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DESTAQUES
Abramge considera resultado econômico-financeiro divulgado pela ANS positivo, mas sugere cautela antes de celebrar o resultado
Planos de saúde vão de perdas de R$ 4 bi a lucro de R$ 2 bi. Veja como
Câmara aprova urgência para desoneração da folha de pagamento
Saúde lança sistema que acelera processo de transplantes em Goiás
Candidatos em Goiânia retomam promessa de hospital previsto desde 2018
Hapvida aposta em tecnologia para otimizar integração operacional
SAÚDE DEBATE
Abramge considera resultado econômico-financeiro divulgado pela ANS positivo, mas sugere cautela antes de celebrar o resultado
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), divulgou no dia 3 de setembro os dados econômico-financeiros relativos ao 1º semestre de 2024. O resultado completo pode ser consultado no Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar. Para Gustavo Ribeiro, presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), os resultados indicam uma recuperação, mas é preciso acompanhar os próximos meses com cuidado.
“A notícia é positiva para os beneficiários, interessados diretos e razão de ser do setor, que, com maior equilíbrio financeiro se mantém hígido para cumprir seus contratos e sustentar o acesso à saúde privada no Brasil. Historicamente o segundo e o terceiro trimestre são marcados por influenza, doenças virais e respiratórias que se acumulam com os demais tratamentos, trazendo despesas assistenciais mais elevadas. Por isso é importante aguardarmos mais alguns períodos para entender se o setor conseguirá chegar ao final desse ano nos moldes pré pandêmicos e, a partir daí, ampliar de maneira mais vigorosa o acesso da população brasileira ao sistema de saúde suplementar”.
De acordo com a ANS, o setor de saúde suplementar registrou lucro líquido de R$ 5,6 bilhões no primeiro semestre do ano. Resultado que equivale a aproximadamente 3,27% da receita total acumulada no período, que foi superior a R$ 170 bilhões. O desempenho econômico-financeiro é o mais positivo para um 1º semestre desde 2019. Um saldo positivo mais próximo do patamar pré-pandemia.
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METRÓPOLES ONLINE
Planos de saúde vão de perdas de R$ 4 bi a lucro de R$ 2 bi. Veja como
Para especialistas, reajustes de preços foram fundamentais para a virada operacional das empresas do setor entre 2023 e 2024
As empresas de planos de saúde deram uma guinada formidável entre o primeiro semestre do ano passado e o mesmo período deste ano. Elas saíram de um prejuízo operacional de R$ 4,3 bilhões em 2023 e alcançaram um lucro de R$ 2,4 bilhões em 2024 – o primeiro resultado positivo desde 2021. E como ocorreu tamanha reviravolta? Na avaliação de especialistas, vários fatores contribuíram para a mudança, mas um deles foi primordial: o reajuste de preços.
No caso dos planos individuais, os aumentos são definidos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Neste ano, a elevação foi fixada em 6,91%. Para os planos coletivos, contudo, vale a livre negociação entre as operadoras e as empresas que as contratam. Nessas apólices, afirmam os técnicos, houve reajustes de até 50%.
E no universo da saúde suplementar planos coletivos têm um peso muito maior do que os individuais. Estes reúnem 8,8 milhões de pessoas, o equivalente a 17% do total de 51,2 milhões de usuários do sistema.
Para a maioria das operadoras, os contratos individuais tornaram-se uma dor de cabeça. Elas consideram que essas apólices são deficitárias e a recomposição dos preços por parte da ANS não banca os custos do segmento. Por isso, eles são cada vez mais raros no mercado.
Em contrapartida, os planos coletivos agrupam 42,3 milhões de brasileiros e representam quase 83% dos usuários do setor. Nesse segmento, há dois tipos de apólices. Um deles é voltado para pequenas e médias empresas (PMEs), com até 29 pessoas. Nesse caso, cada operadora define um reajuste para todos os contratos desse tipo que mantém no portfólio. Para os planos com mais de 29 pessoas, contudo, não há esse limite. O reajuste é negociado caso a caso, cliente a cliente.
Aumentos de até 50%
Gustavo Vilela, sócio-líder do setor de saúde da consultoria KPMG, observa que, no caso dos contratos com PMEs, com o limite de até 29 clientes, quase todos os reajustes praticados em 2023 foram maiores do que 20%. “Neste ano, os que não foram acima desse patamar, ficaram no limiar desse valor”, diz o especialista.
Ele acrescenta que, no caso dos planos coletivos empresariais, em que a negociação é livre entre as operadoras e as empresas clientes, alguns aumentos chegaram a 50% neste ano. “É por isso que, sim, o que definiu o bom resultado operacional dos planos neste primeiro semestre foi sem dúvida o preço”, afirma o especialista.
O médico Carlos Lobbé, professor de MBAs de gestão de saúde da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio, concorda com a análise. Ele observa que, graças notadamente aos aumentos de preços, a receita das companhias do setor saltou de R$ 131,6 bilhões no segundo trimestre de 2023 para R$ 149,2 bilhões no mesmo período deste ano, num avanço de 13%.
Aumento de clientes
O peso dos reajustes também é destacado por Harold Takahashi, sócio da Fortezza Partners, assessoria de investimentos especializada em fusões e aquisições. Ele nota que, além e apesar dos aumentos, o total de clientes das empresas também cresceu neste ano, na comparação com 2023, com um incremento de cerca de 800 mil pessoas.
Takahashi destaca que o crescimento de usuários pode parecer um contrassenso diante dos reajustes dos planos. Mesmo porque, quando os preços dos produtos aumentam, a clientela foge. Mas há explicações para essa aparente discrepância.
Uma delas é o fato de que o avanço das operadoras ocorre, principalmente, nos planos empresariais. Como o mercado de trabalho tem dado recorrentes demonstrações de força no Brasil, a entrada no mercado de um maior número de trabalhadores formais engorda a clientela dos planos de saúde.
Fator comportamental
Além disso, para Vilela, da KPMG, há um fator comportamental que explica esse fato. Ele afirma que, desde a pandemia, a importância dos planos de saúde aumentou entre os consumidores. Isso faz com que muitos usuários do sistema (o que vale para empresas que querem oferecer o benefício a seus funcionários) suportem reajustes, ou mesmo, aceitem uma mudança de contrato, aderindo a uma versão mais simples e barata do produto.
“Hoje, as pessoas abrem mão de outros bens de consumo para manter um plano de saúde e aceitam trocar uma cobertura melhor por outra pior”, diz Vilela. “As áreas de pós-venda das operadoras também estão mais preparadas para oferecer essa mudança para uma opção mais barata de plano, o , como forma de reter a clientela.”
Ganhos de eficiência
Houve ainda ganhos de eficiência. É isso o que mostra a queda da taxa de “sinistralidade” do setor, embora ela também sofra influência dos reajustes. Esse índice mede a relação entre as despesas que a operadora do plano tem com atendimentos médicos (sinistros) e o valor total arrecadado com as mensalidades dos usuários.
De acordo com a ANS, essa taxa passou de 87,9% no segundo trimestre de 2023, para 83,8% no mesmo período de 2024. Isso quer dizer que, agora, para cada R$ 100,00 que a operadora recebe, R$ 83,80 são gastos com atendimento dos clientes. No ano passado, essa custo era de R$ 87,90. Dito assim, a diferença pode parecer pequena, mas, considerando o tamanho da receita das operadoras, diferença entre os percentuais passa a ser expressiva.
Verticalização
Para o médico Lobbé, da FGV, a “verticalização” crescentemente adotada pelas operadoras também contribuiu com ganhos de eficiência no setor. Na gestão “vertical”, além de administrar planos, as operadoras controlam a rede de atendimento a clientes, mantendo serviços próprios em hospitais, clínicas, laboratórios e centros de diagnóstico. “Esse foi o modelo que as companhias encontraram para controlar os custos de forma mais rigorosa”, diz o especialista.
Lobbé afirma que as grandes empresas do setor, lista que inclui a Hapvida e a Amil, por exemplo, fizeram um “trabalho muito intenso de verticalização” neste ano. “O Bradesco também está montando hospitais e a SulAmérica oferece reajustes menores para clientes que usam serviços da Rede D’Or, que faz parte do mesmo grupo”, acrescenta o médico.
Limpeza nas apólices
Os especialistas afirmam ainda que cortes maciços de apólices deficitárias também ajudaram produzir o lucro no primeiro semestre. Fazem parte desse grupo de contratos que não saem do vermelho, notadamente, os planos por adesão. Eles reúnem segmentos específicos, geralmente vinculados a entidades de classe, associações profissionais, sindicatos ou conselhos de profissões de advogados, médicos ou engenheiros, por exemplo.
Nos planos por adesão, o volume de cancelamentos de apólices chegou a tal ponto que, em maio, os planos de saúde concordaram em firmar um acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), suspendendo esse tipo de interrupção unilateral do serviço.
Queda nas despesas
Os técnicos notam ainda que as despesas com assistência médica do setor subiram menos do que a receita entre 2023 e 2024. De acordo com dados da ANS, os gastos passaram de R$ 115,6 bilhões no segundo trimestre do ano passado contra R$ 124,8 bilhões no mesmo período deste ano, num aumento de 7,9%. A salto da receita no mesmo período, como mencionado acima, foi de 13,3%.
Glosas e inadimplência
Essa diferença, contudo, não pode ser 100% atribuída à maior eficácia das operadoras. Os especialistas consideram que ela também está associada, em alguns casos, ao não pagamento ou ao adiamento da quitação de despesas. Isso inclui glosas (quando, por vários motivos, os planos não cobrem de imediato a despesa de um cliente com o atendimento médico), além de pendências com fornecedores, ou mesmo, com o Sistema Único de Saúde (SUS).
Dados da ANS mostram que a Hapvida, a maior operadora do país, mantinha uma dívida com o SUS de cerca de R$ 800 mil, que não havia sido quitada até o fim do segundo trimestre.
Mudanças nos produtos
Além disso, notam os especialistas, os planos de saúde estão mudando o perfil das apólices. Isso vem ocorrendo principalmente depois que a ANS permitiu, a partir de 2021, que pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtornos Globais de Desenvolvimento (TGD) tivessem direito a um número ilimitado de sessões com psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos.
De acordo com a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), com a mudança, os custos dos planos relacionados ao atendimento de pacientes com TEA e TGD superaram as despesas com tratamentos de câncer e cardiologia. “Hoje, é praticamente impossível achar um produto de prateleira das operadoras que não tenha pelo menos a coparticipação em terapias”, diz Vilela, da KPMG.
Combate às fraudes
Em nota, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que representa as principais operadoras de planos de saúde do país, creditou ainda parte do bom desempenho operacional do setor no semestre ao combate às fraudes no sistema. Em geral, esses golpes ocorrem em recibos de reembolsos, com empréstimos de carteirinhas e no fracionamentos de recibos.
Entre 2019 a 2023, a entidade registrou 4.502 notícias-crime e ações cíveis relacionadas a falcatruas desse tipo. “Só nos últimos dois anos esses casos aumentaram 66%”, afirma o comunicado.
A entidade avalia também que, apesar dos números positivos no primeiro semestre, é “prematuro concluir que o setor terá resultados equivalentes aos do período pré-pandemia neste ano”. “Na saúde suplementar, tradicionalmente, o segundo e o terceiro trimestres do ano são os que costumam elevar as despesas assistenciais”, diz a nota.
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AGÊNCIA BRASIL
Câmara aprova urgência para desoneração da folha de pagamento
A Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira (9/9) a urgência para votação do projeto que prevê transição para o fim da desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia e da alíquota cheia do INSS em municípios com até 156 mil habitantes.
O projeto foi aprovado em agosto pela Senado. A proposta mantém a desoneração da folha de pagamento para esses setores integralmente em 2024 e prevê a reoneração gradual entre 2025 e 2027. A retomada gradual da tributação a partir de 2025 terá alíquota de 5% sobre a folha de pagamento. Em 2026, serão cobrados 10% e, em 2027, 20%, quando ocorreria o fim da desoneração. Durante toda a transição, a folha de pagamento do 13º salário continuará integralmente desonerada.
Para municípios com até 156 mil habitantes, a retomada da contribuição previdenciária também será escalonada: até o fim deste ano, será de 8% e no ano que vem, o percentual será de 12%. Em 2026, será de 16%, chegando aos 20% em 2027, no fim do período de transição.
No ano passado, o Congresso Nacional havia aprovado a manutenção da desoneração da folha, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou trechos da Lei 14.784, de 2023. O Congresso derrubou o veto e o governo recorreu ao Supremo Tribunal Federal, que deu prazo até 11 de setembro para que o Congresso e o Executivo buscassem um acordo sobre a desoneração.
Após acordo entre governo e Congresso, foram definidas medidas de compensação para a renúncia fiscal com a manutenção da desoneração, que foram incorporadas ao projeto.
Entre as medidas estão a atualização do valor de bens imóveis junto à Receita Federal, aperfeiçoamento dos mecanismos de transação de dívidas com as autarquias e fundações públicas federais e medidas de combate à fraude e a abusos no gasto público.
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A REDAÇÃO
Saúde lança sistema que acelera processo de transplantes em Goiás
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) entregou, nesta sexta-feira (6/9) o Sistema Sidoar na Gerência de Transplantes. O sistema estadual de gerenciamento do processo de doação e transplante é inovador e abrange todas as etapas do procedimento. O Sidoar permitirá acesso a usuários externos, como equipes de transplantes e profissionais das comissões Intra-hospitalares de doação de órgãos e tecidos (CIHDOTTs).
“Neste primeiro momento, já é possível realizar o credenciamento das unidades de saúde que desejam participar do processo de transplante. As equipes poderão acessar o sistema para incluir formulários e informações essenciais, enquanto outras etapas, como a busca e notificação de potenciais doadores, também estão em desenvolvimento”, explica a gerente de Transplantes, Katiúscia Freitas.
Segundo o governo de Goiás, o sistema oferece um sistema abrangente que facilita a comunicação entre todos os envolvidos. Os hospitais habilitados, tanto públicos quanto privados, poderão acessar o módulo de credenciamento e enviar os documentos necessários.
A comunicação será automatizada por e-mail, incluindo notificações sobre a oferta de órgãos, permitindo que as equipes tenham acesso rápido às informações, agilizando o processo de aceite ou recusa do órgão para transplante.
Além disso, a superintendente de Tecnologia, Inovação e Saúde Digital da SES-GO, Luiselena Luna Esmeraldo, ressalta que todos os estabelecimentos e equipes que atuam no processo de doação e transplante terão acesso às informações sobre notificações de morte encefálica e dados de potenciais doadores. “Essa integração promete otimizar o trabalho e trazer mais eficiência ao sistema de transplantes no estado”, pontua.
Ainda estão previstos para os próximos módulos a Notificação de Morte por Parada Cardiorrespiratória; Busca ativa e Dashboard de indicadores gerenciais, também conhecido como painel de gestão.
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Candidatos em Goiânia retomam promessa de hospital previsto desde 2018
A promessa de construção de um hospital municipal em Goiânia, amplamente citada pelos candidatos à prefeitura, não é nova. Essa demanda já consta no Plano Municipal de Saúde (PMS) desde 2018 e foi reforçada no plano vigente entre 2022 e 2025. No entanto, apesar da diretriz, a ausência de um hospital público que atenda de forma eficiente as necessidades da população segue sendo uma realidade na capital.
A criação de um hospital municipal é vista como uma solução para reduzir a dependência da rede privada e enfrentar a crescente demanda por serviços de saúde. Atualmente, Goiânia depende da compra de leitos em hospitais particulares e da disponibilidade de vagas em hospitais estaduais, que também atendem pacientes de todo o estado de Goiás. Esse cenário sobrecarrega o sistema e gera longas filas de espera tanto para procedimentos eletivos quanto para atendimentos de urgência. A falta de um hospital municipal capaz de absorver parte dessa demanda intensifica a pressão sobre a saúde pública em Goiânia.
Para Néia Vieira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde em Goiás (Sindsaúde-GO), a construção de um hospital municipal é essencial para resolver a crise da saúde na capital. Ela ressalta que a dependência da rede privada cria vulnerabilidades, pois a cidade precisa negociar com hospitais particulares para garantir vagas em procedimentos de maior complexidade.
“Goiânia não tem hospital próprio e, por isso, precisa comprar leitos e serviços da rede privada, muitas vezes a preços de mercado. Isso limita a capacidade de negociação e gera longas filas para procedimentos eletivos e atendimentos de urgência”, explicou Néia.
Ela também destaca a importância de leitos de retaguarda, essenciais para pacientes que necessitam de cirurgias eletivas, que, embora não sejam emergenciais, exigem atendimento adequado.
A reportagem conversou com integrantes do Conselho Municipal de Saúde. Com receio de represálias em pleno período eleitoral, preferiram não se identificar. Para um dos membros, a criação de um hospital municipal está diretamente relacionada ao modelo de atenção à saúde proposto pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo ele, o SUS foi criado para focar na prevenção e promoção da saúde, evitando a necessidade de cuidados hospitalares mais complexos.
Contudo, ele admite que, além da atenção primária, é fundamental o investimento em hospitais para atender às demandas secundárias e terciárias. “Precisamos de estudos aprofundados para decidir se a demanda de Goiânia seria melhor atendida por um hospital geral ou por policlínicas especializadas”, ponderou.
As promessas
Mesmo diante da previsão de construção de um hospital municipal nos planos de saúde da cidade desde 2018, os candidatos ao cargo de prefeito de Goiânia apresentam propostas variadas em relação a essa questão. Adriana Accorsi (PT), candidata do Partido dos Trabalhadores, afirmou que pretende construir um Hospital Geral Municipal e já conta com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do mesmo partido dela, para garantir os recursos necessários, tanto para a construção quanto para a manutenção da unidade.
Já Fred Rodrigues (PL) propôs a criação de um hospital municipal por meio de parcerias com instituições já existentes, como a Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, evitando a construção de uma nova unidade, mas utilizando a estrutura disponível para ampliar o atendimento à população. Matheus Ribeiro (PSDB) e Professor Pantaleão (UP) não mencionam a construção de um hospital municipal em seus planos de governo.
Da mesma forma, Rogério Cruz (Solidariedade), atual prefeito de Goiânia, apesar de ter herdado a promessa de construção do hospital municipal de Maguito Vilela na campanha de 2020, não construiu a unidade e nem incluiu a proposta em seu plano atual, mesmo com a previsão dessa obra no Plano Municipal de Saúde anterior a sua gestão.
Mal avaliado em pesquisas eleitorais, o candidato foi procurado na última quarta-feira (4), pela reportagem do jornal A Redação durante uma agenda de rua na Vila Redenção, mas recusou-se a dar entrevista. Ele alegou que havia pouco tempo para realizar a caminhada e, por esse motivo, não conversaria com a equipe.
Vanderlan Cardoso (PSD), em entrevista ao jornal A Redação, disse que pretende construir um hospital municipal e considera parcerias com a iniciativa privada uma opção viável para ampliar o atendimento de saúde na capital. “Agora, Goiânia não pode mais ficar sem nenhum hospital. Isso não quer dizer que nós não vamos ter parceria com a iniciativa privada, vamos fazer essas parcerias”, declarou o candidato.
Já o prefeitável Sandro Mabel (União Brasil) afirma que pretende implantar um Hospital Geral Municipal em Goiânia, sem detalhar como a proposta será concretizada.
O Plano Municipal de Saúde
O Plano Municipal de Saúde (PMS) é o documento que orienta as ações e os investimentos da gestão pública na área da saúde. Ele é criado com base nas necessidades da população e serve como guia para todas as políticas e programas desenvolvidos no município ao longo de quatro anos. O PMS define as diretrizes, metas e ações que devem ser seguidas pela gestão municipal e é uma exigência legal para a aplicação dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).
O plano é elaborado de forma participativa, contando com a colaboração de diferentes setores da sociedade e das recomendações feitas na Conferência Municipal de Saúde. Após a elaboração, o documento precisa ser aprovado pelo Conselho Municipal de Saúde, que acompanha sua implementação. O PMS é o principal instrumento de planejamento do setor de saúde no município, e sua execução deve garantir que as necessidades da população sejam atendidas de forma eficiente e transparente.
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JORNAL OPÇÃO
Dívida superior a R$ 30 milhões da Prefeitura de Goiânia com o Hospital Araújo Jorge se mantém
Cerca de 90% da receita do hospital depende de contratos com a Secretaria Municipal de Saúde
A dívida da Prefeitura de Goiânia com o Hospital Araújo Jorge se mantém acima dos R$ 30 milhões. Por conta disso, a unidade de saúde, que é responsável por 70% dos atendimentos de câncer no Estado, enfrenta um déficit mensal de R$ 4 milhões. Cerca de 90% da receita do hospital depende de contratos com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Além dos problemas financeiros, a demanda por atendimentos oncológicos vem crescendo, o que agrava a situação. O hospital realiza milhares de procedimentos todos os meses, como cirurgias, quimioterapias e radioterapias, atendendo pacientes de todo o Estado.
“A crise financeira compromete diretamente a qualidade e a continuidade dos serviços oferecidos pelo hospital. Precisamos urgentemente regularizar os repasses para garantir o atendimento aos pacientes”, destacou Alexandre Meneghini, presidente da Associação de Combate ao Câncer de Goiás (ACCG).
Ao Jornal Opção, Meneghini afirmou que sente certa “enrolação” por parte da secretaria de saúde. “A promessa feita é de que até o dia 10 tudo seria colocado em dia. Então temos que aguardar até amanhã, mas eles colocariam em dia o que repassam. Ainda existe as dívidas de emendas que não foram pagas, que são mais de R$ 20 milhões”, disse.
“Eles também fizeram uma jogada que considero traiçoeira, o secretário fez uma portaria para nos pagar mas suspenderam essa portaria. Eles renegociaram e disseram mais uma vez que iriam pagar, mas até o momento não recebemos nenhum pagamento”, disse o presidente.
No portal da transparência da Prefeitura, a reportagem encontrou três repasses feitos pela SMS para a Associação de Combate ao Câncer de Goiás em julho, o primeiro é no valor empenhado em julho foi de R$ 7,1 milhões, mas o valor pago consta como R$ 4,7 milhões. Já em agosto, foram quatro repasses encontrados no Portal da Transparência onde consta o valor empenhado de R$ 14,3 milhões destinados à Associação, o total pago, no entanto, foi de R$ 12,7 milhões. O total repassado é de R$ 19,4 milhões.
O Hospital Araújo Jorge informou que os valores devidos são de R$ 30,08 milhões. Esse valor é constituído por R$ 500 mil, referente ao piso da enfermagem; R$ 4,2 milhões, referentes à processos administrativos; R$ 9,3 milhões, referente à vencimentos; R$ 350 mil de emendas estaduais; R$ 7,5 milhões de emendas federais e R$ 8 milhões referente à Portaria nº 443/2023.
Nesta segunda-feira, 9, Meneghini se reuniu com a vereadora Kátia Maria (PT), presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Goiânia. Na ocasião, a parlamentar compartilhou sua experiência com a instituição. “Em 2021, eu morei no Araújo Jorge por 40 dias. Pude vivenciar de perto a excelência do atendimento, o comprometimento dos profissionais e o trabalho social do hospital. Esta crise afeta diretamente milhares de pacientes que dependem desse atendimento especializado”, disse.
Segundo a vereadora, a Comissão trabalha para fiscalizar a gestão da saúde em Goiânia e oferecer soluções. Kátia afirmou que atua para resolver a situação da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc).
De acordo com Kátia, a crise financeira reflete descompasso entre a demanda crescente por serviços de saúde e a falta de uma gestão eficaz na saúde municipal. “Estamos falando de vidas. Não podemos aceitar que essa situação continue. Vamos continuar cobrando a prefeitura para encontrar uma solução que garanta o atendimento da população”, concluiu Kátia.
Já a Associação afirma que segue mobilizando a sociedade civil e dialogando com autoridades para superar a crise. Outras formas de receita do hospital são doações e apoio do governo estadual para manter seus serviços essenciais. Porém, o atraso dos repasses por parte da prefeitura compromete a sustentabilidade.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, mas até o fechamento desta matéria não tivemos retorno. O espaço continua aberto para esclarecimentos.
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MEDICINA S/A
Hapvida aposta em tecnologia para otimizar integração operacional
Integrar duas corporações de qualquer setor econômico não é tarefa trivial. Na área da saúde, então, o desafio é ainda mais complexo. Nesse contexto, a integração entre a Hapvida e a NotreDame Intermédica, duas gigantes do setor, soma hoje 15,7 milhões de beneficiários no Brasil. Uma operação avaliada por analistas de mercado como muito bem-sucedida, êxito explicado por uma gestão que usa tecnologia e dados em prol da melhor assistência aos seus clientes. Detalhes desse case foram apresentados pelo vice-presidente de Operações da Hapvida NotreDame Intermédica, Francisco Souto, e pelo diretor de Digital da empresa, Pedro Fleury, durante a Abrafarma Future Trends 2024.
Na ocasião, Souto exemplificou como a tecnologia, a inovação e a inteligência de dados estão transformando a gestão da assistência médico-hospitalar da companhia. “Do parecer médico aos exames clínicos e diagnósticos, tudo funciona interligado, trazendo mais praticidade aos atendimentos”, afirma o executivo. “Isso nos permite criar ritos e linhas de cuidado, acompanhar de perto toda a jornada do paciente, tanto no físico quanto no digital, além de desenvolver diversas ações preventivas.” Uma das ferramentas usadas é o prontuário único: ao identificar o paciente por biometria, o médico que o está atendendo recebe instantaneamente todas as suas informações de saúde.
Um dos benefícios do modelo verticalizado e integrado é uma gestão mais eficiente dos recursos e dos resultados. “Um exemplo prático é a capacidade que temos de controlar em tempo real mais de 40 indicadores, tarefa que cabe ao Comitê de Qualidade Assistencial e que tem participação ativa do Conselho de Administração do Grupo”. A agilidade no atendimento, com redução de burocracias em todo o processo, são outros diferenciais que permitiram que a empresa fosse uma das primeiras e mais ágeis a implantar a telemedicina. Os números comprovam a relevância da operação. Atualmente, segundo Souto, a Hapvida NotreDame Intermédica acumula mais de 10 milhões de atendimentos em teleconsultas, com mais de 91% de taxa de resolutividade, e nota de satisfação de 4,6 no máximo de 5 estrelas. Na força de trabalho, estão mais de 1,2 mil médicos de mais de 20 especialidades.
Responsável pela área digital da Hapvida NotreDame Intermédica, o diretor Pedro Fleury explica que a tecnologia possui papel extremamente relevante na integração de todas as operações da empresa em uma única plataforma sistêmica. Segundo o executivo, essa decisão visa a “garantir a padronização de processos e modelo de relacionamento com clientes, a integração e a sinergia de áreas de negócio, além da unificação de conceitos e indicadores de gestão”.
De acordo com Fleury, o trabalho começou a ser planejado e executado imediatamente após a fusão das duas companhias. “Em 2022, nós analisamos as opções de plataforma do grupo e definimos o modelo futuro, buscando utilizar o que havia de melhor em cada operadora”, afirmou.
Em 2023, as operações do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná e de Minas Gerais foram integradas. Neste ano, a conclusão do processo acontece em São Paulo e Rio de Janeiro. “Ao fim do ano, teremos toda a empresa em uma plataforma única”, apontou Fleury.
Em paralelo à integração, a empresa intensificou seu processo de transformação digital. Atualmente, segundo Fleury, a Hapvida NotreDame Intermédica possui a maior operação de telemedicina do Brasil com 500 mil atendimentos/mês, base de 5 milhões de apps instalados, responsáveis por mais de 65% de autosserviço, e está expandido para modelo de ecossistemas digitais, unindo toda a cadeia de saúde.
Adicionalmente, a Hapvida NotreDame Intermédica está investindo fortemente em projetos de ciência de dados com resultados concretos. “Já desenvolvemos diversos projetos para promover melhoria de automação, dar apoio à decisão médica e personalização ao tratamento do beneficiário”, informou. O compromisso com a melhoria contínua da Hapvida NotreDame Intermédica enxerga, na gestão da informação, a serviço de um corpo médico qualificado, um futuro ainda mais preciso na saúde suplementar.
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Assessoria de Comunicação