Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 22/11/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Unimed Federação Centro Brasileira realiza webinar sobre RN 593 e 585

Cobertura de cirurgia de redução da mama por planos é aprovada

Saúde sustentável: o impacto das decisões por evidências no SUS

‘Cópia’ que funciona: medicamento biossimilar deixa remédio mais barato

Prevent Senior deixa de comercializar planos de saúde no Rio

MPF investiga atuação do Cremesp contra médicos que realizaram aborto legal no Hospital Vila Nova Cachoeirinha, em SP

Conselho de Medicina repudia conduta de policiais que levaram médica para delegacia após exigirem atendimento prioritário

AGÊNCIA UNIMED

Unimed Federação Centro Brasileira realiza webinar sobre RN 593 e 585

Os encontros reuniram colaboradores da Federação e de Unimeds federadas para atualização sobre as diretrizes que entrarão em vigor nas próximas semanas

As Resoluções Normativas 593 e 585, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), foram explicadas em um webinar promovido pela Unimed Federação Centro Brasileira, nos dias 18 e 19 de novembro, com a participação de mais de 100 colaboradores da cooperativa e de Unimed federadas.

A advogada Milena Cunha apresentou os detalhes da RN 593, que aborda a notificação por inadimplência e que, após muitas discussões, entrará em vigor em 1º de dezembro de 2024. Ela mostrou que não basta notificar o beneficiário, é preciso ter a confirmação do recebimento desta nota de inadimplência para iniciar as demais ações, seja de suspensão ou de cancelamento do plano.

Além disso, a notificação deve ser encaminhada à pessoa natural contratante, que nem sempre é o próprio beneficiário, como em casos de planos para menores de idade.

“O simples atraso não caracteriza a inadimplência. Caso o beneficiário atrase 10 dias, ainda não temos uma situação para implementar a RN 593 para fins de suspensão ou exclusão. É preciso vencer a mensalidade seguinte, ou seja, ter mais de 30 dias de atraso”, acrescentou a especialista, que integra a assessoria da Federação no âmbito de regulamentação.

A notificação deve ser encaminhada até 50º dia do não pagamento e a operadora precisa conceder um prazo de, no mínimo, 10 dias ao beneficiário para a quitação.

Alterações de rede hospitalar

No segundo dia de webinar, Milena Cunha apresentou a RN 585, que entrará em vigor em 31 de dezembro de 2024, e trata dos critérios para a alteração de rede hospitalar. O documento classifica os serviços em 10 tipos, como internação psiquiátrica, obstétrica, pediátrica, atendimentos de urgência e emergência, cirúrgica e clínica, entre outros. Também detalha as normas para as substituições de prestadores, exclusão e a informação sobre as mudanças aos beneficiários.

Uma novidade é o uso, pela ANS, da metodologia chamada de “Classificação ABC” para o critério de percentual de participação de cada prestador, por plano, nas internações.

Em meio a todas as novas diretrizes, o ideal é ter como certificar as ações da operadora. “Tudo é questão de comprovação. A forma que temos de comprovar o cumprimento das normas é através de documentos. Então, a operadora deve se proteger de todas as maneiras”, aconselhou a especialista.

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MEDICINA S/A

Cobertura de cirurgia de redução da mama por planos é aprovada


A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados aprovou proposta alterando a Lei dos Planos de Saúde para determinar que os planos privados de saúde incluam cobertura da cirurgia de redução da mama em paciente diagnosticada com gigantomastia. O problema ocorre quando a mulher tem os seios muito grandes, desproporcionais ao seu corpo.

O texto aprovado é o substitutivo da relatora, deputada Flávia Morais (PDT-GO), ao Projeto de Lei 604/24, do deputado Jonas Donizette (PSB-SP).

A parlamentar propõe também a alteração da Lei do SUS (Lei 8.080/90) para determinar que os sistemas públicos e privados de saúde garantam o atendimento integral e multidisciplinar das mulheres diagnosticadas com gigantomastia.

“Em se tratando de gigantomastia, o procedimento deve ser considerado como uma cirurgia corretiva, e não como uma intervenção estética”, afirmou Flávia Morais.

“Na grande maioria dos casos, mulheres diagnosticadas com gigantomastia apresentam dores nos ombros, nas costas e na coluna, assaduras e marcas com o uso de sutiãs, problemas que interferem na sua qualidade de vida”, acrescentou.

“Para deixar mais claro para as mulheres que foram usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) ou dos planos de saúde privados, o substitutivo inclui a menção conjunta em duas leis importantes para a saúde das mulheres, a Lei do SUS e a Lei dos Planos de Saúde”, explicou.

Próximos passos

A proposta será analisada, em caráter conclusivo, pelas comissões de Saúde; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado. 

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Saúde sustentável: o impacto das decisões por evidências no SUS

Por Sílvio Fernandes

As decisões em saúde, nas mais diversas áreas, nem sempre levam em consideração as evidências ou resultados de pesquisas científicas. Em políticas de saúde, por exemplo, elas podem seguir aprendizados globais no manejo de uma doença – neste caso, com a devida adaptação ao contexto local.

Para contextualizar, uma área bastante conhecida e mais antiga – surgida na década de 1970 – é a da Medicina Baseada em Evidências (MBE), relacionada à prática clínica, que prepara os médicos para tomarem decisões clínicas fundamentadas nas melhores evidências para indicar cirurgias, escolher os medicamentos mais adequados para cada caso etc. Algum tempo depois do nascimento da MBE, em lugares do mundo como Europa e Canadá, houve um entendimento, de maneira similar, de que as decisões de políticas de saúde também deveriam ser apoiadas por evidências. Nesse caso, não lidamos necessariamente com um médico, mas com um secretário de saúde que precisa enfrentar inúmeros problemas, tais como, por exemplo, combater uma epidemia de dengue, organizar o acesso a um pronto-socorro lotado ou controlar doenças como a tuberculose, auxiliando pacientes a não abandonarem o tratamento. A pergunta a ser respondida, nesses e em outros momentos, é: considerando o conhecimento disponível, quais seriam as decisões que poderiam tornar as ações mais efetivas para alcançar os resultados esperados?

Foi por questões como essa que surgiu o ESPIE | Gestão de Políticas de Saúde Informadas por Evidências – projeto que integra o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (SECTICS) do Ministério da Saúde e com a participação do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Sua finalidade é apoiar a formulação e implementação de políticas públicas de saúde informadas por evidências, para que os recursos aplicados sejam melhor aproveitados.

Na prática, os participantes do ESPIE – gestores e profissionais de saúde das diversas regiões do país – foram capacitados para identificar e analisar os problemas de saúde prioritários em seus locais e propor as melhores opções políticas para resolvê-los.

O nome, ESPIE, conecta-se a uma interface com um movimento mundial, caracterizado como Políticas Informadas por Evidências (PIE). Este termo descreve um conjunto de mecanismos no processo político-decisório que promove o uso de evidências – científicas ou de outras fontes confiáveis – durante o processo de priorização, formulação, implementação e avaliação de políticas em saúde.

A princípio, com o projeto, nosso objetivo foi capacitar profissionais de saúde em políticas informadas por evidências: foram mais de mil participantes treinados, de todas as regiões do Brasil, aplicando o que aprendiam em seus ambientes de trabalho. Também foram elaboradas as chamadas sínteses de evidências – documentos que sintetizam estratégias para enfrentar problemas prioritários de saúde pública, escolhidos pelos próprios alunos em suas áreas de atuação.

Em seguida, identificamos a necessidade de construção de ferramentas para auxiliar gestores a implementarem PIE em suas organizações. Dessa forma, os mais de mil egressos treinados foram convidados para uma avaliação sobre o que funcionou e como estava a implementação das políticas na prática. Além disso, fizemos uma revisão de como comunicar evidências a gestores e à população, e elaboramos um perfil de competências para profissionais de saúde, delineando habilidades que precisam ter para utilizar as evidências em seu dia a dia.

Adicionalmente, criamos um guia para apoiar os Núcleos de Evidências em Saúde (NEV). Hoje, há vários desses núcleos no Brasil, em secretarias estaduais e municipais, e em universidades, com profissionais especializados que buscam e constroem evidências para apoiar gestores nas tomadas de decisão.

Atualmente, e até 2026, o objetivo do projeto ESPIE é contribuir para o desenvolvimento de capacidades individuais e institucionais para que haja a implementação de processos de institucionalização de Políticas Informadas por Evidências em organizações do Sistema Único de Saúde (SUS). O intuito é tornar o uso de PIE uma prática rotineira, permanente e cotidiana em todos os setores de tomada de decisão nas organizações. Entre os objetivos específicos, está a elaboração de um guia sobre institucionalização de PIE e o apoio para um trabalho mais efetivo com algumas organizações e seus gestores.

Estão participando do projeto três secretarias municipais de saúde – Diamantino/MT, Souza/PB e Porto Velho/RO, três secretarias estaduais de saúde – Minas Gerais, Santa Catarina e Piauí, o Hospital Universitário de Dourados/MS e a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde/DF. A ideia é que, desse trabalho, resulte um aprendizado que possibilite uma expansão futura para outras organizações.

Benefícios das políticas informadas por evidências na prática

E, afinal, quais problemas podem ser solucionados com políticas informadas por evidências? Por que, “no fim do dia”, isso é bom para a população?

Os benefícios à população são de várias ordens, envolvendo maior eficiência, eficácia e efetividade nas decisões. Isso porque, quando informadas pelas melhores evidências, produzem resultados mais positivos, resultando em otimização de recursos públicos, e mais efetivas, beneficiando concretamente a população a quem essas políticas se dirigem – e tendo, com isso, impacto positivo na redução de doenças e na diminuição da mortalidade.

Vamos tomar a prevenção e controle de tuberculose como exemplo. Mesmo sendo uma doença milenar, em muitos locais, em pleno século XXI, continua sendo um grave problema de saúde pública. Muitas pessoas adoecem, o bacilo continua circulando e os contactantes não procuram, como deveriam, os serviços de saúde. Neste caso, como as PIE podem ajudar para tornar a prevenção mais eficiente e o tratamento mais adequado?

Além de conhecer como os serviços organizam a linha de cuidado para enfrentar esse problema, que deve envolver desde os agentes de campo, até enfermeiros, médicos e outro profissionais responsáveis por esse cuidado, as PIE podem ajudar, oferecendo, por meio de buscas na literatura, o melhor conhecimento disponível de como outros países tiveram bons resultados com esse cuidado.

Isso resulta em usar evidências nacionais e internacionais de experiências que se mostraram bem-sucedidas, de modo a contribuir para, por exemplo, qualificar o trabalho de campo, diminuir o número de contactantes e para fazer as pessoas acometidos pela doença aderirem melhor ao tratamento. Se um país da África, por exemplo, teve bons resultados com inclusão de lideranças comunitárias na prevenção, ou um, da Ásia, com o uso de mídias sociais para uma melhor comunicação, essas podem ser pistas a serem pensadas por aqui. Deve-se sempre considerar a necessidade de adaptar essas evidências ao contexto e realidade locais. E não basta as soluções serem criativas e inovadoras. As PIE são orientadas por evidências de qualidade, que foram testadas e tiveram seu impacto comprovado.

Diversas outras questões, que fazem parte da realidade no nosso país, podem ser beneficiadas por decisões informadas por evidências. Por exemplo, o acesso das pessoas à atenção primária e à saúde da mulher; a redução na superlotação de um pronto-socorro; o combate à dengue; o controle da hipertensão arterial e do diabetes; tornar a saúde mais acolhedora e humanizada; melhorar a saúde do idoso, entre diversas outras. PIE pode contribuir para que muitos dos problemas que afligem nossa população possam ser enfrentados e solucionados ou minimizados.

*Sílvio Fernandes é médico especialista em cirurgia pediátrica, doutor em saúde pública e, atualmente, especialista de projetos no Hospital Sírio-Libanês.

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PORTAL UOL

‘Cópia’ que funciona: medicamento biossimilar deixa remédio mais barato

Insulina, hormônio de crescimento, anticorpos monoclonais e até as vacinas. Em comum, essas substâncias entram na classe de medicamentos biológicos, ou seja, são produzidos a partir de células vivas.

Grandes farmacêuticas foram as responsáveis pela biotecnologia utilizada na criação de cada uma dessas moléculas. Quando a patente expira (ou ainda vai expirar), outras empresas podem “copiar” o remédio – assim como ocorre com os genéricos. Entenda a seguir.

O que são os medicamentos biossimilaresSão as “cópias” das medicações biológicos de referência, que foram as primeiras do mercado. O nome não é à toa: os medicamentos não são idênticos aos de referência – e isso não é um problema.

São seguros porque passam pela regulamentação da Anvisa. Etapas de aprovação envolvem prova de qualidade e similaridade, bioequivalência farmacocinética, além de dados clínicos demonstrando segurança comparada e eficácia.

Insulina é exemplo de medicação biológica que tem biossimilar no mercado Imagem: Para que eles servem? Há diversos medicamentos biológicos e, no Brasil, mais de 50 aprovados pela Anvisa. Eles são responsáveis por tratar doenças autoimunes, cânceres, diabetes, problemas reumatológicos, entre outros.

Você com certeza conhece alguém que usa medicamento biológico ou biossimilar. Insulina (para diabetes), hormônio de crescimento (para distúrbio de crescimento), anticorpos monoclonais, como Rituximabe (lúpus e artrite reumatoide), Blinatumomab (câncer – leucemia linfoblástica aguda) e vacinas no geral são alguns exemplos de medicações que têm biossimilares.

Esses medicamento mudaram a vida de muitos pacientes para melhor. Não podemos falar em cura, mas esses medicamento biológicos, assim como os biossimilares, revolucionaram a medicina, proporcionando maior qualidade de vida para as pessoas. Cleber Sato, diretor de assuntos médicos da farmacêutica Sandoz

Há uma diferença mínima entre a estrutura do remédio de referência e o biossimilar. “Algumas estruturas presentes ali naquela molécula vão interagir da mesma forma no medicamento biossimilar, mas com outros agrupamentos [do que o de referência]. No geral, é praticamente a mesma coisa, com o mesmo efeito”, explica o farmacêutico clínico LincoIn Marques, doutorando na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (SP).

Por que é difícil copiar originalAs moléculas usadas para uma medicação biológica são diferentes. “É um estrutura mais complexa, mas que não causa impacto algum ao paciente”, reforça Cleber Sato, diretor de assuntos médicos da farmacêutica Sandoz.

Não dá para falar que é uma cópia porque não é possível produzir um lote completamente idêntico ao de referência. Essa pequena variação existe, mas são feitos estudos exaustivos para garantir segurança e eficácia. Cleber Sato

Moléculas de um biológico são mais instáveis, precisam de temperaturas e estocagem adequadas. É totalmente diferente dos medicamentos sintéticos, que não precisam de tanto cuidado para o transporte, por exemplo, explica Valderilio Feijó Azevedo, reumatologista e coordenador do Fórum Latino Americano de Biossimilares.

Imagem: Medicamentos não são genéricos. Biológicos são originados de um ser vivo – no caso da insulina, há diversas técnicas, mas um exemplo é usar uma bactéria modificada geneticamente como fonte para produzir a substância. As moléculas também são maiores em relação ao genérico, que é originado de uma síntese química, com moléculas menores e menos complexas.

Biossimilares tornaram mercado mais acessível. Antes da criação deles, havia poucas opções aos pacientes, que pagavam mais caro devido à ausência de outros remédios.

Sabemos a crise econômica que vivemos, incluindo o sistema público de saúde. Os biossimilares custam mais barato e trazem maior acesso. Em países em desenvolvidos, o acesso a eles é muito maior, [mas no geral] as pessoas sequer têm acesso ao de referência porque é muito caro. Valderilio Feijó Azevedo, reumatologista

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O GLOBO

Prevent Senior deixa de comercializar planos de saúde no Rio


Desde o dia 31 de maio de 2024, a Prevent Senior deixou de comercializar planos de saúde na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Segundo informações divulgadas pela companhia, especializada em planos de saúde para pessoas com mais de 49 anos de idade, a baixa rentabilidade na capital fluminense foi o fator que ocasionou a decisão da empresa.

De acordo com a Prevent Senior, a decisão não deve trazer nenhuma mudança para as pessoas que já possuem o plano no momento. Atualmente, a empresa tenta vender a carteira de clientes – o que, dependendo da empresa que assumir as operações, pode provocar alterações na rede credenciada.

Hugo Victor, responsável pela Canal Life, corretora de plano de saúde e seguros, informa que, mesmo com a compra paralisada, os clientes que já possuem planos poderão continuar sendo atendidos pela rede parceria da Prevent, que garante a realização de consultas, exames e emergências, entre outros serviços.

“Quem reside no Rio de Janeiro e possui planos adquiridos da Prevent, mesmo antes de 31 de maio de 2024, deve apenas aguardar”, explica Hugo Victor. “A organização descartou a possibilidade de retomar a comercialização no Rio de Janeiro”, completa o responsável pela Canal Life.

A Prevent Senior iniciou sua história em 1997, data da inauguração do primeiro hospital da rede Sancta Maggiore. A empresa é considerada uma das pioneiras no atendimento ao público “Adulto+”, formado por indivíduos com mais de 49 anos de idade.

Hoje, a companhia soma cerca de 45 unidades, 550 mil beneficiários, 14 mil colaboradores e trabalha com ampla rede credenciada, conforme dados divulgados pela própria empresa.

Para mais informações, basta acessar: https://canalprevent.com.br/

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PORTAL G1 NACIONAL

MPF investiga atuação do Cremesp contra médicos que realizaram aborto legal no Hospital Vila Nova Cachoeirinha, em SP

O órgão informou que apura instauração de sindicâncias por parte do Cremesp contra os profissionais do hospital. Em maio, o SP2 teve acesso a dois protocolos que comprovam que documentos sigilosos, de pacientes que fizeram aborto legal no hospital, foram repassados para a gestão municipal.

O Ministério Público Federal abriu investigação para apurar uma possível irregularidade na atuação do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) contra médicos que realizaram aborto legal no Hospital Vila Nova Cachoeirinha, na Zona Norte de SP.

Para a TV Globo, o órgão informou que apura a instauração de sindicâncias por parte do Cremesp contra os médicos que realizaram o serviço de interrupção da gravidez no Hospital Vila Nova Cachoeirinha.

A investigação está em andamento, não sendo possível fornecer mais detalhes , ressaltou.

A Secretaria Municipal da Saúde afirmou, em nota, que atendeu a disposição legal do Conselho de Ética Médica do Conselho Regional de Medicina. A entrega dos prontuários foi realizada respeitando o sigilo médico e em meio adequado. A SMS reitera que não acessou nenhum prontuário de paciente , afirmou a pasta.

O Cremesp foi procurado, mas não se manifestou sobre o caso até a última atualização desta reportagem.

Em maio deste ano, o SP2 mostrou que duas médicas que trabalhavam no serviço de Aborto Legal do Hospital Vila Nova Cachoerinha, na Zona Norte de São Paulo, foram suspensas pelo Conselho Regional de Medicina (Cremesp).

A denúncia foi feita pelo Sindicato dos Médicos (Simesp), o qual afirmou que as profissionais passaram a ser perseguidas depois que dados de pacientes foram acessados pela Secretária Municipal da Saúde.

Ainda segundo o sindicato, na época, as médicas estavam recorrendo da decisão. A polícia, então, abriu investigação pelos acessos ilegais.

Ainda em maio, o SP2 teve acesso a dois protocolos que comprovam que documentos sigilosos, de pacientes que fizeram aborto legal no hospital, foram repassados para a gestão municipal.

1º protocolo: de 4 de janeiro deste ano, em resposta a um email de dezembro de 2023, com dois CDs com prontuários médicos de abortos legais – identificados pela sigla AL – realizados entre 2020 e 2021 foram recebidos na secretaria por Flavia Terzian, coordenadora de Assistência Hospital da Prefeitura.2º protocolo: de 5 de janeiro sobre a entrega de mais um CD com prontuários de pacientes que fizeram aborto legal em 2022. Dessa vez o recebimento foi assinado por Marilande Marcolin, secretaria-executiva de Atenção Hospitalar da secretaria.

Em abril, a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo , informou que médicos que teriam realizado o procedimento de aborto legal no hospital em mulheres vítimas de estupro estavam sendo investigados pelo Cremesp, sob o risco de terem seus registros cassados.

Segundo a coluna, integrantes do Cremesp alegaram que os profissionais teriam praticado tortura, tratamento cruel, negligência, imprudência e até mesmo o assassinato de fetos -ainda que embriões não tenham direitos previstos pela Constituição.

O conselho do órgão já tinha votado pela interdição cautelar de duas médicas. Na época, questionado pelo g1 se médicos foram afastados, como mostrou a coluna, o Cremesp afirmou apenas que estava apurando os fatos .

O Cremesp respeita o direito da mulher ao aborto legal em casos de vítimas de crime sexual. Ressaltamos que o Conselho é uma autarquia federal que tem a prerrogativa de fiscalizar o exercício ético da Medicina em qualquer instituição hospitalar no Estado de São Paulo. O Cremesp está apurando os fatos que se encontram em sigilo nos termos da Lei. É lamentável que informações que não correspondem à realidade sejam veiculadas na sociedade , afirmou em nota, na época.

Aborto legal em SP

O aborto legal é um procedimento de interrupção de gestação autorizado pela legislação brasileira e que deve ser oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

É permitido nos casos em que a gravidez é decorrente de estupro, quando há risco à vida da gestante ou quando há um diagnóstico de anencefalia do feto. Além do Cachoeirinha, outros quatro hospitais também realizam aborto legal:

Hospital Municipal Dr. Cármino Caricchio (Tatuapé);Hospital Municipal Dr. Fernando Mauro Pires da Rocha (Campo Limpo);Hospital Municipal Tide Setúbal (São Miguel);Hospital Municipal e Maternidade Mário Degni (Jardim Sarah).

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PORTAL G1

Conselho de Medicina repudia conduta de policiais que levaram médica para delegacia após exigirem atendimento prioritário

Polícia Civil informou que caso está sendo apurado pela Corregedoria da instituição. Médica relatou que foi escoltada na frente de pacientes e colegas após pedir para policiais esperarem do lado de fora da sala.

Por Thauany Melo, g1 Goiás

Médica recebe voz de prisão durante plantão em hospital de Trindade

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) repudiou e lamentou a conduta dos policiais denunciados por uma médica do Hospital Estadual de Trindade (Hetrin), na Região Metropolitana de Goiânia. A profissional afirmou ter sido detida após questionar policiais civis que, acompanhados de um detento, exigiram prioridade na realização de um exame de corpo de delito.

“O Cremego vai apurar em caráter de urgência se houve falha na conduta ética da profissional, mas desde já repudia e lamenta como os policiais agiram, desrespeitando e coagindo a médica em seu trabalho, desrespeitando o paciente cujo atendimento estava sendo finalizado quando entraram no consultório e efetuando uma prisão arbitrária”, diz a nota.

A Polícia Civil de Goiás informou que o caso é apurado pela Corregedoria da instituição, e que todas as providências necessárias serão adotadas para a elucidação do caso. O g1 não conseguiu contato com os policiais denunciados pela médica.

O caso aconteceu durante o plantão de segunda-feira (18). Segundo o relato da profissional, os policiais entraram no consultório sem serem chamados, enquanto ela atendia outro paciente. Ela informou que eles deveriam esperar para serem chamados e não podiam interromper a consulta. Nesse momento, um dos policiais teria se alterado e gritado com ela.

“Solicitei que ele aguardasse do lado de fora para que eu pudesse fazer o corpo de delito do paciente. No entanto, colocando a mão no coldre e me intimidando, gritou que não iria sair”, explicou a médica. “A presença dele não era necessária no atendimento, pois, embora ele estivesse escoltando o preso, havia outra policial no consultório que poderia fazer a escolta”, completou.

A médica contou que terminou o exame de corpo de delito por volta das 20h40. Às 21h, os policiais retornaram enquanto ela atendia outro paciente. A profissional disse que foi surpreendida quando eles entraram no consultório, começaram a filmá-la e, em seguida, deram voz de prisão em flagrante por desacato, afirmando que ela deveria acompanhá-los “por bem ou por mal”.

“Levantei e fui sem questionar nada. Naquele momento, o hospital estava lotado, com cerca de 40 pacientes esperando atendimento, inúmeros retornos e a sala vermelha cheia. Perguntei a eles se iriam deixar o hospital sem médico e eles disseram que sim”, disse a médica.

O Hospital Estadual de Trindade (Hetrin) afirmou que lamenta o ocorrido e informou que está colaborando com a apuração dos fatos. A unidade disse que segue “empenhada em oferecer o melhor atendimento à população, prestando apoio a todos os profissionais que com ela se relacionam, incluindo servidores da saúde e autoridades policiais”.

Na delegacia

Ao chegar à delegacia, a médica contou que teve seu celular apreendido e foi informada de que estava presa. Quando foi chamada pelo delegado para prestar depoimento, relatou os acontecimentos e ele a informou de que seria liberada após o depoimento.

No entanto, a médica afirmou que uma das policiais envolvidas na prisão começou a tentar coagi-la psicologicamente, acusando-a de tirar fotos dela de forma escondida — algo que a médica nega. O intuito, segundo a profissional, era que ela reagisse.

Desesperada, a médica afirmou que entrou em contato com sua advogada e mencionou a possibilidade de denunciar abuso de autoridade. A policial, ao ouvir isso, a intimidou novamente, dizendo que ela poderia processá-la, mas sem provas teria de arcar com a consequência de um falso testemunho.

“Ao escutar isso, [a policial] foi até mim e disse: “Você pode até entrar com processo contra, mas pensa bem porque você não tem como provar, né? A pena para falso testemunho é alta, viu? Daí, que deixaríamos você presa mesmo. Cito palavras dela”, disse a médica.

A médica disse que chegou à delegacia por volta das 21h10 e o depoimento só foi registrado por volta das 23h. Enquanto aguardava, contou ter sofrido abuso psicológico. “Fui liberada às 23h50 e mandaram que eu pedisse um Uber para ir embora, o que foi bem difícil de conseguir devido ao horário e à chuva. Retornei ao hospital, mas não consegui finalizar o plantão por estar emocionalmente abalada e ansiosa”, afirmou.

Defesa da médica

Em entrevista ao g1, a advogada da médica, Luísa Siqueira, afirmou que uma ação será ajuizada contra o estado.“Iremos defendê-la no processo criminal, provando sua inocência, e ajuizaremos uma ação contra o estado buscando reparação pelos danos morais sofridos. Farei uma representação junto ao Ministério Público sobre o caso também”, afirmou.

A advogada ressaltou que, em nenhum momento, a médica desacatou os agentes, “limitando-se a agir em conformidade com os preceitos éticos e legais de sua profissão”.

Nota Cremego

Cremego repudia prisão de médica e cobra apuração dos fatos. O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) tomou conhecimento das circunstâncias da prisão de uma médica, na noite de ontem, 18, no Hospital de Trindade.

O Cremego vai apurar em caráter de urgência se houve falha na conduta ética da profissional, mas desde já repudia e lamenta como os policiais agiram, desrespeitando e coagindo a médica em seu trabalho, desrespeitando o paciente cujo atendimento estava sendo finalizado quando entraram no consultório e efetuando uma prisão arbitrária.

Esperamos que o governador e médico Ronaldo Caiado, que tanto preza pela segurança pública em Goiás, e que as autoridades policiais e de segurança também apurem o fato de forma rígida.

Os médicos já estão sendo muito penalizados pelas más condições de trabalho na rede pública e não podem ficar expostos a mais essa forma de agressão e desrespeito.

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Assessoria de Comunicação