Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 11 A 13/07/15

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.


DESTAQUES

• Saúde é a que mais faz repasses
• Cuidados evitam complicações
• Região Metropolitana – Casos de urgências pré-hospitalares aumentam nos últimos 60 dias por conta de trotes
• Região Noroeste- Fernando Machado avalia Hugol: “Contribui com a rede de atenção à cardiologia, neurologia e leitos de UTI”
• Hugol
• Demanda fora do perfil é desafio no início das atividades do maior hospital de Goiás
• Programa Mais Médicos faz dois anos e é avaliado pelo TCU
• Estudo mostra aumento de casos de câncer oral na faixa de 30 a 44 anos


O POPULAR

Saúde é a que mais faz repasses
(C.A.)
A Saúde estadual é uma das áreas que mais repassam recursos a entidades de utilidade pública, por causa das parcerias firmadas com as organizações sociais (OSs), que administram hospitais. Este ano, já repassou R$ 327 milhões a 14 entidades.
O POPULAR solicitou os dados de repasses de Saúde, Educação e Casa Civil municipais e estaduais. Só a Secretaria Estadual de Saúde (SES) repassou todas as informações. As demais alegaram falta de tempo para fazer o levantamento completo.
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia informa que repassou, em 2014, no total, R$ 205 milhões a quatro entidades reconhecidas na capital: Hospital Araújo Jorge, Santa Casa, Fundação Banco de Olhos e Crer. (13/07/15)

……………………….


Cuidados evitam complicações
Alterações no pós-operatório devem ser logo socorridas, pois podem evoluir para choque séptico

Andréia Bahia

A morte de uma mulher em decorrência da retirada do dente siso em Cuiabá (MT) acendeu o alerta sobre os riscos do procedimento. Jucilene França, de 31 anos, retirou o dente no fim de semana e morreu na quarta-feira, 8. Na certidão de óbito, consta que ela morreu de choque séptico, da doença infecciosa angina de Ludwig e extração dentária.
As infecções após cirurgias para retirada de dentes são comuns, como explica a professora da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás (UFG) Cerise de Castro Campos. “Pode acontecer como em qualquer outra cirurgia.” Segundo ela, é uma complicação frequente nas extrações. Já a morte é rara em procedimentos odontológicos. “Na minha opinião, foi uma fatalidade porque não há motivo para uma extração dentária provocar morte”, afirma.
A estudante Polliana Theodolino, de 33 anos, viveu uma experiência traumática após retirar dois dentes sisos inferiores há quatro anos. “Peguei uma infecção tão forte que fiquei com o rosto desfigurado de tão inchado.” Depois de 20 dias tomando antibióticos, ela procurou outro dentista, que a encaminhou para um cirurgião de face. O caso era tão grave que Polliana foi operada no mesmo dia. “Tive de fazer uma drenagem porque a infecção estava se espalhando pela face. Fiquei internada uma semana.” O médico lhe disse que a infecção foi provocada pela falta de higienização do local.
Segundo Cerise, a retirada dos dentes sisos não é diferente da feita em outros dentes e requer os mesmos cuidados pós-operatórios. “Como se trata de uma cirurgia pequena, as pessoas acham que estão bem e não cumprem o que o dentista prescreve”, detalha.
A retirada desses dentes é indicada para evitar possíveis complicações futuras, explica o dentista Mário Serra Ferreira, professor de cirurgia buco-maxilo-facial da Faculdade de Odontologia da UniEvangélica, de Anápolis. Inclusive tumores graves. Na opinião dele, a extração do siso é mais delicada porque esse dente está dentro do osso e perto de estruturas nobres, como o nervo alveolar inferior.
Ferreira afirma que, devido à localização, a retirada do siso está mais sujeita à infecção, todavia é raríssimo provocar mortes. Para ele, as infecções localizadas só evoluem para infecção generalizada se os primeiros sinais forem ignorados. “O paciente precisa ser atendido rapidamente logo que surgir qualquer alteração no período pós-operatório porque a evolução para um choque séptico é muito rápida.” O que, reforça, pode ocorrer em qualquer procedimento cirúrgico.

Sinais

Fique atento aos sintomas de infecção e, caso necessário, procure um dentista
SE NAS 24 HORAS APÓS A RETIRADA DE DENTES OCORRER
■ Sangramento
■ Dor
■ Inchaço
■ Febre/ tremor /arrepio
■ Vermelhidão e calor no local
■ Dificuldade para abrir a boca e para engolir
■ Elevação rápida da temperatura
■ Pulso acelerado
■ Redução do volume urinário
■ Aumento da pressão arterial

PROCEDIMENTOS PÓS- RETIRADA DE DENTES SISOS
  Repouso de 24 horas
■ Higienização do local da cirurgia
■ Uso dos medicamentos prescritos
Fontes: Cerise de Castro Campos e Mário Serra Ferreira (11/07/15)
……………………………
JORNAL OPÇÃO
Região Metropolitana
Casos de urgências pré-hospitalares aumentam nos últimos 60 dias por conta de trotes

Os casos de atendimento às urgências pré-hospitalares realizados pelo Samu e o Corpo de Bombeiros, em Goiânia, têm aumentado nos últimos dois meses. A constatação é do secretário de Saúde de Goiânia, Fernando Machado. Ele lamenta que muitas solicitações são trotes e pede à população que use conscientemente os contatos para o deslocamento das unidades de atendimento móvel.
“E quando todas as ambulâncias estão ocupadas temos de esperar uma próxima vagar para que possa ser feito o atendimento, por mais grave que seja o caso. Temos plano de contingência, mas nossos serviços são finitos”, informa o titular da SMS.
O Samu conta hoje conta com 27 ambulâncias funcionando, e os Bombeiros (SIAT) têm mais sete. “Apesar de parecer um número grande, temos uma quantidade enorme de trabalho em toda a Região Metropolitana.” (12/07/15)

………………………………………


Região Noroeste
Fernando Machado avalia Hugol: “Contribui com a rede de atenção à cardiologia, neurologia e leitos de UTI”
O secretário Municipal de Saúde (SMS), Fernando Machado, avaliou o novo Hospital de Urgências de Goiânia Otávio Lage de Siqueira, o Hugol da Região Noroeste, inaugurado no início da semana. “Vem a contribuir principalmente com a rede de atenção à cardiologia, neurologia e ao desafogamento dos leitos das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) adultos e pediátricos de Goiânia.”
Ele afirma também que o novo centro de atendimento é o único hospital público a atuar na área de queimaduras. “Tínhamos essa deficiência nesses atendimentos em Goiás e Goiânia é uma referência para o estado.”
Fernando Machado reconhece que o Hugol contribui em peso para a SMS com os novos leitos. “E apesar da capital ter número maior de leitos de UTI que o preconizado pelo Ministério da Saúde e a OMS [Organização Mundial da Saúde], Goiânia é referência para mais de 600 cidades. Realmente, temos que ter um quantitativo de leitos acima para poder servir”, relatou.
Por fim, relata que é a imprensa tem papel fundamental na conscientização para que a população entenda que o Hugo 1 e o Hugol atendem a casos de urgência. “A pessoa não pode procurar um hospital terciário, de grande porte, para tratar uma infecção urinária simples, febre, sinusite, dor de garganta. Isso vai tumultuar os atendimentos”, analisa o auxiliar do prefeito Paulo Garcia (PT). 12/07/15
…………………………………………

Hugol
Demanda fora do perfil é desafio no início das atividades do maior hospital de Goiás

Primeiros dias de funcionamento da nova unidade hospitalar de emergência da capital foram marcados pela forte presença de pacientes do interior do Estado. Com apenas um terço de sua capacidade em operação, foi possível realizar cirurgias complexas e internações de vítimas de queimadura

Frederico Vitor
Na tarde fria de quinta-feira, 9, o operador de máquinas Anésio Bispo Ferreira aguardava informações acerca do estado de saúde do pai na sala de atendimento do Hospital de Urgências Governa¬dor Otávio Lage de Siqueira (Hugol), inaugurado três dias antes na região Noroeste de Goiânia. O aposentado Joaquim Bispo Ferreira, de 83 anos, sofreu uma trombose e um princípio de pneumonia em São Domingos de Goiás, município localizado na região Nordeste do Estado, distante 585 quilômetros da capital. Antes de receber atendimento, o paciente teve que enfrentar sete horas de ambulância, até chagar ao mais novo hospital de urgências de Goiânia.
Apesar do desconforto da viagem, o aposentado foi atendido com rapidez ao desembarcar no Hugol e encaminhado a um leito de internação e encontrava-se até o final da tarde de quinta-feira, com estado clínico estável. O operador de máquinas Anísio Bispo Ferreira, que acompanhava o pai, não teve o que reclamar do atendimento recebido pelo pai. A todo o momento, uma assistente social vinha conversar e repassar as últimas informações acerca da situação do familiar.
De cadeiras de rodas, na sala de atendimento de emergência, a auxiliar de produção Silvana de Oliveira, 34, se preparava pa¬ra receber alta do Hugol. Moradora do município de Palmeira de Goiás, ela tem sofrido com fortes dores nas articulações do joelho, o que a tem impedido de se locomover. Sem receber atendimento em sua cidade, ela teve que ser levada de ambulância ao novo hospital de urgências da capital. Após exames realizados na própria unidade hospitalar, que facilitaram o diagnóstico, ela terá agora que continuar o tratamento no Hugol, e o retorno está marcado para o dia 17 deste mês, quando terá uma consulta com um dos médicos ortopedista daquele hospital.
Este foi um pequeno retrato da primeira semana de atendimentos do Hugol. Como mostrado, não somente de pacientes de Goiânia, em especial da região Noroeste, têm buscado socorro neste hospital, que promete desafogar consideravelmente os gargalos da rede pública de saúde. Localizado às margens da GO-070, numa área total de 135 mil metros quadrados (equivalentes a 14 campos de futebol) e pouco mais de 71 mil metros quadrados de área construída, a nova unidade foi idealizada para ser referência em atendimentos de média e alta complexidade. Isto também inclui tratamento de queimaduras (o único do Estado para este tipo de atendimento pelo SUS) e serviços de emergências cardiológicas.
Atendimento humanizado
Com demanda estimada em 10 mil pacientes por dia, isto é, mais de 2 milhões ao ano, em regime de atendimento 24 horas, o novo hospital subordinado ao sistema da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e gerenciado pela Or¬ganização Social (OS) Gerir, vai complementar o atendimento de urgência e emergência que até então era realizado apenas pelo Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Desde sua idealização, o objetivo primordial deste hospital é oferecer serviços de saúde humanizados, sendo um centro de excelência em especialidades que não são atendidas pelo Hugo. O Hugol vai incorporar os atendimentos às vítimas de queimaduras graves, pacientes com crises cardíacas, infartos ou acidente vascular cerebral.
Apesar da unidade cardiológica ainda não estar com 100% de funcionamento, o corretor de imóveis Écio da Silva Ferreira foi atendido em caráter emergencial quando sentiu fortes dores no peito, o que poderia ser um princípio de infarto. Segundo sua mulher, Maria Elena de Melo, que aguardava informações na recepção geral de internação, o paciente foi internado na manhã de quarta-feira, 8, para dar início a um procedimento cirúrgico com possibilidade de colocação de uma ponte de safena. “Ele estava dirigindo seguindo para o trabalho quando passou mal, e conduziu o carro sob forte dores até o hospital. O atendido foi rápido e tudo com muita atenção, acho que isso fez a diferença”, contou Maria Elena.
Segundo a direção hospital, a ala especializada em procedimentos cardíacos (o Hugol é o único hospital público do Estado com esta especialidade) ainda vai receber aparelhagem específica e, em breve — previsão é de até o final do ano —, estará com sua capacidade plena em funcionamento. O hospital já opera sua Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica, o banco de coleta e transfusão de sangue e o centro cirúrgico da unidade de vítimas de queimaduras.
Além dos que procuram o hospital por conta própria, os atendimentos serão prestados preferencialmente para pacientes vítimas de trauma socorridas pelos Bom¬beiros, pelo Sistema de Aten¬dimento ao Trauma e às Emer¬gências (Siate) e do Ser¬viço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Os encaminhados pelos Cais Campinas, Curitiba, Cândida de Moraes, Finsocial, Goiá e Guanabara também terão recepção preferencial. Além disso, também está prevista o atendimento da demanda oriunda de outros municípios goianos, notadamente São Luís de Montes Belos, Trin-dade, Inhumas, Goiás, Nerópolis e Iporá.

Estrutura monumental exigirá mais de R$ 100 milhões anuais

O Hugol conta ainda com consultórios de 16 especialidades médicas, para pacientes em retorno ou em caso de complicações pós-cirurgia. Com um corpo de médicos e enfermeiros especializados e auxiliados com aparelhagem de última geração, a estrutura hospitalar acomoda no total 510 leitos, dos quais 360 são de internação, 86 de UTI — sendo 20 leitos de pediatria e 7 para queimados — e dois blocos de emergência com 44 leitos de observação e 14 de atendimento. Já o complexo cirúrgico é formado por 21 salas de cirurgias.
A reportagem teve acesso a uma parte das dependências do hospital e a impressão foi a melhor possível. No piso 2 do prédio, que abriga as alas de internações cirúrgicas, médicas, especializada e de cardiologia, funciona a internação pediátrica. São duas alas de 60 leitos cada, totalmente equipada e preparada para receber os pacientes. O longo corredor é ornamentado com papel de parede com estampas de personagens infantis, formando um ambiente alegre, arejado e confortável para as crianças que necessitarem de atendimento emergencial. No momento da visita havia apenas uma paciente internada, recebendo apoio psicológico e o auxílio de uma equipe de atenciosas enfermeiras.
O piso 1, destinada à internação cirúrgica, também foi visitado pela reportagem, mais especificamente os leitos de isolamento. Não havia pacientes, por isso foi possível adentrar ao quarto que será ocupado por pessoas infectadas por vírus ou bactérias. O cômodo é espaçoso. A suíte para banhos é digna de qualquer hotel quatro estrelas.
Em relação ao quadro de servidores, no total serão 2.441 funcionários. Serão 497 médicos (a contratação está em curso), mais 296 profissionais da saúde, como enfermeiros, odontólogos, psicólogos e biomédicos. Além disto, o Hugol vai contar com um batalhão de servidores de apoio, dividido entre 463 profissionais de limpeza, logística e manutenção, mais 1.022 servidores administrativos e técnicos.
Operação gradativa
Apesar de os números serem monumentais, o Hugol foi inaugurado nesta última semana com apenas um terço de sua capacidade plena. Nesta primeira etapa de inauguração foram abertos apenas 163 (entre UTIs adulta e pediátrica) dos 500 leitos previstos, ou seja, 35% da capacidade total prevista. Até o final do ano, os outros 337 leitos vão entrando em operação gradativamente. A direção do hospital informou que esta abertura gradativa foi planejada para evitar problemas em razão das dimensões colossais desta nova unidade hospitalar, a maior do Centro-Oeste.
Manter em operação toda esta estrutura gigantesca demanda altas despesas. Por mês, o Hugol deve ter um custo de R$ 15 milhões aos cofres estaduais. O governo federal se comprometeu a ajudar na manutenção da unidade de saúde. De acordo com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, que esteve em Goiânia para a inauguração do hospital, a União vai disponibilizar R$ 32 milhões, requisitados pelo Estado para esta primeira fase de funcionamento da unidade. Para os próximos anos, quando o funcionamento estiver completo, o governo federal deve destinar R$ 91 milhões anuais.
Estes recursos serão bem-vindos já que o pronto-socorro está capacitado para procedimentos considerados delicados e altamente especializados. Foi o caso da paciente Fabiana Aparecida de Barros, 40, moradora da região Noroeste de Goiânia, que deu entrada no Hugol na noite de terça-feira, 7, com fortes dores no abdome. Segundo a mãe da paciente, a servidora pública municipal Fátima Ana de Barros, por volta das 14 horas do dia seguinte, a filha foi encaminhada para um procedimento cirúrgico de remoção da vesícula biliar por meio de raio laser.
A técnica consiste numa espécie de microcâmara que é usada para mostrar a vesícula biliar, retirada através de uma pequena incisão abdominal de cerca de 1 centímetro. As vantagens são: pouca dor no pós-operatório, alta precoce, ótimo resultado estético e retorno quase imediato às atividades cotidianas. “Em 15 minutos ela foi atendida e, a todo o momento, tenho recebido informações. Está tudo perfeito, não tenho o que reclamar”, disse a mãe da paciente, que passa bem. A cirurgia foi um sucesso.

“Atendimento preferencial é para pacientes encaminhados pelos complexos reguladores”

Para o diretor-geral do Hugol, o médico Hélio Ponciano, nestes primeiros dias de funcionamento do hospital, o que mais tem preocupado é o grande fluxo e a crescente procura por atendimento de pacientes que não são do perfil da unidade hospitalar. A procura elevada de pessoas por assistência hospitalar que foge ao perfil da unidade evidencia uma deficiência dos Cais e dos postos de saúde, que são responsáveis por atendimento básico.
A desinformação em relação ao Hugol também tem contribuído para a vinda de pessoas atrás de atendimento que não são a especialidade do hospital. O hospital deve atender preferencialmente pacientes encaminhados pelos complexos reguladores do Estado e da capital. Além disso, houve nestes primeiros dias uma grande presença de pacientes de outros municípios goianos, inclusive de regiões longínquas do Estado. Mesmo com apenas um terço da capacidade total em operação, o hospital tem suportado e atendido a todos, desde que para atendimentos de emergência ou de procedimentos de média e alta complexidade.
Outra questão que Hélio Poncia¬no chama atenção é para a necessidade de doação de sangue para a unidade de coleta e transfusão. Pa¬ra apoiar o aumento da demanda que é esperada para os próximos meses, a unidade de emergência espera doadores.
Nesta primeira semana era esperado este fluxo de pacientes e atendimentos, ou estava previsto uma entrada mais acentuada de pacientes?
Era esperado. Nestes três dias (a entrevista foi concedida na quinta-feira, 9) foram 208 pacientes. Nós estamos com 49 internados. Temos 15 na UTI adulta. Para apenas três dias é uma demanda considerável. O que nos preocupa mais não é o doente grave, mas sim aquele que não é o do nosso perfil, que fica na porta aguardando atendimento, mas que seu problema não será resolvido por conta do perfil do hospital. Nós já tivemos grávidas, crianças com diarreia e com febre, casos que não são do nosso perfil. Este é o problema nosso, e é isso que tumultua nosso atendimento. Realmente é um transtorno porque não estamos preparados para estes doentes.
Temos que esclarecer que o perfil do Hugol é para o atendimento de média e alta complexidade. O de baixa tem que ir para atenção básica, que são os Cais e os postos de saúde. Se lá eles avaliarem e verem que é do nosso perfil, estamos prontos para recebê-los.
O que está sendo feito com este paciente que não se enquadra na especialidade do Hugol?
Eles são avaliados e encaminhados novamente para os Cais e para referência. Nós já recebemos pacientes de Aparecida de Goiânia, Goia¬ni¬ra, Guapó, Bela Vista, Trinda¬de, Ne¬ró¬polis, Itapuranga, Jussara, Itaberaí, São Domingos, Guapó, I¬nhumas, São Miguel do Passa Qua¬tro, Pal¬meiras, Piranhas, Ivolândia, Abadia de Goiás e Santa Bárbara de Goiás.
Nesta primeira semana houve equipamento ou servidores, como médicos, enfermeiros, que ficaram ociosos?
Não. Em um hospital nunca ninguém fica ocioso, diria que há momentos de pico de demanda e horários mais tranquilos. Os horários de pico que digo é o começo da noite, quando há mais casos de acidentes de trânsito. Nosso pessoal está direcionado para atender a demanda destes pacientes do nosso perfil.
O Hugol é o único hospital do Estado que atende o SUS para vítimas de queimadura. Como foram os primeiros procedimentos desta especialidade?
Nós já tivemos seis pacientes vítimas de queimadura internados. Destes, um já recebeu alta. Nossa capacidade de enfermaria é de seis leitos. Estes pacientes foram vitimados por queimadura de gasolina e pólvora.
Qual foi o procedimento cirúrgico mais complexo já realizado nesta semana?
Foram feitas cirurgias ortopédica, neurológica, urológica, cirurgias em geral, inclusive por vídeo, bucomaxilo e os pacientes vítimas de queimadura, já que cada paciente deste é um doente cirúrgico.
Foi informado que o Hugol está dotado de aparelhagem médica de última geração. Quais são?
Os aparelhos de anestesia, os de monitorização, temos dois tomógrafos, três aparelhos de ultrassom, ecocardiografia, enfim, o hospital está muito bem equipado. Em um futuro próximo, talvez possamos oferecer serviços de exames para a rede. Mas isso vai depender da demanda. Consultas não, já que por aqui é apenas para retorno de pacientes atendidos pelo Hugol. O objetivo aqui é que ele tenha um bom atendimento e a garantia de retorno a esta unidade até a melhora.
O Hugol tem como missão também atender a demanda da região Noroeste de Goiânia. Como o hospital tem recebido pacientes desta parte da capital?
A princípio nós temos recebido pacientes não só da região Noroeste, mas também de toda cidade e fora dela. Pela estatística que lhe repassei com a lista de pacientes de municípios do interior, Bela Vista, por exemplo, não deveria ser atendida aqui, e sim no Hugo. Ou seja, também estamos atendendo pacientes fora de nosso alcance em princípio, que era para atender pacientes desta região Norte e Noroeste. Este é o problema que temos, e na hora de sobrecarga, vai tumultuar. Há muita demanda por paciente em estado greve, que acaba se deslocando do interior por falta de atendimento adequado. Nós estamos com 49 pacientes internados, isso em três dias. Foram feitas 15 cirurgias, a maioria delas de alta complexidade.
Outra novidade que fará do Hugol uma unidade especial é o banco de sangue. Como tem sido a doação nestes primeiros dias de funcionamento?
Em um hospital deste tamanho, construído para receber doentes graves, precisamos disponibilizar sangue para estes pacientes, que normalmente, em sua grande maioria, são traumatizados, infecções graves. Para isso existe um banco de sangue aqui mesmo. Está ligado a Hemorrede e a Hemovida, mas nós também fazemos a captação aqui no Hugol. Pedimos para que a população se lembre do Hugol e venha doar sangue, porque vai beneficiar estes pacientes. Todos que vierem doar sangue serão muito bem-vindos.

Saiba Mais
Relatório de atendimentos do Hugol, de 06 a 10/07, até às 12 horas de sexta-feira:
Pacientes atendidos: 274
Goiânia: 176
Interior: 98
Pacientes internados: 56
Internação queimados: 4
UTI adulta: 18
Outras especialidades: 31
Cirurgias realizadas
Total: 39
Ortopedia: 18
Queimados: 7
Bucomaxilo: 2
Vascular: 1
Urologia: 3

(12/07/15)
……………………………………….
DIÁRIO DA MANHÃ
Programa Mais Médicos faz dois anos e é avaliado pelo TCU

O relatório do órgão apresentou dados positivos e pontos a serem melhorados
Agência Brasil
O Programa Mais Médicos provocou discussões, em 2013, sobre a vinda de profissionais estrangeiros para trabalhar em regiões com escassez de profissionais da saúde. Além da contratação emergencial de médicos, a iniciativa previa ações de melhoria da infraestrutura e da formação médica no País.
Na última sexta-feira (8) o programa completou dois anos e, para Felipe Proenço, o Coordenador Nacional do Programa Mais Médicos, obteve grandes êxitos. “Após avaliações de satisfação, vimos que a maioria da população atendida está satisfeita”, comenta.
Entre os dados positivos, Felipe ressalta que, em 2015, todas as vagas do edital do programa foram ocupadas por médicos brasileiros, que têm prioridade no preenchimento dos postos. Eles são seguidos por brasileiros com diplomas do exterior e, depois, por estrangeiros. As vagas remanescentes são completadas por médicos da cooperação com Organização Pan-Americana da Saúde.
O Mais Médicos foi avaliado em relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) em março deste ano. O documento analisa a eficácia do projeto entre os meses de junho de 2013 a março de 2014. O trabalho foi feito em oito Estados brasileiros (Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, São Paulo e Rio Grande do Norte).
Foram visitadas 130 unidades básicas de saúde em 41 municípios e entrevistados 149 médicos, 446 profissionais das equipes do Programa Saúde da Família e 315 pacientes, além de tutores e supervisores.
O relatório apresenta dados positivos e negativos em relação ao programa. Entre os pontos fortes, destaca-se o aumento de 32% nas visitas domiciliares em municípios que receberam médicos. Além disso, quase 90% dos pacientes entrevistados afirmaram que o tempo de espera diminuiu. E 63% dos profissionais de saúde disseram que o atendimento melhorou após a implantação do programa.
O relatório do TCU informa que foram detectadas falhas na distribuição dos médicos. Dados apontam que 26% dos municípios carentes não foram atendidos. Segundo Lúcio Flávio Gonzaga Silva, do Conselho Federal de Medicina, há vazios assistenciais não preenchidos, ou seja, há localidades distantes que não receberam o programa.
“O Conselho acredita que, em primeiro lugar, deveria haver investimentos em infraestrutura. Não adianta ter médicos se não há equipamentos e remédios para o médico trabalhar. É preciso levar a medicina, não apenas médicos”, disse.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde o Brasil tem 1,7 médicos por mil habitantes. Apesar de não haver um parâmetro ideal para a proporção, o Brasil tem uma quantidade inferior de médicos por mil habitantes em relação a países como o Canadá (2,0), Reino Unido (2,7), Uruguai (3,7), a Espanha (3,9) e Cuba (6,7).
O governo federal está investindo na expansão da rede de saúde. São mais de R$ 5 bilhões para o financiamento de construção, ampliação e reforma de Unidades Básicas de Saúde. Serão aplicados R$ 1,9 bilhão em construção e ampliação de Unidades de Pronto Atendimento.
Com a expansão do Programa Mais Médicos, em 2015 serão 18.240 médicos em 4.058 municípios de todo o País, cobrindo 73% das cidades brasileiras e 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas. (12/07/15)
……………………………..

Estudo mostra aumento de casos de câncer oral na faixa de 30 a 44 anos
Doença não causa dor ou incômodo, mas apresenta sinais como lesões que duram mais de duas semanas

Agência Brasil
Um estudo feito por pesquisadores do Instituto A.C. Camargo mostrou que o número de casos de câncer oral no mundo duplicou na faixa entre 30 e 44 anos, principalmente entre os homens. Quando se compara o período de 2001 a 2010 ao de 1991 a 2000, verifica-se que nessa faixa etária a incidência entre os homens subiu de quatro para dez casos a cada 100 mil habitantes. Entre as mulheres o número passou de dois para cinco. O estudo foi feito pela epidemiologista Maria Paula Curado.
Estima-se que neste ano sejam diagnosticados no Brasil cerca de 15 mil casos da doença. Este é o sétimo tipo de câncer mais comum no país – 70% a 80% dos diagnósticos ocorrem quando a doença já está em fase avançada.
De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), 15 mil brasileiros serão diagnosticados com câncer oral em 2015. No mundo, a previsão é de 14 milhões de casos novos e de 8 milhões de mortes. Destes, o câncer de cavidade oral representa 300 mil casos novos e (2,1%) e 146 mil mortes (1,8%) em ambos os sexos.
Segundo o diretor de Cabeça e Pescoço do A.C. Camargo e presidente do 5º Congresso da Academia Internacional de Câncer Oral, realizado em São Paulo, Luiz Paulo Kowalski, esse tipo de câncer esteve historicamente associado a homens mais velhos, tabagistas e consumidores de álcool. “O que mais preocupa é que alguns desses tumores em pacientes jovens estão associados à infecção pelo HPV em dois terços dos casos. Isso está sendo investigado, porque não temos nenhuma informação sobre quais são as reais causas nesses casos.”
Kowalski chamou a atenção para uma das ferramentas que poderiam ser usadas, a partir de agora, para prevenir a doença no futuro: a vacinação contra o HPV também para os meninos. O sistema de prevenção já é usado para meninas a partir dos 12 anos. “O que precisamos ter agora é um resultado satisfatório de redução da incidência e mortalidade pela doença. Se não começarmos agora, isso não vai acontecer.” Além disso, o médico alerta que é preciso evitar contato com saliva e objetos de outras pessoas que possam estar contaminados.
De acordo com Kowalski, muitos dos diagnósticos são feitos tardiamente porque as pessoas não percebem nenhuma alteração, já que a doença não causa dor, sofrimento ou incômodo. “Isso acontece nas fases mais avançadas da doença. Na fase inicial, não dói. Então, os pacientes têm feridas, caroços na boca e na garganta e não dão muita importância, passam semanas e meses com os sintomas sem tomar uma atitude. Muitas vezes, quando vai ao médico ou ao dentista, que não é especialista, ele não suspeita dessa lesão inicial.”
Kowalski ressaltou que é preciso ficar atento a lesões que durem mais do que duas ou três semanas. Tais lesões podem aparecer em qualquer ponto da boca, mas normalmente são observadas na língua ou embaixo dela. “As lesões do câncer de boca podem ter aparência de lesões comuns. Por isso, as pessoas acabam achando que são coisas corriqueiras. A diferença é o tempo que elas duram. Todo mundo que já teve uma afta sabe como dói.”
O tratamento é a cirurgia e, para os casos mais avançados, o complemento com quimioterapia ou radioterapia. Podem ainda ser recomendadas as duas coisas. “Conseguimos remover tumores de tamanhos diferentes e fazer reconstruções que trazem uma boa reabilitação funcional e estética. Mas existem avanços que trazem menos efeitos colaterais.”
Charles Cleber Silva Cysne, de 43 anos, foi diagnosticado com a doença em julho de 2011. Ao fazer um exame de rotina, descobriu o câncer na amígdala esquerda. Pouco antes, ele já havia percebido um inchaço em um linfo no queixo, mas não deu muita atenção a isso, porque não sentia dor. Após passar por consulta com o clínico geral, ele foi encaminhado a um oncologista especializado em cabeça e pescoço, que diagnosticou o câncer.
“O tumor já estava adiantado e era dos mais complicados. Daí em diante, segui o que mandaram fazer: três quimioterapias, que foram satisfatórias. Fiz outras três sessões e 38 radioterapias. Mesmo assim, fizeram uma cirurgia para retirar 18 linfos, por prevenção. O tratamento durou nove meses. De lá para cá, é só cuidar das sequelas, que são dores musculares intensas, infecções de ouvido e perda da capacidade de salivação”, disse Charles Cysne.
Na mesma época, ele teve a notícia de que sua mulher, com quem era casado há quase 20 anos, estava grávida. “Foi todo tipo de emoção misturado. A vida muda totalmente. Muda com a criança, e o câncer leva mais longe ainda. A época da rádio foi muito difícil. Era olhar ela [criança] e, ao mesmo tempo, fazer o tratamento. Minha filha acompanhou tudo e até hoje me dá força e sabe quando estou mal.”
Charles, que fez 46 anos na sexta-feira (10), disse que nunca se importou muito com datas comemorativas, mas agora comemora todos os dias, agradecendo por ter tido mais uma chance.(12/07/15)
………………………………….

Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação