Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 20/08/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Opinião | Novos cursos de Medicina, solução ou problema?

Algoritmo de inteligência artificial suporta decisão médica para diagnóstico ágil e preciso de marcadores para tratamento de câncer de pulmão

Dívida da Prefeitura de Goiânia com o Hospital do Câncer Araújo Jorge chega a quase R$ 45 milhões

Usuários do plano SulAmérica relatam precarização dos serviços desde que grupo foi adquirido pela gigante Rede D’Or

Cibercriminosos e o Setor de Saúde: Como Proteger Dados Sensíveis e Evitar Vazamentos

O ESTADÃO

Opinião | Novos cursos de Medicina, solução ou problema?


Multiplicação de instituições de ensino médico levanta preocupações quanto à qualidade da formação e à solução dos problemas de saúde pública no País
Nos últimos anos, o Brasil tem observado um aumento significativo no número de faculdades de Medicina. Para se ter uma ideia, nas duas primeiras semanas de julho de 2024, o Ministério da Educação deu permissão para a criação de 12 novos cursos de Medicina. Só nessas duas semanas a quantidade de cursos de graduação médica autorizados ultrapassou todas as autorizações feitas em 2023.

O discurso governamental busca explicar essa expansão visando a atender à demanda crescente por profissionais de saúde em um país de dimensões continentais e com uma população que ultrapassa 200 milhões de habitantes, conforme estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, essa multiplicação de instituições de ensino médico levanta sérias preocupações quanto à qualidade da formação oferecida e à real solução dos problemas de saúde pública no País.

A principal justificativa para a abertura de novas faculdades de Medicina reside na suposta escassez de médicos, especialmente em regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos. Médicos não faltam. A má distribuição de médicos é, de fato, uma questão estrutural que está relacionada à forma como o sistema de saúde é organizado e como os recursos são alocados.

Regiões distantes e carentes sofrem com a precariedade, de um lado, das condições técnicas para o exercício profissional ético da medicina e, de outro, da infraestrutura e serviços a esta associados, como condições habitacionais, transporte e logística, geração e transmissão de energia, saneamento básico e telecomunicações, que possuem grande importância para o desenvolvimento social e econômico desses territórios.

Além disso, e não considerando aqui os reconhecidos problemas de gestão do sistema público de saúde no alcance de maior eficiência, a falta de um plano nacional de carreira, cargos e salários para profissionais da saúde no Sistema Único de Saúde (SUS) torna mais grave a situação. Um plano de carreira bem estruturado, a exemplo de outras carreiras de Estado, seria capaz de distribuir médicos de forma mais equitativa pelo território nacional, oferecendo-lhes condições de trabalho e incentivando sua permanência em regiões que atualmente são negligenciadas.

A abertura de novas faculdades de Medicina sem um controle rigoroso de qualidade é um tema que precisa ser abordado com seriedade pelos órgãos reguladores e instituições de ensino. Muitas dessas instituições carecem de condições adequadas ao ensino, como estrutura física, hospitais-escola bem equipados, laboratórios modernos, corpo docente competente e qualidade dos estágios práticos. A formação médica exige um ambiente de aprendizado que simule a prática profissional, com acesso a casos clínicos diversificados e supervisão de profissionais experientes.

Além disso, o processo de expansão das faculdades de Medicina, muitas vezes, atende a interesses políticos e econômicos, em vez de priorizar a qualidade da educação e, por extensão, a própria qualidade do serviço médico. A abertura de cursos sem levar em conta critérios objetivos e a avaliação cuidadosa das necessidades regionais e das capacidades institucionais pode levar a um excesso de profissionais em áreas já saturadas, enquanto regiões realmente necessitadas continuam desassistidas.

Para contextualizar, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), temos hoje 575.930 médicos ativos no País, uma das maiores quantidade do mundo, resultando em uma proporção de 2,81 médicos por mil habitantes, a maior já registrada e que coloca o Brasil à frente dos Estados Unidos, Japão e China.

Com um crescimento exponencial, o número de faculdades de Medicina no Brasil passou de 78 em 1990 para as atuais 389, sem que isso se traduza necessariamente em uma distribuição equitativa de médicos ou em uma melhoria na qualidade do atendimento à saúde.

Em direção oposta ao que vem sendo sustentado, a abertura de novos cursos de Medicina não é garantia de permanência de seus formandos nas regiões sede dessas faculdades. O mero aumento de faculdades de Medicina no Brasil é uma “proposta de solução” simplista para um problema complexo.

Em vez de unicamente aumentar o número de faculdades de Medicina, é necessário investir na melhoria da gestão do sistema de saúde, aumentar o financiamento do Sistema Único de Saúde, garantir a construção e manutenção de infraestruturas de saúde adequadas e a oferta de segurança, suporte profissional e remuneração justa.

Muitos argumentam que isso, na verdade, virou um grande negócio, bancado na sua maioria pelo Estado que “financia” os estudos e depois isenta o pagamento das mensalidades, criando um maior custo do que seria a criação de escolas públicas e serviços de saúde públicos. Se cada faculdade de Medicina tivesse a obrigação de criar serviços para a formação, aí sim seria um início de demonstração de interesse na saúde pública e no cuidado da população.

Antônio Geraldo da Silva Médico psiquiatra e psiquiatra forense

César Augusto Trinta Weber Médico psiquiatra e psiquiatra psicoterapeuta

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PORTAL G7

Algoritmo de inteligência artificial suporta decisão médica para diagnóstico ágil e preciso de marcadores para tratamento de câncer de pulmão

Soluções de patologia digital para escaneamento de lâminas e aplicação de algoritmos oferecidas pela Roche Diagnóstica facilitam a identificação da expressão de PD-L1 e decisão terapêutica em oncologia
 
Algoritmo de inteligência artificial suporta decisão médica para diagnóstico ágil e preciso de marcadores para tratamento de câncer de pulmão

Soluções de patologia digital para escaneamento de lâminas e aplicação de algoritmos oferecidas pela Roche Diagnóstica facilitam a identificação da expressão de PD-L1 e decisão terapêutica em oncologia

Agosto Branco é o mês de conscientização e prevenção do câncer de pulmão, uma doença que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, sendo a principal causa de mortes por câncer globalmente e responsável por cerca de 1 em cada 5 óbitos relacionados à doença¹. No Brasil, segundo estimativas 2023, é o terceiro mais comum em homens com 18.020 casos novos e o quarto em mulheres no Brasil com 14.540 casos novos – sem contar o câncer de pele não melanoma². Seus sintomas geralmente só se manifestam em estágios avançados, tornando o diagnóstico precoce essencial para um tratamento mais eficaz e melhores resultados³.

Pensando nisso, a Roche Diagnóstica, líder mundial em diagnóstico in vitro, destaca o algoritmo de inteligência artificial PD-L1 (SP263), uma ferramenta tecnológica que traz análises de imagens para apoiar a decisão clínica e ajudar patologistas a avaliar – de forma confiável e objetiva – a lâmina de anatomia patológica do câncer de pulmão. É uma solução de patologia digital que facilita a identificação da expressão de PD-L1, auxiliando na detecção mais rápida e precisa da expressão do marcador e na decisão terapêutica.

O algoritmo integra o portfólio VENTANA, sendo conectado ao equipamento DP600, digitalizador de lâminas e gerador de imagens de alta qualidade para vários tipos de tecidos, incluindo lâminas de congelação e citologia. A tecnologia faz uma digitalização de alta velocidade e tem uma interface de usuário intuitiva, sendo capaz de dar acesso às imagens digitalizadas em tempo real.

Entre os principais benefícios do PD-L1 (SP263) estão: identificação de pacientes mais prováveis de se beneficiarem de terapias específicas; suporte à avaliação de expressão de PD-L1 pelo patologista em linha com as diretrizes mais recentes de patologia, permitindo que os médicos oncologistas façam escolhas terapêuticas assertivas, provendo ferramentas necessárias para uma avaliação precisa do marcador, consolidação do perfil de expressão de PD-L1 e decisão terapêutica adequada aos pacientes.

“A digitalização de lâminas associada ao uso do algorítmo para PD-L1 (SP263) para suporte à avaliação da expressão do marcador é uma confiável inovação, que representa um avanço significativo em direção a uma abordagem mais personalizada e precisa no tratamento do câncer de pulmão, suportando a tomada de decisão clínica e a melhora da resposta terapêutica do paciente. Temos o compromisso de oferecer o melhor cuidado com o paciente, além de buscarmos contribuir para uma gestão de saúde mais efetiva”, afirma Carlos Martins, presidente da Roche Diagnóstica no Brasil.

Para mais informações sobre a tecnologia, acesse: https://rochedia. showpad.com/share/ HxI5cHYlsCcd5xe2XV21C

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JORNAL OPÇÃO

Dívida da Prefeitura de Goiânia com o Hospital do Câncer Araújo Jorge chega a quase R$ 45 milhões

Hoje, o hospital é responsável por quase 70% do atendimento oncológico de Goiás

A dívida da Prefeitura de Goiânia com o Hospital de Câncer Araújo Jorge (HAJ) já se aproxima dos R$ 45 milhões, montante que não contempla juros e correção monetária. Segundo o diretor de Relações Institucionais da Associação de Combate ao Câncer em Goiás, mantedora do Hospital de Câncer Araújo Jorge, Dr. Jales Benevides, esses valores são referentes a repasses do SUS, emendas estaduais e federais, e processos administrativos.

Ao Jornal Opção, Jales explicou que por conta dos atrasos nos repasses, a unidade de saúde fecha as contas com R$ 4 milhões negativos todos os meses. “Tudo que produzimos pelo SUS não paga as nossas despesas. As coisas aumentaram, água, energia, alimentação, medicação. Gastamos mais de quatro milhões de reais de quimioterapia. Então nosso hospital é responsável para atender Goiás e Goiânia, e não estamos sendo bem tratados pela Secretaria Municipal de Saúde”, afirmou diretor.

“Nós não estamos recebendo os repasses da União em dia. O governo faz o pagamento após a prestação de serviço. Esse dinheiro é repassado para a Secretaria de Saúde que deve repassar ao hospital. A Secretaria demora mais 40 dias para fazer o repasse de um dinheiro que não é novo. Então a secretaria consegue me destratar, destratar o povo goiano, destratar os pacientes oncológicos ao não fazer o repasse em dia”, continua.

“Tentamos vários diálogos com o secretário anterior. Tentamos diálogo com o atual, tentamos diálogo com a Secretaria da Finanças e eles não nos respeitam. A partir do momento, você não repassa o dinheiro, não é só esse, tem mais dinheiro lá para ser repassado, é uma falta de respeito”, disse.

Ameaça ao funcionamento

Segundo o presidente da Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG), Alexandre Meneghini, a falta dos repasses dos recursos ameaça a continuidade dos tratamentos e eleva os riscos de uma paralisação completa das atividades, algo que afeta diretamente os inúmeros pacientes que dependem dos serviços prestados pelo Araújo Jorge.

“Temos trabalhado com afinco e implementado medidas para reduzir os impactos decorrentes desses atrasos. Entretanto, está difícil! Daqui a pouco não teremos mais de onde tirar. É essencial que os valores pendentes sejam liberados urgentemente para prevenir um colapso nos serviços prestados. A demora adicional poderá comprometer a saúde e a segurança dos pacientes e a estabilidade operacional do hospital”, disse.

Cerca de 90% da receita da unidade de saúde é contratualizado com a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia. Hoje, o hospital é responsável por quase 70% do atendimento oncológico de Goiás.

O repasse é feito pela União via Fundo Nacional de Saúde. Esse dinheiro é enviado com regularidade ao Fundo Municipal de Saúde de Goiânia. Porém, o repasse para o Hospital de Câncer Araújo Jorge tem uma média de 40 dias de atraso. Além disso, o hospital sofre atrasos ainda maiores para outro recursos. Por exemplo, algumas emendas parlamentares de 2023 ainda não foram repassadas para a unidade de saúde.

Veja o detalhamento das dívidas

Serviço prestado pelo Hospital de Câncer Araújo Jorge para o SUS

Produção maio de 2024 (nota fiscal solicitada em 11/7) – valor R$ 8.294.261,98

Produção junho de 2024 (nota fiscal solicitada em 09/8) – valor R$ 8.424.033,10

Total: 16.718.295,08

Valor total piso de enfermagem: R$ 517.339,00

Total produção SUS: R$ 19.458,46301

Outros Recursos

Emendas estaduais: R$ 350.000,00

Emendas federais: R$ 7.550.000,00

Portaria 443: R$ 8.020.405,33

Portaria número 97 de 28/2/2024: R$ 9.000.000,00

Valor total: R$ 24.920.405,33

Processos administrativos

Processos administrativos com notas fiscais emitidas e aptos para pagamento: R$ 2.740.167,93

Resumo de todos os valores pendentes: R$ 45.476.223,55

O outro lado

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde afirmou que vem se empenhado para realizar os pagamentos ao Hospital Araújo Jorge e que tudo está ocorrendo “dentro das condições do município”.

“O mês de maio foi quitado na última quarta-feira (14/8) e novos pagamentos estão sendo planejados.
Quanto a diferença do piso da enfermagem, ainda não houve liberação de recursos por parte do Ministério da Saúde (MS) para que o município possa realizar o repasse”, diz o documento.

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ÚLTIMA HORA

Usuários do plano SulAmérica relatam precarização dos serviços desde que grupo foi adquirido pela gigante Rede D’Or


Não bastasse o desgaste causado pela rotina de cirurgias e acompanhamento médico, a terapeuta Andrea Ferreira trava uma batalha para conseguir o reembolso de um exame pelo qual pagou R$ 1.322,51. “A SulAmérica reembolsou R$ 591,65. Logo, o que estou pleiteando é o complemento do reembolso, no valor de R$ 730,86”, diz.

Usuária do plano de saúde SulAmérica desde 1999, Andrea era habituada a realizar os procedimentos médicos no Hospital AC Camargo, em São Paulo. Diagnosticada com lesões precursoras do câncer de mama, ela passou por cinco cirurgias entre 2021 e 2022, quando soube, sem aviso prévio, que a unidade de saúde não faria mais parte da lista de credenciadas da SulAmérica. A partir daquele momento, Andrea teria que desembolsar altos valores pelos procedimentos que, até então, eram custeados pelo plano.

“Nunca tive problemas com a SulAmérica até o segundo semestre de 2022, quando foi comprada pela Rede D’Or e os descredenciamentos em massa iniciaram”, conta. A terapeuta faz parte de um grupo de 55 pessoas que se uniram, via internet, para procurar suporte jurídico e emocional diante dos casos de descredenciamento de unidades e serviços de saúde por parte da operadora. Em 2023, Andrea registrou uma reclamação no serviço de ouvidoria da Agência Nacional de Saúde (ANS), órgão responsável pela regulação dos planos de saúde.

Naquele ano, a agência registrou 29.462 queixas contra o grupo SulAmérica. Somente em julho de 2024, foram 2.655 reclamações. Na plataforma Reclame Aqui, a SulAmérica soma 33.034 contestações. Dessas, 6.482 foram registradas nos últimos seis meses e 1.613 mencionam a palavra reembolso. Outras falam sobre descredenciamento e descaso com os clientes.

Usuária do plano SulAmérica há 29 anos, a jornalista Cris Braga engrossa o coro dos descontentes. Ela teve dois cânceres de mama e, para realizar os procedimentos mais recentes, precisou de suporte jurídico. Contratou advogados e conseguiu, por meio de liminares, ter acesso ao tratamento. O câncer está em remissão, mas ela teme uma recidiva.

“E não é o medo de morrer, mas é pela luta que terei que enfrentar. O peso emocional que estamos vivendo não tem preço”, lamenta.

Assim como Andrea, Cris passou a lidar com as recusas de atendimento após a compra do SulAmérica pela Rede D’Or, grupo liderado pelo médico e empresário Jorge Moll Filho, cujo nome integra a lista dos 69 bilionários brasileiros da revista Forbes. Conforme a publicação, a rede da família Moll administra mais de 30 hospitais no Brasil.

Mas esse domínio vai além. Segundo estudo conduzido pelo pesquisador Eduardo Magalhães Rodrigues, pós-doutor em economia política pela PUC de São Paulo, a Rede D’Or tem 77 empresas e é a mais abastada entre o que ele chama de “as sete irmãs”, um grupo do ramo da saúde que controla outras 192 corporações no Brasil.

Ao lado da Rede D’Or, estão Dasa, Eurofarma, Amil, Aché, Hapvida e NotreDame, esta última líder de queixas no Reclame Aqui, com 101.788 registros. Juntas, essas gigantes fazem parte de um grupo de 1% das empresas que controla quase 25% de toda a economia corporativa brasileira.

Na pesquisa, Magalhães alerta sobre o impacto dessas megaestruturas econômicas na vida dos usuários da rede privada de saúde. “Essas empresas fazem o que querem. Elas sentam em uma mesa e determinam quais serviços vão ser oferecidos, em qual qualidade e a que preço”, declarou o pesquisador em entrevista ao site Intercept Brasil.

Oligopólio na saúde

De acordo com a advogada Marna Paullelli, do Instituto de Defesa de Consumidores (Idec), a tendência de oligopólio na área da saúde vem sendo observada há, pelo menos, dez anos. “No passado foi muito comum ver, por exemplo, empresas que aparentemente tinham problemas financeiros sendo absorvidas por outras”, avalia. Segundo a advogada, o perfil das transações mudou nos últimos anos.

“O que se viu, principalmente de 2021 para cá, foram empresas grandes mudando a sua rede, tentando mudar um pouco do seu modelo de negócios”, diz.

Em 2013, o Ministério Público Federal enviou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) um parecer alertando para o risco de monopólio da Rede D’Or no Distrito Federal. No ano anterior, o grupo havia comprado participações no hospital Santa Lúcia e na empresa Medgrupo, que controla os hospitais Santa Helena, Prontonorte, Maria Auxiliadora, Renascer e o Santa Lúcia.

Como já detinha o Hospital Santa Luzia e o Hospital do Coração, a Rede D’Or passou a controlar mais de 50% dos leitos de Brasília. Um inquérito civil sobre o caso chegou a ser aberto, mas foi arquivado e está, atualmente, sob sigilo.

Segundo o ranking de bilionários da revista Forbes, o patrimônio de Jorge Moll Filho batia os US$ 5,3 bilhões (em torno de R$ 29 bilhões) na data de publicação desta reportagem e alcançou seu valor mais alto, de US$ 11,3 bilhões, em 2021.

No capítulo de conclusão, o estudo de Magalhães ressalta que, nessas configurações, a saúde é apenas um negócio como qualquer outro. “Um negócio que deve dar o máximo possível de lucros, não importando se isso custará o bem-estar e a vida de milhões de pessoas”, conclui a pesquisa.

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MASTER MAVERICK

Cibercriminosos e o Setor de Saúde: Como Proteger Dados Sensíveis e Evitar Vazamentos


Não é de hoje que a gente escuta falar sobre ataques cibernéticos, mas quando o alvo é o setor de saúde, o perigo vai muito além da perda financeira. Estamos falando de vidas humanas em risco, de dados pessoais extremamente sensíveis que caem nas mãos erradas, e de sistemas que não podem parar por um segundo sequer. É um cenário preocupante, especialmente quando vemos o quanto esses ataques têm se intensificado nos últimos anos.

O Setor de Saúde na Mira dos Cibercriminosos

O setor de saúde, que já carrega a responsabilidade de cuidar da nossa vida e bem-estar, também está tendo que lidar com uma batalha constante contra cibercriminosos. Por mais que a gente queira acreditar que esses sistemas são seguros, a realidade é que muitas vezes eles são alvos fáceis para ataques digitais. E por que isso acontece? Porque o setor de saúde lida com uma quantidade gigantesca de informações pessoais e confidenciais, desde dados médicos até informações financeiras.

Segundo o “2024 Data Breach Investigations Report” da Verizon, que traz um panorama geral dos incidentes de segurança no mundo todo, só em 2023 foram registrados 1.378 incidentes no setor de saúde. Desses, 1.220 resultaram em vazamentos de dados confirmados. É um número assustador, e o pior é que muitos desses ataques poderiam ser evitados com medidas de segurança mais robustas e uma atenção maior aos erros humanos, que são responsáveis por 83% das violações.

Eu sou um nordestino de 35 anos, formado em redes de computadores, e acompanho de perto essa realidade. Ver o impacto desses ataques no setor de saúde me deixa inquieto. Além da minha preocupação com o bem-estar das pessoas, como alguém que entende de tecnologia, sei o quanto esses sistemas podem ser vulneráveis. É triste ver que, apesar de todos os avanços na área médica, a segurança digital ainda é um ponto fraco.

Por Que o Setor de Saúde é Tão Vulnerável?

Mas afinal, por que o setor de saúde é tão vulnerável a ataques cibernéticos? Segundo Alcyon Júnior, que é Head de Serviços de Segurança Ofensiva da Apura Cyber Intelligence, há uma série de fatores que tornam esse setor um alvo tão atrativo para os cibercriminosos. Para começar, as organizações de saúde acumulam uma vasta quantidade de dados sensíveis, o que é um prato cheio para quem quer roubar informações valiosas.

Além disso, muitas vezes, a infraestrutura de TI usada por hospitais e clínicas pode ser ultrapassada ou mal protegida. Eu sei bem como é difícil para algumas instituições acompanharem a rápida evolução da tecnologia, especialmente quando a prioridade é salvar vidas. E essa urgência, essa pressão constante, pode levar a lapsos de segurança, facilitando a ação dos criminosos.

A situação fica ainda mais crítica com o crescente uso da Internet of Medical Things (IoMT). Equipamentos médicos conectados à internet são uma maravilha para a medicina moderna, mas também abrem portas para ataques se não forem bem protegidos. E aqui eu vejo uma contradição: enquanto esses dispositivos são criados para melhorar a nossa saúde, eles também podem se tornar uma ameaça se caírem nas mãos erradas.

O Aumento dos Ataques Internos

Outro dado alarmante que aparece no relatório da Verizon é o aumento significativo dos chamados “insiders”, ou seja, pessoas de dentro das corporações que acabam causando incidentes de segurança. Se antes a ameaça interna estava diminuindo, agora vemos uma reversão dessa tendência. Em 2023, 70% dos incidentes foram causados por atores internos, enquanto apenas 30% vieram de fora. Isso mostra que a segurança não é só sobre proteger contra invasores externos, mas também sobre ter um controle rigoroso dentro de casa.

O “Uso Indevido de Privilégios”, que nem aparecia entre os principais padrões de ataque no ano passado, agora ocupa a segunda posição. Isso é preocupante porque indica que, muitas vezes, quem tem acesso privilegiado aos sistemas pode ser um risco se não houver uma política de segurança rigorosa. É uma realidade que deve acender um alerta vermelho para todas as instituições de saúde.

Mudança no Alvo dos Cibercriminosos

Outro ponto que me chamou atenção no relatório foi a mudança no tipo de dados visados pelos cibercriminosos. Antes, o foco era mais nos dados médicos, mas agora, os dados pessoais dos pacientes estão sendo cada vez mais alvos de ataques. E o que isso significa? Significa que os criminosos estão mais interessados em monetizar essas informações, usando-as em fraudes e outros esquemas ilegais.

Dos dados comprometidos em 2023, 75% eram informações pessoais, seguidos por dados internos (51%), outros tipos de dados (25%) e credenciais (13%). O motivo por trás dessas violações é majoritariamente financeiro (98%), com apenas 1% relacionado à espionagem. É assustador ver como as nossas informações pessoais podem se tornar moeda de troca no mundo do crime digital.

Casos de Ataques no Setor de Saúde

Para ilustrar o quão grave essa situação pode ser, temos alguns exemplos recentes de ataques cibernéticos no setor de saúde. A UnitedHealth, uma das maiores empresas de saúde dos Estados Unidos, sofreu um ataque que comprometeu uma quantidade substancial de seus dados. O prejuízo pode chegar a US$1,6 bilhão, e o impacto disso para os pacientes é incalculável.

Aqui no Brasil, a Unimed Cuiabá também foi alvo de um ataque que interrompeu seus serviços em março de 2023. Isso mostra que nem mesmo as grandes corporações, com todos os seus recursos, estão imunes a essas ameaças.

Outro dado interessante vem da ManageEngine, que revelou que a IA Generativa foi utilizada em mais de 50% dos ataques recentes contra empresas brasileiras. Isso demonstra o quanto as ferramentas cibernéticas estão ficando cada vez mais sofisticadas, tornando a defesa contra esses ataques um desafio cada vez maior.

Como Proteger o Setor de Saúde?

Diante desse cenário, o que pode ser feito para proteger melhor o setor de saúde contra ataques cibernéticos? A resposta não é simples, mas passa por várias medidas que, se aplicadas corretamente, podem fazer a diferença.

Primeiro, é essencial que as instituições de saúde adotem uma abordagem proativa para enfrentar as ameaças cibernéticas. Isso significa implementar políticas rigorosas para o manejo de dados e investir em tecnologias de segurança de ponta.

Outro ponto crucial é o monitoramento constante das ameaças. Hoje, é possível obter informações sobre as mais diversas ameaças cibernéticas a partir da coleta de dados em fontes variadas, tanto na surface web quanto na deep web e dark web. Com isso, as instituições podem se antecipar aos ataques e evitar que eles aconteçam.

É importante lembrar que a cibersegurança não pode ser tratada como um luxo, mas como uma necessidade vital. Proteger os dados sensíveis dos pacientes é, em última análise, proteger a vida deles. E para quem trabalha na área de saúde, essa deve ser sempre a prioridade número um.

Considerações Finais

O setor de saúde é, sem dúvida, um dos mais vulneráveis quando se trata de ataques cibernéticos. A quantidade de dados sensíveis e a urgência em manter os sistemas funcionando 24 horas por dia tornam esse setor um alvo atrativo para os cibercriminosos.

Como alguém que entende tanto de tecnologia quanto de preocupação com o bem-estar das pessoas, eu vejo que ainda temos um longo caminho a percorrer quando se trata de segurança digital no setor de saúde. Mas com as medidas certas, é possível reduzir os riscos e proteger tanto os dados quanto as vidas dos pacientes.

Para isso, é fundamental que as instituições de saúde invistam em tecnologias de segurança, adotem políticas rigorosas de manejo de dados, e estejam sempre um passo à frente dos cibercriminosos. Só assim poderemos garantir que a saúde digital seja tão segura quanto a saúde física.

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Assessoria de Comunicação