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DESTAQUES
Grupo de médicos e dentistas alega falta de pagamento e mobiliza suspensão de atendimentos do Ipasgo; plano rebate
Ipasgo Saúde abre credenciamento para novos médicos
Governo fará mutirão nacional para redução das filas de cirurgias em março
Dentista suspeita de causar deformidades em pacientes divulgava serviços nas redes sociais: ‘entrego o nariz dos seus sonhos’
CROGO abre processo contra dentista após escândalo e debates de procedimentos estéticos ilegais na odontologia
Menino de 13 anos morre por bactéria em hospital do DF
PORTAL 6
Grupo de médicos e dentistas alega falta de pagamento e mobiliza suspensão de atendimentos do Ipasgo; plano rebate
Paralisações nos atendimentos de saúde deve durar 48h e tem início marcado para esta terça-feira (18)
Por meio de um comunicado, o Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego) anunciou que realizará uma suspensão dos serviços durante, pelo menos, 48h, com início já nesta terça-feira (18) e quarta-feira (19).
A medida tem como foco servidores credenciados ao Ipasgo Saúde, após o plano não atender uma série de reivindicações apresentadas pela categoria, dentre elas a retenção de valores descontados nas remunerações pagas aos médicos no início de fevereiro deste ano. O plano de saúde, por sua vez, afirma que sequer foi procurado pelo sindicato oficial ou extraoficialmente – inclusive sabendo da situação por meio da imprensa.
Além disso, parte dos trabalhadores também solicita a “continuidade dos profissionais que já estão em exercício”, a fim de garantir estabilidade, assim como a manutenção da assistência à população.
Na nota, assinada pela presidente do sindicato, Franscine Leão, foi informado que a paralisação serve como “advertência” aos gestores responsáveis, cobrando esclarecimentos e providências para corrigir a situação.
O Portal 6 chegou a contatar o Simego na última sexta-feira (14), antes de a suspensão ser oficialmente anunciada, solicitando informações acerca das motivações.
Na ocasião, a associação relatou que ainda aguardava resposta por parte do Ipasgo e que, caso não fosse respondida, daria continuidade ao plano de paralisação, como visto já nesta segunda-feira (17).
O que diz o Ipasgo?
O Ipasgo Saúde, por sua vez, declarou não ter conhecimento das demandas, uma vez que não foi procurado, tampouco algum documento oficial chegou a ser encaminhado por parte do Simego.
Além disso, o plano de saúde sustentou que “desconhece qualquer falta de pagamento à rede” e que tomou conhecimento do ocorrido somente após o assunto ser vinculado pela imprensa.
A instituição ainda apontou que tem realizado os repasses corretamente, sendo que entre os dias 31 de janeiro e 14 de fevereiro os profissionais que atendem pelo plano receberam R$ 18,2 milhões – valor que se somou ao montante de quase R$ 1 bilhão, acumulado desde setembro de 2024.
Não o bastante, o comunicado também destacou que os profissionais envolvidos na paralisação não possuem vínculo empregatício com a empresa e, portanto, “têm plena autonomia para solicitar descredenciamento a qualquer tempo”. O Ipasgo Saúde ainda enfatizou que a suspensão unilateral dos atendimentos constitui descumprimento contratual, podendo resultar em penalidades que incluem a rescisão do contrato.
Apesar disso, o plano de saúde reiterou que o movimento é realizado por “um grupo específico de médicos e odontólogos” e não deve impactar toda a rede credenciada do Ipasgo Saúde, mantendo os serviços normalmente.
Confira as notas na íntegra:
Nota do Simego:
“O Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás – SIMEGO – no uso de suas atribuições legais e estatutárias, informa a toda a sociedade goiana, em especial aos usuários dos Planos de Saúde mantidos perante o Ipasgo Saúde, que haverá paralisação dos atendimentos realizados pelos médicos do Serviço Social Autônomo de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos e Militares do Estado de Goiás (Ipasgo Saúde), a partir das 07:00 (sete) horas do dia 18 de fevereiro de 2025 (terça-feira), por 48 (quarenta e oito) horas, finalizando às 07:00 (sete) horas do dia 20 de fevereiro de 2025, sendo esta deliberação tomada em Assembleia Geral Extraordinária Permanente realizada no dia 10 de fevereiro do ano em curso, como forma de advertência, uma vez que os gestores responsáveis, não atenderam à pauta de reivindicações apresentadas pela categoria. Os atendimentos classificados como sendo de urgência e emergência serão mantidos, conforme a lei determina.”
Nota do Ipasgo Saúde:
“O Ipasgo Saúde foi surpreendido pelo anúncio de paralisação dos atendimentos por um grupo de médicos e odontólogos, sem qualquer comunicação prévia à instituição, o que fere diretamente as regras contratuais estabelecidas.
O maior plano de saúde do Estado de Goiás esclarece que esses profissionais não têm vínculo empregatício com o Ipasgo Saúde. São autônomos e instituições independentes, que atendem aos beneficiários com base em contratos de credenciamento. Portanto, eles têm plena autonomia para solicitar descredenciamento a qualquer tempo, desde que respeitadas as condições pactuadas, inclusive a continuidade do atendimento aos beneficiários durante o prazo de aviso prévio.
O Ipasgo Saúde nunca foi procurado ou recebeu um documento oficial do Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego) para tratar de pauta reivindicatória e desconhece qualquer falta de pagamento à rede credenciada, uma informação que tomou conhecimento por meio da imprensa.
A instituição pode provar que, desde setembro de 2024, repassou aos prestadores quase R$ 1 bilhão. Só nos dias 31 de janeiro e 14 de fevereiro de 2025, os profissionais que atendem beneficiários do plano de saúde receberam R$ 18,2 milhões. Caso, de forma excepcional, algum prestador identifique pendências, essas devem ser formalmente comunicadas para que o Ipasgo Saúde possa apurar e adotar, com celeridade, as providências cabíveis.
A suspensão injustificada e unilateral dos atendimentos aos beneficiários constitui descumprimento contratual, que pode resultar em sanções, incluindo a rescisão do contrato e o descredenciamento do prestador. Por isso, o Ipasgo Saúde está monitorando a situação de perto e tomará todas as medidas necessárias para assegurar o cumprimento das normas, para fazer com que os direitos dos beneficiários sejam respeitados, para garantir plena assistência e que a qualidade no atendimento seja mantida.
A paralisação foi anunciada por um grupo específico de médicos e odontólogos e não impacta toda a rede credenciada do Ipasgo Saúde, a maior de Goiás, composta por quase cinco mil pessoas físicas e jurídicas. Hospitais, clínicas e a rede própria do plano de saúde mantêm atendimentos regulares às quase 600 mil vidas que estão sob os cuidados da instituição.
O Ipasgo Saúde tem compromisso inegociável com a excelência, a continuidade dos serviços prestados e com diálogos responsáveis, construtivos e legítimos. A transparência, a ética e o respeito aos nossos beneficiários são valores que norteiam nossas ações.”
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AGÊNCIA CORA CORALINA
Ipasgo Saúde abre credenciamento para novos médicos
O Ipasgo Saúde abriu credenciamento para que médicos de todas as especialidades possam atender os quase 600 mil beneficiários do plano de saúde, o maior de Goiás. A partir desta segunda-feira, dia 17 de fevereiro, profissionais interessados podem realizar o cadastro .
As solicitações serão analisadas a partir de critérios como município de atuação, cobertura assistencial, estudos epidemiológicos, demanda de beneficiários, facilidade de acesso e oferta de serviços.
O credenciamento é simples e pode ser feito de forma totalmente digital. Para integrar a rede, os médicos precisam possuir registro ativo no Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), preencher o formulário disponível no site e anexar documentos
Os documentos necessários são Carteira de identidade profissional, expedida pelo conselho; Cadastro de Pessoas Físicas (CPF); inscrição no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), nos cadastros de Atividades Econômicas (CAE) e Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES).
Além disso, os candidatos devem ter licença sanitária das secretarias estadual ou municipal de Saúde; bem como alvará de localização e funcionamento; comprovantes de pagamento do Imposto Sobre Serviços (ISS) e de conta bancária.
A instituição também solicita currículo resumido, atualizado e assinado, contendo diploma registrado no Ministério da Educação (MEC), informações sobre residência médica, estágios, especialização, mestrado e doutorado. Se for o caso, os médicos podem apresentar a relação dos aparelhos e/ou equipamentos disponíveis.
Os profissionais interessados em atender à carteira de quase 600 mil beneficiários distribuídos por todo o estado não podem ter penalidade pública junto ao conselho profissional. Inscrições com documentações incompletas ou parciais também não serão analisadas.
Em caso de dúvidas, os médicos interessados podem obter mais informações na Central de Atendimento ao Prestador, pelo telefone 0800 333 1212.
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PORTAL DE NOTÍCIAS
Governo fará mutirão nacional para redução das filas de cirurgias em março
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou um mutirão nacional para a redução das filas de cirurgias para o próximo mês. A iniciativa busca reduzir o tempo de espera e garantir mais acesso aos serviços de saúde em todos os estados. “Em 2024, foram 14 milhões de cirurgias eletivas, maior número da história do SUS. Ainda há muito a fazer. A partir de março, realizaremos o Mutirão Nacional para Redução das Filas”, declarou a ministra em rede social.
O Programa Nacional para a Redução de Filas de Cirurgias foi lançado em 2023 e estendido ao Programa Mais Acesso a Especialistas (Pmae) neste ano, para acelerar ainda mais o atendimento à população.
“Este é um desafio de décadas, agravado pela pandemia de covid-19. Por essa razão, lançamos em 2023 o Programa Nacional para a Redução de Filas de Cirurgias, ao lado dos governadores dos estados. Temos um grande desafio pela frente, assegurar o menor tempo de espera, que é muito desigual entre os estados e entre algumas especialidades” destacou a ministra Nísia.
Como funciona?
O novo componente do Pmae depende da adesão dos gestores de estados e municípios, que devem enviar suas respectivas programações de cirurgias a serem realizadas, acompanhadas de resolução aprovada na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) de cada estado.
Todas as programações serão analisadas pela Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (Saes), que fará ou não a aprovação, considerando os critérios formais previstos na portaria, além de aspectos técnicos em relação à demanda apresentada e previsão de realização de procedimentos.
Os recursos destinados aos estados e ao Distrito Federal para execução do Componente Cirurgias do Pmae E serão proporcionais à população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ao Tribunal de Contas da União para o ano vigente. Ainda será realizado monitoramento quadrimestral da execução do orçamento, visando elaborar estratégias complementares que fomentem a execução da programação em sua totalidade.
Sobre o Mais Acesso a Especialistas
O Mais Acesso a Especialistas é uma estratégia da Política Nacional de Atenção Especializada em Saúde (Pnaes) e tem como objetivo ampliar e qualificar o cuidado e o acesso à atenção especializada em saúde. O foco é tornar o acesso do paciente às consultas, exames especializados e, agora, cirurgias, o mais rápido possível e com menos burocracia, a partir do encaminhamento realizado pelas equipes de atenção primária, por exemplo, a Equipe de Saúde da Família.
O programa traz inovações como a incorporação de um modelo de remuneração baseado no cuidado integral, que prioriza o paciente. Para isso, estão sendo investidos R$ 2,4 bilhões nas áreas de oncologia, cardiologia, oftalmologia, otorrinolaringologia e ortopedia.
O programa já alcançou adesão de 100% dos estados e do Distrito Federal, além de 97,9% dos municípios. Até o momento, foram enviados 136 planos de ação regionais, abrangendo 167,9 milhões de habitantes.
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PORTAL G1
Dentista suspeita de causar deformidades em pacientes divulgava serviços nas redes sociais: ‘entrego o nariz dos seus sonhos’
Com mais de 6 mil seguidores, Miriã Costa se apresenta como a ‘maior referência em rino estruturada’ de Goiás. Segundo a Polícia Civil, ela é investigada por lesão corporal grave e exercício ilegal da medicina.
A dentista Miriã Costa suspeita de causar deformidades em pacientes após rinoplastias, segundo a Polícia Civil, divulgava os serviços nas redes sociais. Com mais de 6 mil seguidores, ela se apresenta como a “maior referência em rino estruturada” de Goiás.
“Te entrego o nariz dos seus sonhos, com a melhor experiência”, diz a dentista em seu perfil no Instagram.
A defesa da profissional afirmou que ela é habilitada para procedimentos odontológicos e que as intervenções realizadas não eram cirúrgicas. Destacou que a dentista atende mais de dois mil pacientes e que a clínica possui os registros necessários para funcionamento.
Já o Conselho Regional de Odontologia de Goiás (CRO-GO) disse que a inscrição da investigada está ativa no conselho e que apura o caso.
Miriã divulgava ainda que a clínica de estética em que faz os atendimentos fica localizada no Jardim América, em Goiânia. onde um mandado de busca e apreensão foi cumprido pela polícia. Ela é investigada por lesão corporal grave e exercício ilegal da medicina após oito pacientes denunciarem que tiveram deformidades e lesões graves depois de fazerem rinoplastia com ela.
A delegada Myrian Vidal, responsável pela investigação do caso, disse que a rinoplastia tem cortes e só médicos podem fazer. “Ela usava o nome ‘rino estruturada’ para encobrir o verdadeiro procedimento que fazia, a rinoplastia”, disse.
Segundo a investigação, os serviços da odontóloga eram divulgados nas redes sociais pelo marido de Miriã, Pedro Henrique Alves Teixeira. Os nomes da dentista e do esposo foram divulgados pela Polícia Civil para que novas vítimas possam denunciar.
“A investigada teria realizado procedimentos de rinoplastia em diversos clientes, sem possuir a qualificação necessária ou autorização para tal, causando lesões irreparáveis e, em alguns casos, deformidades permanentes”, detalhou a polícia.
Investigação
A Polícia Civil detalhou que os serviços de rinoplastia feitos por Miriã Costa eram realizados de forma precária e sem acompanhamento pós-operatório adequado. Na sexta-feira (14), um mandado de busca e apreensão foi cumprido na clínica da investigada, localizada no Setor Jardim América.
A ação foi realizada pela 7ª Delegacia Distrital de Polícia e contou com a presença de peritos criminais, que apreenderam instrumentos e medicamentos irregulares. Além disso, segundo a polícia, funcionários da Vigilância Sanitária constataram diversas irregularidades no local.
Entre as irregularidades identificadas pela Vigilância Sanitária e divulgadas pela Polícia Civil, estão:
medicamentos que deveriam ser descartados estavam armazenados para reutilização;
falta de esterilização adequada dos instrumentos utilizados nos procedimentos;
condições insalubres que colocavam em risco a saúde dos pacientes.
Durante a ação policial foram apreendidos materiais e documentos que vão ser analisados pela equipe policial.
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JORNAL OPÇÃO
CROGO abre processo contra dentista após escândalo e debates de procedimentos estéticos ilegais na odontologia
A realização de procedimentos estéticos por cirurgiões-dentistas voltou a ser discutida após a dentista Miriã Mariana Coelho da Costa ser investigada por suspeita de realizar rinoplastias sem a devida qualificação. De acordo com a Polícia Civil, a profissional teria causado “lesões irreparáveis e, em alguns casos, deformidades permanentes” em pacientes ao executar cirurgias plásticas faciais sem autorização legal. O caso reacendeu o debate sobre os limites da atuação dos dentistas na área estética e as regulamentações impostas pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO).
O Conselho Regional de Odontologia de Goiás (CROGO) esclareceu, em nota oficial (na íntegra), que os cirurgiões-dentistas têm restrições bem definidas quanto à realização de procedimentos cirúrgicos na face. Segundo a Resolução CFO Nº 230/2020, os profissionais da odontologia estão proibidos de realizar cirurgias como rinoplastia, blefaroplastia (cirurgia das pálpebras), otoplastia (correção das orelhas), lifting facial e outras intervenções que ultrapassem a área de atuação odontológica.
Além das limitações cirúrgicas, a regulamentação também proíbe a publicidade de procedimentos não odontológicos, como micropigmentação de sobrancelhas e lábios, design de sobrancelhas e tratamentos capilares. De acordo com o CFO, os cirurgiões-dentistas devem atuar estritamente dentro da anatomia da cabeça e do pescoço, conforme estabelecido pela Resolução CFO Nº 176/2018.
A clínica da dentista investigada foi alvo de uma operação policial, que resultou no cumprimento de um mandado de busca e apreensão. Durante a ação, peritos criminais confiscaram instrumentos e medicamentos considerados irregulares. Além disso, agentes da Vigilância Sanitária identificaram múltiplas infrações, incluindo armazenamento inadequado de medicamentos, falta de esterilização adequada dos instrumentos e condições insalubres dentro do estabelecimento. Essas irregularidades, segundo as autoridades, representavam um risco à saúde dos pacientes.
Em resposta ao caso, o CROGO afirmou que instaurou um processo administrativo disciplinar contra a dentista, o qual tramita sob sigilo. O conselho ressaltou que, apesar das investigações, a inscrição profissional de Miriã Mariana Coelho da Costa segue ativa, conforme consulta pública disponível no site do CFO.
O episódio gerou grande repercussão no meio odontológico e entre especialistas da área da saúde, que destacaram a importância de se respeitar os limites técnicos e éticos da profissão. Para a categoria, casos como esse evidenciam a necessidade de fiscalização e punição para aqueles que ultrapassam as normas estabelecidas.
A regulamentação da harmonização orofacial, especialidade reconhecida pela odontologia, permite que dentistas realizem procedimentos estéticos dentro de sua área de atuação, como aplicação de toxina botulínica (botox) e preenchimentos faciais. No entanto, qualquer intervenção cirúrgica além dos limites anatômicos estabelecidos pelo CFO é considerada ilegal e sujeita a penalidades.
Pacientes que se submetem a procedimentos estéticos devem estar atentos à qualificação dos profissionais, verificando se possuem registro e especialização na área em que atuam. O CFO mantém um banco de dados público onde é possível consultar a situação cadastral dos dentistas, garantindo mais segurança na escolha dos serviços odontológicos.
O caso segue sob investigação, e novas diligências serão realizadas para apurar a extensão dos danos causados aos pacientes. A Polícia Civil também orienta que possíveis vítimas denunciem práticas ilegais para que as autoridades possam tomar as medidas cabíveis.
Confira nota completa do CROGO:
“Prezados,
Com relação aos andamentos da apuração disciplinar, o Conselho Regional de Odontologia de Goiás (CROGO) informa que está em curso expediente administrativo em face da profissional, o qual tramita sob sigilo.
Com relação ao registro profissional, informa-se que, atualmente, a inscrição da profissional está ativa, conforme consulta pública (https://website.cfo.org.br/buscaprofissionais/).
Com relação aos procedimentos estéticos, a Resolução CFO Nº 230/2020 estabelece quais são as técnicas proibidas e a Resolução CFO Nº 176/2018 estabelece os limites da área anatômica autorizada para intervenções realizadas por cirurgiões-dentistas.”
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PORTAL UOL
Menino de 13 anos morre por bactéria em hospital do DF
Miguel Fernandes Brandão, 13, era filho único, um milagre para a família, pois os pais Genilva Fernandes e Fábio Luiz Brandão não podiam engravidar até então. “Foi um menino muito amado e esperado por toda a família, o primeiro neto das duas famílias”, conta a mãe.
Com quase 1,8 metro de altura, jogava futebol e sonhava em se profissionalizar. Dividia com a bisavó materna a paixão pelo esporte, acompanhando jogos, debatendo lances e performance dos jogadores.
Em novembro do ano passado, depois de quase um mês internado no Hospital Brasília, no Distrito Federal, ele morreu por complicações de uma infecção bacteriana. Os pais denunciam negligência.
Moramos no hospital por 25 dias. Entrei com meu filho e infelizmente só saí com ele dentro de um caixão.Genilva Fernandes
Gosto ruim na bocaMiguel começou com sintomas de sua já conhecida rinite alérgica na noite de 11 de outubro, uma sexta-feira, com espirros frequentes. Medicado, dormiu, mas acordou de madrugada com febre, que foi amenizada com outro remédio.
Na segunda, dia 14, foi Genilva quem acordou de madrugada com os mesmos sintomas. “Pensei: ‘Miguel está gripado e peguei dele’. Deitei novamente e depois acordei para trabalhar de casa.”
O menino não teria aula naquele dia, e Genilva aproveitou para fazer um café da manhã reforçado para o filho: carne para comer com pão de queijo e bolo de cenoura com chocolate. Mas quase tudo na boca dele tinha um gosto ruim – só a água continuava sem sabor.
Na cabeça da mãe, isso podia ser sinal de covid, então ela e o marido o levaram ao Hospital Brasília, no Lago Sul. Lá, uma médica disse que o gosto ruim era da secreção do nariz, mas os pais duvidaram e disseram que o filho reclamava da garganta, sem conseguir engolir saliva, sempre cuspindo.
“O nariz dele estava bem inchado, como nunca ficou antes em nenhum caso de alergia que ele já teve”, conta. Miguel tomou remédio contra febre e foi liberado.
Febre persistente e fraqueza Miguel chegou ao hospital no dia 15/10/2024 com fraqueza, diarreia e episódios de vômito Naquela noite, a febre voltou, mas não passava com remédio. Um tempo embaixo do chuveiro ajudou a reduzir a temperatura, e ele só conseguiu dormir por volta de 5h de terça-feira, 15.
Quando acordou, estava com sintomas mais intensos: vômito, diarreia e fraqueza nas pernas. Precisou sentar numa cadeira para tomar banho. “Ele não conseguia andar do banheiro para a cama.”
A família foi ao mesmo hospital, onde ele chegou com a pele amarelada, fraqueza e extremidades roxas. Uma médica que estava quase encerrando o plantão demonstrou preocupação e agilizou o primeiro atendimento, conta Genilva.
A profissional sugeriu um diagnóstico que, se confirmado, levaria Miguel à UTI.
Eu estava vendo meu filho desfalecido, na cadeira, de olho fechado, muito fraquinho. Genilva Fernandes
Na troca de plantão, outra médica assumiu o caso. O menino já tinha feito exame de sangue e depois um eletrocardiograma, que deu pequena alteração. “Ficamos no box do pronto-socorro, ele ainda com diarreia e vômito, eu ali limpando.”
Genilva notou que a boca de Miguel começou a ficar vermelha – depois de uma hora, a mancha vermelha migrou para o pescoço e desapareceu. Em seguida, o corpo empolou, ficou cheio de carocinhos, e os linfonodos do pescoço incharam. Chamada, a médica olhou, passou a mão e saiu, disse a mãe.
O teste de covid deu resultado negativo, então a médica sugeriu fazer o painel viral, em que um único exame avalia a presença de diferentes vírus. Mas a coleta demorou. “Quando dei por mim, já tinha trocado o plantão, e a médica saiu sem pedir o mapa viral, não falou qual horário ia sair e nem quem ia ficar com o caso do meu filho.”
Pelo estado de Miguel, ela ficou na expectativa de ele ir para a UTI, mas foi encaminhado para internação em quarto de adulto porque, segundo a equipe, não tinha vaga na pediatria.
Fomos para o quarto por volta de 1h50, mas, enquanto isso, nenhum médico do plantão noturno foi ver meu filho, mesmo eu cobrando na enfermaria. O mapa viral não foi feito no dia 15 e passamos a madrugada inteira com ele febril, meio acordados, com ele passando mal. Genilva Fernandes
‘Ansiedade materna’
Na manhã de quarta-feira (16), um médico avaliou Miguel e também sugeriu um quadro viral. Genilva já tinha aberto reclamação na ouvidoria do hospital, sinalizando que o filho estava mal e aguardavam ir para a UTI.
Uma médica chegou depois e reforçou a hipótese viral, incluindo gastroenterite, uma infecção intestinal. O tratamento seria “hidratação e medidas de suporte”. No prontuário enviado por Genilva à reportagem, a médica descreve que avaliou o paciente “devido ansiedade materna” e que “explicou várias vezes o quadro”.
Prontuário médico indica que mãe de Miguel estava “ansiosa” “Foi meu primeiro contato com ela, ela não tinha visto meu filho, ela não fez nenhum exame do meu filho, e eu não posso questionar?”, diz Genilva.
A médica novamente falou em pedir o painel viral, mas até 16h daquela quarta, o pedido ainda não tinha sido feito, e a médica tinha ido embora. “Fiquei muito nervosa e rapidinho chegou alguém do laboratório para fazer exame.”
O resultado demoraria até sete dias. A mãe entrou em contato com o plano de saúde para pedir a transferência para a ala pediátrica e foi atendida por volta de 20h.
Miguel seguia com febre e manchas mais nítidas no corpo, sendo medicado para os sintomas. Genilva afirma que não houve nova investigação sobre o motivo da alta temperatura.
Piora brusca
Na quinta-feira, 17 de outubro, a mãe seguiu com os questionamentos, ao que a médica tentou tranquilizá-la, repetindo que tudo fazia parte do quadro viral e que ela “tinha que ter paciência, que estava muito ansiosa”. Ela estava aflita, mas sem saber o que fazer.
No fim da tarde, Genilva começou a se sentir mal, com febre e tosse incessante, mas seguiu acompanhando o filho.
Miguel gostava de futebol e fazia aula em uma escola de Brasília A essa altura, Miguel reclamava de dor na garganta e no tórax, atribuídos à tosse, e estava com a barriga inchada, que segundo um médico era por estar deitado há muito tempo.
“Pedi um raio-x, mas o médico falou ‘para quê expor à radiação à toa?’, e não pediu mais exame, sempre afirmando quadro viral, mas o resultado nem tinha saído ainda.”
Na sexta-feira (18), por volta das 4h, Genilva deu banho no filho novamente para baixar a febre e negou uma nova medicação, mas foi convencida pela médica a mais uma tentativa.
Quando deram o remédio, ele começou a transpirar muito, excessivamente. Chamei a médica e falei que, pelo amor de Deus, meu filho não estava passando bem. Genilva Fernandes
Em seguida, a equipe da UTI chegou com equipamento de oxigênio para levá-lo, com o corpo roxo e a barriga mais inchada. Miguel foi intubado, colocado em sondas, e novos exames foram feitos.
Para Genilva, a piora de Miguel foi brusca. Antes da intubação, ela conversou com o filho. “A mamãe vai ter de sair, o médico vai fazer um procedimento para você ficar melhor. Pensa em uma viagem que a gente fez que você gostou, fecha o olhinho. Mamãe e papai te amam, você é nossa vida”, disse ao menino. “Ele olhou pra gente e não falou nada.”
Na UTI, Miguel teve três paradas cardíacas, a primeira de 24 minutos e outras de oito e cinco minutos. Medicado com antibióticos “para atingir o maior número de bactérias”, ele só foi diagnosticado com Streptococcus pyogenes no domingo, 20, pela manhã.
No dia anterior, Genilva também tinha sido internada, porque seguia com febre alta e o mesmo sintoma de boca seca do filho, mas já medicada com antibiótico devido à pneumonia. Depois que falou à equipe sobre Miguel e a bactéria identificada nele, ela também foi diagnosticada com a mesma infecção.
‘Morte assistida’Os rins, o pulmão, o fígado e o cérebro de Miguel foram comprometidos. A pele necrosou e foi preciso raspá-la. Costas, nádegas e saco escrotal ficaram em carne viva, e ele teve hemorragia.
Na UTI, Miguel estava com sonda na bexiga, fazendo diálise e com medicações intravenosas Genilva conta que ele teve a bexiga perfurada durante a troca da sonda, causando mais perda de sangue e outro choque séptico.
As pernas dele, se tivesse sobrevivido, provavelmente na outra semana teria de amputar. A sensação que eu tenho é que meu filho entrou no hospital para ter uma morte assistida. Genilva Fernandes
Miguel morreu num sábado, 9 de novembro, e foi enterrado no dia seguinte. A mãe tem muitas perguntas sem respostas. “Quando ele foi infectado pela bactéria? Por que a demora para fazer exames? Por que não me ouvir? Isso é muito revoltante.”
O que diz o hospital
Ao UOL, o Hospital Brasília disse que lamenta profundamente o óbito do adolescente e que “apesar dos esforços de nosso corpo clínico, infelizmente não foi possível reverter o quadro infeccioso que o acometeu”.
A entidade informou que uma “rigorosa análise do atendimento realizado” está em andamento, durante o qual os profissionais envolvidos no caso ficarão afastados. Sobre o termo “ansiosa” no prontuário médico, o hospital pede desculpas pelas “anotações inadequadas” acerca das preocupações da mãe.
No dia 30 de dezembro, Genilva registrou um boletim de ocorrência contra o hospital na Polícia Civil do Distrito Federal, que investiga o caso. “Esperamos que os culpados sejam punidos.”
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Assessoria de Comunicação