dos usuários além de entender as negociações com os colaboradores, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.

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MEDICINA S/A

O aumento das filas cirúrgicas e o modelo de cirurgia ambulatorial


Por Newton Quadros

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), criada em 1961, é formada por 38 países, da América do Norte, América do Sul, Europa e Ásia. Em 2023, ela publicou o estudo denominado Health at a Glance 2023: OECD Indicators, em que apresentou dados sobre os longos tempos de espera para cirurgia eletivas e atendimento médico em duas dezenas de países. A conclusão desse estudo é que o problema se agrava anualmente. Em 2022, o tempo médio de espera de um paciente para realizar uma cirurgia de catarata era de 149 dias no Chile; 278 dias na Costa Rica; 148 dias na Irlanda; 108 dias em Portugal; 240 dias na Eslovênia; 132 dias na Noruega; 113 dias na Nova Zelândia e 350 dias na Polônia.

A OCDE se dedica à promoção de padrões convergentes em vários temas, como questões econômicas, financeiras, comerciais, sociais e ambientais. Com sede em Paris, a organização atua na coleta de dados, análises, discussões, decisões colegiadas, implementações de políticas e vigilância multilateral. O Brasil protocolou o pedido de acesso à OCDE em 2017, e em junho de 2022, o governo brasileiro recebeu o Accession Roadmap, que estabelece os termos e condições para o processo de adesão, porém não houve ainda uma posição definitiva de ingresso do Brasil.

Na Espanha, segundo dados do Ministério da Saúde, a comunidade de Andaluzia tinha 1 milhão de pacientes em lista de espera, sendo 840 aguardando consulta com especialista e 160 mil aguardando por agendamento cirúrgico. O Brasil, segundo o Programa Nacional de Redução de Filas, encontra muitas dificuldades para conter o crescimento das filas de espera. Segundo o Ministério da Saúde, em relatório divulgado em maio de 2023, há mais de 1 milhão de cirurgias eletivas à espera do SUS em todo o Brasil.

Os riscos decorrentes de longas filas de espera são deterioração da saúde do paciente; aumento dos custos relacionados à assistência à saúde; redução da qualidade de vida; aumento da ansiedade e geração de novas comorbidades devido à espera; perda da janela de ação preventiva; aumento das solicitações de emergência; perda da eficiência terapêutica, entre outros.

Muitos países europeus e norte-americanos, em especial os EUA, decidiram incentivar o modelo de Ambulatory Surgery Center (ASC – Centro Cirúrgico Ambulatorial, em português), como uma alternativa para reduzir as filas e os custos cirúrgicos, com impactos positivos para o sistema de saúde. Nos EUA, os sistemas Medicare e Medicaid são considerados grandes compradores de cirurgias realizadas em ASCs e a legislação e o controle sobre a cirurgia ambulatorial já estão muito avançados. Entre 2011 e 2022, o número total de centros cirúrgicos ambulatoriais certificados pelo Medicare nos Estados Unidos cresceu a uma taxa anual de 1,3%, aumentando de 5.217 para 6.028 unidades.

Neste mercado, 30% das unidades estão concentradas em grandes grupos empresariais, a exemplo da AMSURG, que se fundiu com a Envision Healthcare; a United Surgical Partners International (USPI – empresa controladora da Tenet Healthcare/Tenet); a SCA Health (SCA, de propriedade da Optum/UnitedHealth Group); a HCA Healthcare (HCA); a Surgery Partners (54% de propriedade da Bain Capital), entre outros grupos. Os outros 70% estão pulverizados em pequenas empresas.

Nos EUA, a expectativa é de que, até 2028, cerca de 85% dos procedimentos cirúrgicos sejam realizados em ASCs e isto significa uma migração de mercado na ordem de 60 bilhões de dólares. Considerando que, segundo o Medicare, os custos dos procedimentos cirúrgicos são de 15 a 47% mais caros se realizados em hospitais convencionais, quando comparados aos ASCs, tal migração não pode ser mais considerada uma tendência, mas sim uma estratégia do governo para reduzir filas cirúrgicas ao mesmo tempo em que reduz custos assistenciais. Nos últimos anos, certos procedimentos de maior complexidade, tradicionalmente realizados em um ambiente de internação ou no denominado Departamento Ambulatorial Hospitalar (HOPD), começaram a migrar para um ambiente de ASC independente.

Essa mudança estabeleceu um novo padrão para o nível de complexidade que um ambiente de ASC pode lidar com segurança e eficiência. A diretora de operações da Virtua Health, Catherine Retzbach, disse que os ASCs que lidam com casos de alta complexidade “oferecem aos pacientes mais opções para a realização de procedimentos em um ambiente de alta qualidade e baixo custo.” Como exemplo, os ASCs devem realizar metade de todos os procedimentos cardiológicos até final de 2024.

O Brasil ainda não percebeu as vantagens de migração de procedimentos cirúrgicos para o ambiente ambulatorial como estratégia para reduzir filas cirúrgicas e custos assistenciais e ampliar o acesso ao cuidado. O Governo Federal poderia investir no modelo de Unidade Cirúrgica Ambulatorial (UCA) e aumentar muito o rol de procedimentos cirúrgicos ambulatoriais, atualmente realizados nas AMEs e UPAs, além de reduzir a ocupação dos hospitais públicos com demanda cirúrgica de baixa e média complexidade, abrindo vagas para os pacientes de alta complexidade. O mesmo serve para o setor privado que ainda opera na conservadora mentalidade hospitalocêntrica, na contramão do que vemos nos países mais ricos e desenvolvidos do mundo.

*Newton Quadros é Administrador de Empresas, especialista em Qualidade Hospitalar e Governança Corporativa, Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Ambulatorial – SOBRACAM, atuou na concepção e implantação do Projeto NEO LIFE em Brasília e atualmente é Superintendente Hospitalar do ISG Saúde.

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AGÊNCIA BRASIL

Casos de dengue no inverno em 2024 já superam o registrado em toda a estação no ano passado


Até a última semana epidemiológica, foram confirmados 206.952 casos de dengue em 2024 no período do inverno

Casos de dengue no inverno em 2024 já superam o registrado em toda a estação no ano passadoAté a última semana epidemiológica, foram confirmados 206.952 casos de dengue em 2024 no período do inverno Saúde|


Os casos de dengue no inverno de 2024 já superam o total registrado em toda a estação do ano passado. Até a última semana epidemiológica, foram confirmados 206.952 casos de dengue em 2024, comparado a 123.833 casos registrados durante todo o inverno de 2023, segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde.

Normalmente, o inverno é um período de redução nos casos de dengue devido às baixas temperaturas, que dificultam a eclosão dos ovos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Contudo, o inverno de 2024 apresenta uma situação diferente.

Nos meses de inverno, que ocorrem de junho a setembro, os casos de dengue costumam cair devido às temperaturas mais baixas, mas especialistas atribuem a alta deste ano a fatores como mudanças climáticas e rescaldo da alta histórica registrada nos primeiros meses deste ano.

O início do inverno, em 21 de junho, coincide com a 25ª semana epidemiológica, utilizada para monitorar a dengue e outras doenças. Em 2023, foram confirmados 19.287 casos de dengue nesta semana, o maior número registrado até então. Em 2024, esse número mais que triplicou, saltando para 65.186 novos casos.

Entre 21 de junho (semana 25) e 1º de agosto (semana 31) de 2024, foram registrados 206.952 casos de dengue. Em comparação, durante o mesmo período em 2023, foram confirmados 82.194 casos. Mesmo considerando um período mais longo no ano passado, de 21 de junho até 23 de setembro (semana 38), o total foi de 123.833 casos, ainda significativamente menor do que o número já registrado em 2024.

Embora o avanço do inverno e a diminuição das temperaturas tenham reduzido o número de novos casos, a dengue não desapareceu. Ao longo de todo o ano, foram notificados 6.446.748 casos prováveis de dengue em todo o país, resultando em uma taxa de letalidade de 0,08% de acordo com a última atualização do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde. O coeficiente da doença no Brasil, neste momento, é de 3.170,1 casos para cada 100 mil habitantes.

A faixa etária mais afetada é a dos 20 aos 29 anos, seguida pelas faixas de 30 a 39 anos, 40 a 49 anos e 50 a 59 anos. Os grupos menos afetados são os menores de um ano, pessoas com 80 anos ou mais, e crianças de um a quatro anos.

Entre os Estados, São Paulo lidera em números absolutos de casos de dengue. Em seguida, estão Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. No entanto, quando se considera o coeficiente de incidência da doença, o Distrito Federal aparece em primeiro lugar, seguido por Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina.

No momento, o Ministério da Saúde afirma trabalhar na organização da rede de assistência aos pacientes, capacitação de profissionais, reavaliação do fluxo de atendimento e estudos sobre os casos graves em discussões com o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAs).

A situação atual acende um alerta para a necessidade de reforçar as medidas de prevenção e controle da dengue, especialmente em períodos em que, tradicionalmente, a incidência da doença tende a ser menor. As autoridades de saúde seguem monitorando de perto a situação e promovendo campanhas para conscientizar a população sobre a importância de eliminar os focos do mosquito transmissor.

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Assessoria de Comunicação