Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 17 A 19/06/17

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Pais sofrem para conseguir atendimento com pediatras em Cais de Goiânia
Ahpaceg atualiza Manual de Classificação Hospitalar
‘Crack se espalha e internação não deve optar pela violência’
Hospital de Dermatologia é referência no cuidado do idoso
Plantões aumentam nos Cais
Médico pede mais exames no Brasil do que em país rico

TV ANHANGUERA/GOIÁS

Pais sofrem para conseguir atendimento com pediatras em Cais de Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/bom-dia-go/v/pais-sofrem-para-conseguir-atendimento-com-pediatras-em-cais-de-goiania/5948892/

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AHPACEG
Ahpaceg atualiza Manual de Classificação Hospitalar
A Ahpaceg disponibilizou a versão atualizada de seu Manual de Classificação Hospitalar. A exemplo da primeira edição elaborada em 2012 por uma Câmara Técnica formada por representantes da Associação e do Ipasgo, Unimed Goiânia e Grupo Unidas, os três maiores compradores de serviços de saúde em Goiás, essa versão visa, principalmente, a segurança do paciente e a melhoria contínua da qualidade dos serviços prestados pela rede hospitalar goiana.
A Classificação Hospitalar Ahpaceg foi revisada em 2016 com base em manuais de acreditação de serviços de saúde, diretrizes da Organização Mundial de Saúde e legislações vigentes no Brasil. O documento tem 472 itens, que abordam temas, como aestrutura do serviço, do atendimento, da qualidade assistencial médica e de enfermagem e a segurança no trabalho.
O questionário é aplicado pela auditoria nos hospitais que buscam a Classificação Ahpaceg. Essa classificação é aberta a hospitais associados e não associados e realizada por empresa especializada e independente, que avalia a complexidade, resolutividade, qualidade, segurança e outros valores tangíveis pertinentes.
O objetivo é que essa classificação ofereça a pacientes, hospitais, operadoras de planos de saúde, cooperativas médicas e instituições de medicina de grupo a segurança que tanto os procedimentos, quanto os materiais usados (órteses, próteses e materiais especiais) nos hospitais classificados estejam em conformidade com a boa prática médica.

A classificação é definida de acordo com a pontuação alcançada pelo hospital:
Maior que 476 (95%) da pontuação máxima: Selo Diamante Ahpaceg
Até 476 (95%) da pontuação máxima: Selo Platina Ahpaceg
De 421 (84%) da pontuação máxima: Selo Ouro Ahpaceg
De 371 (74%) da pontuação máxima: Selo Prata Ahpaceg
De 311 (62%) da pontuação máxima: Selo Bronze Ahpaceg
Menor que 251 (50%) da pontuação máxima: Não Classificado
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DIÁRIO DA MANHÃ

‘Crack se espalha e internação não deve optar pela violência’

Especialista condena uso da força, afirma que a guerra às drogas fracassou e  vê ação na Cracolândia como um ‘desastre’ Advogada em Direito da Saúde diz que mal-estar é resultado de falta de política pública à tratamento e cura da dependência química Subproduto da pasta da cocaína, o Crack é uma droga ilícita, substância psicoativa de ação […]

Advogada em Direito da Saúde diz que mal-estar é resultado de falta de política pública à tratamento e cura da dependência química
Subproduto da pasta da cocaína, o Crack é uma droga ilícita, substância psicoativa de ação estimulante no sistema nervoso central
Ana Lúcia Boaventura conta que o conceito do médico Dráuzio Varella seria mais ponderado e moderno para enfrentamento

Primeiro, o álcool. Depois, o tabaco. A Cannabis sativa entra na lista. O seu nome popular é a Maconha. A Cocaína infiltrou-se nos círculos sociais e de classe média, em Goiânia, Goiás, na década de 1980. Século XX. Criada nos EUA, o Crack, uma droga ilícita, com substância psicoativa de ação estimulante no sistema nervoso central, espalhou-se pelo Brasil, hoje. Marcus Ferreira da Silva, nome fictício, já que o ex-usuário não quer se identificar, conta que esse teria sido o seu itinerário no mundo das drogas. Legais e ilegais. Com o Crack chegou ao fundo do poço. Pedras e pedras no meio do caminho, recorda-se, emocionado. Livre, hoje, da dependência química, quer distância dos tempos de vícios. Ele inseriu-se no mercado de trabalho formal e conseguiu ingressar em um curso superior. Nas horas vagas, engata um romance.
– A retirada, com violência, dos usuários, da Cracolândia, em São Paulo, é uma medida que fere os direitos humanos.
É o que aponta a advogada especialista em Direito da Saúde Ana Lúcia Boaventura. A violência sempre fere os direitos humanos, explica. O uso de armas, bombas de efeito moral e destruição de imóveis na Cracolândia jamais resolverá o problema, que é de saúde pública, social e de violência urbana, frisa  Os usuários necessitam é de tratamento para a dependência química, de suporte psicológico, observa. A Cracolândia não acabou somente porque os usuários, possivelmente, não estejam lá mais, pontua. É uma farsa essa narrativa, sublinha. Os usuários de Crack  migraram ou irão migrar para outro ponto da capital paulista, acredita a pesquisadora. O que os une é o vício, registra. O esquema do tráfico, dispara.  Não, apenas, um local em si, diz. Bombas, tiros e gás lacrimogênio promovidos por João Dória, não são a resposta, atira.
– Violência nunca foi o caminho para resolução de problemas. O caso da Cracolândia é um problema não só de violência urbana, mas de saúde pública. É o resultado de falta de política pública eficiente no tratamento e cura da dependência química.
Trata de uma falsa higienização de São Paulo, a limpeza da Cracolândia, dispara Ana Lúcia Boaventura. Apesar disso, o Projeto Redenção não era uma higienização ou uma dispersão de usuários, diz.  Era um programa de saúde pública que respeitava os direitos humanos, não previa uso de força policial e muito menos internação compulsória, fuzila. O Projeto Redenção contou com o apoio do Ministério Público em sua elaboração, explica. Ao que me parece, a Prefeitura de São Paulo abandonou os seus princípios e medidas em uma ação desastrosa, com a dispersão das pessoas usuárias pelas ruas de São Paulo, denuncia. A experiência de Portugal, que não pune o usuário, mas trata-o como um dependente e lhe oferece tratamento de saúde, seria contemporânea da modernidade, registra uma das estudiosas do tema, no Estado.
– Se partimos da ideia de que um usuário de crack, que anda pelas ruas das cidades como um zumbi, sobrevivendo para as drogas, não tem autonomia, penso que o tratamento seja a saída, e não a pena. Acertou Portugal ao colocar o problema das drogas nas mãos de Ministério da Saúde, e não da Justiça. Assim, o sujeito sai das mãos da polícia e vai para as do médico. Ele deixa de ir para a cadeia, lugar sem tratamento e fomentador do tráfico e uso de drogas, para lugares reabilitadores.
Guerra às drogas
A operadora do Direito é taxativa: a Guerra às Drogas, deflagrada pelos EUA, fracassou. Como apontam os números do comércio ilegal das drogas, inclusive no próprio território norte-americano, um dos maiores consumidores de drogas ilícitas, sublinha Ana Lúcia Boaventura. Com elevada população carcerária, diz. É a política de encarceramento em massa, executada por Bill Clinton, George W. Bush e até Barack Obama, atira. As consequências foram devastadoras para indivíduos e sociedades no mundo, desabafa. Na medida em que equipara o usuário ao traficante, relata. O que corrobora a visão de que a violência não é o caminho no combate às drogas, aponta. O Estado, com a violência, finge acabar com o tráfico de drogas, mas na verdade só faz com que ele aumente e se profissionalize, frisa. “O resultado foi catastrófico.”
– A internação compulsória, como quer João Dória, não resolve!
Os critérios para internação compulsória deveriam ser basicamente médicos e não jurídicos, explica a advogada. A ação pleiteada pelo município de São Paulo, com pedido de internação compulsória, do modo em que foi feito, e eu li a petição inicial, é bem-intencionada, pois tenta resolver o problema da Cracolândia, mas é muito vaga, ampla, quase que um cheque em branco no nome do município, critica. O Projeto Redenção não previa a internação compulsória, insiste ela. O que se deve deixar claro é que, a internação compulsória, por óbvio, tem seus aspectos jurídicos e legais, como qualquer ato praticado em sociedade, mas é, na essência, um ato médico, conceitua. O médico Dráuzio Varella diz que  a internação compulsória é um ato que internação em pessoas que não têm condições de decidir por si mesmas, como se faz com uma internação em UTI [Unidade de Terapia Intensiva], metralha.

O que é o Crack?
Substância psicoativa, o Crack, droga ilícita que espalhou-se pelas 27 unidades da federação, no Brasil, um País de dimensão continental, surgiu como opção à Cocaína, pó de valor mais alto no mercado negro. Trata-se de um subproduto da pasta da cocaína, de baixo custo para o usuário. Uma droga fabricada com processos químicos, derivados da folha da coca. A coca é  uma planta originária da América Latina. É de ação estimulante do sistema nervoso central.
A produção é fundada em uma mistura de cocaína em pó, ainda não purificada, que deve ser dissolvida em água. Mais: é necessário incluir um ingrediente: bicabornato de sódio ou amônia aquecida. Registro: o aquecimento separaria a parte sólida da líquida. A parte sólida deve ser secada. Depois, fatiada, em forma de pedras. O Crack não passa por um processo de refinamento e purificação. Ele incorpora resíduos de substâncias utilizadas em sua produção.
As pedras estão, então, pronto para serem comercializadas ao consumo dos usuários. As pedras podem ser fumadas com a utilização de cachimbos, aponta um ex-usuário. Inalado, o Crack atinge o sistema nervoso central. O “barato” da droga é de sensação de poder, euforia e prazer. Os usuários, já viciados, perdem o apetite e chegam a emagrecer até dez quilos em apenas 30 dias, mostra um levantamento estatístico com usuários da droga ilícita.

Usuários e zumbis
Usuários de crack que vivem como zumbis pelas ruas das cidades não têm nenhuma dignidade, não são capazes de expressar sua vontade, não têm nenhuma autonomia, e aqui refiro-me à raiz da palavra: auto + normos. Ou seja, a capacidade de o indivíduo de estabelecer suas próprias regras. Uma pessoa nesse estado não é capaz de sair do crack. Precisa de ajuda. Críticas são apontadas porque há uma confusão com internações compulsórias feitas em tratamentos psiquiátricos degradantes de pessoas com doenças mentais  muitas vezes em nada relacionadas ao uso de drogas. Isso, sim, eu critico. Internar por internar, sem que haja tratamento é política higienista. O que resta saber é se existem lugares aptos a receber os usuários de Crack. O caso da Cracolândia é uma referência, mas o problema é nacional, de todos centros urbanos. Ele não escolhe sexo, cor, religião ou condição financeira.
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O HOJE

Hospital de Dermatologia é referência no cuidado do idoso

O Hospital de Dermatologia Sanitária (HDS) avançou nas abordagens terapêuticas oferecias à população. De seu passado de isolamento de pacientes portadores com hanseníase não há praticamente nada. E sua história com moradores do local têm sido resgatados e aprimorados com recentes investimentos.
Até a década de 80, a antiga Colônia Santa Marta era mantida pelo Governo de Goiás como área de isolamento de pacientes portadores de hanseníase.
Por causa de poucos recursos, a doença era tratada com caráter de quarentena permanente, ou de internação compulsória. A Colônia já chegou a receber inúmeros pacientes, de várias idades.
De 1986 em diante, os avanços da medicina tornaram adequado o tratamento à doença por via medicamentosa.
Com a disseminação do tratamento, que hoje é oferecido pela rede pública de saúde, a Colônia perdeu sua função. A maior parte dos pacientes foi reinserida socialmente, e aqueles que perderam seus vínculos familiares ficaram à mercê do Estado.
Mônica Ribeiro Costa, diretora técnica do HSD, diz que hoje há 22 pacientes com 70 anos que se encontram nesta situação e estão recebendo todos os cuidados pertinentes à sequela sofridas na época em que não havia tratamento adequado. "Hoje concedemos respeitosamente nossa atenção e procuramos promover ações de socialização e lazer a eles", explica.
Atualmente, a unidade mantém serviço ambulatorial de feridas crônicas que funciona todos os dias da semana. O público é composto por pessoas acometidas por comprometimentos causados por diabetes. "Temos uma equipe especializada nesses cuidados. Cerca de 70 pacientes são atendidos diariamente para a troca de curativos", diz.
Mônica Costa afirma que o foco do trabalho do HSD é concentrado atualmente na rede de atenção primária. "Nossos médicos emitem o vale exame para ser feito em uma unidade do SUS, bem como também o encaminhamento para cirurgias quando são necessárias", diz. Em média, são realizadas mais de 3.500 consultas por mês. "Somos uma grande central de consultas e de grupos específicos de atendimento", pontua a diretora. (Marcus Vinícius Beck)
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O POPULAR

Plantões aumentam nos Cais

Enquanto na primeira semana de abril, rede municipal tinha 579 escalas de 12 horas, no início deste mês foram 639,5. Melhora ocorre após mudança em contrato de temporários
Thalys Alcântara

A quantidade de plantões médicos nas unidades municipais de urgência 24 horas de Goiânia está aumentando. Foram 10,4% plantões de 12 horas a mais, quando comparadas a primeira semana de abril com a primeira de junho. No mês de abril, quando havia uma transição de contrato de médicos temporários, houve queda no número de plantões, como publicado pelo POPULAR em maio. Na época, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) disse que o problema era temporário.
O Centro de Atenção Integral ã Saúde (Cais) Jardim Guanabara TH, na Região Norte de Goiânia, teve o maior aumento de plantões entre as unidades 24 horas da rede municipal, também formada por Ciams e Upas. Enquanto a primeira semana de abril leve 31 plantões médicos de 12 horas, no início de junho foram 48, um aumento de 54,8% na unidade do Guanabara (Veja quadro). A mudança é sentida por funcionários e pacientes do local.
"Antes era comum ler só um profissional no plantão. Hoje. raramente um plantão vai ter menos de dois médicos", explica o gestor geral do Cais Jardim Guanabara, o técnico em enfermagem Adeilton Sérgio da Silva. Quando há apenas um médico no plantão, o atendimento na urgência pode ser cancelado para casos sem gravidade.
Na manhã em que a reportagem esteve no Cais Guanabara havia três médicos no plantão da urgência, a recepção estava com poucos pacientes e cerca de 60 já haviam sido atendidos. Adeilton diz que, antes do aumento de plantões, esse mesmo número de pacientes só conseguia atendimento depois do período vespertino.
A secretária de Saúde de Goiânia, a médica Fátima Mrue, explica que o maior aumento de plantões no Guanabara é por conta da demanda do local. A unidade é a única do tipo. de urgência e 24 horas, na Região Norte da capital. O Cais do Urias Magalhães, na mesma região, está fechado para reforma há 4 anos.
O Cais Guanabara recebe entre 160 e 220 pacientes por dia e além de atender pacientes da Região Norte, também acaba recebendo muitos moradores da região Noroeste, segundo o gestor geral da unidade.
MOTIVOS
A queda seguida de aumento dos plantões médicos coincide com a mudança do contrato de médicos temporários, os chamados credenciados. Em março, a Secretaria Municipal chegou a enfrentar um movimento de boicote da categoria médica contra o novo contrato de credenciados, que considerava mais precário.
Dos médicos que assinaram t) novo contrato, 67% já eram vinculados ao antigo. O restante são novatos na rede. No entanto, apesar da nova leva de profissionais, a quantidade de contratos diminuiu de 471 para 444. O que aumentou foi a soma total de cargas horárias. O antigo contrato permitia cargas horárias de menos de 20 horas semanais, enquanto o novo oferece possibilidades de 20 ou de 40 horas.
OUTROS PROBLEMAS
Apesar do aumento no atendimento médico, outros problemas prejudicam o atendimento. No Cais Guanabara, médicos e funcionários reclamam da falta de técnicos de enfermagem. A unidade costuma ter apenas três por plantão, sendo que para preencher os postos necessários – injeção, reanimação, classificação, sutura e medicação – seriam necessários seis profissionais constantemente na unida- de. "Se você atende o paciente, passa medicamento e não tem técnico de enfermagem, quem vai administrar o medicamento?", lamenta um médico ouvido pela reportagem, que prefere não se identificar.
A situação fica pior quando chega algum paciente em estado gravíssimo que precisa de maior atenção, ou quando o plantão tem menos de três técnicos de enfermagem. Nesses casos. mesmo com o aumento de médicos, a unidade fecha a urgência para pacientes com estado de saúde que não são considerados grave.
A secretária municipal de Saúde. Fátima Mrue, reconhece que há um déficit no número de técnicos de enfermagem em Goiânia. Ela explica que um processo seletivo para contratar novos profissionais está sendo preparado, mas que o número de vagas ainda está sendo calculado.
Pediatria segue como gargalo da rede
Apesar do aumento de plantões médicos nas unidades municipais de urgência 24 horas de Goiânia, incluindo os pediátricos, o paciente pode ainda encontrar obstáculos para conseguiram atendimento para crianças na capital. Os plantões de pediatras estão concentrados nos Centros de Atenção Integral à Saúde (Cais) de Campinas e do Jardim Novo Mundo. Outros estão isolados, em menor quantidade, em alguns dias da semana nas unidades Cais Amendoeiras e Upa Itaipu. As demais unidades não oferecem atendimento nessa especialidade.
Para atingir o objetivo da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de ter dois pediatras permanentemente na urgência de cada Cais, Ciams ou Upa, seriam necessários 336 plantões pediátricos por semana, na primeira semana de junho foram 79,5. Além disso, mesmo com a quantidade de pediatras suficientes, das 12 unidades 24 horas de Goiânia, apenas três possuem cinco ou mais consultórios médicos de urgência, que comporiam os dois pediatras, dois clínicos gerais e um cirurgião, objetivo da atual gestão da SMS.
Enquanto a maioria dos clínicos gerais tem contratos temporários, a maioria dos pediatras do município possui contratos efetivos. Atualmente são 40 pediatras efetivos na assistência direta no município. O total de especialistas na capital cadastrados no Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) é de 579.
A secretária municipal de Saúde, Fátima Mine. diz entender que a dificuldade na contratação de pediatras na Prefeitura é multifatorial. Ela cita como um fator a antiga função do médico "emergencista", que acabava atuando como pediatra e desestimulava essa especialidade. "Estamos tentando desfazer isso" , diz a gestora.
O presidente do Cremego, Leonardo Mariano Reis, diz que a quantidade de pediatras em Goiânia não é deficitária e sim razoável. Para ele, na verdade, existe uma dificuldade da Prefeitura em atrair esta especialidade médica para a administração pública por conta de salários.
"Efetivamente escalamos mais médicos por plantão"
Após enfrentar resistência na implantação do um novo contraio de médicos temporários, a secretária municipal de Saúde conseguiu aumentar o número de plantões médicos nos Cais, mas diz que ainda há um longo caminho para percorrer
O pensamento é um só: Jazer uma Informatização adequada para ter controle do Início ao fim da linha (da distribuição dos medicamentos"
Que fatores levaram a esse aumento de plantões médicos?
Eu interpretaria esse aumento, primeiro, por conta de uma rotina anterior de dar menos plantões, principalmente aos finais de semana, e nós insistimos que deveria ser diário com cobertura 24 horas. A entrada do novo superintendente (de Atenção à Saúde. Adriano de Paula). Ele está fazendo trabalho excelente junto ao corpo clínico. Acredito também que a instituição, não do ponto eletrônico ainda, mas da ideia de que vai ser instalado, também ajudou muito. E efetivamente escalamos mais médicos por plantão. Ainda não estabelecemos a meta que queremos (2 clínicos gerais. 2 pediatras e 1 cirurgião por plantão), mas estamos caminhando para isso.
Como é decidido as unidades que terão um maior aumento de plantões médicos? É pela escolha dos médicos ou por uma decisão estratégica da SMS?
A gente tem um conjunto dessas duas coisas que você comentou. A primeira coisa é o critério de necessidade da região. Primeiro necessidade, depois é a opção. As pessoas tendem a ficar mais satisfeitas nos locais que escolhem. As pessoas optam por um local porque tem motivo: logística ou porque já estavam lá.
Apesar do aumento dos plantões médicos, profissionais das unidades de saúde têm reclamado da falta de remédios e materiais para trabalho. Por que isso acontece?
O pensamento é um só: fazer uma informatização adequada para ter controle do início ao fim da linha. A gente sabe quanto que chega, número de cada medicamente, a gente sabe que números nós entregamos no almoxarifado. Sabemos que número vai para as unidades, mas nós não sabemos para onde vai. Isso toma difícil o planejamento antecipado, o que falta é essa linha informatizada. Isso deve surgir em uns três meses, porque a implementação de sistemas de informática tem tempo de teste, de segurança.
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AGÊNCIA ESTADO

Médico pede mais exames no Brasil do que em país rico

Saúde. Dados inéditos da Agência Nacional de Saúde Suplementar apontam que as solicitações de tomografia e ressonância por convênios particulares cresceram 22% em dois anos; para especialistas e ANS, muitas solicitações podem ser feitas de forma indevida
Eliane Ferreira Santiago, de 37 anos, convive desde criança com dores fortes em todo o corpo e uma fadiga crônica. Foi em diversos médicos e conta que fez, em diferentes faixas etárias, vários exames. Eliane foi diagnosticada com reumatismo, mas as dores nunca passavam. "Há uns dez anos, comecei a pesquisar por conta própria e vi que tinha todos os sintomas de fibromialgia. Procurei um médico e depois disso é que ele conseguiu me diagnosticar", diz. Hoje, criou até um grupo sobre a doença nas redes sociais. "Quase todo mundo com a síndrome demorou anos para descobrir porque os médicos não prestam atenção aos sintomas que o paciente descreve.
É uma negligência que traz sofrimento." Dados inéditos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), obtidos pelo Estado, mostram que os médicos de planos de saúde brasileiros já pedem mais exames de tomografia e ressonância do que profissionais de países desenvolvidos. O número desses procedimentos por pacientes de convênios médicos no País cresceu 22% em apenas dois anos, o que, segundo a ANS e especialistas, indica que muitas solicitações podem estar sendo feitas indevidamente. Entre as principais razões para a realização excessiva dos procedimentos estão falhas na formação médica, interesses financeiros de hospitais e laboratórios e má remuneração por parte das operadoras aos prestadores de serviço. O fenômeno, além de aumentar o desperdício de recursos no sistema privado, ainda traz riscos aos pacientes, como a exposição frequente a radiações comuns em exames de imagem.
A tomografia computadorizada e a ressonância magnética são usadas como referência pelos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para avaliar o acesso aos recursos de saúde na área de tecnologia médica. Enquanto nessas 35 nações – incluindo algumas das mais desenvolvidas do mundo, como Alemanha, França e Estados Unidos -, a média anual de ressonâncias é de 52 por 1 mil habitantes, no sistema suplementar brasileiro o índice foi de 149 por 1 mil beneficiários em 2016, segundo o mais recente Mapa Assistencial da Saúde Suplementar da ANS, que será publicado na próxima semana. A média de tomografias realizadas também é superior nos planos de saúde do Brasil em 2016 em comparação com países ricos: 120 exames por 1 mil habitantes nas nações da OCDE ante 149 por 1 mil beneficiários dos convênios brasileiros.
Considerando os números absolutos, o número de ressonâncias feitas por pacientes de convênios passou de 5,7 milhões em 2014 para 7 milhões em 2016, alta de 22%. Já o de tomografias passou de 5,9 milhões para 7 milhões no mesmo período, crescimento de 18%. Mesmo se avaliados todos os tipos de exames feitos por beneficiá- rios de planos, houve aumento de 12% no número de procedimentos entre os anos de 2014 e de 2016. Desperdício. Para Karla Coelho, diretora de normas e habilitação de produtos da ANS, a diferença entre os índices do Brasil e de outros países traz um alerta. "É um desperdício de recursos. Enquanto os prestadores de serviço, como hospitais e laboratórios, forem pagos por procedimento e não por qualidade, o número de exames será infinito", diz ela.
Já o professor da Faculdade de Medicina da USP Mario Scheffer destaca que "os convênios não trabalham tanto com prevenção e promoção de saúde, ficam focados na atenção especializada e, muitas vezes, ainda pressionam os médicos a fazerem atendimentos rápidos para que seja possível atender mais pacientes no mesmo dia". "Assim, o tempo que deveria ser gasto com anamnese e conversa com o paciente é substituí- do pela indicação de exame." Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Mauro Aranha ressalta que, além da questão da baixa remuneração pelos planos de saúde, as falhas na formação médica podem estar contribuindo para esse cenário de dependência do uso de tecnologia nos diagnósticos. "O médico que não tem competência suficiente para uma avaliação clínica vai tentar compensar com pedidos de exames." / COLABOROU ISABELA PALHARES
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30% dos resultados nunca chegaram a ser consultados
Diretor da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Pedro Ramos afirma que são os hospitais, laboratórios e até mesmo alguns médicos os responsáveis pelo excesso de exames realizados. "Os tomógrafos no Brasil viraram máquinas de fazer dinheiro. Os prestadores de serviço lucram e há profissionais que chegam a ganhar comissão por prescrever mais procedimentos. Saúde não é isso. Não somos contra a tecnologia, mas ela tem de ser usada quando necessária", comenta.
Ele relata que 30% dos exames de imagem realizados por pacientes de convênios médicos nem sequer têm os resultados retirados (já considerando os que são acessados pela internet). "Isso aumenta gastos das operadoras e, por consequência, as mensalidades dos planos." Segundo a diretora da ANS Karla Coelho, a agência tem apostado, como principal estratégia para minimizar o problema, na discussão de novos modelos de contrato entre prestadores de serviço e operadoras.
O ideal, diz ela, é que o pagamento fosse feito por resolutividade e não por procedimento feito. No formato almejado, os planos deveriam remunerar melhor também os prestadores que investissem em ações de prevenção de doenças. "Há algumas iniciativas de algumas empresas e um grupo de trabalho interno na ANS." / F.C.
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'Foi dizendo que não era nada, mas fez vários pedidos'
José Maria Tomazela
A família Supino, de Sorocaba, no interior de São Paulo, coleciona casos de médicos que pedem exames sem "olhar o rosto" do paciente. O casal, Alice Supino, de 49, e Antonio Carlos Supino, de 58 anos, têm plano de saúde e fazem questão de recorrer a médicos quando eles ou as filhas, Débora, de 20 anos, e Ana Paula, de 15, apresentam os primeiros sintomas. Em um dos casos mais recentes, Débora conta que ligou com dores para o consultório da ginecologista que a atende há cinco anos para marcar consulta.
"Talvez por estar com pouco espaço na agenda, a secretária (da médica) deu o diagnóstico de infecção de urina por telefone e pediu que eu passasse no consultório pegar guias para ultrassom e exame de urina." Segundo ela, a médica assinou os pedidos sem examiná-la. "O pior é que não havia infecção de urina e, sim, uma inflamação nas trompas (uterinas), e precisei tomar antibióticos fortes." Ana Paula passou por um problema semelhante depois de detectar um caroço na mão direita, perto do pulso.
Ela reclamava de dores e a mãe decidiu levá- la a um ortopedista. "Ele olhou a mão dela de longe, do outro lado da mesa, e foi dizendo que não era nada, mas pediu vários exames, entre eles um ultrassom. Sem saber do que se tratava, receitou um anti-inflamatório para a Ana ir tomando até que os exames ficassem prontos. Saí do consultório furiosa, achei que ele pediu os exames por pedir, pois nem examinou a mão da minha filha.
A sensação era de que a gente estava atrapalhando." Alice decidiu procurar outro médico que examinou a mão da filha, fez um raio X na própria clínica e diagnosticou um cisto. Antonio Carlos também lembra o drama que viveu há quatro anos quando foi internado com dores abdominais e passou por uma bateria de exames, mas os médicos nada encontraram. "Era um exame atrás do outro."
Diagnóstico impreciso.
Em 2015, ele também passou por atendimento com febre e dores. "De cara foi dado diagnóstico de dengue e pediu-se uma série de exames. Depois de análises de sangue e outras, a dengue foi descartada. Até hoje não sei o que era."
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação